quarta-feira, 30 de abril de 2014

Vaticano exige retirar das livrarias romanas imagens de João Paulo II com “bênção” de Jeová

   

  VATICANO, 24 Abr. 14 / 11:20 am (ACI/EWTN Noticias).- A Livraria Editrice Vaticano enviou uma carta à editorial ATS Itália exigindo a retirada imediata das lojas de umas imagens de João Paulo II impressas ao estilo das bênçãos papais tradicionais, que incluem um versículo tirado de uma versão protestante da bíblia que troca o nome de Deus por “Jeová”.

Centenas de peregrinos de língua espanhola que estão em Roma para participar neste próximo domingo nas canonizações de João Paulo II e João XXIIII manifestaram desgosto e surpresa ao ver a versão em espanhol da bênção de João Paulo II em venda nas principais lojas religiosas.

A imagem, decorada como as tradicionais bênçãos papais feitas a pedido, leva a foto do recordado Pontífice polonês, sob a qual está o título “São João Paulo II”. Ao título segue a conhecida oração de bênção de Números 6,24-26: “O Senhor te abençoe e te guarde! O Senhor te mostre a sua face e conceda-te sua graça! O Senhor volva o seu rosto para ti e te dê a paz!”.

A desagradável surpresa é que na oração, a palavra “Senhor” –que é a indicada pela Igreja para utilizar-se em vez da fórmula “Yahveh”- foi substituída pelo termo protestante e falso de Jeová”.

A bênção foi impressa pela empresa ATS Itália Editrice (http://www.atsitaliashop.it/), e os créditos que aparecem em letra diminuta na parte inferior esquerda, indica-se que o texto está sob “licença da Livraria Editrice Vaticano”; quer dizer, a casa editorial oficial do Vaticano.

O diretor da Libreria Editrice Vaticano, Pe. Giuseppe Costa, explicou ao grupo ACI que a empresa responsável por imprimir as bênçãos "envolveu a Livraria em um assunto que não lhe corresponde, dado que uma passagem bíblica não é propriedade desta entidade, mas responsabilidade direta e exclusiva do impressor".

O Pe. Costa lamentou o uso de uma tradução bíblica protestante, e assinalou que enviou uma carta à empresa exigindo que se retire imediatamente da venda as "bênçãos" que implicam à Livraria Editrice Vaticano "que jamais viu nem aprovou o texto bíblico incorretamente utilizado".

O grupo ACI conversou com alguns peregrinos de fala hispana que se encontravam nas principais lojas de objetos e lembranças religiosas nos arredores do Vaticano como a livraria Ancora e as lojas Comandini, Turella e Soprani. A maioria expressou decepção, especialmente quando as versões em inglês e italiano utilizam respectivamente “The Lorde” e “Il Signore” (“O Senhor”) e não o termo bíblico inventado pelos protestantes.

“É decepcionante vir a Roma e encontrar-se com que a bênção em espanhol de João Paulo II é protestante”, disse Denise, uma peregrina da Costa Rica que se encontrava comprando presentes e lembranças em Soprani. “Acredito que terminarei comprando cópias em italiano para meus amigos e familiares”, adicionou.

“Fiquei gelada, não esperava isto”, disse uma religiosa venezuelana que estava comprando centenas de terços e numerosas imagens pequenas de João Paulo II em Comandini, no famoso Borgo Pio. “Não penso comprar as bênçãos que dizem ‘Jeová’, depois de passar anos explicando nas catequeses que este é um termo incorreto, inventado pelos evangélicos”, adicionou.

A cinco dias das canonizações de João Paulo II e João XXIII, Roma já vive um estado de efervescência com a presença crescente de peregrinos enchendo lojas, serviços e restaurantes.

Conforme recorda a Rede Ibero-americana de Estudo das Seitas, “Jeová é uma palavra incorreta ou má interpretação do nome de Deus”.

“A palavra ‘Jeová’ não existiu até o ano 1000 de nossa era. A razão disto é que o Antigo Testamento estava escrito somente com as puras letras consoantes, as vocais não se escreviam, mas se sabiam e usavam graças à tradição. Em realidade muitos povos semíticos antigos faziam isso com seus escritos, pois o forte deles no processo de comunicar-se não era precisamente a escritura, mas a linguagem oral ou de palavra”
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“Certamente, Charles Rusell, que foi o fundador das Testemunhas de Jeová em 1876, não sabia nada de tudo isto, e por isso o colocou como um distintivo de quem supostamente usaria o verdadeiro nome de Deus, mas saiu justamente o contrário, porque promovem o nome mais incorreto. Esta é a primeira razão pela qual não a usamos na Igreja Católica”, adiciona.

sexta-feira, 4 de abril de 2014

União civil entre pessoas do mesmo sexo é contrária à ordem natural, alertam Bispos do Peru



LIMA, 04 Abr. 14 / 01:17 pm (ACI).- Os Bispos do Peru denunciaram que o projeto de união civil homossexual, promovido pelo congressista Carlos Bruce, é contrário à ordem natural e “atenta contra a dignidade humana dos peruanos”.

O projeto de lei de união civil homossexual foi apresentado por Carlos Bruce em meados de setembro de 2013, e será revisado nos próximos dias no Congresso do Peru.

Uma pesquisa realizada em novembro de 2013 pela Companhia Peruana de Pesquisas de mercado e Opinião Pública (CPI), revelou que 70 por cento dos peruanos se opõe ao projeto de “união civil de pessoas do mesmo sexo”, do Carlos Bruce.

Em seu comunicado, assinado em 3 de abril de 2014, a Conferência Episcopal Peruana (CEP) advertiu que “a proposta de união civil entre pessoas do mesmo sexo contraria a ordem natural, distorce a verdadeira identidade da família, contradiz a finalidade do matrimônio, atenta contra a dignidade humana dos peruanos, ameaça a sã orientação das crianças e menoscaba o mais sólido fundamento de nossa sociedade, que aspira a um desenvolvimento humano integral”.

“Seus defensores invocam o direito à igualdade, mas esquecem da realidade das inegáveis e naturais diferenças preciosas e complementares do ser humano”, assinalou a CEP.

Os Bispos peruanos destacaram que “a família é a célula natural, primeira e fundamental da sociedade. Assim o consagraram as mais importantes declarações internacionais sobre a matéria”.

“A família é anterior à lei e ao Estado. Não é uma criação humana, mas uma instituição de Direito Natural que está inscrita na mesma natureza humana”.

Os Prelados criticaram que “o projeto de lei de união civil entre pessoas do mesmo sexo que vem sendo promovido junto ao Congresso da República contém elementos jurídicos típicos do matrimônio, o que manifesta que, além da denominação da norma, pretende-se equiparar o matrimônio e a união civil”.

Com isto, advertiram, está-se “preparando o caminho para introduzir no Peru o matrimônio homossexual com a possibilidade de adotar crianças, que estariam privadas de seu direito natural a ter um pai e uma mãe”.

A CEP recordou que, tal como indica o Livro do Gênesis, “Deus os criou ‘homem e mulher’”, e precisou que “esta diversidade e complementariedade sexual tampouco é um mandato da pessoa humana, nem do Estado, nem da lei, mas é criação de Deus para o bem do gênero humano”.

“O matrimônio é a união natural e perpétua do homem e da mulher que, em uma comunidade de vida, de maneira digna, procura o próprio bem dos cônjuges, a geração responsável dos filhos e a melhor educação destes”.

Os Bispos indicaram que “os católicos são conscientes de que todas as pessoas têm direitos iguais, por isso rechaçamos qualquer forma de discriminação. Entretanto, também sabemos que na busca da verdadeira justiça, é indispensável respeitar as inegáveis diferenças naturais e complementares entre o homem e a mulher”.

“Como pastores da Igreja no Peru, reafirmamos nosso amor e solicitude por todos os peruanos, independentemente de sua identidade ou orientação sexual, e ao mesmo tempo lhes recordamos que as portas da Igreja estão abertas para todos e os convidamos a comprometer seus melhores esforços na construção de uma sociedade justa e pacífica, onde se respeite a dignidade de cada pessoa e os elementos próprios da natureza humana”.

Ao concluir sua mensagem, a Conferência Episcopal Peruana convidou “os membros do Congresso da República a defender os inalienáveis valores da família, como o pede a Constituição Política do Peru e o sentir da maioria dos peruanos a quem vocês representam”.

Caindo no conto do gênero...

 
Entrevista com Pe. Dr. José Eduardo de Oliveira e Silva, Professor de Teologia Moral
O Brasil tem protagonizado nas últimas semanas a tentativa de implantação da ideologia do gênero por meio da Votação do Plano Nacional de Educação.
Nessa última quarta-feira houve a terceira tentativa de votação na câmara dos deputados, embora mais uma vez adiada, à causa, dessa vez, de bate-boca e provocação de deputados contra os manifestantes pró-vida e pró-família presentes na sala.
“Muitos têm desviado o foco do debate para temas que não pertencem ao âmbito da ideologia de gênero”, disse à ZENIT o Pe. José Eduardo de Oliveira e Silva, sacerdote da Diocese de Osasco - SP, pároco da Igreja São Domingos (Osasco), doutor em teologia pela Pontifícia Universidade Romana da Santa Cruz e professor de Teologia Moral.
Acompanhe a entrevista abaixo:
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ZENIT: Temos visto nas últimas semanas um crescente debate sobre a questão de “gênero” no contexto do Plano Nacional de Educação. Como o sr. avalia estas discussões?
Pe. José Eduardo: Tenho acompanhado de perto os diferentes discursos e percebo que, embora a questão esteja cada dia mais clara, muitos têm desviado o foco do debate para temas que não pertencem ao âmbito da ideologia de gênero, talvez até como um recurso para não enfrentarem um tema tão absurdo. Trata-se de um deslocamento para sabotar o discurso.
ZENIT: Em que consiste, então, a “ideologia de gênero”?
Pe. José Eduardo: Sintetizando em poucas palavras, a ideologia de gênero consiste no esvaziamento jurídico do conceito de homem e de mulher. A teoria é bastante complicada, e uma excelente explicação desta se encontra no documento “Agenda de gênero”. Contudo, a ideia é clara: eles afirmam que o sexo biológico é apenas um dado corporal de cuja ditadura nos devemos libertar pela composição arbitrária de um gênero.
ZENIT: Quais as consequências disso?
Pe. José Eduardo: As consequências são as piores possíveis! Conferindo status jurídico à chamada “identidade de gênero” não há mais sentido falar em “homem” e “mulher”; falar-se-ia apenas de “gênero”, ou seja, a identidade que cada um criaria para si.
Portanto, não haveria sentido em falar de casamento entre um “homem” e uma “mulher”, já que são variáveis totalmente indefinidas.
Mas, do mesmo modo, não haveria mais sentido falar em “homossexual”, pois a homossexualidade consiste, por exemplo, num “homem” relacionar-se sexualmente com outro “homem”. Todavia, para a ideologia de gênero o “homem 1” não é “homem”, nem tampouco o “homem 2” o seria.
ZENIT: Então aqueles que defendem a “ideologia de gênero” em nome dos direitos homossexuais estão equivocados?
Pe. José Eduardo: Exatamente! Eles não percebem que, uma vez aderindo à ideologia de gênero, não haverá sequer motivo em combater à discriminação. Nas leis contra a discriminação, eles querem discriminar alguns que consideram mais discriminados. Contudo, pela ideologia de gênero, não há mais sentido em diferenciar condições e papeis, tudo se vulnerabiliza! Literalmente, eles caíram no conto do gênero.
Para defender a identidade homossexual, estão usando uma ideologia que destrói qualquer identidade sexual e, por isso, também a família, ou qualquer tipo de família, como eles mesmos gostam de dizer.
Em poucas palavras, a ideologia de gênero está para além da heterossexualidade, da homossexualidade, da bissexualidade, da transexualidade, da intersexualidade, da pansexualidade ou de qualquer outra forma de sexualidade que existir. É a pura afirmação de que a pessoa humana é sexualmente indefinida e indefinível.
ZENIT: Então a situação é muito pior do que imaginamos...
Pe. José Eduardo: Sim. As pessoas estão pensando em “gênero” ainda nos termos de uma “identidade sexual”. Há outra lógica em jogo, e é por isso que ninguém se entende.
Para eles, a ideia de “identidade sexual” é apenas um dado físico, corporal. Não implica em nenhuma identidade. Conformar-se com ela seria “sexismo”, segundo a própria nomenclatura deles. A verdadeira identidade é o “gênero”, construído arbitrariamente.
Todavia, este “gênero” não se torna uma categoria coletiva. É totalmente individual e, portanto, indefinível em termos coletivos. Por exemplo, alguém poderia se declarar gay. Para os ideólogos de gênero isso já é uma imposição social, pois a definição de gay seria sempre relativa a uma condição masculina ou feminina mormente estabelecida. Portanto, uma definição relativa a outra, para eles, ditatorial.
Não existiria, tampouco, a transexualidade. Esta se define como a migração de um sexo para outro. Mas, dirão os ideólogos de gênero, quem disse que a pessoa saiu de um sexo, se aquela expressão corporal não exprime a sua identidade construída? Portanto, para eles, não há sequer transexualidade.
Gênero, ao contrário, é autorreferencial, totalmente arbitrário.
Alguém dirá que não há lógica isso. Realmente, a lógica aqui é “ser ilógico”. É o absurdo que ofusca nossa capacidade de entender.
ZENIT: O que dizer, então, de quem defende a ideologia de gênero no âmbito dos direitos feministas?
Pe. José Eduardo: Os ideólogos de gênero, às escondidas, devem rir às pencas das feministas. Como defender as mulheres, se elas não são mulheres?...
ZENIT: Qual seria o objetivo, portanto, da “agenda de gênero”?
Pe. José Eduardo: Como se demonstra no estudo que mencionei, o grande objetivo por trás de todo este absurdo – que, de tão absurdo, é absurdamente difícil de ser explicado – é a pulverização da família com a finalidade do estabelecimento de um caos no qual a pessoa se torne um indivíduo solto, facilmente manipulável. A ideologia de gênero é uma teoria que supõe uma visão totalitarista do mundo.
ZENIT: Como a população está reagindo diante disso?
Pe. José Eduardo: Graças a Deus, milhares de pessoas têm se manifestado, requerendo dos legisladores a extinção completa desta terminologia no Plano Nacional de Educação. Pessoalmente, tenho explicado a muitas pessoas a gravidade da situação nestes termos: 1) querem nos impor uma ideologia absurda pela via legislativa; 2) querem fazê-lo às custas do desconhecimento da população, o que é inadmissível num Estado democrático de direito; 3) e querem utilizar a escola como um laboratório, expondo nossas crianças à desconstrução de sua própria personalidade. E ainda querem que fiquemos calados com isso! Não!, o povo não se calará!
ZENIT: Falando em “Estado democrático de direito” e vendo a manifestação de tantos cristãos, evangélicos e católicos, inclusive de bispos, alguns alegam a laicidade do Estado como desculpa para desprezar os seus argumentos. O que dizer sobre isso?
Pe. José Eduardo: Esta objeção é tão repetitiva que se torna cansativo respondê-la. Numa discussão democrática, não importa se o interlocutor é religioso ou não. O Estado é laico, não laicista, anti-religioso. Seria muito divertido, se não fosse puro preconceito – e às vezes, verdadeiro discurso de ódio anti-religioso –, a insistência com a qual alguns mencionam a Bíblia, os dogmas, os preceitos... como se nós estivéssemos o tempo todo alegando argumentos teológicos. Como se pode ver acima, nossos argumentos aqui são simplesmente filosóficos, racionais. Aliás, são tão racionais a ponto de mostrar o quanto a proposta deles é totalmente irracional, posto que contradizem as sua próprias bandeiras ideológicas.
No final das contas, a única coisa que lhes resta é a rotulação – na audiência de ontem, chamaram aos gritos um deputado de “machista”, em outra ocasião de “patricarcalista” –, mas a rotulação é a arma dos covardes, daqueles que não têm honestidade e liberdade intelectuais. Como digo sempre, nestas discussões, precisamos nos comportar como filósofos, e não como maus advogados, que estão dispostos a negar até as evidências.