quarta-feira, 4 de novembro de 2020

O Brasil está à beira de um caos e precisamos fazer algo!

 Padre José Eduardo:

IDEOLOGIA DE GÊNERO E A SERIEDADE 

A ideologia de gênero pode ser considerada sob dois aspectos diferentes e complementares: como ideologia formada a partir de estudos interdisciplinares, que engendraram uma nova concepção da identidade, dissolvida a partir de uma epistemologia antisubstancialista, desconstrucionista e pós-estruturalista; ou como um recurso político para a efetivação de uma verdadeira revolução social.

O primeiro aspecto é bastante comentado, especialmente em palestras que focalizam o assunto sob a perspectiva histórico-filosófica, mostrando a incongruência das chamadas "teorias de gênero" e o seu conteúdo substancialmente ideológico.

O segundo aspecto é, contudo, o mais importante no momento e, dada a proximidade da votação do dia 11/11 no STF, é este que gostaria de salientar.

Para entendê-lo, precisamos saber que a impetração da ADI 5668 por parte do PSOL afirma que: 1) ideologia é a negação de qualquer realidade com base numa ideia; 2) a existência de pessoas LGBTQI+ é uma realidade e negá-lo seria uma ideologia; 3) portanto, o STF teria de declarar a obrigatoriedade do ensino das "teorias de gênero" nas escolas do Brasil, visto que a Constituição veda qualquer tipo de discriminação.

O argumento é falacioso por diversos motivos. O primeiro e o mais importante dos quais é que simplesmente a "ideologia de gênero" não afirma a identidade de pessoa alguma, antes, contraria a noção mesma de identidade e, deste modo, é maximamente ideológica (a identidade seria apenas a performance transitória e fluida, sequer suportada por um sujeito).

Contudo, como toda ideologia, a de gênero trabalha com polissemia e, portanto, explora variações com o objetivo preciso de desorientar o interlocutor e deixá-lo nas condições de fazer justamente aquilo que os ideólogos pretendem.

A gravidade da situação é, contudo, ainda mais séria. E, isso, por duas razões:

1. Se o STF julgar procedente a ADI, o ensino de gênero será considerado obrigatório em todas as escolas. A reversão deste quadro será praticamente impossível, pois, decidindo ser inconstitucional a não obrigatoriedade do ensino da ideologia de gênero, o único modo para se reverter o quadro seria a tentativa de um Projeto de Emenda à Constituição (que requer maioria absoluta na Câmara e no Senado), mas nem sequer isto seria realmente possível, pois o STF tem poderes para julgar como inconstitucional inclusive uma PEC, alegando violação de cláusula pétrea, o que tornaria a situação ainda mais crônica e irreversível.

2. Pressupondo que a ideologia de gênero se torne obrigatória, isto iniciará no Brasil um tipo de revolução política muitíssimo mais profunda do que aquelas que já aconteceram na história. Explico.

A Revolução Francesa, a partir da filosofia iluminista, pretendeu dissolver a nobreza para gerar a burguesia, uma elite formada unicamente a partir de critérios econômicos, sob uma ideologia igualitarista.

A Revolução Comunista, a partir da filosofia hegeliana, que é bem mais radical que a iluminista, entendia que a dissolução da burguesia seria a etapa histórica sucessiva, que necessariamente criaria uma ditadura do proletariado, sob uma ideologia igualitarista e totalitária ainda mais forte.

Porém, Marx e Engels já tinham percebido que não seria possível fazer uma Revolução profunda sem acabar com a célula madre da sociedade, a família. Aos poucos, o movimento marxista percebeu que, para destruir a família, era preciso destruir a complementaridade do homem e da mulher (o que eles chamam de heterossexualidade ou heteronormatividade).

Ora, a ideologia de gênero é a ferramenta para o completo desmonte da complementaridade do homem e da mulher através da completa dissolução da própria noção de masculino e feminino.

Isto significa que, caso a ADI 5668 seja aprovada pelo STF – e a maior probabilidade é que o seja – estaremos entrando numa nova Revolução, que irá dissolver a própria família, dissolvendo a identidade das criancinhas desde a escola. Que a personalidade de uma criança esteja em formação e possa ser profundamente manipulada, isso é de escandalosa obviedade.

É evidente que estes resultados não se percebem de imediato, mas apenas depois de dez ou vinte anos podem ser visíveis na superfície da sociedade: é necessário ter toda uma geração formada nas escolas para, depois, observar-se o fenômeno da dissolução do tecido social em larga escala.

O que fazer diante disto? É preciso que nos manifestemos fortemente, usando a única arma que nós temos. Os ministros do STF não são eleitos pelo povo e, deste modo, não são suscetíveis à pressão popular. Apenas os deputados e senadores o são. 

Por isso, eles podem usar um instrumento de pressão: o PL 4754 que responsabiliza os ministros do Supremo por crime de responsabilidade caso usurpem prerrogativas do poder legislativo, o que abriria o caminho para processos de impeachment.

Precisamos agir e pedir que o PL 4754 seja pautado antes da votação do dia 11/11. Caso contrário, corremos o risco de entrar numa nova Revolução, da qual não teremos mais volta.


Fonte :

https://www.facebook.com/Pe.JoseEduardo/posts/219873426164525

sábado, 24 de outubro de 2020

O Papa Francisco realmente aprova a união homoafetiva?

 Diante de mais uma polêmica em torno de pronunciamentos do Papa Francisco a grande mídia noticiou que este havia aprovado a união homoafetiva. Mas, será mesmo?

Deixando claro

O site O Catequista fez uma longa explanação sobre o assunto e, convidamos você a separar um tempo para ler e compreender mais este fato.

Segue matéria na íntegra:

É treta, povo católico!

Hoje (21-10) o Papa Francisco foi novamente notícia por conta de uma declaração dada no documentário “Francesco”, que estreou no Festival de Cinema de Roma. O filme aborda a pastoral do Papa e suas opiniões sobre temas sociais em evidência.

A fala que caiu como uma bomba na imprensa aconteceu em uma parte do filme dedicada à questão das pessoas com atração pelo mesmo sexo, e foi a seguinte:

“Os homossexuais têm o direito de estar em uma família. São filhos de Deus e têm o direito de estar em uma família. Não se pode expulsar ninguém de uma família ou atirar alguém na miséria por isso. O que temos que fazer é uma lei de convivência civil. Assim terão o direito de estar cobertos legalmente.” Este é o link do vídeo em espanhol.

Ponto a ponto

A primeira coisa que chama atenção é o fato de que Francisco não parece estar falando de uma união civil homossexual nas primeiras frases. Ele claramente parece estar se referindo ao problema de um homossexual ser expulso de sua família.

Então, quando ele diz que todos merecem ter família, não está, como a imprensa tem destacado, falando que eles deveriam “se casar”.

Na parte final da sua declaração, ele coloca a necessidade de uma lei de convivência civil. Nesse momento, o papa pode ainda estar falando sobre os direitos de um filho(a) homossexual. É difícil ter certeza sem ver o filme inteiro. Porém, é realmente mais provável que ele esteja falando da necessidade de garantir direitos para um relacionamento entre pessoas do mesmo sexo. E, nesse último caso, precisamos questionar:

Uma afirmação assim pode alterar a doutrina ou modus operandi da Igreja?

NÃO. EM HIPÓTESE ALGUMA. NADA MUDA!

O papa pode mudar a lei da Igreja?

É muito importante afirmar categoricamente que, se o Papa Francisco realmente afirmou ser favorável a esse tipo de união, nada muda em termos de doutrina ou conduta. Neste caso, estaríamos diante apenas de uma opinião pessoal e não de um ensinamento oficial do Magistério.

Em outras palavras: nenhum católico pode, a partir de uma frase solta de documentário, afirmar nada diferente da doutrina que a Igreja guarda há dois mil anos, e que é imutável. Sobre isso, ponto final. Não há dúvidas aqui.

Mas mesmo não mudando nada, faz sentido ir um pouco além de se debruçar sobre a pergunta que todos estão se fazendo nesse momento: O Papa Francisco é favorável à união civil entre pessoas do mesmo sexo?

A resposta aqui também é NÃO. Francisco não é favorável à união civil entre pessoas do mesmo sexo e muito menos à equiparação desse tipo de relacionamento com a família. Além disso, também é contra a adoção de crianças por “casais” (duplas) homossexuais.

A Deus o que é de Deus

O que se pode entender dentro do contexto deste documentário é que Francisco parece estar deixando claro que, se algo precisa ser feito, só pode ser feito na esfera civil e dentro de questões objetivas. Mas como podemos ter tanta certeza sobre o posicionamento de Francisco nesta questão?

Pelo seu histórico. Francisco sempre se posicionou contrário à legalização da união civil homossexual em todos os foros dos quais participou, e lutou ativamente contra uma lei do tipo na Itália e também na Argentina, quando ainda era arcebispo de Buenos Aires.

Para que não reste absolutamente nenhuma dúvida sobre isso, vamos mostrar uma lista completa dos pronunciamentos do Papa acerca do tema desde o início do seu pontificado, começando pelo mais recente. Assim, evitamos qualquer efeito nefasto de uma declaração mal entendida ou mesmo descuidada.

DECLARAÇÕES DE FRANCISCO SOBRE A FAMÍLIA E SOBRE A UNIÃO CIVIL HOMOSSEXUAL

Em 25/03/2017, diante das críticas da ONU à Itália por proibir a adoção de crianças por “casais” homossexuais, Francisco disse:

“Seria possível questionar-se: o Evangelho continua a ser alegria para o mundo? E mais ainda: a família continua a ser uma boa notícia para o mundo de hoje? Estou convicto que sim! E este «sim» encontra-se firmemente fundado no desígnio de Deus.

O amor de Deus é o seu «sim» à criação inteira e ao seu âmago, que é o homem. Trata-se do «sim» de Deus à união entre o homem e a mulher, em abertura e ao serviço da vida em todas as suas fases; é o «sim» e o compromisso de Deus a favor de uma humanidade muitas vezes ferida, maltratada e dominada pela falta de amor.

Por conseguinte, a família é o «sim» do Deus Amor. Somente a partir do amor a família pode manifestar, propagar e regenerar o amor de Deus no mundo. Sem o amor não podemos viver como filhos de Deus, nem como cônjuges, pais e irmãos.” (Carta, Encontro Mundial das Famílias, 2018)

FONTE: Site ocatequista.com.br