segunda-feira, 25 de junho de 2012

Deus criou Homem e Mulher.

  Vivemos no mundo em que os principais valores da família, da igreja e do santo evangelho estão sendo descartados com coisas do passado. Dizem: "os tempos são outros", "Temos que abrir a nossa mente para o que hoje é normal e natural". Essa mentalidade não cristã do "normal e natural" nos leva a perder o verdadeiro senso das coisas espirituais e do pecado. Jesus em sua época enfrentou pensamentos como esses, já enculturado na sociedade judaica quando em Mateus cap. 5, fala-nos sobre a vontade de Deus e as leis do homens. “Também foi dito: Aquele que repudiar sua mulher, dê-lhe carta de divórcio. Eu, porém, vos digo: qualquer um que repudiar sua mulher, exceto em caso de matrimônio falso, a expõe a tornar-se adúltera; e aquele que casar com a repudiada comete adultério.” (Mateus 5:31,32). Quando e questionado sobre a ação de Moisés com relação ao divórcio, Ele retorna ao principio de tudo; a palavra de Deus.  Mat. 19:4-6, disse : “Respondeu-lhes Jesus: Não lestes que o Criador, no começo, fez o homem e a mulher.  E disse: Por isso, o homem deixará seu pai e sua mãe e se unirá à sua mulher; e os dois  formarão uma só carne?  Assim não são mais dois, mas uma só carne.  Portanto, não separe o homem o que  Deus uniu.”
  O casamento é uma união realizada por Deus entre homem e mulher. Não é um contrato humano. Uma união não se desfaz; um contrato pode ser desfeito! 
  O apóstolo Paulo instruiu que “a mulher casada está ligada pela lei ao marido, enquanto ele vive; mas, se o mesmo morrer, desobrigada ficará da lei conjugal” (Romanos 7:2); e também “aos casados, ordeno, não eu, mas o Senhor, que a mulher não se separe do marido se, porém, ela vier a separar-se, que não se case ou que se reconcilie com seu marido; e que o marido não se aparte de sua mulher” (1 Coríntios 7:10,11). Paulo entendeu a profundidade de uma união matrimonial mostrando que a separação de um casal, unido por Deus, só acontece com a morte de um dos cônjuges. 
  Deus reafirma, em várias passagens bíblicas a verdadeira união do homem e da mulher. São Paulo, de forma explícita defende da lei natural existente em todos os homens:
“Por isso Deus os entregou, segundo o desejo dos seus corações, à impureza em que eles mesmos desonraram seus corpos. Eles trocaram a verdade de Deus pela mentira e adoraram e serviram à criatura em lugar do Criador, que é bendito pelos séculos. Amém.
“Por isso Deus os entregou a paixões aviltantes: suas mulheres mudaram as relações naturais pelas relações contra a natureza; igualmente os homens, deixando a relação natural com a mulher, arderam em desejo uns para com os outros, praticando torpezas homens com homens e recebendo em si mesmos a paga da sua aberração.” (Rm 1,24-27). Já no Antigo Testamento Deus diz: “Com homem não te deitarás, como se fosse mulher; é abominação”. (Levítico 18:22)

  O catecismo da igreja católica nos orienta claramente sobre tais atos; "A homossexualidade designa as relações entre homens e mulheres que sentem atração sexual, exclusiva ou predominante, por pessoas do mesmo sexo. A homossexualidade se reveste de formas muito variáveis ao longo dos séculos e das culturas. Sua gênese psíquica continua amplamente inexplicada. Apoiando-se na Sagrada Escritura, que os apresenta como depravações graves, a tradição sempre declarou que "os atos de homossexualidade são intrinsecamente desordenados". São contrários à lei natural. Fecham o ato sexual ao dom da vida. Não procedem de uma complementaridade afetiva e sexual verdadeira. Em caso algum podem ser aprovados.

§2358 Um número não negligenciável de homens e de mulheres apresenta tendências homossexuais profundamente enraizadas. Esta inclinação objetivamente desordenada constitui, para a maioria, uma provação. Devem ser acolhidos com respeito, compaixão e delicadeza. Evitar-se-á para com eles todo sinal de discriminação injusta. Estas pessoas são chamadas a realizar a vontade de Deus em sua vida e, se forem cristãs, a unir ao sacrifício da cruz do Senhor as dificuldades que podem encontrar por causa de sua condição.
§2359 As pessoas homossexuais são chamadas à castidade. Pelas virtudes de autodomínio, educadoras da liberdade interior, às vezes pelo apoio de uma amizade desinteressada, pela oração e pela graça sacramental, podem e devem se aproximar, gradual e resolutamente, da perfeição cristã".
   Somos extremamente contra a qualquer tipo de violência ou preconceito mas, entendemos que devemos defender os valores contidos na palavra de Deus e na nossa formação como família cristã.
   Porventura, procuro eu, agora, o favor dos homens ou o de Deus? Ou procuro agradar a homens? Se agradasse ainda a homens, não seria servo de Cristo". (Gálatas 1:10)

domingo, 17 de junho de 2012

Imagens e idolatria: o que é idolo?


Imagem não é o mesmo que ídolo. Chama-se ídolo: uma imagem falsa, um simulacro a que se atribui vida própria, conforme explica o profeta Habacuc (2, 18). Eis o que claramente indica Habacuc, dizendo: “Ai daquele que diz ao pau: Acorda, e a pedra muda: Desperta” (Hc 2, 19)
A Bíblia reza no livro de Josué: “Josué prostrou-se com o rosto em terra diante da arca do Senhor, e assim permaneceu até à tarde, imitando-o todos anciãos de Israel” (Jos 7, 6).
Terão sido idólatras Josué e os anciãos de Israel?
Foi Deus ainda que ordenou a Moisés levantar uma “serpente” de metal (Nm 21, 8) e todos os que olhassem para ela seriam curados. Ora, que “olhar” é esse que confere uma cura milagrosa diante de uma estátua de metal?
Temos as provas de como esse culto era já uma pré-figura do culto à Deus nas palavras de S. João, que diz que tal “serpente” era o símbolo do Cristo crucificado: “Bem como ergueu Moisés a serpente no deserto, assim cumpre que seja levantado o Filho do Homem” (Jo 3, 14).
Por acaso caíram também Moisés e S. João, e até o Espírito Santo (autor da Sagrada Escritura) em crime de idolatria? É claro que não.
A idolatria consistiria em achar que a divindade está em uma estátua, por exemplo. Ou seja, teríamos que colocar alimentos para as imagens, como faziam os romanos, os egípcios e os demais povos idólatras. Teríamos que achar que Deus e o santo são a mesma pessoa. No fundo, seria dizer que S. Benedito não é e nem foi S. Benedito, mas foi Deus, etc.
Nunca se ouviu algum católico defendendo que o Santo era Deus! Mesmo porque isso seria cair em um panteísmo (defendido por Calvino e Lutero em algumas de suas obras). Para se dizer que os católicos adoram os santos, eles teriam que dizer que S. Benedito, por exemplo, não é S. Benedito, mas Deus.
E, ainda mais difícil, os católicos teriam que afirmar que S. Benedito é a estátua, uma espécie de amuleto mágico…
Nenhum católico acredita que o santo seja Deus ou que ele seja a madeira da estátua (como uma divindade). Logo, não há idolatria possível, visto que esta consiste em adorar um falso deus.
Alguns protestantes argumentam que só é possível fazer imagens quando Deus expressamente permite. Pergunta-se: onde está essa norma na Bíblia? É uma contradição dos protestantes, pois tudo para eles está na Bíblia, todavia, para condenar os católicos, não é necessária a Bíblia…
Deus proíbe a idolatria e não o uso de imagens
O mesmo Deus, no mesmo livro do Êxodo em que proíbe que sejam feitas imagens, manda Moisés fazer dois querubins de ouro e colocá-los por cima da Arca da Aliança (Ex 25, 18-20). Manda-lhe, também, fazer uma serpente de bronze e colocá-la por cima duma haste, para curar os mordidos pelas serpentes venenosas (Num 21, 8-9). Manda, ainda, a Salomão enfeitar o templo de Jerusalém com imanges de querubins, palmas, flores, bois e leões (I Reis 6, 23-35 e 7, 29).
Ora, se Deus manda fazer imagens em várias passagens das Sagradas Escrituras (Ex 25, 17-22; 1Rs 6, 23-28; 1 Rs 6, 29s; Nm 21, 4-9; 1Rs 7, 23-26; 1 Rs 7, 28s; etc) e proíbe que se façam imagens em outra, de duas uma, ou Deus é contraditório ou fazer imagens não é idolatria!
Portanto, fica claro que o erro não está nas imagens, mas no tipo de culto que se presta à elas.
Os Judeus, saindo da dominação egípcia, um povo idólatra, tinham muita tendência à idolatria. Basta ver o que aconteceu quando Moisés desceu do Monte Sinai com as Tábuas da Lei e encontrou o povo adorando o “Bezerro de Ouro” como se ele fosse uma divindade, um amuleto. É claro, como permitir que um povo tendente à idolatria fosse fazer imagens.
Nas imagens católicas se representam os santos, que são pessoas que possuem virtudes que os tornam “semelhantes” a Deus, como afirmou S. Paulo: “já não sou eu quem vivo, mas é Cristo que vive em mim“.
Nas catacumbas encontram-se, em toda parte, imagens e estátuas da Virgem Maria; prova de que tal culto existia no tempo dos apóstolos e foi por eles praticado, ensinado e transmitido à posteridade. Uma das imagens de Nossa Senhora, segundo a tradição, foi pintada pelo próprio S. Lucas e está na catedral de Loreto, exposto à veneração dos fiéis.
As imagens católicas representam pessoas virtuosas. Virtude essa que provém da graça de Deus. O mesmo não se dava na idolatria, pois os povos idólatras representavam as virtudes e os vícios em seus ídolos.
O Concílio de Trento formalmente legitimou o uso das imagens: As imagens de Jesus Cristo, da Mãe de Deus, e dos outros santos, podem ser adquiridas e conservadas, sobretudo nas Igrejas, e se lhes pode prestar honra e veneração; não porque há nelas qualquer virtude ou qualquer coisa de divino, ou para delas alcançar qualquer auxílio, ou porque se tenha nelas confiança, como os pagãos de outrora, que colocavam a sua esperança nos ídolos, mas, sim, porque o culto que lhes é prestado dirige-se ao original que representam, de modo que nas imanges que possuímos, diante das quais nos descobrimos ou inclinamos a cabeça, nós adoramos Cristo, e veneramos os santos que elas representam (Sess XXV).
O Concílio de Nicéia, o primeiro celebrado na Igreja, no ano de 325, sob o Papa S. Silvestre I e o imperador Constantino, defende o culto das imagens contra os iconoclastas, com um vigor admirável.
Lê-se nos atos deste concílio: Nós recebemos o culto das imagens, e ferimos de anátema os que procedem de modo contrário. Anátema a todo aquele que aplica às santas imagens os textos da escritura contra os ídolos. Anátema a todo aquele que as chama ídolos. Anátema àqueles que ousam dizer que a Igreja presta culto a ídolos.

Adorar imagens?

Paz e Bem!


Uma das mais freqüentes acusações que nós, católicos, sofremos de nossos irmãos protestantes, é a de praticar a “idolatria”, porque, segundo eles, “adoramos” imagens. Trata-se de uma acusação absolutamente sem fundamento, que somente se explica pelo desconhecimento da Palavra de Deus. Com efeito, os protestantes falam esse tipo de coisa dos católicos, muitas vezes com violência e de modo agressivo, simplesmente porque não sabem o que é idolatria.
Idolatria não é o uso de imagens no culto divino, mas prestar a uma criatura o culto de adoração que devemos exclusivamente a Deus. É por isso que São Paulo Apóstolo nos adverte que a avareza é uma idolatria (cf. Col 3,5), uma vez que o avarento coloca o dinheiro no lugar de Deus, como o valor supremo de sua vida.
Todo o comportamento humano depende de valores: é em vista de um determinado valor que escolhemos agir de um modo ou de outro. Se, por exemplo, preferimos gastar nosso tempo dando catequese para crianças, é porque essa opção nos pareceu mais valiosa do que outras.
Assim sendo, a forma como ordenamos as nossas ações vai depender de como hierarquizamos os valores que adotamos para reger nossas vidas. Se colocamos como valor supremo o prazer da vida corporal, certamente não poderemos levar uma vida de pureza e abnegação. Todavia, a forma como hierarquizamos esses valores, em nossa subjetividade, deve coincidir com a hierarquia objetiva dos valores presente no universo. Se isto não se der, haverá uma distorção entre a forma com que vemos o mundo e o próprio mundo.
Repetindo: a nossa hierarquia subjetiva de valores deve coincidir com a ordem objetiva de valores presente no cosmos. Se não for assim, estaremos dando a certas coisas mais importância do que elas merecem, enquanto a outras não prestamos o devido valor. Isto é introduzir a desordem em nossa alma, é quebrar a harmonia que deve existir em nosso interior.
Ora, o que há de mais importante no universo é Deus, pois é Ele quem o criou e sustenta no ser. Todo o cosmos depende de Deus para existir. Logo, também em nossa hierarquia de valores, Deus deve ocupar o primeiro lugar, como valor supremo. Todos os demais valores e ideais devem submeter-se a ele. Quando colocamos outro bem, valor ou ideal no lugar que é exclusivo de Deus, destoamos da ordem do cosmos e caímos na idolatria. Afinal de contas, todo o universo canta a glória de Deus (cf. Sl 18,2). Diz o salmista: “Louve a Deus tudo o que vive e que respira, / tudo cante os louvores do Senhor!” (Sl 150,5).
Quem, portanto, não coloca a Deus como valor supremo de sua vida, não apenas nega a adoração exclusivamente a Ele devida, como também prejudica a si próprio. Por isso Deus ordenou no primeiro mandamento de sua Lei: “Eu sou o Senhor teu Deus, que te tirei da terra do Egito, da casa da escravidão. Não terás outros deuses diante de mim” (Ex 20,2-3). Do mesmo modo o Senhor Jesus, quando repeliu o demônio que o tentava, repetiu o preceito: “Adorarás o Senhor teu Deus, e só a Ele servirás” (Mt 4,10).
Todavia, se devemos adorar somente a Deus, isso não significa que não devemos honrar e invocar seus santos e anjos. O mesmo Deus que ordenou que adorássemos só a Deus, também mandou honrar os pais (cf Ex 20,12), as autoridades públicas (cf. Rom 13) os nossos superiores e as pessoas mais idosas. Prestar honra a essas pessoas, simples criaturas, em nada prejudica a adoração devida exclusivamente ao Criador.
Se devemos honrar os governantes deste mundo, quanto mais os anjos, de cujo ministério Deus se serve para governar não só a Igreja, como também todas as coisas criadas. Foi por isso que Abraão prostrou-se diante dos três anjos que lhe apareceram em forma humana, para anunciar o nascimento de seu filho Isaac (cf. Gen 18,2).
Ensina a Igreja e a Sagrada Escritura que desde o início até a morte a vida humana é cercada pela proteção e intercessão do anjo da guarda: “Eis que eu enviarei o meu anjo, que vá adiante de ti, e te guarde pelo caminho” (Ex 23,20). Pela invisível assistência dos anjos, somos quotidianamente preservados dos maiores perigos, tanto da alma como do corpo. Com a maior boa vontade, patrocinam a nossa salvação e oferecem a Deus as nossas orações e nossas lágrimas. O Senhor Jesus advertiu que não se devia dar escândalo aos pequeninos, porque “seus anjos nos céus vêem incessantemente a face de seu Pai, que está nos céus” (cf. Mt 18,10). Se os anjos contemplam a Deus sem cessar, por que não seriam merecedores de grande honra?
Também o culto aos santos, longe de diminuir a glória de Deus, lhe dá o maior incremento possível. Canta a Virgem Maria no Magníficat que “o Poderoso fez em mim maravilhas” (Lc 1,49). Quando honramos retamente um santo, proclamamos as maravilhas que a graça de Deus operou na vida dele. Como se diz no Prefácio dos Santos, “na assembléia dos santos vós sois glorificado e, coroando seus méritos, exaltai vossos próprios dons”. A santidade que veneramos nos homens santos é dom do único Santo. Honrando os santos, glorificamos a Deus que os santificou.
Deus é um Pai amoroso, a quem muito agrada ver seus filhos intercedendo uns pelos outros. Ademais, quis associar suas criaturas na obtenção e distribuição de suas graças. Muitas coisas Deus não as concede, se não houver a intervenção de um intercessor. Para que os amigos de Jó fossem perdoados, por exemplo, foi necessária a sua intercessão: “O meu servo Jó orará por vós; admitirei propício a sua intercessão para que se não vos impute esta estultícia, porque vós não falastes de mim o que era reto” (Jó 42,8). Também não é sinal de falta de fé em Deus, recorrermos à intercessão dos santos em nossas orações. O centurião, por exemplo, recorreu à intercessão dos anciãos dos judeus (cf. Lc 7,3) para que Jesus curasse seu servo, mas nem por isso o Senhor deixou de enaltecer sua fé com os maiores elogios: “Em verdade vos digo que não encontrei tanta fé em Israel” (Lc 7,9).
É verdade que temos um único Mediador na pessoa de Jesus Cristo Nosso Senhor. Só Ele nos reconciliou com o Pai pelo oferecimento de seu precioso sangue, entrando uma só vez no Santo dos Santos, consumou uma Redenção eterna (cf. Hebr 9,11-12) e não cessa de interceder por nós (cf. Hebr 7,25). Todavia, o fato de termos um único Mediador de Redenção, não significa que não podemos ter junto dele outros mediadores de intercessão. Se recorrer à intercessão dos santos prejudicasse a glória devida unicamente a Cristo Mediador, o Apóstolo Paulo não pediria, com tanta insistência, que seus irmãos rezassem por ele: “Rogo-vos, pois, irmãos, por Nosso Senhor Jesus Cristo e pela caridade do Espírito Santo, que me ajudeis com as vossas orações por mim a Deus” (Rom 15,30). “Se vós nos ajudardes também, orando por nós…” (2Cor 1,11). Se as orações dos que vivem nesta terra são úteis e eficazes para que sejamos ouvidos por Deus, quem dirá as orações daqueles que já estão em glória, contemplando a Deus face a face.
No livro dos Atos dos Apóstolos, conta-se que “Deus fazia milagres não vulgares por mão de Paulo, de tal modo que até, sendo aplicados aos enfermos os lenços e aventais que tinham tocado no seu corpo, não só saiam deles as doenças, mas também os espíritos malignos se retiravam” (At 19,11-12). E também que “traziam os doentes para as ruas e punham-nos em leitos e enxergões, a fim de que, ao passar Pedro, cobrisse ao menos a sua sombra algum deles” (At 5,15). Se as vestes, os lenços e a sombra dos santos, já antes de sua morte, removiam doenças e expulsavam demônios, quem será louco de dizer que Deus não possa fazer os mesmos milagres por intermédio deles, depois de mortos? E também disso as Sagradas Escrituras dão testemunho, quando se narra o episódio do cadáver lançado na sepultura do profeta Eliseu: “Logo que o cadáver tocou os ossos de Eliseu, o homem ressuscitou e levantou-se sobre os seus pés” (2Rs 13,21).
Todavia, se devemos honrar e venerar os santos e anjos como fiéis servidores do Senhor, é gravíssimo pecado colocá-los no lugar de Deus, prestando-lhes culto de adoração. Este abuso é estranho a verdadeira doutrina católica.
Quanto às imagens, é verdade que o Antigo Testamento proibia que fossem feitas: “Não farás para ti imagem alguma do que há em cima no céu, e do que há embaixo na terra, nem do que há nas águas debaixo da terra” (Ex 20,4). Todavia, precisamos compreender a razão desta proibição.
Os hebreus viviam no meio de povos idólatras, cujos deuses eram concebidos como tendo formas visíveis, muitas vezes com figura de animais. Para ressaltar a transcendência e a espiritualidade do Deus verdadeiro, este preceito proibia que os israelitas representassem a divindade com imagens. Com efeito, Deus em si mesmo não está ao alcance da nossa vista: é um ser puramente espiritual, não tem corpo, não cabe nos limites do espaço, nem pode ser representado por nenhuma figura. “Não vistes figura alguma no dia em que o Senhor vos falou sobre o Horeb do meio do fogo” (Dt 4,15).
Todavia, a encarnação do Filho de Deus superou a proibição de se fazer imagens. Isso porque, quando “o Verbo se fez carne, / e habitou entre nós” (Jo 1,14), Ele se tornou visível a nós como homem. Invisível em sua divindade, Deus se tornou visível na humanidade de nossa carne. Como diz o Prefácio do Natal do Senhor, “reconhecendo a Jesus como Deus visível a nossos olhos, aprendemos a amar nele a divindade que não vemos”.
A diferença do cristianismo com todas as outras as religiões é que o nosso Deus se fez homem. O centro da Fé cristã é o mistério de Jesus Cristo, Deus e homem verdadeiro. Perfeitamente homem, sem deixar de ser Deus. Mesmo depois da Ressurreição, o Cristo manteve a sua natureza humana na sua integridade e perfeição, como fez questão de sublinhar aos Apóstolos: “Olhai para as minhas mãos e pés, porque sou eu mesmo; apalpai, e vede, porque um espírito não tem carne, nem ossos, como vós vedes que eu tenho” (Lc 24,39). Até hoje, no Céu, dentro do peito de Jesus bate incessantemente um coração de carne, em suas veias corre sangue verdadeiramente humano.
Jesus Cristo é “a imagem visível de Deus invisível” (cf. Col 1,15). Se antes eu não podia fazer imagens de Deus, pois enquanto tal Ele é invisível; após a Encarnação do Verbo eu não apenas posso como devo fazer imagens, para atestar que Deus se fez visível aos olhos dos homens. Ensina São João Damasceno: “Quando virmos aquele que não tem corpo tornar-se homem por nossa causa, então poderemos executar a representação de seu aspecto humano. Quando o Invisível, revestido de carne, torna-se visível, então representa a imagem daquele que apareceu…”
Assim sendo, toda vez que honramos uma imagem sagrada, damos testemunho da nossa Fé no mistério da Encarnação do Filho de Deus. Portanto, quem renega as imagens, de certo modo atenta contra a fé nesse mistério. Este foi o critério que São João propôs para discernir o anticristo: “Todo espírito que confessa que Jesus Cristo veio na carne, é de Deus; todo espírito que divide Jesus, não é de Deus, mas é um anticristo, do qual vós ouvistes que vem, e agora está já no mundo” (1Jo 4,2-3).
Rejeitar as imagens sagradas é voltar à Antiga Lei, quando Deus ainda não tinha se feito homem. Quem defende isso, para ser coerente, deve também praticar a circuncisão e guardar o sábado, como é prescrito na Lei de Moisés. Para essas pessoas, o Cristo não veio ainda.
Portanto, beijar uma imagem ou acender diante dela uma vela não são práticas idolátricas, mas atos de piedade. Somente pessoas ignorantes, que não compreendem os dogmas da Fé em seu verdadeiro sentido, podem ter a audácia de chamar de idolatria essas práticas.
Quem venera uma imagem, venera a pessoa que nela está representada. Aquilo que a Bíblia nos ensina com palavras, as imagens nos anunciam com figuras visíveis. A imagem re+presenta, ou seja, torna presente a pessoa simbolizada. Por isso podemos rezar diante das imagens como se estivéssemos diante das personagens que elas representam. Todavia, não podemos confundir essa presença, que é meramente uma presença simbólica, com a presença real de Nosso Senhor no Santíssimo Sacramento da Eucaristia. Na imagem Jesus está presente como em umsímbolo, na Eucaristia como realidade substancial. Por isso, diante do Santíssimo Sacramento fazemos genuflexão, diante de uma imagem fazemos o sinal-da-cruz ou uma simples reverência de cabeça.

sexta-feira, 15 de junho de 2012

Solenidade do Sagrado Coração de Jesus

O desejo mais profundo do homem é amar e ser amado. Poder-se-ia dizer com razão que amar é tudo para o homem.

Contudo, constatamos que o amor está sempre truncado pela morte e sofre todos os atentados que o degradam, aviltam, ferem, matam.

O Amor na relação Deus-Homem foi aviltado, ultrajado pelo homem que não respeitou o desejo do Amado, mas fez sua própria vontade aconselhado pelo inimigo de Deus, personificado – na narração do Gênesis – na serpente enganadora.
Deus respondeu a essa ofensa com a demonstração radical de amor: se fez homem, e deu o sim esperado ao apelo do Amor, morrendo na cruz para a salvação de todos os homens.
“Meu coração comove-se no íntimo e arde de compaixão. Sou Deus e não homem; o santo no meio de vós, e não me servirei do terror”, nos fala Deus na primeira leitura extraída de Oséias.
O amor humano de Deus se manifestou plenamente em Jesus Cristo, a autêntica e definitiva aliança entre Deus e Homem, vemos no Evangelho de João.
São Paulo, na segunda leitura, a Carta aos Efésios, nos diz que conhecendo o amor de Jesus Cristo, teremos “a capacidade de compreender, com todos os santos, qual a largura, o comprimento, a altura, a profundidade, e de conhecer o amor de Cristo, que ultrapassa todo conhecimento, a fim de que sejais cumulados até receber toda a plenitude de Deus’.
O Coração de Jesus é a explicitação do Amor de Deus, é a fonte do Amor onde todos nós saciaremos nosso desejo de amar e ser amado.
Fomos criados à imagem e semelhança de Jesus Cristo, por isso, ansiamos que o nosso coração seja semelhante ao d’Ele.
O homem feliz é aquele que ama até o fim: assim é feliz, não esperando retribuição, mas amando eternamente, em um ágape total e absoluto. Quando JESUS estava pregado a Cruz, conforme descreve São João Evangelista no seu evangelho, o centurião Longino para verificar se ELE estava vivo ou morto, cravou sua lança no lado direito do SENHOR, entre a 5ª e a 6ª costela, atingindo o Coração do Redentor e naquele mesmo momento saiu sangue e água (Jo 19,33-34). Os Santos Padres da Igreja viram no "sangue e na água" que saíram de JESUS Crucificado um sentido muito mais profundo: na "água" o símbolo do Sacramento do Batismo e no "sangue" , o simbolo do Sacramento da Eucaristia, e nos dois Sacramentos, o "sinal" da Igreja que nascia para reunir todos as gerações purificadas pelo Sagrado Sangue do Salvador.

segunda-feira, 11 de junho de 2012

Por onde anda Pe. Roberto Lettieri?

07.09.11 12:20
Por: Vanderlúcio Souza | Comentários: 45 Comentários

Pe. Roberto Lettieri
Pe. Roberto Lettieri é o sacerdote fundador da  Fraternidade Filhos da Probreza do Santíssimo Sacramento que ficou conhecida como Toca de Assis. O padre pregava retiros por todo o país e tornou-se afamado de santidade pela piedade com a qual celebrava a Missa. Desde 2008, no entanto, afastou-se da mídia e não se apresenta publicamente, bem como não dirige mais sua fundação.
Diante da pergunta onde está padre Roberto e das inúmeras especulações que surgiram em torno de sua imagem, a irmã Maria Madalena, OCD, escreveu uma carta que foi replicada no blog Guarda Roupa esclarecendo, em partes, a situação do religioso.
No início  Freira relata o pesar pelas mentiras ditas e espalhadas sobre a situação do padre. Muitas davam conta de desequilíbrio mental. “Isto é uma afirmação muito GRAVE E MUITO SÉRIA, a que não tem confirmação nem no comportamento dele nem em laudos médicos. É muito triste difamar um Ministro do Senhor com estas e outras acusações falsas e pesadas”, escreve a religiosa.
Espalhou-se que pe. Roberto não celebrava mais a Eucaristia. Mentira, segundo a irmã. “o Padre nunca deixou de celebrar a Santa Missa um só dia. Não foi suspenso das Ordens, e celebra da mesmíssima forma do seu costume, TODOS OS DIAS, na capela da Bom Pastor. Os poucos filhos que participam percebem que celebra com o mesmo ardor, fervor e amor de sempre o Santo Sacrifício, com a mesma duração, como se tivesse diante de 10.000 pessoas! Muito embora, nunca tenha se importado com a quantidade de pessoas presentes”, desabafa.
“acusação”
Em seguida a freira explica qual seria a “acusação” com fundo de verdade feita contra o sacerdote. “A única “acusação”, se eu posso usar essa palavra, está em que “levou o povo a idolatrar sua própria imagem”, diz e relata as consequências. “por causa disso alguns bispos pediram que não se apresentasse em manifestações públicas. E por fim, com o desenrolar do discernimento da Igreja, na semana retrasada, D. Bruno pediu que o Conselho dos Irmãos administrasse o Instituto masculino, colocando à frente o Ir. Gabriel, por 1 ANO. Já o ramo feminino continua tendo à frente a Ir. Maria dos Anjos”, esclarece.
Na sequência da carta irmã Maria Madalena expressa a tristeza pela situação do fundador mas relembra que não é o primeiro a ficar afastado de sua fundação na história da igreja.  A conjuntura pode ser um desígnio divino que eleva alguns às honras da cruz. “.Foi um desígnio de Deus que o Pe. Pio não celebrasse mais publicamente, porque era grande o incômodo que aquela multidão causava na capela, no convento e na cidade? Sim, certamente. Foi um desígnio de Deus que Santa Paulina fosse afastada como fundadora da Congregação que fundou, e proibida de permanecer na cidade da Casa Geral? Sim, certamente. Foi um desígnio de Deus que Santo Afonso de Ligório fosse “expulso” pelos próprios filhos da Congregação que fundou, os Redentoristas? Sim. E não me alongarei a falar da vida daqueles a quem Deus elevou à Cruz, juntamente com Seu Filho Amado. Aqueles que dão frutos, o Senhor poda para que dê mais fruto! Como são as podas da Vinha de Cristo? A Igreja não eleva seus filhos às honras dos altares sem antes ter elevado-os às honras da Cruz. Por isso, mesmo que não entendamos, acompanhemos com reverência o que a Santa Igreja, no momento, determina”, sentencia.
A religiosa termina a carta convidando todos a orar pelos sacerdotes. “Rezemos, caríssimos, pelos sacerdotes, precisam muito de nossas orações…Caminhemos unidos na oração uns pelos outros, segurando a tocha da fé e da confiança em Deus”, conclui.
Aparição na TV
No início deste ano padre Roberto  apareceu em uma reportagem do RJ-TV sobre a ajuda aos flagelados das  enchentes que devastaram Petrópolis e Nova Friburgo. Na ocasião, com semblante de alegria, o sacerdote ajudava às vítimas. “Vou ficar aqui uns dias suficientes, assim que… que for necessário, pra tentar dar a minha parte né, do coração, porque eu não consegui ficar vendo pela televisão somente. Como sacerdote, agente tem que… todos os cristãos, todas as pessoas humanas né, agente setiu no coração isso. Eu vim pra cá e tô feliz, podendo colaborar com o pessoal mais sofrido dessa tragédia” , disse ao repórter.
Confira o vídeo da reportagem:
Situação atual
Hoje, Pe. Roberto encontra-se na Diocese de Campinas logo depois de ter feito retiro de um ano em Jerusalém. Leia abaixo carta de dom Bruno sobre a situação do sacerdote e da Toca de Assis.
Carta de Dom Bruno a respeito da situação atual da Toca de Assis e do Padre Roberto

Com alegria apresentamos aqui uma declaração oficial de Dom Bruno Gamberini, Arcebispo de Campinas e principal responsável pela Toca de Assis na Igreja.
Ele apresenta o posicionamento da Igreja a respeito da Toca de Assis, seu carisma e seu fundador. Manifesta todo apoio que a Igreja, por meio de seus bispos, tem nos dado neste momento.
É para todos nós um incentivo e um estímulo nos desafios que surgem a cada dia.
Estarei transcrevendo abaixo o texto da carta na integra, e depois do texto uma cópia digitalizada da carta com o timbre e o carimbo da Arquediocese e a assinatura do Arcebispo e dos Ministros Gerais.
À familia Toca de Assis, aos Filhos e Filhas da Pobreza do Santíssimo Sacramento, leigos, acolhidos, benfeitores, sacerdotes, amigos e outros interessados.
Caríssimos filhos e filhas da Igreja, venho apresentar-lhes um posicionamento sobre a situação da Fraternidade Toca de Assis e seu fundador:
1 – Os Filhos e Filhas da Pobreza do Santíssimo Sacramento, Institutos religiosos também conhecidos como Toca de Assis, é uma obra meritória, nascida do coração de Jesus e que goza de pública estima e grande apoio dos bispos do Brasil. Dão testemunho fiel da Igreja adoradora do Santissimo Sacramento e amorosa servidora dos pobres sofredores.
2 – Pe. Roberto Lettiere possui diante de Deus e dos homens, méritos inegáveis das Obras de Misericórdia, voltadas para os pobres e da difusão da adoração ao Santíssimo Sacramento, que são as colunas dessa familia religiosa fundada por ele.
3 – No início de 2009, Pe Roberto foi afastado do cargo de Ministro Geral dos Filhos da Pobreza. Desde então não atua no governo do instituto, seja em Conselho Geral, em Capítulo ou em quaiquer outras formas de participação. Assumiu como novo Ministro Geral, juntamente com seu conselho, Irmão Gabriel do Verbo de Deus, missão que desempenha até os dias de hoje, no instituto masculino. No instituto feminino continua como Ministra Geral a Irmã Maria dos Anjos do Mistério da Cruz.
4 – Padre Roberto solicitou-me a permissão para recolhimento no eremitério franciscano do Getsêmani, em Jerusalém, local que permaneceu por livre vontade, até final de maio de 2010, quando retornou ao Brasil. Desde então, por motivos pessoais, encontra-se em residência particular na Arquediocese de Campinas, sendo pessoalmente por mim acompanhado.
Sendo assim toda a Toca de Assis vem passando por um importante processo de reestruturação, onde pela graça de Deus, tem se tornado mais madura, sólida e estável. A Igreja por meio de seus bispos, tem dado todo o apoio necessário e tem acompanhado de perto cada passo dado. A Igreja tem reconhecido a autenticidade deste carisma e a beleza do florescer do Amor de Deus nesta Família religiosa, tão especial aos seus olhos e aos de Jesus.
Apoiem a Fraternidade Toca de Assis, rezem por esta família e auxiliem em suas necessidades!!!
Campinas-SP, 30 de julho de 2010.
Assinam a carta Dom Bruno Gamberini (Arcebispo Metropolitano de Campinas), Irmão Gabriel do Verbo de Deus (Ministro Geral dos Filhos da Pobreza do Santíssimo Sacramento) e Irmã Maria dos Anjos dos Mistérios da Cruz ( Ministra Geral das Filhas da Pobreza do Santissimo Sacramento)
Confira vídeo com fotos de Pe. Roberto Lettieri em Jerusalém.
Também em uma matéria sobre  a terra santa produzida pelo Jornal Hoje, da rede Globo de Televisão, o frade foi filmado. Assista ao vídeo.
(o último vídeo foi uma dica do leitor do blog e internauta Lucas Lemos)

domingo, 10 de junho de 2012

Ano da fé



Arquivo
''A porta da fé está sempre aberta para nós'', escreve o Papa na Carta Apostólica
O Vaticano divulgou a Carta Apostólica com a qual o Papa Bento XVI proclama o Ano da Fé. O documento, intitulado Porta Fidei - A porta da Fé, foi assinado pelo Pontífice em 11 de outubro, mas foi divulgado na manhã desta segunda-feira, 17.

"A PORTA DA FÉ, que introduz na vida de comunhão com Deus e permite a entrada na sua Igreja, está sempre aberta para nós. É possível cruzar este limiar, quando a Palavra de Deus é anunciada e o coração se deixa plasmar pela graça que transforma", indica o Santo Padre no início do texto.

"Nesta perspectiva, o Ano da Fé é convite para uma autêntica e renovada conversão ao Senhor, único Salvador do mundo", salienta.

Acesse.: NA ÍNTEGRA: Carta Apostólica Porta Fidei, de Bento XVI

O Ano da Fé iniciará em 11 de outubro de 2012, no 50º aniversário de abertura do Concílio Vaticano II, e terminará em 24 de novembro de 2013, Solenidade de Cristo Rei do Universo. "Será um momento de graça e de empenho para uma sempre mais plena conversão a Deus, para reforçar a nossa fé n'Ele e para anunciá-Lo com alegria ao homem do nosso tempo", explicou o Papa durante a Missa de encerramento do Encontro Novos Evangelizadores para a Nova Evangelização, que presidiu neste domingo, 16, na Basílica Vaticana.

Bento XVI salienta que atravessar a porta da fé é embrenhar-se num caminho que dura a vida inteira. "Este caminho tem início com o Batismo, pelo qual podemos dirigir-nos a Deus com o nome de Pai, e está concluído com a passagem através da morte para a vida eterna", indica.

De fato, desde o início de seu ministério 
como Sucessor de Pedro, o atual Pontífice sublinha a necessidade de redescobrir o caminho da fé para fazer brilhar, com evidência sempre maior, a alegria e o renovado entusiasmo do encontro com Cristo. "Devemos readquirir o gosto de nos alimentarmos da Palavra de Deus, transmitida fielmente pela Igreja, e do Pão da vida, oferecidos como sustento de quantos são seus discípulos", adverte na Porta Fidei.


Ano da Fé

Não é a primeira vez que a Igreja é chamada a celebrar um Ano da Fé. Já o Servo de Deus Papa Paulo VI, em 1967, proclamou um ano semelhante, para celebrar o 19º centenário do martírio dos apóstolos Pedro e Paulo.

"Pareceu-me que fazer coincidir o início do Ano da Fé com o cinquentenário da abertura do Concílio Vaticano II poderia ser uma ocasião propícia para compreender que os textos deixados em herança pelos Padres Conciliares, segundo as palavras do Beato João Paulo II, 'não perdem o seu valor nem a sua beleza'. [...] Quero aqui repetir com veemência as palavras que disse a propósito do Concílio poucos meses depois da minha eleição para Sucessor de Pedro: 'Se o lermos e recebermos guiados por uma justa hermenêutica, o Concílio pode ser e tornar-se cada vez mais uma grande força para a renovação sempre necessária da Igreja'", escreve Bento XVI na Carta Apostólica divulgada nesta segunda-feira.

Em 11 de Outubro de 2012, além dos 50 anos da convocação do Vaticano II, também se completarão 20 anos da publicação do Catecismo da Igreja Católica, texto promulgado pelo Beato Papa João Paulo II. Conforme Bento XVI, este Ano deverá exprimir um esforço generalizado em prol da redescoberta e do estudo dos conteúdos fundamentais da fé, que têm no Catecismo a sua síntese sistemática e orgânica.

"Assim, no Ano em questão, o Catecismo da Igreja Católica poderá ser um verdadeiro instrumento de apoio da fé, sobretudo para quantos têm a peito a formação dos cristãos, tão determinante no nosso contexto cultural. [...] Com tal finalidade, convidei a Congregação para a Doutrina da Fé a redigir, de comum acordo com os competentes Organismos da Santa Sé, uma Nota, através da qual se ofereçam à Igreja e aos crentes algumas indicações para viver, nos moldes mais eficazes e apropriados, este Ano da Fé ao serviço do crer e do evangelizar", revela.

Da mesma forma, será decisivo repassar a história da fé, que faz ver o mistério insondável da santidade entrelaçada com o pecado. O Ano da Fé também será uma ocasião propícia para intensificar o testemunho da caridade. "A fé sem a caridade não dá fruto, e a caridade sem a fé seria um sentimento constantemente à mercê da dúvida. Fé e caridade reclamam-se mutuamente, de tal modo que uma consente à outra de realizar o seu caminho. [...] Possa este Ano da Fé tornar cada vez mais firme a relação com Cristo Senhor, dado que só n’Ele temos a certeza para olhar o futuro e a garantia dum amor autêntico e duradouro. [...] À Mãe de Deus, proclamada «feliz porque acreditou» (cf. Lc 1, 45), confiamos este tempo de graça", escreve.
Arquivo
Bento XVI: "O cristão não pode jamais pensar que o crer seja um fato privado. A fé é decidir estar com o Senhor, para viver com Ele"
O Bispo de Roma convida também seus Irmãos Bispos de todo o mundo a comemorar o dom precioso da fé. "Queremos celebrar este Ano de forma digna e fecunda. Deverá intensificar-se a reflexão sobre a fé, para ajudar todos os crentes em Cristo a tornarem mais consciente e revigorarem a sua adesão ao Evangelho, sobretudo num momento de profunda mudança como este que a humanidade está a viver. Teremos oportunidade de confessar a fé no Senhor Ressuscitado nas nossas catedrais e nas igrejas do mundo inteiro, nas nossas casas e no meio das nossas famílias, para que cada um sinta fortemente a exigência de conhecer melhor e de transmitir às gerações futuras a fé de sempre. Neste Ano, tanto as comunidades religiosas como as comunidades paroquiais e todas as realidades eclesiais, antigas e novas, encontrarão forma de fazer publicamente profissão do Credo. Desejamos que este Ano suscite, em cada crente, o anseio de confessara fé plenamente e com renovada convicção, com confiança e esperança. Será uma ocasião propícia também para intensificar a celebração da fé na liturgia, particularmente na Eucaristia. [...] Esperamos que o testemunho de vida dos crentes cresça na sua credibilidade. Descobrir novamente os conteúdos da fé professada, celebrada, vivida e rezada e refletir sobre o próprio ato com que se crê, é um compromisso que cada crente deve assumir, sobretudo neste Ano".

Desafios

O Papa analisa que nos dias atuais, mais do que no passado, a fé vê-se sujeita a uma série de interrogativos, que provêm de uma mentalidade que  reduz o âmbito das certezas racionais ao das conquistas científicas e tecnológicas. "Mas a Igreja nunca teve medo de mostrar que não é possível haver qualquer conflito entre fé e ciência autêntica, porque ambas tendem, embora por caminhos diferentes, para a verdade", ensina.

Da mesma forma, o professar com a boca indica que a fé implica um testemunho e um compromisso públicos. "O cristão não pode jamais pensar que o crer seja um fato privado. A fé é decidir estar com o Senhor, para viver com Ele. E este 'estar com Ele' introduz na compreensão das razões pelas quais se acredita. A fé, precisamente porque é um ato da liberdade, exige também assumir a responsabilidade social daquilo que se acredita".

A renovação da Igreja realiza-se também através do testemunho prestado pela vida dos crentes: "de fato, os cristãos são chamados a fazer brilhar, com a sua própria vida no mundo, a Palavra de verdade que o Senhor Jesus nos deixou", adverte.

Por fim, Bento XVI lembra que Jesus Cristo, em todo o tempo, convoca a Igreja, confiando-lhe o anúncio do Evangelho, com um mandato que é sempre novo.

"Por isso, também hoje é necessário um empenho eclesial mais convicto a favor de uma nova evangelização, para descobrir de novo a alegria de crer e reencontrar o entusiasmo de comunicar a fé. Na descoberta diária do seu amor, ganha força e vigor o compromisso missionário dos crentes, que jamais pode faltar. Com efeito, a fé cresce quando é vivida como experiência de um amor recebido e é comunicada como experiência de graça e de alegria. A fé torna-nos fecundos, porque alarga o coração com a esperança e permite oferecer um testemunho que é capaz de gerar.[...] Só acreditando é que a fé cresce e se revigora; não há outra possibilidade de adquirir certeza sobre a própria vida, senão abandonar-se progressivamente nas mãos de um amor que se experimenta cada vez maior porque tem a sua origem em Deus".

Congresso dissidente no Brasil promove teologia contrária à doutrina católica

BRASILIA, 08 Jun. 12 / 03:26 pm (ACI)

Teólogos e pensadores sancionados pela Igreja por difundir ideias contrárias à doutrina católica participarão de um congresso latino-americano que busca equiparar o Concílio Vaticano II com a teologia marxista da liberação em São Leopoldo (RS). O evento leva o nome de "Congresso Continental de Teologia: Aos 50 anos do Vaticano II e 40 anos da Teologia Latino-americana e Caribenha" e admite ademais promotores da ideologia de gênero.

O evento se realiza entre os dias 7 a 11 de outubro de 2012 na universidade jesuíta Unisinos, com o apoio da Pontifícia Universidade Javeriana da Colômbia (que há poucos dias apoiou a adoção de crianças por casais homossexuais) o grupo de pressão Amerindia e a agência informativa de cunho marxista Adital, que tem entre seus colunistas o frade dominicano brasileiro Carlos Alberto Libânio Christo, mais conhecido como "Frei Betto", que promove a despenalização do aborto.

ACI Digital teve acesso ao programa oficial do evento que contará com a presença de teólogos como o espanhol Andrés Torre Queiruga, cujas obras foram recentemente consideradas incompatíveis com a doutrina da Igreja pela Conferência Episcopal Espanhola.

Outro participante do evento é o conhecido autor e conferencista Leonardo Boff, considerado um dos principais promotores da teologia marxista da liberação, quem na década de 90 abandonou o sacerdócio, casou-se, e se afastou da Igreja Católica para converter-se em "ecoteólogo de matriz católica" dedicado a escrever livros de ecologia e “espiritualidade”.

Jon Sobrino, sacerdote jesuíta e líder entre os teólogos marxistas, também se apresentará no congresso latino-americano apesar da que suas idéias "não estejam conformes com a doutrina da Igreja", como opinou a Congregação para a Doutrina da Fé no ano 2007 através de uma notificação oficial.

O Bispo de Jales (SP), Dom Luiz Demétrio Valentini, conhecido por suas posturas favoráveis à teologia marxista da libertação também comparecerá ao evento da Unisinos. Dom Valentini causou repúdio dos católicos em abril deste ano ao dar uma palestra em uma loja maçônica e anteriormente por ter criticado Dom Luiz Gonzaga Bergozini, bispo emérito de Guarulhos, por ter defendido o direito à vida contra o aborto durante toda a campanha presidencial de 2010. 

A teóloga María del Pilar Aquino, que qualificou o pontificado do hoje Beato Papa João Paulo II como autoritário, centralista, conservador e imperialista, dará uma exposição sobre "Teologia e Espiritualidade libertadora".

O jesuíta espanhol e radicado na Bolívia, Víctor Codina, que em um escrito considerou a Igreja Católica como uma velha míope, surda e com Alzheimer, dará a conferência "As Igrejas no Continente 50 anos depois do Vaticano II: questões pendentes".

Raúl Fornet Betancourt, filósofo que sustenta que para a realização da "opção pelos pobres" difundida pelos teólogos marxistas da libertação é necessária uma opção "por outro mundo, e por outra Igreja e por outro cristianismo", participará do congresso com a exposição "Novos sujeitos e interculturalidade".

Uma conferência aberta será dada pelo sacerdote Gustavo Gutiérrez, teólogo peruano considerado o pai da teologia marxista da liberação, no dia 9 de outubro.

O congresso, apesar de seu suposto caráter religioso, não prevê a celebração de Missa em nenhum dos seus cinco dias, neles apenas serão realizados "momentos de espiritualidade", os quais estão baseados em temáticas como a entronização da Bíblia, o ecumênico e o indígena.

A programação do evento, divulgada sem os nomes dos palestrantes, pode ser vista em: http://www.unisinos.br/eventos/congresso-de-teologia/programacao/programa#

quinta-feira, 7 de junho de 2012

corpus christi

Paz e Bem!
A festa de Corpus Christi tem por objetivo celebrar solenemente o mistério da Eucaristia - o sacramento do Corpo e do Sangue de Jesus Cristo.

Fotos de tapetes de Corpus Christi e o significado do feriado
Acontece numa quinta-feira, em alusão à Quinta-feira Santa, quando se deu a instituição deste sacramento. Durante a última ceia de Jesus com seus apóstolos, Ele mandou que celebrassem sua lembrança comendo o pão e bebendo o vinho que se transformariam em seu Corpo e Sangue.
Fotos de tapetes de Corpus Christi e o significado do feriado
"O que come a minha carne e bebe o meu sangue, tem a vida eterna, e eu o ressuscitarei no último dia.
Porque a minha carne é verdadeiramente comida e o meu sangue é verdadeiramente bebida.

O que come a minha carne e bebe o meu sangue permanece em mim e eu nele. O que come deste pão viverá eternamente" (Jo 6, 55 - 59).

quarta-feira, 6 de junho de 2012

A festa de Corpus Christi

A Festa de Corpus Christi é a celebração em que solenemente a Igreja comemora a instituição do Santíssimo Sacramento da Eucaristia; sendo o único dia do ano que o Santíssimo Sacramento sai em procissão às nossas ruas. 
Propriamente é a Quinta-feira Santa o dia da instituição, mas a lembrança da Paixão e Morte do Salvador não permite uma celebração festiva. Por isso, é na Festa de Corpus Christi que os fiéis agradecem e louvam a Deus pelo inestimável dom da Eucaristia, na qual o próprio Senhor se faz presente como alimento e remédio de nossa alma. A Eucaristia é fonte e centro de toda a vida cristã. Nela está contido todo o tesouro espiritual da Igreja, o próprio Cristo.
A Festa de Corpus Christi surgiu no séc. XIII, na diocese de Liège, na Bélgica, por iniciativa da freira Juliana de Mont Cornillon, (†1258) que recebia visões nas quais o próprio Jesus lhe pedia uma festa litúrgica anual em honra do sacramento da Eucaristia. 
Aconteceu, porém, que quando o padre Pedro de Praga, da Boêmia, celebrou uma Missa na cripta de Santa Cristina, em Bolsena, Itália, aconteceu um milagre eucarístico: da hóstia consagrada começaram a cair gotas de sangue sobre o corporal após a consagração. Alguns dizem que isto ocorreu porque o padre teria duvidado da presença real de Cristo na Eucaristia. 
O Papa Urbano IV (1262-1264), que residia em Orvieto, cidade próxima de Bolsena, onde vivia S. Tomás de Aquino, informado do milagre, então, ordenou ao Bispo Giacomo que levasse as relíquias de Bolsena a Orvieto. Isso foi feito em procissão. Quando o Papa encontrou a Procissão na entrada de Orvieto, teria então pronunciado diante da relíquia eucarística as palavras: “Corpus Christi”. 
Em 11 de agosto de 1264 o Papa emitiu a bula "Transiturus de mundo", onde prescreveu que na quinta-feira após a oitava de Pentecostes, fosse oficialmente celebrada a festa em honra do Corpo do Senhor. 
São Tomás de Aquino foi encarregado pelo Papa para compor o Ofício da celebração. O Papa era um arcediago de Liège e havia conhecido a Beata e percebido a luz sobrenatural que a iluminava e a sinceridade de seus apelos.
Em 1290 foi construída a belíssima Catedral de Orvieto, em pedras pretas e brancas, chamada de "Lírio das Catedrais". Antes disso, em 1247, realizou-se a primeira procissão eucarística pelas ruas de Liège, como festa diocesana, tornando-se depois uma festa litúrgica celebrada em toda a Bélgica, e depois, então, em toda o mundo no séc. XIV, quando o Papa Clemente V confirmou a Bula de Urbano IV, tornando a Festa da Eucaristia um dever canônico mundial. 
Em 1317, o Papa João XXII publicou na Constituição Clementina o dever de se levar a Eucaristia em procissão pelas vias públicas. 
A partir da oficialização, a Festa de Corpus Christi passou a ser celebrada todos os anos na primeira quinta-feira após o domingo da Santíssima Trindade. A celebração normalmente tem início com a missa, seguida pela procissão pelas ruas da cidade, que se encerra com a bênção do Santíssimo. 
Todo católico deve participar dessa Procissão por ser a mais importante de todas que acontecem durante o ano, pois é a única onde o próprio Senhor sai às ruas para abençoar as pessoas, as famílias e a cidade. 
Em muitos lugares criou-se o belo costume de enfeitar as casas com oratórios e flores e as ruas com tapetes ornamentados, tudo em honra do Senhor que vem visitar o seu povo. Tudo isto tem muito sentido e deve ser preservado. 
Começaram assim as grandes procissões eucarísticas e também o culto a Jesus Sacramentado foi incrementado no mundo todo através das adorações solenes, das visitas mais assíduas às Igrejas e da multiplicação das bênçãos com o Santíssimo no ostensório por entre cânticos cada vez mais admiráveis. 
Surgiram também os Congressos Eucarísticos, as Quarenta Horas de Adoração e inúmeras outras homenagens a Jesus na Eucaristia. Muitos se converteram e todo o mundo católico. 

O culto eucarístico não começou no século XIII, pois começou desde o Cenáculo, quando Jesus instituiu a sagrada Eucaristia. Mas faltava, porém, uma festa especial para agradecer ao "Prisioneiro dos Sacrários" esta presença inefável que o faz contemporâneo de todas as gerações cristãs. 

Era necessário, realmente, uma data distinta para que se manifestasse um culto especial ao Corpo e Sangue de Cristo, atraindo d’Ele novas graças e bênçãos para os que caminham neste mundo. 


Prof. Felipe Aquino
felipeaquino@cancaonova.com

EUA: no dia 8 de junho haverá 154 manifestações contra o mandato abortista de Obama

CHICAGO, 05 Jun. 12 / 07:29 pm (ACI/EWTN Noticias) 
Na sexta-feira 8 de junho milhares de pessoas sairão às ruas nos Estados Unidos para participar de –até agora– 154 manifestações pacíficas de protesto contra o mandato abortista do governo do presidente Barack Obama, que fará que a partir de agosto de 2013 todos os empregadores, incluindo os católicos, paguem planos de saúde que cobrem anticoncepcionais e fármacos abortivos.

A iniciativa leva por título "Stand Up For Religious Freedom" (Ponha-se de pé pela Liberdade Religiosa) e reúne mais de 96 organizações e a da sexta-feira será a segunda ocasião em que esta se realiza. A primeira foi a do dia 23 de março e reuniu em todo o país mais de 64 mil pessoas.

Estes protestos se unem agora aos de 43 organizações católicas em todo o país –representando todos os âmbitos nos quais a Igreja atua– contra o mandato abortista do Departamento de Serviços Humanos e Saúde liderado pela católica e promotora do aborto, Kathleen Sebelius, quem foi governadora do estado de Kansas onde o Bispo de sua diocese a proibiu de comungar devido à sua postura anti-vida.

O diretor de Comunicações da "Stand Up For Religious Freedom", Matt Yonke, assinalou que "até agora há 154 manifestações em todo o país, o que representa mais ou menos 10 a mais das que tivemos na vez passada. Esperamos que mais grupos se unam a nós antes da sexta-feira" quando os eventos tenham início ao meio-dia (hora local).

A iniciativa liderada pelos diretores nacionais Eric Scheidler e Monica Miller.

Pouco depois das manifestações pacíficas de 8 de junho, os católicos se unirão aos bispos em uma "Vigília pela liberdade" a favor da liberdade religiosa.

As manifestações procuram que os processos ante a Corte Suprema dêem a razão às instituições católicas, defendendo a liberdade religiosa e a liberdade de consciencia.

Segundo M. Yonke, os católicos e outros crentes "necessitam um lugar significativo na mesa de debate" já que a Igreja "proporcionou cuidado pela saúde por milhares de anos. E nós definitivamente temos algo a dizer a respeito".
    
Depois de assinalar que a oposição ao mandato abortista cresce cada vez mais, Yonke disse que estas manifestações um tentativa para deter "ao governo que quer impor-se a si mesmo em nossa fé".

Mais informação (em inglês): http://standupforreligiousfreedom.com/