terça-feira, 26 de agosto de 2014

Um grande grito de paz!

                                

 A humanidade sofre com a mais terrível e insana criação do homem; A guerra! Quantas vidas destruídas, quantas famílias massacradas, quantos sonhos apagados pela ação devastadora, desumana, e irracional do homem que foi criado a imagem e semelhança de Deus. Que criatura é essa que destrói, sem precisar de motivo, o seu próprio semelhante? Que banaliza e torna desprezível o mais alto dom dado por Deus: a vida. Animal racional? ser pensante? protagonista e agente transformador do mundo? ou cruel destruidor e devastador da vida e de tudo que existe? Na verdade, o homem se torna produto do seu próprio egoísmo. A arrogância, a prepotência e a ganância o levar a passar, sem nenhum sentimento, por cima do seu semelhante, colocando os seus interesses escrupulosos, acima de qualquer coisas, até mesmo de Deus. Achando ser senhor da vida e da morte. A palavra de Deus diz que: "Deus não é o autor da morte, a perdição dos vivos não lhe dá alegria alguma. Ele criou tudo para a existência, e as criaturas do mundo devem cooperar para a salvação".(Prov. 1, 13-15). Jesus nos deixa claro que "tudo o que fizeres a um destes pequeninos é a mim que o fazes" (Mt 25, 40). Deus colocar a vida e a morte, mas tem que saber escolher. "Ponho diante de ti a vida e a morte, a benção e a maldição. Escolhe, pois, a vida, para que vivas com a tua posteridade" (Dt 30, 19). Deus torna maldito todo aquele que mata o seu próximo; "E agora maldito és tu desde a terra, que abriu a sua boca para receber da tua mão o sangue do teu irmão" (Gn 4, 11). Sem o amor de Deus no coração, a paz tão sonhada não poderá acontecer. O próprio Jesus nos diz: "sem mim nada podeis fazer" (Jo 15. 5). Se o coração humano estiver fachado para a ação do Espirito de Deus, a paz não acontecerá! 
   A paz é fruto do Espirito Santo. É o primeiro dom pascal que foi dado pelo ressuscitado quando apareceu ao discípulos. (Jo 20, 19-20). O mestre Jesus nos deixa claro que a paz é uma necessidade fundamental, para que o reino de Deus aconteça. Por isso, Ele nos diz: "E, quando entrardes na casa, saudai-a. Se a casa for digna, que a vossa paz repouse sobre ela; se, todavia, não for digna, que a paz retorne para vós". (Mt 10, 12-13). Dizer NÃO a guerra é, antes de tudo, ser promotores da paz, construtores comprometidos com a realidade, em primeiro lugar; em nossa casa e em nossa vida. Porque ninguém muda o mundo sem antes não mudar a si mesmo. 

sexta-feira, 22 de agosto de 2014

Anna Catharina Emmerich: grande mística da Igreja

Nascimento e sua infância.

Anna Catharina Emmerich, Religiosa Agustina, estigmática e extática, filha de camponeses pobres, mas piedosos, nasceu na aldeia de Flamsche, perto de Coesfeld na Diocese de Muster, em Westphalia Alemanha, no dia 8 de Setembro de 1774, foi batizada no mesmo dia e morreu no dia 9 de fevereiro de 1824 na localidade de Dulmen.

Desde a primeira infância, não cessou de receber do Céu uma direção superior. Via freqüentemente o Anjo da Guarda e brincava com o Menino Jesus, nos prados e no jardim. A Mãe de Deus, a Rainha do Céu, apresentava-se muitas vezes e também os Santos lhe eram bons e afetuosos amigos.
Quando era criança, falava com toda a simplicidade dessas visões e fatos íntimos, pensando que as outras crianças vissem e experimentassem o mesmo; vendo, porém, que se admiravam das suas narrações, começou a guardar silêncio, pensando que era contra a modéstia falar dessas coisas.

Anna Catharina tinha um gênio alegre e amável; andava, porém, quase sempre calada e recolhida. Os pais, julgando que fosse por teimosia, tratavam-na com bastante rigor. Ela conta mais tarde:

“Meus pais muitas vezes me censuravam, mas nunca me elogiavam; como, porém, eu ouvisse outros pais louvarem os filhos, julgava-me a pior criança do mundo”.

Era, contudo, de uma grande delicadeza de consciência; a menor transgressão afligia-a tanto, que lhe perturbava a saúde. Quando fez a primeira confissão, sentia tanta contrição, que chorou alto e foi preciso levá-la para fora do confessionário.
Na Primeira Comunhão, cheia de ardente amor, ofereceu-se de novo, sem reservas, ao seu Deus e Senhor.  
Seu trabalho na adolescência.

No auge da mocidade, dos 12 aos 15 anos, Catharina trabalhou, como criada, em casa de ×
um parente camponês, pastoreando rebanhos; depois voltou à casa paterna. Certa vez, trabalhando no campo, ouviu ao longe o toque lento e, sonoro do sino do Convento das Anunciadas, em Coesfeld. Contava então 16 anos apenas. Sentiu-se tão fortemente enlevada com
×a voz daqueles sinos, que lhe pareciam mensageiros do Céu, convidando-a para a vida religiosa e tão grande lhe foi a comoção, que caiu desmaiada e foi levada para casa, onde esteve, por muito tempo, adoentada.
Para conseguir mais facilmente admissão num convento, foi durante três anos trabalhar na casa de uma costureira, em Coesfeld, economizando assim 20 thalers (cerca de 3 libras Inglesas). Depois se mudou para a casa do piedoso organista Soentgen, esperando que, aprendendo a tocar órgão, se lhe facilitasse a entrada para um Convento. Mas a pobreza da família de Soentgen inspirou-lhe tanta compaixão, que, renunciando a tocar órgão, trabalhava na casa como criada, dando até as suas economias para aliviar a miséria do lar.
“Deus deve ajudar agora”, disse depois à mãe, “dei-lhe tudo. Ele saberá socorrer-nos a todos”. O bom Deus não deixou de ajudá-la, ainda que Anna Catharina só com 29 anos visse realizado o seu desejo de entrar para um convento.
  
Uma Graça Especial.

Quatro anos antes recebeu da bondade de Deus uma graça especial. Estava de joelhos na 
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Igreja dos padres Jesuítas, em Coesfeld, meditando e rezando diante de um crucifixo.

“Então vi, conta ela mesma, vindo do Tabernáculo, onde se guardava o Santíssimo Sacramento, o meu Esposo celeste em forma de um jovem resplandecente. Na mão esquerda trazia uma grinalda de flores, na direita uma coroa de espinhos; apresentou-as, ambas, para eu escolher. Tomei a coroa de espinhos, Ele a pôs na minha cabeça e eu a apertei com ambas as mãos; depois desapareceu e voltei a mim, sentindo uma dor veemente em torno da cabeça.
No dia seguinte a minha testa e a fontes, até as faces estavam muito inchadas e sofria horrivelmente. Essas dores e a inflamação voltaram muitas vezes. Não notei sangue em volta da cabeça, até que as minhas companheiras me induziram a vestir outra touca, porque a minha já estava cheia de manchas vermelhas, ferrugentas.

Como Anna Catharina não tinha mais dote, ficaram-lhe fechadas as portas dos  Conventos, segundo o pensamento dos homens. Mas Deus ajudou-a, como esperava. Clara Soentgen, a filha do organista, sendo também organista perfeita, foi de boa vontade recebida no convento das Agostinhas, em Duelmen. Soentgen, porém declarou então que deixava entrar a filha somente sob a condição de que admitissem também Anna Catharina. Em conseqüência disso, entraram as duas jovens para o Convento, em 18 de Setembro de 1802.
  
A entrada no convento.

O tempo do noviciado foi para Anna Catharina uma verdadeira escola da cruz, porque ninguém lhe compreendia o estado da alma. Sofria, porém, tudo com paciência e amor, observando conscienciosamente a regra da Ordem.
No dia 13 de Novembro de 1803, um ano depois de começar o noviciado, fez os votos solenes, tornando-se esposa de Jesus. O Esposo divino cumulou-a de novas e abundantes graças.

“Apesar de todas as dores e sofrimentos”, disse ela, “nunca estive tão rica no coração; minha alma transbordava de felicidade. Eu vivia em paz, com Deus e com todas as criaturas.

Quando trabalhava no jardim, vinham avezinhas pousar sobre minha cabeça e meus ombros e cantávamos juntas os louvores de Deus. Via sempre o meu 
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Anjo da Guarda ao meu lado e, ainda que o mau espírito me assustasse e agredisse, não me podia fazer mal.

O meu desejo do Santíssimo Sacramento era tão irresistível, que muitas vezes deixava de noite a minha cela, para ir rezar na 
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Igreja, quando estava aberta; se não, ficava ajoelhada diante da porta ou perto do muro, mesmo no inverno ou prostrada no chão, com os braços estendidos e em êxtase. Assim me encontrava o capelão do convento, Abbé Lambert (sacerdote francês, exilado da pátria, por não prestar juramento exigido pela constituição atéia), que tinha a caridade de vir mais cedo, para dar-me a sagrada Comunhão. Mas, logo que se aproximava para abrir a Igreja, eu voltava a mim, indo depressa à mesa da Comunhão, onde achava o meu Deus e Senhor”.

Com tantos Conventos, no princípio do século 19, também o Convento de Agnetenberg foi fechado a 3 de Dezembro de 1811. As piedosas freiras foram obrigadas a abandonar, uma após outra, o querido mosteiro. Anna Catharina, doente e pobre, ficou até a primavera seguinte, quando se mudou para uma pequena casa em Duelmen.
  
A Estigmatização.

No outono do mesmo ano (1812), lhe apareceu de novo o Divino Salvador, como um jovem resplandecente e entregou-lhe um crucifixo, que ela apertou com fervor de encontro ao coração. Desde então lhe ficou gravado no peito um sinal da cruz, do tamanho de cerca de três polegadas, o qual sangrava muito, a princípio todas as quartas-feiras, depois nas sextas-feiras, mais tarde menos freqüentemente. A estigmatização deu-se-lhe poucos dias depois, a 29 de Dezembro.

Nesse dia, às 3 horas da tarde, estava deitada, com os braços estendidos, em êxtase, meditando na Sagrada Paixão de Jesus. Viu então, numa luz brilhante, o Salvador crucificado e sentiu um veemente desejo de sofrer com Ele. Satisfez-se-lhe esse desejo, pois saíram logo das mãos, dos pés e do lado do Senhor raios luzidos cor de sangue, que penetraram nas mãos,  nos pés

no lado da 
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Serva de Deus, surgindo logo gotas de sangue nos lugares das chagas.
  
Só se alimentava da Eucaristia.

Abbé Lambert e o confessor da vidente, Pe. Limberg, viram-nas sangrar dois dias depois, mas com sábio propósito fingiram não dar importância ao fato, na presença da Serva de Deus. Ela mesma procurava esconder os sinais das chagas, o que lhe era fácil, porque desde o dia 2 de Novembro de 1812 estava de cama, adoentada. Desde então não pôde mais tomar alimento, a não ser água, misturada com um pouco de vinho, mais tarde só água ou, raras vezes, o suco de uma cereja ou ameixa. Assim vivia só da sagrada Comunhão.
  
O acompanhamento das autoridades.

Esse estado e a estigmatização tornaram-se públicos na cidade, em Março de 1813. O Vigário de Duelmen, Pe. Rensing, encarregou dois médicos, os Drs. Wesener e Krauthausen, como também o confessor, de fazerem um exame das chagas, que freqüentemente sangravam. Os autos foram mandados à autoridade diocesana de Muenster, a qual enviou o Padre.

Clemente Augusto de Droste Vischering, mais tarde Arcebispo de Colônia, o Don Overberg e o conselheiro medicinal Dr. Von Drueffel a Duelmen, para fazerem outra investigação, que durou três meses. O resultado foi a confirmação da verdade das chagas, da virtude e também o reconhecimento do caráter sobrenatural do estado da jovem religiosa.
Também a autoridade secular, querendo examinar e “desmascarar a embusteira”, mandou, em 1819, uma comissão de médicos e naturalistas; isolaram-na por isso em outra casa, rigorosamente observada, do dia 7 a 29 de Agosto, o que lhe causou muita humilhação e sofrimento; também o resultado desse exame lhe foi favorável. 

O Peregrino.

No ano anterior, viera visitá-la pela primeira vez o poeta Clemente Brentano, recomendado pelo Don Overberg; a 17 de Setembro ele a viu pela primeira vez. Ela, porém, já o tinha visto muito antes, nas visões e recebido ordem do Céu para comunicar-lhe tudo.
“O Peregrino”, como o chamava, ficou até Janeiro de 1819, mas voltou de novo, para ficar com ela, no mês de Maio. Foi para Catharina um amigo fiel até a morte, mas a fez sofrer também às vezes, com seu gênio veemente.

Reconheceu a tarefa que lhe fora dada por Deus, de escrever as visões desta mártir privilegiada e dedicou-se a isso com cuidado consciencioso.
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“O Peregrino” escrevia durante as narrações, em tiras de papel, os pontos principais, que imediatamente depois copiava, completando-os de memória. A cópia, a limpo, lia à Serva de Deus, corrigindo, acrescentando, riscando sob a direção de Catharina, não deixando nada que não tivesse recebido a confirmação expressa de fiel interpretação.

Pode-se imaginar a grande facilidade que a prática diária, através de alguns anos, trouxe ao “Peregrino” para esse trabalho, dada a sua extraordinária inteligência e perseverança, como também o fato de ver nesse serviço uma obra santa, para a qual costumava preparar-se com orações e exercícios piedosos; assim podemos confiar que não lhe tenha faltado aos esforços o auxílio de Deus.

O escrúpulo e a consciência com que procedia nesse trabalho, nunca lhe permitiram, durante tantos anos, resposta alguma aos que atribuíam grande parte das visões à imaginação do poeta, o que equivale a dizer que, homem sério que era, na tarde da vida se teria dado a esse incrível trabalho, para enganar conscientemente a si mesmo e aos outros”.

“Ela falava geralmente baixo-alemão, no êxtase, também o idioma mais puro; a sua narração era, ora de grande singeleza, ora cheia de elevação e entusiasmo. Tudo que ouvi e que, nas dadas condições, só raras vezes e apenas em poucas palavras podia anotar, escrevia eu mais extensamente em casa, imediatamente depois.

O Doador de todos os bens deu-me a memória, a aplicação e elevação da alma acima dos sofrimentos, que tornaram possível a obra, como está. O escritor fez tudo que era possível e pede, nesta convicção, ao benévolo leitor a esmola da oração”. Irmã Anna Catharina deu também a este trabalho plena aprovação.

Quando estava num profundo êxtase, a 18 de Dezembro de 1819 e Brentano lhe apresentou uma folha, com as anotações, disse ela:

“Estes são papéis de letras luminosas. O homem (isto é, o Peregrino) não escreve de si mesmo; tem para isto a graça de Deus. Nenhum outro pode fazê-lo; é como se ele mesmo visse”.
  
As Visões da Irmã Ana Catharina Emmerich.

Irmã Anna Catharina viu no êxtase toda a vida e paixão do Divino Salvador e de sua Santíssima Mãe; viu os trabalhos dos Apóstolos e a propagação da Santa Igreja, muitos fatos do Velho Testamento, como também eventos futuros. Tocando em relíquias, geralmente via a vida, as obras e os sofrimentos dos respectivos Santos. Com certeza reconhecia e determinava as relíquias dos Santos, distinguindo em geral facilmente objetos sagrados de profanos.

Adversários da Serva de Deus querem negar-lhe o caráter sobrenatural das informações recebidas durante o êxtase, alegando que Anna Catharina tirava a maior parte dos conhecimentos de livros, que antes teria lido. Mas isso não está de conformidade com o que Peregrino escreveu, em 8 de Maio de 1819.

Ela me disse que nunca fora capaz de aproveitar coisas de livros e que sempre pensava:

 - Ora, tal livro não há de fazer pecar. Também não pôde guardar na memória coisas da Escritura Sagrada; mas tem da vida do Senhor a graça de tal intuição, que a consciência e certeza, que disso tenho, às vezes me fazem tremer, por manter um trato tão familiar e simples com uma criatura de Deus tão maravilhosa e privilegiada, como talvez não haja outra”.
 Em outra ocasião ela disse ao Peregrino:

“Nunca tive lembrança viva de histórias do Antigo Testamento ou dos Evangelhos, pois vi
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 tudo com os meus próprios olhos, durante a minha vida inteira; o mesmo vejo cada ano de novo e nas mesmas circunstâncias, ainda que às vezes em outras cenas. Umas vezes estive naqueles lugares, no meio de espectadores, assistindo aos acontecimentos, acompanhando-os e mudando de lugar; mas não estive sempre no mesmo lugar, pois às vezes fui levada para cima da cena, olhando deste modo para baixo.
Outras coisas, principalmente os mistérios, vi-os mais com vista interior da alma, outras em figuras separadas da cena: em todos os casos se me apresentava tudo transparente, de modo que nenhum corpo cobria o outro, nem havia confusão”. 

Com todas estas grandes graças, Anna Catharina permanecia humilde, simples e singela como uma criança. Mostrava-se sempre obediente aos pais e às superioras religiosas, como também ao confessor e diretor espiritual. Se lhe mandavam tomar remédio, consentia, apesar de prever-lhe o mau efeito. Mesmo em êxtase, obedecia imediatamente à chamada do confessor.

Era à dolorosa Paixão de Nosso Senhor que tinha uma devoção especial e rezava por isso muitas vezes, enquanto lhe era possível, a Via Sacra erigida ao longo de um caminho de quase duas léguas, nos arredores de Coesfeld. Nos domingos fazia essa devoção em companhia de algumas jovens piedosas, nos dias úteis a fazia muitas vezes de noite.
Clara Soentgen, sua amiga, conta:

“Muitas vezes ela se levantava de noite, saindo furtivamente de casa e rezava descalça a Via Sacra. Se a porta da cidade estava fechada, pulava os altos muros, para poder ir à Via Sacra; às vezes caía dos muros abaixo, mas nunca se machucava”.

Além dos muitos padecimentos que sofria com paciência e perseverança, exercitava-se constantemente nas mortificações voluntárias. Já na infância costumava privar-se de parte do sono e da comida. Muitas horas da noite passava velando e rezando; comia e bebia o que os outros recusavam, levando as comidas melhores aos doentes e pobres, dos quais tinha muita compaixão.

O amor ao próximo impelia-a a pedir a Deus que, por favor, lhe desse a sofrer as doenças e dores dos outros ou que a deixasse cumprir os castigos merecidos pelos pecadores. Já o fizera na infância e fazia-o depois de um modo muito mais intenso.

“A tarefa principal da sua vida, escreve Clemente Brentano, era sofrer pela Igreja ou por alguns membros da mesma, cuja necessidade lhe era dada a conhecer em espírito ou que lhe pediam a intercessão”. 

Anna Catharina aceitava de boa vontade tais sofrimentos e trabalhos.
Muitas vezes, porém, se tornavam estes tão grandes e pesados, que parecia prestes a morrer. Quando um dia, quase sucumbindo ao peso das dores, pediu ao 
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Senhor que não a deixasse sofrer mais do que podia suportar, apareceu-lhe o Esposo Celeste e disse:

“Coloquei-te no meu leito nupcial das dores, com as graças dos sofrimentos, adornada com os tesouros da reconciliação e com as jóias das boas ações. Deves sofrer. Não te abandono; estás amarrada à videira, não perecerás”. 

Também as almas do purgatório se lhe dirigiam muitas vezes, pedindo-lhe socorro; e ela provava de boa vontade sua compaixão ativa. “Fiz um contrato com meu doce Esposo do Céu”, conta ela, que cada gota de sangue, cada pulsar do coração, toda a minha vida e todos os meus atos devem sempre clamar: “Almas queridas do purgatório, saúdo-vos pelo doce Coração de Jesus”. “Isso faz bem a essas infelizes e alivia-as, pois são tão pacientes!”

  
A partida para a pátria Celeste

Depois de muitos e indizíveis sofrimentos, chegou o dia da sua morte a 9 de 
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Fevereiro de 1824. A 15 de Janeiro desse ano dissera a Serva de Deus:

“Na festa de Natal o Menino Jesus me trouxe muitos sofrimentos, hoje me deu ainda maiores, dizendo”: 
 “Tu me pertences, és minha esposa: sofre como eu sofri; não perguntes porque, é para a vida e para a morte”.  
Ela jaz de febre, com dores reumáticas e convulsões, escreve ao Peregrino, mas sempre em atividade espiritual, em prol da santa Igreja e dos moribundos. O confessor pensa que ela em pouco terminará, porque disse no êxtase, com grande serenidade “Não posso aceitar outro trabalho, já estou próxima do fim”. Ela pronuncia, com voz de moribunda, só o nome de“Jesus”.

A 27 de Janeiro recebeu a Extrema-Unção. Aumentaram-lhe as dores; mas repetia de vez em quando:
 “Ai, meu Jesus, mil vezes vos agradeço toda a minha vida; não a minha vontade, mas a Vossa seja feita”.

Na véspera da morte rezou:

“Jesus, para Vós morro; Senhor, dou-Vos graças, não ouço nem enxergo mais”.

Quiseram mudar-lhe a posição, para aliviá-la, mas Anna Catharina disse:

“Estou deitada na cruz; deixem-me, em pouco acabarei”.

Recebeu mais uma vez a sagrada Comunhão, a 9 de Fevereiro. Suspirando pelo Divino Esposo, rezou diversas vezes:

“Oh! Senhor, socorrei-me; vinde, meu Jesus”.

O confessor assistiu à moribunda, dando-lhe muitas vezes o crucifixo para beijar e rezando preces pelos moribundos. Ela ainda lhe disse:

“Agora estou tão sossegada; tenho tanta confiança, como se nunca tivesse cometido pecado”.
 Eram justamente 8 horas da noite, quando exclamou três vezes, gemendo:

“Oh! Senhor, socorrei-me, vinde, oh! Meu Senhor!

E a alma pura voou-lhe ao encontro do Esposo Celeste, para permanecer, como esperamos confiadamente, eternamente unida com Ele, na infinita felicidade do Céu. Com grande concorrência do povo foi sepultado o corpo da Serva de Deus, no cemitério de Duelmen, onde jaz ainda.
As autoridades Eclesiásticas.

Na noite de 21 a 22 de Março de 1824 foram abertos o sepulcro e o caixão, em presença do prefeito da cidade e do delegado de polícia. Viu-se que a decomposição ainda não tinha começado.
Uma segunda abertura do sepulcro foi feita, no dia 6 de Outubro de 1858, pela autoridade eclesiástica.

Bispo do Iraque adverte que o Ocidente será logo outra vítima do islamismo



ROMA, 21 Ago. 14 / 03:11 pm (ACI/EWTN Noticias).- O Arcebispo Caldeu de Mosul (Iraque), Dom Emil Nona, advertiu que os cristãos de todo o mundo enfrentariam o mesmo sofrimento que a sua arquidiocese sofreu nas mãos dos extremistas muçulmanos se não tomarem “decisões fortes e corajosas”.

Em declarações ao jornal italiano 
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Corriere della Sera em 9 de agosto desde
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 Erbil, no Curdistão Iraquiano, Dom Emil Nona advertiu que “nossos sofrimentos hoje são o prelúdio dos que vocês, europeus e cristãos ocidentais, também sofrerão no futuro próximo”.

Dom Nona foi forçado a abandonar o seu lar pelo Estado Islâmico, um califado recentemente estabelecido no Iraque e Síria. Ele é um dos cinco bispos que foram obrigados a abandonar Mosul.

O grupo extremista islâmico perseguiu a todos os que não fossem muçulmanos sunitas nos territórios apoderados por eles. Cristãos, yazidis e muçulmanos xiitas abandonaram a zona.

“Perdi a minha diocese” disse o Arcebispo ao jornal italiano. “O estabelecimento físico do meu apostolado foi ocupado por radicais islâmicos que nos querem convertidos ou mortos. Mas a minha comunidade ainda está viva”.

De acordo com as Nações Unidas, há mais de 1,2 milhões de pessoas deslocadas internamente no Iraque, e pelo menos 10 mil refugiados iraquianos na Síria, como resultado do Estado Islâmico.

Dom Nona apelou aos meios de comunicação ocidentais para que “tentem nos entender”.

“Seus princípios liberais e democráticos não valem nada aqui. Devem considerar outra vez a nossa realidade no Oriente Médio, porque estão recebendo nos seus países um número cada vez maior de muçulmanos. Vocês também estão em perigo. Devem tomar decisões fortes e corajosas, inclusive a custa de contradizer os seus princípios”.

O Arcebispo Caldeu de 
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Mosul lamentou que “vocês pensam que todos os homens são iguais, mas isso não é verdade: O Islã não diz que todos os homens são iguais. Os valores de vocês não são os valores deles”.

“Se não entenderem isto o suficientemente rápido, se converterão em vítimas do inimigo que receberam em sua casa”, advertiu.

segunda-feira, 18 de agosto de 2014

[ÍNTEGRA] Homilia do Papa na Missa pela paz e reconciliação da Coréia

Papa Francisco na Missa pela paz e a reconciliação da Coréia / Crédito: Emanuele Princi
Seul, 18 Ago. 14 / 09:48 am (ACI).- O Papa Francisco presidiu nesta segunda-feira na Catedral de Myeong-dong a Missa pela paz e reconciliação, onde assegurou que a ansiada unidade na península coreana é “possível e frutuosa com a força infinita” da Cruz de Cristo e convidou também a contribuir com o perdão e a conversão dos corações.

Continuando, ACI Digital compartilha com seus leitores a íntegra da homilia do Papa na Missa pela paz e reconciliação da Coréia

Queridos irmãos e irmãs!

A minha estadia na Coreia está a chegar ao fim e não posso deixar de agradecer a Deus pelas muitas bênçãos que concedeu a este amado país e, de maneira particular, à Igreja na Coreia. De entre tais bênçãos, conservo de modo especial a experiência, que vivemos juntos nestes últimos dias, da presença de tantos jovens peregrinos originários de todas as partes da Ásia. O seu amor por Jesus e o seu entusiasmo pela propagação do seu Reino foram uma inspiração para todos.

A minha visita culmina agora nesta celebração da Santa Missa, em que imploramos de Deus a graça da paz e da reconciliação. Esta oração reveste-se de particular ressonância na Península Coreana. A Missa de hoje é, sobretudo e principalmente, uma oração pela reconciliação nesta família coreana. Jesus diz-nos, no Evangelho, como é poderosa a nossa oração, quando dois ou três se reúnem em seu nome para pedir qualquer coisa (cf. Mt 18, 19-20). Muito mais o será, quando um povo inteiro eleva a sua instante súplica ao céu!

A primeira leitura apresenta a promessa feita por Deus de restaurar na unidade e na prosperidade um povo disperso pela desgraça e a divisão. Para nós, como para o povo de Israel, é uma promessa cheia de esperança: indica um futuro que Deus está desde já a preparar para nós. Mas esta promessa está inseparavelmente ligada com um mandamento: o mandamento de retornar a Deus e obedecer de todo o coração à sua lei (cf. Dt 30, 2-3). O dom divino da reconciliação, da unidade e da paz está inseparavelmente ligado à graça da conversão: trata-se de uma transformação do coração, que pode mudar o curso da nossa vida e da nossa história, como indivíduos e como povo.

Nesta Missa, naturalmente escutamos essa promessa no contexto da experiência histórica do povo coreano, uma experiência de divisão e conflito que já dura há mais de 60 anos. Mas o premente convite de Deus à conversão chama também os seguidores de Cristo na Coreia a examinarem-se sobre a qualidade da sua contribuição para a construção duma sociedade justa e humana. Chama cada um de vós a reflectir sobre o testemunho que dá, como indivíduo e como comunidade, de compromisso evangélico com os desfavorecidos, os marginalizados, com aqueles que não têm emprego ou estão excluídos da prosperidade que muitos usufruem.

Chama-vos, como cristãos e como coreanos, a repelir com firmeza uma mentalidade fundada sobre a suspeita, a confrontação e a competição, optando antes por favorecer uma cultura plasmada pelo ensinamento do Evangelho e pelos mais nobres valores tradicionais do povo coreano.
No Evangelho de hoje, Pedro pergunta ao Senhor: «Quantas vezes devo perdoar, se meu irmão pecar contra mim? Até sete vezes?» O Senhor responde: «Digo-te, não até sete vezes, mas até setenta vezes sete» (Mt 18, 21-22). Estas palavras tocam o coração da mensagem de reconciliação e de paz indicada por Jesus. Obedientes ao seu mandamento, pedimos diariamente ao nosso Pai do Céu que perdoe os nossos pecados, «assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido». Mas, se não estivéssemos prontos a fazer o mesmo, como poderíamos honestamente rezar pela paz e a reconciliação?

Jesus pede-nos para acreditar que o perdão é a porta que leva à reconciliação. Quando nos manda perdoar aos nossos irmãos sem qualquer reserva, pede-nos para fazer algo de totalmente radical, mas dá-nos também a graça de o cumprir. Aquilo que, visto duma perspectiva humana, parece ser impossível, impraticável e às vezes até repugnante, Jesus torna-o possível e frutuoso com a força infinita da sua cruz. A cruz de Cristo revela o poder que Deus tem de superar toda a divisão, curar toda a ferida e restaurar os vínculos originais de amor fraterno.

Assim, a mensagem que vos deixo no final da minha visita a Coreia é esta: tende confiança na força da cruz de Cristo; acolhei nos vossos corações a sua graça reconciliadora e partilhai-a com os outros. Peço-vos que deis um testemunho convincente da mensagem reconciliadora de Cristo nas vossas casas, nas vossas comunidade e em todas as esferas da vida nacional. Estou confiante que vós, num espírito de amizade e cooperação com os outros cristãos, com os seguidores de outras religiões e com todos os homens e mulheres de boa vontade que têm a peito o futuro da sociedade coreana, sereis fermento do Reino de Deus nesta terra. Então as nossas orações pela paz e a reconciliação subirão até Deus de corações mais puros e, pelo dom da sua graça, hão-de alcançar aquele bem precioso por que todos suspiramos.

Por isso, rezemos pelo aparecimento de novas oportunidades de diálogo, encontro e superação das diferenças, por uma incessante generosidade na prestação de assistência humanitária aos necessitados, e por um reconhecimento sempre mais vasto de que todos os coreanos são irmãos e irmãs, membros duma única família e dum único povo.

Antes de deixar a Coreia, quero agradecer à Senhora Presidente da República, às Autoridades civis e eclesiásticas e a todos aqueles que de alguma forma ajudaram a tornar possível esta visita. De modo especial, quero dirigir uma palavra de gratidão pessoal aos sacerdotes da Coreia, que diariamente se empenham no serviço do Evangelho e na edificação da fé, da esperança e da caridade do Povo de Deus. A vós, como embaixadores de Cristo e ministros do seu amor de reconciliação (cf. 2 Cor 5, 18-20), peço que continueis a construir laços de respeito, confiança e cooperação harmoniosa nas vossas paróquias, entre vós e com os vossos Bispos. O vosso exemplo de um amor sem reservas ao Senhor, a vossa fidelidade e dedicação ao ministério, bem como o vosso empenhamento caritativo com os necessitados contribuem enormemente para a obra de reconciliação e paz neste país.

Queridos irmãos e irmãs, Deus chama-nos a voltar para Ele e a escutar a sua voz, e promete estabelecer-nos sobre a terra numa paz e prosperidade maiores, como os nossos antepassados nunca conheceram. Possam os seguidores de Cristo na Coreia preparar a alvorada daquele dia novo em que esta terra do calmo amanhecer gozará das mais ricas bênçãos divinas de harmonia e de paz! Amém.

Papa Francisco é a "estrela que guia o mundo", dizem católicos em uma Coréia fortalecida pela fé



Seul, 18 Ago. 14 / 03:41 pm (ACI).- O Papa Francisco já regressou a Roma depois de sua viagem à Coréia do Sul onde os católicos e a população em geral puderam compartilhar as suas preocupações, dores, alegrias e esperanças. O Grupo ACI conversou com alguns jovens que participaram dos eventos com o Santo Padre para saber o que acharam sobre esta visita histórica.

Jinhee Yu esteve no dia 16 de agosto na Missa de beatificação dos 124 mártires coreanos que o Pontífice presidiu e assinalou que o Papa “é um símbolo de esperança e de que a vida ainda é bela. Quando o vi, senti como se fosse Jesus que estivesse nos visitando”.

"Estatisticamente -prosseguiu- há muitos católicos no mundo, mas é difícil encontrar o espírito católico na vida real. O mais importante não é o número, mas a ação real considerando que o Papa Francisco é um modelo, especialmente para os católicos".

Outra jovem católica, Okhee Moon, comentou que "sem importar a religião, o Papa Francisco é a estrela que guia as pessoas em todo o mundo neste momento".

"Apesar de haver pessoas de diversas religiões, nosso destino final é tão parecido, com o amor, a benevolência e a paz. Estou muito agradecida por ver (o Papa) e com esta maravilhosa experiência sinto que a minha fé se fortaleceu muito. Queria que todos se sentissem como eu me sinto agora", assegurou.

Mihae Nahm nasceu em Seul e morou durante muitos anos no Canadá. Voltou para ficar e compartilha a sua experiência de ter experimentado a compaixão do Santo Padre para com os familiares das vítimas da tragédia do ferry de Sewol ocorrida em abril quando morreram 300 pessoas, um fato que afetou profundamente a toda a nação e cujas causas exigem de toda a população uma exaustiva investigação.

Uma dessas ocasiões aconteceu na Missa de beatificação de 16 de agosto, quando o Papa parou o carro para escutar um grupo dessas pessoas. "Isso foi algo totalmente fora do programa. O Papa Francisco realmente vive e entende a compaixão e se coloca no lugar destas famílias que realmente estão sofrendo".

"Ele esteve lá para encontrar-se com eles, para escutá-los, quis consolá-los", adicionou. "Por isso o Papa Francisco é único.

Para Chaeri Lee o que os coreanos mais precisam é da paz porque "atualmente sofremos muito pelos problemas políticos, sociais e mais alguns outros. Queremos solucioná-los e ter um melhor futuro. O fato de que o Papa tenha visitado a Coréia é uma enorme bênção e por isso estou muito feliz".

Na opinião do seminarista Kyumin Lee, "a visita do Papa é muito significativa porque não serve apenas para as pessoas religiosas, mas para todo o país".

"Ele tem a capacidade de mudar as coisas aqui, especialmente os problemas políticos como a corrupção. Precisamos mudar isso e a mensagem do Papa sobre a paz será uma grande inspiração".

Durante a sua visita à Coréia o Papa Francisco em várias ocasiões se encontrou com os familiares das vítimas do ferry para lhes expressar seu consolo e se referiu em diversos momentos à necessidade urgente da paz.

Também teve uma mensagem muito clara para todos os jovens do país e de toda a Ásia, e os alentou a levarem a sabedoria da fé a todas as esferas da vida e a serem como Cristo com o amor, a esperança e a misericórdia.

Em conferência de imprensa realizada neste sábado no Media Press Center de Seul, o diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, Pe. Federico Lombardi, ressaltou também que esta viagem foi muito "importante para o pontificado porque permitiu orientar a atenção à Igreja Católica na Ásia, já que é um fato que as viagens do Papa chamam a atenção e a participação da Igreja universal às diversas regiões do planeta".

Depois de ressaltar que o caráter desta visita não foi "político, mas foi essencialmente pastoral", o sacerdote destacou que uma das coisas que marcaram esta visita foi o tema dos "mártires da Igreja, uma experiência muito profunda e espiritual" que esteve muito presente nestes últimos dias.

O Pe. Lombardi se referiu também ao "sucesso do Papa com os jovens" e destacou a sua "capacidade de comunicar-se muito bem com eles, de envolver-se com as pessoas, apesar de estar com pessoas de diversas culturas".

Esta visita, disse também, "mostrou ao mundo o valor da Igreja na Coréia. Acho que o Santo Padre permitiu que a Igreja se enriquecesse com o testemunho dos leigos deste país e a grande quantidade de mártires aqui, que pode ser animo para muitos. Antes não se conhecia tanto sobre a Coréia e sobre a Igreja na Coréia. Tudo isto então é de grande valor eclesiológico".

Sobre a divisão da península, o sacerdote disse que "vimos o sofrimento pela divisão do território, pela falta de paz real e devemos tratar de ver modos de aproximação e de construção de pontes" para a Coréia.

O Pe. Lombardi fez ontem a avaliação da viagem do Papa à Coréia considerando que nesta segunda-feira não haveria tempo para mais uma conferência de imprensa com ele, devido aos tempos e ao horário das pessoas que viajam com o Santo Padre no avião da Korean Airlines.

Para ver as notícias da viagem do Papa à Coréia, ingresse em: http://www.acidigital.com/coreia2014/

terça-feira, 5 de agosto de 2014

Famoso pastor pentecostal e sua esposa se tornam católicos

Ulf Ekman
   O pastor protestante sueco Ulf Ekman e sua esposa Birgitta anunciaram que, na próxima Páscoa, eles se converterão à Igreja Católica. O anúncio, que causou grande surpresa e comoção em muitos, foi feito há alguns dias, durante um sermão na congregação pentecostal que fundaram há 30 anos.
A fama de Ekman também se espalhou devido aos seus livros, traduzidos a 60 idiomas, a um programa de televisão, uma escola bíblica fundada por ele, sua comunidade “Palavra de Vida” (com mais de 3 mil membros, 12 pastores e uma escola com mil alunos).
O “processo” de Ekman leva cerca de 10 anos, durante os quais ele pesquisou com atenção o Catecismo da Igreja Católica e sua doutrina social, e teve contato com líderes da Renovação Carismática Católica, que o marcaram pelo seu testemunho. “Percebemos que nossos preconceitos protestantes não tinham base alguma, em muitos casos”, afirmou.
  Uma das reflexões que mais o atraíram à Igreja Católica foi a da unidade do Corpo de Cristo.
“Acreditar na unidade [dos cristãos] tem consequências práticas, disse. Seus argumentos neste campo foram expostos na revista “Varlden Idag”, em uma entrevista: “Não entendo que se diga que não precisamos de um magistério. Se temos 5 versículos da Bíblia e 18 comentários sobre estas escrituras, quem decidirá? Meu intelecto é melhor que o seu, eu li mais, posso convencer melhor que você… ou existe um magistério que orienta sobre como julgar o assunto.
Do Papa, ele disse que é a máxima expressão de um magistério, e que ele acredita “na necessidade de uma autoridade definitiva”.
Para continuar tratando do tema da unidade, o pastor citou João 11, 52: “Sim, Jesus não ia morrer somente pelo povo, mas também para reunir os filhos dispersos de Deus”.
“Jesus morreu por isso – comentou. Acho que está muito forte no coração de Deus o desejo de que nos unamos.” Esta unidade não pode ser meramente relacional, pois “a Igreja é o Corpo de Cristo, uma entidade estruturada. É concreta, não uma nuvem de gás. O Corpo é visível. O modelo é Jesus, que teve um corpo visível durante 30 anos.
Um antecedente de cunho místico

Ekman era um jovem estudante na década de 70 quando, sentado em um restaurante, sentiu as lágrimas escorrerem e não conseguiu evitar o choro. “Tive uma experiência instantânea de como Jesus sofre porque sua Igreja está dividida. Foi como um relâmpago. Senti: ‘Isso não é do agrado de Deus’. Jesus chorava por isso. Eu o senti naquele restaurante, na hora do almoço. Depois isso desapareceu da minha memória. Mas voltou a surgir nos últimos 10 anos”, recordou.
Mas o tema da unidade não é o único. Ao anunciar sua entrada á Igreja Católica, ele recordou algumas das suas razões.

“Vimos [na Igreja Católica] um grande amor por Jesus e uma teologia sã, fundada na Bíblia e no dogma clássico. Vivenciamos a riqueza da vida sacramental. Vimos a lógica de ter uma estrutura sólida no sacerdócio, que mantém a fé da Igreja e que a transmite à geração seguinte. Encontramos uma força ética e moral e uma coerência que pode enfrentar a opinião geral, e uma tendência bondosa com relação aos pobres e fracos. Finalmente, mas não menos importante, tivemos contato com representantes de milhões de católicos carismáticos e vimos sua fé viva.”
Em seu processo, Ekman destaca também o papel de dois religiosos: Dom Anders Arborius, único bispo católico da Suécia, e o padre carmelita Wilfrid Stinissen, reconhecido escritor.
A partir de agora, ele será um “simples católico”. Isso entre aspas, pois certamente a Igreja o convidará a usar seus dons para a missão. “Nós nos sentimos um pouco como Abraão e Sara: dois idosos entrando em um país desconhecido”, acrescentou.
Mas eles têm a certeza do auxílio de Deus.

Fonte: AICA