terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Ser de Maria para ser inteiramente de Jesus

        Paz e Bem!  
Ser de Maria para se tornar inteiramente de Jesus. Este é o sentido fundamental da consagração a Mãe de Jesus que nos torna, de forma perfeita, inseridos em seu coração materno. Se o próprio Deus confiou e entregou o seu maior tesouro, seu único filho Jesus Cristo, aos cuidados desta mulher, por quer eu pobre e miserável pecador não me entregaria totalmente a Ela? Sou por acaso melhor que o próprio Deus? Nestes tempos Deus quer, por meio de Maria, realizar de forma admirável em seus filhos o seu plano de amor. "chegando a plenitude do tempo, Deus enviou o seu Filho, nascido de uma mulher" (Gálatas 4,4)  O valor daquela simples mulher que assumiu com fé e prontidão o apelo de Deus em sua vida é testemunhado na palavra de Deus. Por isso, Deus a fez "bendita entre as mulheres" e "todas as nações a chamarão bem-aventurada".
     Quando o anjo Gabriel foi, enviado por Deus, a Nazaré para anunciar a virgem Maria, que ela seria a mãe de salvador, (Lc 1, 26) aconteceu, pelo sim de Maria, o grande mistério da encarnação, ou seja, a primeira consagração. Por este mistério de amor Maria, repleta da graça de Deus em sua alma, em seu coração e em seu corpo, leva em si, a plenitude de Deus a todos. Por isso que, iluminada pelo Espírito Santo, Isabel acrescenta o seu louvor. Mais tarde, no século IV, introduz-se a palavra Jesus, E, no século XVI, é completada pelo último parágrafo, nascido da devoção da Igreja e prescrito por S. Pio V, em 1570.
    Por meio de Maria nos veio a Salvação! Ela é a única criatura perfeita que está inserida no insoldável mistério da santíssima trindade. Só somos capazes de compreender este mistério, a luz do Espirito Santo "Ora, apenas Isabel ouviu a saudação de Maria, a criança estremeceu no seu seio; e Isabel ficou cheia do Espírito Santo. (Lc 1, 41) O que fez Isabel ficar cheia do Espirito Santo? A simples saudação daquela em que o próprio Espírito, que é Deus, já havia tomando-a como sua esposa. Foi o Espirito Santo que fez Isabel reconhecer ”Donde me vem esta honra de vir a mim a mãe de meu Senhor”? (Lc 1, 42) E demonstrar que a presença de Maria santifica. "Pois assim que a voz de tua saudação chegou aos meus ouvidos, a criança estremeceu de alegria no meu seio." ( Lc 1, 44).
    Maria não foi uma Mulher qualquer, pois Deus a predestinou a ser a primeira redimida no mistério de Cristo salvador. “Por isso, o próprio Senhor vos dará um sinal: uma virgem conceberá e dará à luz um filho, e o chamará Deus Conosco". (Isaías 7,14).
     Desde o início do plano de salvação, o Senhor Deus quis contar com a colaboração de Maria. No primeiro livro da Sagrada Escritura, podemos ver claramente que Deus constituiu em Maria, representada na primeira mulher Eva, a raça eleita de Jesus Cristo. “Hei de por inimizade entre ti e a mulher, entre sua raça (semente) e a tua; ela te esmagará a cabeça” (Gen 3, 15). No capitulo 12 do Apocalipse temos na visão reveladora de João a figura de Maria. "Apareceu em seguida um grande sinal no céu: uma Mulher revestida do sol, a lua debaixo dos seus pés e na cabeça uma coroa de doze estrelas. Estava grávida e gritava de dores, sentindo as angústias de dar à luz... Ela deu à luz um Filho, um menino, aquele que deve reger todas as nações pagãs com cetro de ferro. Mas seu Filho foi arrebatado para junto de Deus e do seu trono”. (Ap 12). É referida quando uma mulher da multidão diz a Jesus: "Feliz o ventre que te carregou, e os seios que te amamentaram', Jesus respondeu: 'Mais felizes são aqueles que ouvem a palavra de Deus e a põem em prática" (Lucas 11:27-28). Ela é proclamada mais ainda pelo seu próprio Filho por acolher com fé e amor a santa palavra de Deus. Primeiramente e em sua mente, em seu coração e em seu corpo; “Maria guardar e meditar no coração todas essas coisas” (Lc 2, 19; 2, 51). Guardar e meditar significam “fazer memória dos acontecimentos”.  Por que Jesus quis que sua mãe permanecesse entre nós após a sua morte? Não poderia Ele sendo Deus poupa-la das dores e sofrimentos, que Ela passaria ao vê-lo sofrer e morrer na cruz? O velho Simeão já profetizava esse grande momento quando ao tomar o Menino nos braços, entregou-O à Sua Mãe, dizendo-Lhe: "Uma espada transpassará a Tua alma" (Lc 2, 35). Sim, foi na cruz, na angustia da dor, ao ver o sofrimento de seu divino filho, que se passava no coração de Maria as palavras de Simeão. Maria foi a única a permanecer de pé diante da Cruz. Por isso, o seu papel em relação à Igreja e a toda a humanidade vai ainda mais longe. Ela « cooperou de modo inteiramente singular, com a sua fé, a sua esperança e a sua ardente caridade, na obra do Salvador, para restaurar nas almas a vida sobrenatural. É, por essa razão, nossa Mãe, na ordem da graça » Cat. (535).  Esta maternidade de Maria na economia da graça perdura sem interrupção, desde o consentimento, que fielmente deu na anunciação e que manteve inabalável junto da Cruz, até à consumação perpétua de todos os eleitos. De fato, depois de elevada ao céu, não abandonou esta missão salvadora, mas, com a sua multiforme intercessão, continua a alcançar-nos os dons da salvação eterna [...]. Por isso, a Virgem é invocada na Igreja com os títulos de advogada, auxiliadora, socorro e medianeira » Cat. (536). Mas a função maternal de Maria para com os homens, de modo algum ofusca ou diminui a mediação única de Cristo, mas antes manifesta a sua eficácia. Com efeito, todo o influxo salutar da Virgem santíssima [...] deriva da abundância dos méritos de Cristo, funda-se na sua mediação e dela depende inteiramente, haurindo aí toda a sua eficácia » (537). « Efetivamente,  nenhuma criatura pode ser equiparada ao Verbo Encarnado e Redentor; mas, assim como o sacerdócio de Cristo é participado de diversos modos pelos ministros e pelo povo fiel, e assim como a bondade de Deus, sendo uma só, se difunde variamente pelos seres criados, assim também a mediação única do Redentor não exclui, antes suscita nas criaturas, uma cooperação variada, que participa dessa fonte única » (538).
     Porque Deus quer a salvação de todos. “Ele criou tudo para a existência, e as criaturas do mundo devem cooperar para a salvação”. (Sb 1, 14)



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