sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

02/12
Santa Bibiana ou Viviana 

Na época em que Roma estava sob o poder o imperador Juliano, "o apóstata". Aconteceu um dos últimos surtos de perseguição fatal aos cristãos, entre 361 e 363. O tirano que já tinha renegado seu batismo e abandonado a religião, passou a lutar pela extinção completa do cristianismo.

Começou substituindo todos os cristãos que ocupavam empregos civis por pagãos, tentando colocar os primeiros no esquecimento. Mas não parou por aí. Os mais populares e os mais perseverantes eram humilhados, torturados e, por fim, mortos.

No ano 363, a família de Bibiana foi executada na sua presença, porque não renunciou a fé cristã. Flaviano, seu pai morreu com uma marca na testa que o identificava como escravo. Defrosa, sua mãe foi decapitada. Ela e a irmã Demétria, antes, foram levadas para a prisão.

A primeira a morrer foi Demétria que perseverou na fé, após severos suplícios na presença da irmã. Por último foi o martírio de Bibiana, para a qual, conforme a antiga tradição, o governador local usou outra tática. Foi levada a um bordel de luxo para abandonar a religião ou ser prostituída. Mas os homens não conseguiam se aproveitar de sua beleza, pois a um simples toque, eram tomados por um surto de loucura. Bibiana então foi transferida para um asilo de loucos e lá ocorreu o inverso, os doentes eram curados.

Sem renegar Cristo, foi entregue aos carrascos para ser chicoteada até a morte e o corpo jogado aos cães selvagens. Outro prodígio aconteceu nesse instante, esses não o tocaram. Ao contrário, mantiveram uma distância respeitosa, do corpo da mártir. Os seus restos então foram recolhidos pelos demais cristãos, e enterrado ao lado dos familiares, num túmulo construído monte Esquilino, em Roma.

Finalmente a perseguição sangrenta acabou. A história do seu martírio ganhou uma devoção dos fieis. Santa Bibiana passou a ser incovada contra os males de cabeça e as doenças mentais e a epilepsia. O seu túmulo tornou-se meta de peregrinação e o seu bonito nome escolhido na hora do batismo. Também a conhecida variação, não menos bela, de Viviana se tornou popular na cristandade.

A veneração era tão intensa que o Papa Simplício, mandou construir sob sua sepultura uma pequena igreja dedicada à ela, no ano 407. O culto ganhou um reforço maior ainda quando por volta de 1625, foi erguida sob as ruínas da antiga igreja uma basílica. Nela as relíquias de Santa Bibiana se encontram guardadas debaixo do altar-mor.

Além de ser uma das padroeiras da belíssima cidade de Sevilha, na Espanha, Santa Bibiana é também da diocese de Los Angeles, nos Estados Unidos. É celebrada no dia 02 de dezembro considerado o de sua morte pela fé em Cristo.
01/12
Santo Elói ou Elígio 

Bispo, escultor, modelista, marceneiro e ourives, Elói ou Elígio foi um artista e religioso completo. Nasceu na cidade de Chaptelat, perto de Limoges, em 588, na França. Seus pais, de origem franco-italiana, eram modestos camponeses cristãos com princípios rígidos de honestidade e lealdade, transmitidos com eficiência ao filho. Com sabedoria e muito sacrifício, fizeram questão que ele estudasse, pois sua única herança seria uma profissão.

Assim foi que na juventude Elói ingressou na escola de ourives de Limoges, a mais conceituada da Europa da época e respeitada ainda hoje. Ao se formar mestre da profissão já era afamado pela competência, integridade e honestidade. Tinha alma de monge e de artista, fugia dos gastos com jogos e diversões e tudo gastava com os pobres. Levava uma vida austera e de oração meditativa, ganhando o apelidado de "o monge". Conta-se que sua fama chegou à corte e aos ouvidos do rei Clotário II, em Paris. Ele decidiu contratar Elói para fazer um trono de ouro e lhe deu a quantidade do metal que julgava ser suficiente. Mas, com aquela quantidade, Elói fez dois tronos e entregou ambos ao rei. Admirado com a honestidade do artista, ele o convidou para ser guardião e administrador do tesouro real. Assim, ele foi residir na corte, em Paris.

Elói assumiu o cargo e também o de mestre dos ourives do rei. E assim se manteve mesmo depois da morte do soberano. Quando o herdeiro real assumiu o trono como Dagoberto II quis manter Elói na corte como seu colaborador, pois lhe tinha grande estima. Logo o nomeou um de seus conselheiros e embaixador, devido a confiança em suas virtudes.

Ele também realizou obras de arte importantes como o túmulo de Santo Martinho de Tours, o mausoléu de Santo Dionísio em Paris, o cálice de Cheles e outros trabalhos artísticos de cunho religioso. Além disso, e acima de tudo Elói era um homem religioso, não lhe faltou inspiração para grandes obras beneméritas e na arte de se dedicar ao próximo, em especial aos pobres e abandonados. O dinheiro que recebia, pelos trabalhos na corte, usava todo para resgatar prisioneiros de guerra, fundar e reconstruir mosteiros masculinos e femininos, igrejas e contribuir com outras tantas obras para o bem estar espiritual e material dos mais necessitados. Em 639, o rei Dagoberto II morreu. Elói então ingressou para a vida religiosa.

Dois anos depois era consagrado Bispo de Noyon, na região de Flandres. Foi uma existência totalmente empenhada na campanha da evangelização e re-evangelização, no norte da França, Holanda e Alemanha. Onde se tornou um dos principais protagonistas e se revelou um grande e zeloso pastor a serviço da Igreja de Cristo.

Durante os últimos dezenove anos de sua vida, Elói evitou o luxo e viveu na pobreza e na piedade. Foi um incansável exemplo de humildade, caridade e mortificação.A região de sua diocese estava entregue ao paganismo e a idolatria. Com as pregações de Elói e suas visitas a todas as paróquias, o povo foi se convertendo até que um dia todos estavam batizados.

Morreu no dia 01 de dezembro de 660, na Holanda, durante uma missão evangelizadora. A história da sua vida e santidade se espalhou rapidamente por toda a França, Itália, Holanda e Alemanha, graças ao seu amigo Bispo Aldoeno que escreveu sua biografia.

A Igreja o canonizou e autorizou o seu culto, um dos mais antigos da cristandade. A festa de Santo Elói ou Elígio, padroeiro dos joalheiros e ourives, ocorre na data de sua morte. Entretanto ele é celebrado também como padroeiro dos cuteleiros, ferreiros, ferramenteiros, celeiros, comerciantes de cavalos, carreteiros, cocheiros, garagistas e metalúrgicos.

03/12
São Francisco Xavier 
Francisco de Jasu Y Xavier, nasceu no Castelo de Xavier na Espanha no ano 1506, correspondendo as expectativas dos nobres pais. Estudou Letras, laureando-se na prestigiosa universidade parisiense. Teve a felicidade de viver no mesmo quarto da pensão, com Pedro Favre, que como ele se tornará jesuíta e será beatificado, e com outro estudante importante, Inácio de Loyola, tornando-se um dos primeiros jesuítas. Inácio descobrira aquela alma: Coração tão grande e alma tão nobre - disse-lhe - não se satisfazem com efêmeras honras terrenas. A Sua ambição deve ser a glória que dura para sempre". No dia da Assunção de 1534, na cripta da Igreja de Montmartre, Francisco Xavier, Inácio de Loyola e outros cinco companheiros se consagraram a Deus fazendo voto de absoluta pobreza e decidiram ir à Terra Santa para de lá iniciarem a sua obra missionária, colocando-se para tudo sob a inteira disposição do Papa.

Francisco tomou o caminho de Roma onde colaborou com Inácio de Loyola na redação das Constituições da Companhia de Jesus. A convite do rei de Portugal, foi escolhido missionário e legado pontifício para as colônias portuguesas nas Índias orientais, ele foi o fundador das missões no Oriente, era chamado o Paulo do Oriente. Em dez anos percoreu a Índia, a Málaga, as Molucas e ilhas ainda no estado selvagem: "se não encontrar um barco, irei a nado", dizia Francisco, e acrescentava: "Se naquelas ilhas existissem minas de ouro, os cristãos lá se precipitariam. Mas não existem senão almas para serem salvas". E foi, depois de quatro anos para o Japão, onde, em meio a dificuldades imensas, estabeleceu o primeiro núcleo de cristãos, plantando em toda a parte a semente da Palavra de Deus.

Na ilha de San Chao, aguardando uma embarcação que o levasse à China, caiu gravemente enfermo. Com ele estava um jovem chinês que o guiava. Morreu a beira-mar, no dia 03 de Dezembro de 1552 aos 46 anos de idade. Em sua vida missionária administrou o batismo a mais de trinta mil convertidos.

Oremos: Deus nosso Pai, São Francisco Xavier acolheu o vosso chamado a evangelizar anunciando o vosso Reino de amor e de paz aos povos distantes, tornando-se na fé luz para os corações... Pedimos sua intercessão Senhor para que possamos ser missionários e anunciadores da paz, da concórdia, do perdão, da reconciliação, da justiça, da alegria em nossos próprios lares e comunidades...

06/12
São Nicolau 
Nicolau - se lê na Lenda Áurea - nasceu de ricas e santas pessoas. No dia que tomou o primeiro banho, levantou-se sozinho na bacia"... menino de excelentes qualidades e já inclinado à ascese, pois conforme acrescenta a Lenda, nas quartas e nas sextas-feiras rejeitava o leite materno. Ficando um pouquinho maior desprezava os divertimentos e vaidades e freqüentava mais a Igreja. De São Nicolau, bispo de Mira (Lícia) no século IV, temos várias notícias incluindo algumas lendas que germinaram em torno desta Santo muito popular, cuja imagem todos os anos é reproposta pelos comerciantes nas vestes de Papai Noel (Nikolaus na Alemanha e São Claus nos países anglo-saxões), um velho coroado de barba branca, trazendo nas costas um saco cheio de presentes.

Sua devoção difundiu-se na Europa quando as suas sopostas relíquias, roubadas de Mira por 62 soldados de Bari, e trazidas a salvo, substraindo-as aos invasores turcos, foram colocadas com grandes honras na catedral de Bari a 09 de Maio de 1807. O Santo pastor teve cuidado do seu rebanho, distinguindo-se pela sua generosa caridade. "Um vizinho seu chegou a tal extremo de pobreza que mandou suas três filhas virgens venderem o próprio corpo para assim não morrerem de fome..." Para que fosse evitado esse pecado, São Nicolau, passando três vezes à noite diante da casa do pobrezinho deixou cada vez uma bolsa cheia de moedas de ouro e com esse dote cada uma das filhas teve um bom marido. Conta-se ainda que invocado por alguns marinheiros durante furiosa tempestade no mar, ele lhes apareceu e no mesmo instante o furacão se acalmou. Parece mesmo que com os marinheiros tinha conta aberta: durante uma carestia obteve de um navio de trigo uma grande porção para seus fiéis e depois, quando controlaram a carga, nada faltava. Na Idade Média os dramas e os jogos tiveram como protagonista o santo Taumaturgo.

Hoje, sob as falsas vestes do Papai Noel, São Nicolau nos lembra o grande comandante do amor.

                           
07 / 12
Santo Ambrósio 
Santo Ambrósio nasceu em Tréveros pelo ano 340, sua mãe era profundamente cristã, alma da educação do lar, Ambrósio é o escolhido do Espírito. Era ainda catecúmeno, quando por aclamação popular subiu à sede episcopal de Milão. respeito da religião cristã estava ainda por aprender quase tudo, e se dedicou sobretudo ao estudo da Sagrada Escritura com tanto empenho que logo a dominou. Sua honestidade e integridade o conduzem a aprender o oficio de bispo. A alma de seu apostolado a Escritura Sagrada, lida à luz dos Padres Gregos, principalmente de Orígenes, seu grandíssimo mentor. "Mitiga a tua sede no Antigo e no Novo Testamento; num e noutro estarás bebendo o Cristo".

A atividade diária de Ambrósio era dirigida antes de tudo à orientação da própria comunidade, e cumpria as suas tarefas pastorais dirigindo ao seu povo mais de uma homilia por semana. Santo Agostinho, que foi seu assíduo ouvinte, refere-nos em suas Confissões quão grande foi o prestígio da eloqüência do bispo e Milão e quão eficaz o tom de voz deste apóstolo da amizade. Ele se caracteriza pelo seu pastoreio, máxime no seu zelo pelos pobres. A maioria de seus escritos nasce de sua alma de catequista. A catequese da iniciação cristã, da liturgia e dos sacramentos ocupa um papel preponderante em sua vida.

Jurista preciso e moralista severo, Ambrósio não se esquece do lado social político da fé, a usa com audácia os malefícios do dinheiro e os excessos da propriedade. Afirma com coragem, se dirigindo aos ricos: "Não são teus os bens que distribuis ao pobre, são apenas os deles que lhes destinas. Pois o que fazes é usurpar só para teu uso o que é dado a todos e não aos ricos, porém, os que não usam propriedade são menos numerosos o que aqueles que a usam. Assim, de fato, o que fazes é pagar as tuas dívidas, e não, de forma alguma, distribuir larguezas gratuitamente" (Nobot 55).

Entre seus escritos que não têm relação direta com a sua pregação, recordamos o Deveres dos Ministros, porque enfatizando o conhecido texto ciceroniano e acolhendo todos os elementos, demonstra que o cristianismo pode assimilar sem perigo de alterar o significado da Boa Nova os valores morais naturais que o mundo pagão, o romano em particular, soube expressar.

Santo Ambrósio morreu em Milão no dia 04 de abril de 397. O Evangelho realizou milagres na vida deste Santo, transformando-o, de aristocrata romano, em pai dos pobres e servidor da Igreja. A fé o humanizou e a graça fez dele um pastor dos pequeninos.

08/12
Imaculada Conceição de Maria 
O dogma da Imaculada Conceição de Maria é um dos dogmas mais queridos ao coração do povo cristão. Os dogmas da Igreja são as verdades que não mudam nunca, que fortalecem a fé que carregamos dentro nós e que não renunciamos nunca. 

A convicção da pureza completa da Mãe de Deus, Maria, ou seja, esse dogma foi definido em 1854 pelo Papa Pio IX, através da bula "Ineffabilis Deus", mas antes disso a devoção popular à Imaculada Conceição de Maria já era extensa. A festa já existia no oriente e na Itália meridional, então dominada pelos bizantinos, desde o século VII. 

A festa não existia oficialmente no calendário da Igreja. Os estudos e discussões teológicas avançaram através dos tempos sem um consenso positivo. Quem resolveu a questão foi um frade franciscano escocês e grande doutor em teologia, chamado Beato João Duns Scoto, que morreu em 1308. Na linha de pensamento de São Francisco de Assis, ele defendeu a Conceição Imaculada de Maria, como ínicio do projeto central de Deus: o nascimento do seu Filho feito homem para a redenção da humanidade. 

Transcorrido mais um longo tempo, a festa acabou sendo incluída no calendário romano em 1476. Em 1570 foi confirmada e formalizada pelo Papa Pio V, na publicação do novo ofício e, finalmente, no século XVIII, o Papa Clemente XI tornou-a obrigatória a toda a cristandade. 

Quatro anos mais tarde, as aparições de Lourdes foram as prodigiosas confirmações dessa verdade, do dogma. De fato, Maria proclamou-se explicitamente com a prova de incontáveis milagres: "Eu sou a Imaculada Conceição". 

Deus quis preparar ao seu Filho uma digna habitação. No seu projeto de redenção da humanidade, manteve a Mãe de Deus, cheia de graça, ainda no ventre materno. Assim, toda a obra veio da gratuidade de Deus miseriordioso. Foi Deus que concedeu à Ela o mérito de participar do seu projeto. Permitiu que nascesse de pais pecadores, mas, por preservação divina permanecesse incontaminada. 

Maria então foi concebida sem a mancha do orgulho e do desamor que é o pecado original. Em vista disso, a Imaculada Conceição foi a primeira a receber a plenitude da bênção de Deus, por mérito do seu Filho, e que se manifestou na morte e na Ressurreição de Cristo, para redenção da humanidade que crê e segue seus ensinamentos. 

Hoje não comemoramos a memória de um Santo, mas a solenidade mais elevada, maior e mais preciosa da Igreja: a Imaculada Conceição da Santíssima Virgem Maria, a Rainha de todos os Santos, a Mãe de Deus.


09/12
Santa Joana Francisca de Chantal 

Santa Joana nasceu em Dijon a 28 de Janeiro de 1572. Filga de Benigno Frémiot, presidente do parlamento de Borgonha e de Margarida de Berbizy. No batismo recebeu o nome de Joana, ao qual acrescentou o de Francisca, por ocasião de sua confirmação. Teve esmerada educação. Recusando a casar-se com um fidalgo rico, por ser ele calvinista, mas aceitou casar-se com o barão de Chantal. Conduzida ao castelo de Bourbilly, após o casamento, a primeira ordem que deu foi a de diariamente haver missa, e de a ela assistirem todos os domésticos; por isso ocupou-se da instrução religiosa deles; ocupou-os com discrição, e os ajudou em suas necessidades com grande caridade. Nas festas e nos domingos participava da missa na paróquia. Quando o marido se ausentava não saia de casa, nem havia diversões no castelo. FIcou viúva, aos 28 anos, com um filho e três filhas.

Santa Joana Francisca, sofreu muito após a morte do marido, mas coube fazê-lo cristãmente. Fez voto de castidade e levou vida de profundíssima caridade, vivendo retirada do mundo e dividindo o tempo entre a oração, o trabalho e a educação dos filhos. Estava na casa de seu pai, quando conheceu São Francisco de Sales, bispo de Genebra. Descobriu nele o homem talhado para seu diretor espiritual. A partir daí uma profunda amizade une a ambos. O fruto espiritual dessa amizade será a Congregação da Visitação de Santa Maria, que a baronesa de Chantal fundará juntamente com Jacqueline Fabre e a senhorita Brechard. Com os filhos crescidos e amadurecidos. Casou sua filha mais velha com o barão de Thorens, a outra faleceu pouco depois, e a terceira desposou o conde de Toulonjon. O jovem barão de Chantal com 15 anos foi entregue ao avô materno, que cuidaria de sua educação e de seus bens. A presença da mãe não lhes era mais necessária. Podia sossegada entrar no convento. Brilha nela todo o vigor cristão do amor de Deus acima de tudo e do amor ao próximo por amor a Deus.

A ordem da Visitação começou em Annecy, sob a orientação do bispo de Genebra, e foi se desenvolvendo. Madre Chantal foi obrigada a deixar muitas vezes Annecy para fundar casas em diversas outras cidades, não sem muitas dificuldades e sofrimentos, e até perseguições em Paris.

Santa Joana Francisca de Chantal, morreu em Moulins, no dia 13 de dezembro, depois de rude agonia, pronunciando o nome de Jesus.
   09/12
São João (Juan) Diego Cuauhtlatoatzin 

Os registros oficiais narram que Juan Diego, para nós João Diego, nasceu em 1474 na calpulli, ou melhor, no bairro de Tlayacac ao norte da atual Cidade do México. Era um índio nativo, que antes de ser batizado tinha o nome de Cuauhtlatoatzin, traduzido como "águia que fala" ou "aquele que fala como águia".

Era um índio pobre, pertencia à mais baixa casta do Império Azteca, sem ser, entretanto, um escravo. Dedicava-se ao difícil trabalho no campo e à fabricação de esteiras. Possuía um pedaço de terra, onde vivia feliz com a esposa, numa pequena casa, mas não tinha filhos.

Atraído pela doutrina dos padres franciscanos que chegaram ao México em 1524, se converteu e foi batizado, junto como sua esposa. Receberam o nome cristão de João Diego e Maria Lúcia, respectivamente. Era um homem dedicado, religioso, que sempre se retirava para as orações contemplativas e penitências. Costumava caminhar de sua vila à Cidade do México, a quatorze milhas de distância, para aprender a Palavra de Cristo. Andava descalço e vestia, nas manhãs frias, uma roupa de tecido grosso de fibra de cactos como um manto, chamado tilma ou ayate, como todos de sua classe social.

A esposa, Maria Lúcia, ficou doente e faleceu em 1529. Ele, então, foi morar com seu tio, diminuindo a distância da igreja para nove milhas. Fazia esse percurso todo sábado e domingo, saindo bem cedo, antes do amanhecer. Durante uma de suas idas à igreja, no dia 9 de dezembro de 1531, por volta de três horas e meia, entre a vila e a montanha, ocorreu a primeira aparição de Nossa Senhora de Guadalupe, num lugar hoje chamado "Capela do Cerrinho", onde a Virgem Maria o chamou em sua língua nativa, nahuatl, dizendo: "Joãozinho, João Dieguito", "o mais humilde de meus filhos", "meu filho caçula", "meu queridinho".

A Virgem o encarregou de pedir ao bispo, o franciscano João de Zumárraga, para construir uma igreja no lugar da aparição. Como o bispo não se convenceu, ela sugeriu que João Diego insistisse. No dia seguinte, domingo, voltou a falar com o bispo, que pediu provas concretas sobre a aparição.

Na terça-feira, 12 de dezembro, João Diego estava indo à cidade quando a Virgem apareceu e o consolou. Em seguida, pediu que ele colhesse flores para ela no alto da colina de Tepeyac. Apesar do frio inverno, ele encontrou lindas flores, que colheu, colocou no seu manto e levou para Nossa Senhora. Ela disse que as entregasse ao bispo como prova da aparição. Diante do bispo, João Diego abriu sua túnica, as flores caíram e no tecido apareceu impressa a imagem de Nossa Senhora de Guadalupe. Tinha, então, cinqüenta e sete anos.

Após o milagre de Guadalupe, foi morar numa sala ao lado da capela que acolheu a sagrada imagem, depois de ter passado seus negócios e propriedades ao seu tio. Dedicou o resto de sua vida propagando as aparições aos seus conterrâneos nativos, que se convertiam. Ele amou, profundamente, a santa eucaristia, e obteve uma especial permissão do bispo para receber a comunhão três vezes na semana, um acontecimento bastante raro naqueles dias.
João Diego faleceu no dia 30 de maio de 1548, aos setenta e quatro anos, de morte natural.

O papa João Paulo II, durante sua canonização em 2002, designou a festa litúrgica para 9 de dezembro, dia da primeira aparição, e louvou São João Diego, pela sua simples fé nutrida pelo catecismo, como um modelo de humildade para todos nós.

11/12
Santo Dâmaso I 
São Dâmaso nasceu pelo ano de 305, era de origem espanhola. Era irmão de Santa Irene. Após ter sido diácono na Igreja de Roma com o Papa Libério, onde participou ativamente nos esforços doutrinais para a volta à ortodoxia, foi o sucessor do Papa Libério, cargo que ocupou do ano 366 a 384. A sua firme atitude, que sacudiu o entusiasmo e a aprovação de toda a cristandade quando, não se importando com as ameaças e protecionismos imperiais, depôs todos os bispos vinculados com o arianismo, trouxe à Igreja a unidade, estabelecendo o princípio que a comunhão com o bispo de Roma é o sinal de reconhecimento de católicos e de bispo legítimo. Sua eleição foi marcada por lutas violentas entre as diversas facções, deixando num só dia o saldo de 137 mortos., Papa Dâmaso demonstrou com as obras que a escolha fora certa. Durante seu pontificado houve explosão de ritos, de orações, de peregrinações, com novas instituições litúrgicas e catequéticas para os estudos de revisão do texto da Bíblia e a nova versão em latim (Chamada Vulgata) feita por São Jerônimo, que São Dâmaso chamou para seu secretário.

Naqueles anos a Igreja atingira nova dimensão sócio-religiosa, tornando-se uma componente da vida pública. Podemos lembrar a obra de Santo Ambrósio em Milão. Os bispos podiam escrever, catequizar, advertir e condenar. Em 380, por ocasião do sínodo de Roma, o papa Dâmaso expressou sua gratidão aos chefes do império por terem deixado à Igreja a liberdade de administrar-se por conta própria. Com a liberdade conquistada, antigos lugares de oração, como as catacumbas, teriam ficado em ruína. Ele não só exaltou em seus famosos Títulos (epigramas feitos nas pedras pelo calígrafo Dionísio Filocalo), mas também os honrou dedicando-se pessoalmente à identificação de seus túmulos e à consolidação das criptas que guardavam suas relíquias. Na cripta dos papas, nas catacumbas de São Calisto, ao término da longa epígrafe, acrescentou:"Aqui, eu, Dâmaso, gostaria que fossem sepultados ois meus espólios, mas temo pertubar as piedosas cinzas dos mártires."

São Jerônimo atesta que o papa Dâmaso morreu com quase oitenta anos. Foi sepultado no túmulo que ele mesmo tinha preparado, humildemente longe das cinzas dos mártires, ao longo da via Ardeatina. Seus restos mortais foram reexumados e levados à Igreja de São Lourenço em Dâmaso.

12/12
Nossa Senhora de Guadalupe 

Como toda aparição de Nossa Senhora, a que é venerada hoje é também emocionante. Talvez esta seja uma das mais comoventes, pelo milagre operado no episódio e pela dúvida lançada por um Bispo sobre sua aparição a um simples índio mexicano.

Tudo se passou em 1531, no México, quando os missionários espanhóis já haviam aprendido a língua dos indígenas. A fé se espalhava lentamente por essas terras mexicanas, cujos rituais astecas eram muito enraizados. O índio João Diogo havia se convertido e era devoto fervoroso da Virgem Maria. Assim foi o escolhido para ser o portador de Sua mensagem às nações indígenas. Nossa Senhora apareceu à ele várias vezes.

A primeira vez quando o índio passava pela Colina de Tepyac, próximo à Cidade do México, atual capital, a caminho da igreja. Maria lhe pediu que levasse uma mensagem ao Bispo. Ela queria que naquele local fosse erguida uma capela em sua honra. Emocionado o índio procurou o Bispo João de Zumárraga e contou-lhe o ocorrido. Mas o sacerdote não deu muito crédito à sua narração, não dando resposta se iria, ou não iniciar a construção.

Passado uns dias Maria apareceu novamente a João Diogo, que desta vez procurou o Bispo com lágrimas nos olhos, renovando o pedido. Nem as lágrimas comoveram o Bispo, que exigiu do piedoso homem uma prova de que a ordem partia mesmo de Nossa Senhora.

Deu-se então o milagre. João Diogo caminhava em direção à capital por um caminho distante da Colina onde anteriormente as duas visões aconteceram. O índio, aflito, ia à procura de um sacerdote que desse a extrema unção a um tio seu, que agonizava. De repente Maria apareceu à sua frente, numa visão belíssima. O tranqüilizou quanto à saúde do tio, pois avisou que naquele mesmo instante ele já estava curado. Quanto ao Bispo, pediu a João Diogo que colhesse rosas no alto da colina e as entregasse ao religioso. João ficou surpreso com o pedido, porque a região era inóspita e a terra estéril, além de que, o país atravessava um rigoroso inverno. Mas obedeceu e novamente surpreso encontrou muitas rosas, recém-desabrochadas. João colocou-as no seu manto e, como a Senhora ordenara, foi entrega-las ao Bispo, como prova de sua presença.

E assim fez o fiel índio. Ao abrir na frente do Bispo o manto cheio de rosas, ele viu se formar impressa uma linda imagem da Virgem, tal qual o índio a descrevera antes, mestiça. Espantado, o Bispo seguiu João até a casa do tio moribundo e este já estava de pé, forte e saudável. Contou que Nossa Senhora "morena" lhe aparecera também, o teria curado e renovado o pedido. Queria um santuário na colina de Tepyac, onde sua imagem seria chamada de Santa Maria de Guadalupe. Mas não explicou o porquê do nome.

A fama do milagre se espalhou. Enquanto o templo era construído, o manto com a imagem impressa ficou guardado na capela do paço episcopal. Várias construções se sucederam na colina, ampliando templo após templo, pois as romarias e peregrinações só aumentaram com o passar dos anos e dos séculos.
O local se tornou um enorme Santuário abriga a imagem de Nossa Senhora na famosa Colina e ainda se discute o significado da palavra Guadalupe. Nele está guardado o manto de Santo João Diego, em perfeito estado apesar de passados tantos séculos. Nossa Senhora de Guadalupe é a única a ser representada como mestiça, com o tom de pele semelhante ao das populações indígenas. Por isso o povo a chama carinhosamente de "La Morenita", quando a celebra no dia 12 de dezembro, data da última aparição.

Foi declarada padroeira das Américas, em 1945, pelo Papa Pio XII. Em 1979, como extremado devoto mariano, o Papa João Paulo II visitou esse Santuário e consagrou solenemente toda a América Latina a Nossa Senhora de Guadalupe.

13/12
Santa Luzia 

Santa Luzia, como se lê nas Atas, pertencia a uma família rica de Siracusa. A mãe dela, Eutíquie, ficou viúva e havia prometido dar a filha como esposa a um jovem concidadão. Luzia, que tinha feito voto de conservar-se virgem por amor a Cristo, obteve que as núpcias fossem adiadas, também porque a mãe foi atingida por uma grave doença. Devota de santa Águeda, a mártir de Catânia, que vivera meio século antes, Luzia quis levar a mãe enferma em visita à tumba da Santa. Desta peregrinação a mulher voltou perfeitamente curada e por isso concordou com a filha dando-lhe licença para seguir a vida que havia escolhido; consentiu também que ela distribuísse aos pobres da cidade os bens do seu rico dote. O noivo rejeitado vingou-se acusando Luzia de ser cristã ao procônsul Pascásio. Ameaçada de ser exposta ao prostíbulo para que se contaminasse, Luzia deu ao procônsul uma sábia resposta: "O corpo se contamina se a alma consente."

O procônsul quis passar das ameaças aos fatos, mas o corpo de Luzia ficou tão pesado que dezenas de homens não conseguiram carregá-lo sequer um palmo. Um golpe de espada pôs fim a uma longa série de sofrimentos, mas mesmo com a goela cortada, a jovem continuou a exortar os fiéis a antepor os deveres para com Deus àqueles para com as criaturas, até que os companheiros de fé, que faziam um círculo em volta dela, selaram o seu comovente testemunho com a palavra Amém.

Testemunham-lhe a antiga devoção, que se difundiu muito rapidamente não só no Ocidente, mas também no Oriente. O episódio da cegueira, ao qual ordinariamente chamam a atenção as imagens de Santa Luzia, está provavelmente vinculado ao nome: Luzia (Lúcia) derivada de lux (= luz), elemento indissolúvel unido não só ao sentido da vista, mas também à faculdade espiritual de captar a realidade sobrenatural. Por este motivo Dante Alighieri, na Divina Comédia, atribui a Santa Lúcia ou Luzia a função de graça iluminadora.
Santa Luzia, rogai por nós e pelos nossos. Amém.

14/12

São João da Cruz 
São João da Cruz nasceu perto de Ávila, em Fontiveros, Espanha, no ano de 1542. Era filho de tecelões. Após ter dado prova da sua imperícia nas várias ocupações às quais a família, muito pobre, tentou encaminhá-lo, ao vinte anos, ingressou na Ordem dos Carmelitas. Estudou artes e teologia em Salamanca, onde foi prefeito dos estudantes. Foi ordenado sacerdote no ano de 1567, época em que se encontrou com Santa Teresa de Ávila (Teresa de Jesus) a reformadora das carmelitas. A Santa fundadora tinha em mente ampliar a reforma também aos conventos masculinos da Ordem Carmelita, e seu tino delicado fê-la entrever naquele frade, pequeno, extremamente sério, fisicamente insignificante, mas rico interiormente, o sócio ideal para levar adiante o seu corajoso projeto.

Aos vinte e cinco anos de idade deu prova de coragem e desde esse dia trocou o nome, chamando-se João da Cruz e pôs mãos à obra na reforma, fundando em Durvelo o primeiro convento dos carmelitas descalços. Santa Teresa de Jesus chamava-o de seu pequeno Sêneca, brincava amavelmente com a sua baixa estatura mas não hesitava em considerá-lo o pai de sua alma, afirmando também que não era possível discorrer com ele sobre Deus sem vê-lo em êxtase. Vinte e sete anos mais jovem que Teresa, João de Yepes é uma das figuras da mística moderna.

Mas a volta mística religiosidade do deserto custou ao santo fundador maus-tratos físicos e difamações: em 2577 foi até preso por oito meses no cárcere de Toledo. Mas foi nessas trevas exteriores que se acendeu a grande chama da sua poesia espiritual. " Padecer e depois morrer " era o lema do autor da Noite escura da alma, da Subida do monte Carmelo, do Cântico espiritual e da Chama de amor viva.

São João da Cruz, morreu no convento de Ubeda, aos quarenta e nove anos, no dia 14 de dezembro de 1591. Foi canonizado em 1726. O Papa Pio XI lhe conferiu o título de doutor da Igreja, dois séculos depois.

Oremos: Deus nosso Pai, a exemplo de São João da Cruz, fazei que cada um de nós progrida na vida espiritual e caminhe para vós, que nos inspire o gosto pelas coisas de Deus e nos ensine a vos amor com todas as nossas forças e de todo coração. Amém.

20/12
Santo Domingos de Silos 

É historicamente reconhecida a influência das ordens religiosas na formação da sociedade européia na Idade Média. Numa época onde a força era a suprema lei e o valor militar de um homem se sobrepunha a todos os outros, os monastérios eram verdadeiros oásis de paz e os monges os guardiões da cultura, do direito e da liberdade. Talvez o maior defensor dos valores monásticos tenha sido o religioso Domingos de Silos, que valorizava nos mosteiros o ensino não só da agricultura como dos demais ofícios e artes.

Domingos nasceu no ano 1000, em Navarra, Espanha, no seio de uma família pobre e cristã. Quando menino foi pastor de ovelhas. Já dessa desse período se conta que era bondoso ao extremo, oferecia leite de ovelha para alimentar os caminhantes pobres. Ao mesmo tempo gostava muito de estudar, motivo que levou seus pais a entrega-lo ao padre da paróquia onde moravam. Ele criara uma escola ao lado da igreja.

Saiu-se tão bem, que o padre quis ordená-lo sacerdote. Antes disso, Domingos resolveu experimentar a vida de eremita para depois, enfim, entrar num convento beneditino. Ali descobriu sua verdadeira vocação, pois logo se tornou exemplo para os demais monges. Quando completou trinta anos, foi encarregado de restaurar e reabrir o mosteiro de Santa Maria há muito tempo fechado. Para isso tornou-se esmoleiro, trabalhou como operário, fez de tudo um pouco para conseguir recursos e poder receber os candidatos à vida monástica. A surpresa veio, quando entre eles estava seu próprio pai, além de alguns parentes.

Terminada essa obra foi convidado a ser o abade do mosteiro de São Willian de la Cogola. Foi perseguido, porém, pelo príncipe de Navarra, que tinha a intenção de se apossar dos bens do convento. Assim, teve de se refugiar em Castela. Ali recebeu com prazer a missão de reavivar o mosteiro de São Sebastião de Silos, em Burgos, quase desabitado e em decadência total. Domingos foi abade do mosteiro por mais de trinta anos, sendo considerado seu novo fundador. Imprimiu espírito novo, atividade intensa e fecunda, tornando-o um centro de cultura e cenáculo de evangelização.

Ao final da vida, era chamado de "apóstolo de Castela". Previu a data da própria morte que ocorreu a 20 de dezembro de 1073. Festejado nesse dia pela Igreja como Santo Domingos de Silos, a sua popularidade é muito vasta. Depois de sua morte, o nome do Abade foi impresso na História da Espanha, ao lado de "el Cid Campeador" o libertador do povo espanhol dos invasores infiéis.
São Zeferino 

São Zeferino foi Papa de 202 a 219, um tempo difícil, no qual desencadeou a perseguição de Sétimo Severo.
Sétimo Severo se tornou imperador em 193, foi um período de paz para a comunidade cristã, pois ele não incentivava a perseguição dos cristãos, que ainda existia. Certo dia porém, ele mesmo se opôs a uma manifestação popular contra os cristãos.
Zeferino viveu em um período duro de perseguições, mas foi fiel, também era apreciado como confessor. Foi sepultado nas catacumbas de São Calisto.

São Zeferino...rogai por nós!

21/12
São Pedro Canísio 
São Pedro Kanijs, nasceu em Nimega, Holanda, no ano 1521. Filho do prefeito de Nimega, Pedro Kanijs, em Latim Canisius, teve a responsabilidade de freqüentar ótimas escolaras, Direito canônico em Lovaina e Direito civil em Colônia. Nesta cidade gostava de pessar o tempo livre no mosteiro dos Cartuxos. Ninguém suspeitava queo jovem advogado, a quem o pai havia garantido bom encaminhamento na profissão, sob as ricas roupas carregasse o cilício. A leitura do breve livro dos Exercícios espirituais de Santo Inácio de Loyola determinou uma reviravolta decisiva em sua vida: cumprida a piedosa prática em Mogúncia sob a direção do padre Faber, entrou na Companhia de Jesus, e foi o oitavo que emitiu votos solenes. Na jovem Ordem teve oportunidade de cultivar os seus estudos preferidos e o seu amor pela erudição. A ele se deve a publicação das obras de São Cirilo de Alexandria, de São Leão Magno, de São Jerônimo e de Ósio de Córdoba.

O apelido arranjado para este santo martelo dos hereges é totalmente impróprio, pois pode ser definido como um ferro entre a bigorna e o martelo, isto é, alvo da irritação que a sua pregação suscitava nos ambientes protestantes, e da malevolência e inveja de seus próprios companheiros de religião. Viveu em pleno cliema de reforma e de contra-reforma. Tomou parte ativa no concílio de Trento, como teólogo do cardeal Truchsess e conselheiro do papa. Distinguiu-se por sua cultura teológica, pelo zelo e operosidade, mas também pelo espírito pacífico, conciliador. Santo Inácio chamou-o a Itália e mandou-o à Sicília para aí fundar o primeiro dos renomados colégios, depois Bolonha e mais tarde Alemanha onde permaneceu por 30 anos na qualidade de superior provincial. Teve o merecido epíteto de segundo apóstolo da Alemanha (o primeiro foi são Bonifácio).

São Pedro Canísio morreu a 21 de Dezembro de 1597, em Friburgo, na Suíça. Teve as honras dos altares e o título de doutor da Igreja em 1925.



27/12
São João 
São João era filho de Zebedeu e de Salomé, irmão de Tiago Maior, de profissão pescador, originário de Betsaida, como São Pedro e Santo André e pertenceu ao grupo dos Doze Apóstolos de Jesus. Foi o Mestre quem impôs o apelido humorista a ele e a seu irmão Tiago chamando-os Boanerges, ou seja, "filhos do trovão", para nos indicar um temperamento vivaz e impulsivo, alheio a compromissos e hesitações, até parecendo intolerante e cáustico.

Foi também testemunha da transfiguração, da cura da sogra de Pedro, da agonia no Getsêmani (Mateus 26,37). Ele e Pedro prepararam a Páscoa. Juntamente com Tiago, pediu a Jesus que fizesse descer o fogo do céu sobre os samaritanos... São Paulo o chama de uma das colunas da Igreja de Jerusalém. O autor do quarto Evangelho e do Apocalipse, será classificado pelo Sinédrio como indouto e inculto. No entanto, o leitor mesmo que leia superficialmente os seus escritos percebe não só o arrojo do pensamento, mas também a capacidade de revestir com criativas imagens literárias os sublimes pensamentos de Deus. A voz do juiz divino é como o mugido de muitas águas.

João é sempre o homem da elevação espiritual, mais inclinado à contemplação que à ação. É a águia que desde o primeiro bater das asas se eleva às vertiginosas alturas do mistério trinitário: No principio era o Verbo e o Verbo estava com Deus e o Verbo era Deus". João está entre os mais íntimos de Jesus e nas horas mais solenes de sua vida ele está perto. Está a seu lado na hora da ceia, durante o processo, e único entre os apóstolos, assiste à sua morte junto com Nossa Senhora. 

Conforme tradição unânime ele viveu em Éfeso em companhia de Nossa Senhora e sob o imperador Domiciano foi colocado dentro de uma caldeira de óleo fervendo, daí saindo ileso e, todavia com a glória de ter dado testemunho. Depois do exílio de Patmos tornou definitivamente a Éfeso, onde exortava continuamente os fiéis ao amor fraterno, como também o Apocalipse e o Evangelho. O Evangelho de João mostra que Deus ama os homens e em Jesus dá-lhes a vida. Em Jesus vemos e compreendemos o que devemos ser, como devemos agir: sermos irmãos, colocando-nos aos serviços uns dos outros. Em sua carta, ele mostra o dinamismo do amor: Não é possível amar a Deus sem amar o próximo, formando comunidade.

São João morreu em Éfeso durante o império de Trajano (98-117) e aí foi sepultado.






















































































































































































































































































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