terça-feira, 31 de janeiro de 2012

A transcendência da mensagem e do Segredo de La Salette


Na manhã de 19 de setembro de 1846, a pastorinha Mélanie Calvat, de 14 anos de idade, conduzia as vacas do seu patrão para pastar nos morros de La Salette, na região de Grenoble, contrafortes dos Alpes franceses. Um menino de 11 anos, que ela não conhecia, insistiu em acompanhá-la. Era Maximin Giraud, também ele pastorinho a serviço de um vizinho. Mélanie aceitou. Nenhum dos dois podia imaginar o evento sobrenatural que haveriam de testemunhar naquele dia providencial. 

Mélanie gostava da solidão, do silêncio e da oração. Maximin era ingênuo e loquaz. Logo começou a pedir a Mélanie que lhe ensinasse um jogo. Ela lhe propôs o seu entretenimento preferido: fazer um paraíso, isto é, uma casinha de pedras toda recoberta com maços de flores silvestres. Após muito trabalho nessa construção, os dois tiveram fome e sono. Comeram um frugal lanche, deitaram na relva e dormiram.

Nossa Senhora, rainha destronada em prantos

Quando acordaram, tiveram uma surpresa: uma luz mais brilhante que o sol pousava sobre o paraísoque haviam construído. Maximin empunhou seu bordão e garantiu a Mélanie que, se a luz fosse má, ele a defenderia. Aproximaram-se do fulcro luminoso. 

No cerne dele havia uma outra luz ainda mais brilhante, que se movia. Era uma Senhora coroada de flores, cuja celestial expressão Mélanie descreveu com palavras inspiradas. Sentada sobre o paraíso, a Senhora chorava com o rosto nas mãos. Era a Santíssima Virgem, hoje conhecida sob a invocação de Nossa Senhora de La Salette.

Olhando para as crianças, levantou-se e disse: "Vinde, meus filhos, não tenhais medo, estou aqui para vos trazer uma grande comunicação".

Vinculação profunda entre La Salette, Lourdes e Fátima

O nexo profundo entre Lourdes (acima) e La Salette inclui...
Comunicou-lhes então uma mensagem a ser divulgada e um segredo para ser revelado em 1858, ano em que Nossa Senhora apareceria em Lourdes, inaugurando uma era de graças que dura até hoje. De fato, essas duas manifestações da Mãe de Deus constituem um só todo. Em La Salette, como veremos, Ela anunciou o futuro do mundo até o fim dos tempos e as punições universais que pairavam sobre a humanidade impenitente. Em Lourdes Ela deu início a um dilúvio de graças para reerguer essa mesma humanidade e dar-lhe forças e estímulos para se afastar do mal e da Revolução.

O nexo profundo entre Lourdes e La Salette inclui Fátima, que, absolutamente falando, é a coroação dessas irrupções extraordinárias da Rainha do Céu na história humana.

Grande interesse e comoção no clero e no povo

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.Fátima, que é a coroação das irrupções extraordinárias da Rainha do Céu na história humana

Mélanie e Maximin correram de volta às casas dos patrões e depois contaram tudo ao pároco. Este, ouvindo-os falar, comoveu-se até às lágrimas e fez um sermão na Missa, que impressionou vivamente os paroquianos. O bispo local, Mons. Philibert de Bruillard, de Grenoble, lendo o singelo relato, caiu em lágrimas.

A notícia espalhou-se como rastilho de pólvora. E não é de espantar, pois a França estava dividida religiosa e politicamente. De um lado havia os católicos ditos liberaise sociais, precursores do progressismo que hoje devasta a Igreja, conluiados com os continuadores do igualitarismo libertino e anticatólico da Revolução Francesa; esses católicos liberais sentiram-se apanhados e denunciados pela Mensagem no que tinham de mais interno. De outro lado, os católicos autênticos, defensores de todas as formas de legitimidade, ao lerem a mensagem de La Salette, tiveram uma confirmação de tudo o que a fé e a fidelidade à Igreja lhes inspirava.

Os sucessivos governos da época — monarquia ilegítima de Luís Felipe, segunda e terceira Repúblicas, bem como o império de Napoleão III — eram considerados com horror pelos melhores representantes do catolicismo francês. Tais governos não ocultaram seu ódio contra La Salette. Sobretudo Napoleão III, cujo jogo falso ficara desvendado em La Salette. Assim, a mensagem de Nossa Senhora incidiu na carne viva dos problemas religiosos, políticos e ideológicos da França. Mutatis mutandis,esses problemas eram os mesmos em todo o mundo católico ocidental daquela época.

Inimigos velados de La Salette, aventureiros, falsos místicos, políticos interesseiros colocaram em circulação versões embaralhadas da mensagem e até adulteradas, para justificar posições políticas previamente adotadas ou simplesmente desmoralizar as palavras de Nossa Senhora.

Independente dessa polêmica, peregrinações cresceram logo e constataram-se os primeiros milagres no local.

Papa acolhe favoravelmente e bispo reconhece oficialmente

Mons. de Bruillard quem encaminhou as revelações a Pio IX em 1851
Mons. de Bruillard abriu um inquérito oficial sob os cuidados de uma comissão de 16 sacerdotes experientes. Os videntes escreveram de próprio punho o relato do acontecido. A comissão pronunciou-se pela autenticidade da aparição. Mas o Cardeal Louis de Bonald, Arcebispo de Lyon e metropolitano do bispo de Grenoble, se opôs ativamente a essa conclusão aprobatória.
O bispo de Grenoble ordenou que os videntes, separadamente, redigissem de novo e com esmero os fatos e as palavras de Nossa Senhora. Estes relatos foram levados a Roma e entregues em mãos ao Papa então felizmente reinante, o Bem-aventurado Pio IX.

No Vaticano, o Santo Padre discerniu a transcendência da mensagem. Abriu os lacres na presença dos portadores da importante correspondência, dois cônegos da diocese de Grenoble. Fazendo o comentário "aqui há a candura e a simplicidade de uma criança", pôs-se de pé e se aproximou da janela para ler com mais atenção. Seus lábios se contraíram, suas maçãs do rosto se incharam. Terminada a leitura, disse-lhes: "Trata-se de flagelos dos quais a França está ameaçada. Mas ela não é a única culpada. A Alemanha, a Itália, a Europa toda o são também e merecem os castigos. Tenho menos a temer de Proudhon [teórico socialista] do que da indiferença religiosa e do respeito humano".(1) E acrescentou: "Não é sem razão que a Igreja é chamada militante, e que vós vedes aqui o seu Capitão".

No ato, encaminhou os documentos a Mons. Frattini, promotor da Fé, anexando a eles a opinião de que "estavam bem, que ele estava contente e que eles exalavam a verdade".(2) Mons. Frattini pronunciou-se em favor da aparição e o Cardeal Lambruschini, prefeito da Sagrada Congregação dos Ritos, julgou que os documentos“não deixavam nada a desejar” e aprovou o "edificante e inteiramente louvável rigor"com que agiu Mons. Bruillard.

Fortalecido pela acolhida favorável do Sumo Pontífice e da Santa Sé, o bispo de Grenoble reconheceu oficialmente a aparição e fez publicamente seu elogio ao clero e aos fiéis. Por isso, La Salette é uma das raríssimas aparições reconhecidas canonicamente pela Igreja.
Se a mensagem de Nossa Senhora fosse sem grande transcendência, a decisão de Roma teria posto fim às polêmicas. Porém a tempestade, longe de amainar, recrudesceu ao máximo. 

Vendaval revolucionário contra La Salette

Maximin e Mélanie, os videntes de La Salette, na época das aparições

Os católicos liberais desprezaram La Salette desde o início. Aliás, o pranto de Nossa Senhora era especialmente por causa deles. Vendo que a obra de Nossa Senhora progredia com a bênção do Papa, tais católicos passaram à contestação e à difamação aberta, com intrigas e escritos desabonadores.

Mons. de Bruillard defendeu a autenticidade da aparição e a difusão da mensagem. Mas, sendo já muito idoso, teve que renunciar à diocese. O imperador Napoleão III e o Cardeal Jacques Mathieu, líder dos bispos galicanos (que contestavam prerrogativas inderrogáveis da Santa Sé), impingiram seu candidato para a sucessão: Mons. Jacques Ginoulhiac. Assim que o Vaticano foi informado disso, desaprovou a nomeação e urgiu ao Núncio Apostólico em Paris para que impedisse a posse. A Concordata da época, infelizmente, concedia regalias –– abolidas depois –– ao governo civil para a designação de bispos. O novo prelado tomou posse da diocese antes de chegar o veto de Roma.

Pio IX tinha razões por demais graves para não aprovar a nomeação: Mons. Ginoulhiac era um líder liberal. Posteriormente foi grande opositor à proclamação do dogma da infalibilidade pontifícia, a ponto de abandonar Roma para não participar do dia glorioso da promulgação desse dogma no Concílio Vaticano I. Era também acérrimo inimigo da mensagem de La Salette. Quando dois eclesiásticos da diocese publicaram sem licença um libelo difamatório contra os videntes, com a assinatura de 50 padres, o Papa exortou-o a permanecer dentro dos limites do Direito Canônico e pediu-lhe que difundisse a mensagem. Mons. Ginoulhiac aparentou aceitar a solicitação do Pontífice e censurou o libelo. Mas, desde então, empenhou-se em abafar a mensagem e silenciar os pastorinhos. Católicos liberais, poderes civis e associações anticatólicas sabiam que se a mensagem fosse bem recebida, a causa da Revolução estava perdida.

Para complicar ainda mais o quadro, vários pseudo-videntes espalhavam mensagens parecidas, mas manifestamente falsas. Uma pretensa mística — a condessa Pauline de Nicolay — dizia transmitir revelações que desclassificavam moralmente os pastores. Propôs sibilinas fórmulas, avidamente endossadas pelo bispo liberal, no sentido de que o papel de Mélanie e Maximin havia terminado antes de 1858, ano no qual deviam revelar a íntegra do Segredo!

Somente o relato das vicissitudes dessa controvérsia daria matéria para um artigo da extensão do presente. Mas nosso objetivo neste artigo é apresentar o segredo de La Salette, de acordo com os estudos mais recentes, aos quais adiante nos referiremos. 

Impunha-se estudo a partir dos documentos originais

A polêmica entre os franceses atingiu uma tal confusão, que a Santa Sé, por meio de decreto do Santo Ofício de 21 de dezembro de 1915, proibiu a publicação de toda a versão do segredo, mas de maneira alguma desencorajava a devoção a Nossa Senhora de La Salette. Em 9 de maio de 1923, uma edição do segredo comimprimatur do bispado de Lecce datado de 15-11-1879, foi inscrito no Index de livros proibidos. Essa edição fora aprovada em numerosas dioceses por cardeais e bispos.

Impunha-se fazer um estudo a partir dos documentos originais para deslindar a controvérsia. Entretanto, como fazê-lo, se os originais tinham desaparecido no próprio Vaticano? Com isso, toda difusão pública ficava bloqueada, talvez para sempre.
Para sempre?

Maravilhosa e inesperada redescoberta


No ocaso do século XX, o sacerdote francês Pe. Michel Corteville preparava sua tese de doutorado. Escolhera o tema La Salette. Informado de que aCongregação para a Doutrina da Fé tinha liberado ao público os arquivos anteriores à morte de S.S. Leão XIII (20-11-1903), obteve licença para pesquisar neles.

Em 2 de outubro de 1999, enquanto o sino anunciava o fim do horário de consultas, o Pe. Michel contemplava maravilhado os velhos documentos do pacote que acabava de abrir: era o dossiê completo com os documentos oficiais de La Salette encaminhados a Pio IX e à Santa Sé em diversas datas!

Estudados minuciosamente esses documentos, o Pe. Corteville pôde dissipar as dúvidas que pairavam sobre o assunto, e assim defender com sucesso sua tese na célebre Faculdade de Teologia Angelicum, da Ordem Dominicana em Roma. Sua tese, de mais de mil páginas, foi inicialmente publicada sob o título La “Grande Nouvelle” des bergers de La Salette, vol. I, L´apparition et les secrets (Pars Dissertatio ad Lauream Facultatis S. Theologiae apud Pontificiam Universitatem S. Thomae de Urbe –– Roma, 2000, Téqui –– Paris, 2001). E em seguida resumida em livro, com a colaboração com o Pe. René Laurentin, sob o título Découverte du secret de La Salette (Paris, Fayard, 2002), com Imprimatur de Mons. Michel Dubost, Bispo de Évry, e nihil obstat de Dom Bernard Billet, da abadia de Notre-Dame de Tournay. 

Dificuldades na transcrição da visão

Maximin era pouco hábil em redação. Foi necessário que reescrevesse tudo, devido às manchas de tinta do seu escrito. Sua pobreza de recursos reflete-se na redação.

O modo como se deu a revelação também contribui para um certo vai-e-vem na ordem cronológica do relato dos videntes. Mélanie explicou que, quando Nossa Senhora falava, "um grande véu se levantava, os acontecimentos se desvendavam ante meus olhos e ante minha imaginação à medida que Ela pronunciava as palavras, e um grande espaço se abria diante de mim. Eu via os acontecimentos. [...] E ainda mais longe viam-se mil e mil vezes mais coisas do que os ouvidos ouviam".(3) Registrar no papel esse gigantesco espetáculo do mundo e dos séculos futuros, por certo colocaria em graves dificuldades até um literato consumado.

Maximin e Mélanie foram beneficiados por um privilegiado e manifesto auxílio sobrenatural para serem fiéis a tudo o que tinham visto ou ouvido. Sempre que interrogados sobre os pontos claro-obscuros das redações, os videntes responderam com uma segurança e uma riqueza de detalhes que maravilhou os eclesiásticos mais experientes. Porém, a complexidade da visão e as limitadas forças intelectuais dos videntes criaram dificuldades para verter a visão no papel. As sucessivas redações do segredo resultam exatamente desse esforço de explicitação dos videntes, em especial de Mélanie. 

O segredo na sua forma mais completa
Papa Pio IX

A primeira redação oficial do segredo foi feita por Maximin em 3 de julho de 1851 e por Mélanie três dias depois. Os manuscritos foram lacrados pelo bispo de Grenoble, Mons. de Bruillard, e entregues a Pio IX.

Em 1858, ano da aparição de Nossa Senhora em Lourdes, Mélanie enviou ao Papa o conteúdo completo do segredo. Os videntes, aliás, fizeram mais de um relato, alguns perdidos, outros felizmente preservados nos arquivos da Santa Sé.

Por brevidade, transcreveremos apenas aquele que é considerado pelo Pe. Corteville o mais completo. É uma redação mais aprimorada, feita por Mélanie em 21 de novembro de 1878, considerada definitiva pela vidente. Intercalaremos intertítulos para auxiliar a leitura.

Eis o texto do segredo:

Decadência do clero atrairá a vingança divina

"Mélanie, o que eu vou dizer-vos agora não ficará sempre segredo, podereis publicá-lo em 1858.

“Os sacerdotes, ministros de meu Filho, pela sua má vida, sua irreverência e impiedade na celebração dos santos mistérios, pelo amor do dinheiro, das honrarias e dos prazeres, tornaram-se cloacas de impureza. Sim, os sacerdotes atraem a vingança, e a vingança paira sobre suas cabeças. Ai dos sacerdotes e das pessoas consagradas a Deus, que pela sua infidelidade e má vida crucificam de novo meu Filho! Os pecados das pessoas consagradas a Deus bradam ao Céu e clamam por vingança, e eis que a vingança está às suas portas, pois não se encontra mais uma pessoa que implore misericórdia e perdão para o povo; não há mais almas generosas, não há mais ninguém digno de oferecer a Vítima imaculada ao [Pai] Eterno em favor do mundo. 

Dimensão dos castigos atrairá a cólera divina

"Deus vai golpear de modo inaudito. Ai dos habitantes da Terra! Deus vai esgotar sua cólera, e ninguém poderá fugir a tantos males acumulados.

“Os chefes, os condutores do povo de Deus negligenciaram a oração e a penitência, e o demônio obscureceu suas inteligências; transformaram-se em estrelas cadentes, que o velho diabo arrastará com sua cauda para fazê-los perecer. Deus permitirá à velha serpente introduzir divisões entre os que reinam, em todas as sociedades e em todas as famílias. Sofrer-se-ão tormentos físicos e morais; Deus abandonará os homens a si mesmos e enviará castigos que se sucederão durante mais de trinta e cinco anos.

“A sociedade está na iminência dos flagelos mais terríveis e dos maiores acontecimentos; deve-se esperar ser governado por uma chibata de ferro e beber o cálice da cólera de Deus. 

Advertência a Pio IX contra Napoleão III, perseguição ao clero
As revelações advertem Pio IX a desconfiar de Napoleão III, pois "seu coração é falso, e quando ele quiser tornar-se ao mesmo tempo Papa e Imperador, Deus se afastará dele"

"Que o Vigário de meu Filho, o Soberano Pontífice Pio IX, não saia mais de Roma depois do ano 1859; mas seja firme e generoso, combata com as armas da fé e do amor; Eu estarei com ele. Que ele desconfie de Napoleão [III]; seu coração é falso, e quando ele quiser tornar-se ao mesmo tempo Papa e Imperador, Deus se afastará dele; ele é como a águia que, querendo subir sempre mais, cairá sobre a espada da qual queria se servir para obrigar os povos a elevarem-no.

“A Itália será punida pela ambição de querer sacudir o jugo do Senhor dos Senhores; será também entregue à guerra, o sangue correrá por todo lado; as igrejas serão fechadas ou profanadas; os sacerdotes, os religiosos serão expulsos; dar-se-lhes-á a morte, e morte cruel. Muitos abandonarão a fé, e o número dos sacerdotes e religiosos que se afastarão da verdadeira religião será grande; entre essas pessoas se encontrarão até bispos.

Falsos prodígios sobre a Terra
A Virgem chora pelas ameças que pairam sobre a Igreja

"Que o Papa esteja em alerta contra os fautores de milagres; pois chegou o tempo em que os prodígios mais assombrosos terão lugar sobre a Terra e nos ares.

“No ano de 1864,(4) Lúcifer e um grande número de demônios serão liberados do inferno; eles abolirão a fé pouco a pouco, até nas pessoas consagradas a Deus; eles as cegarão de tal maneira que, salvo uma graça particular, adquirirão o espírito desses maus anjos; muitas casas religiosas perderão inteiramente a fé e perderão muitas almas.

“Os maus livros abundarão sobre a Terra, e os espíritos das trevas espalharão por toda parte um relaxamento universal em tudo o que se refere ao serviço de Deus; eles terão grandíssimo poder sobre a natureza; haverá igrejas para cultuar esses espíritos. Pessoas serão transportadas de um lugar a outro por esses espíritos maus, até sacerdotes, porque não se terão conduzido pelo bom espírito do Evangelho, que é um espírito de humildade, caridade e zelo pela glória de Deus. Far-se-ão ressuscitar mortos e justos (quer dizer, tais mortos tomarão a figura de almas justas que viveram na Terra, para seduzir mais os homens; esses supostos mortos ressuscitados, que não serão outra coisa senão o demônio encarnado nessas figuras, pregarão outro evangelho contrário ao do verdadeiro Jesus Cristo, negando a existência do Céu); ou ainda almas de condenados. Todas essas almas aparecerão como unidas a seus corpos. Em todos os lugares haverá prodígios extraordinários, porque a verdadeira fé se apagou e uma falsa luz ilumina o mundo. Ai dos príncipes da Igreja que então estarão ocupados apenas em acumular riquezas, salvaguardar sua autoridade e dominar com orgulho! 

Sofrimentos de Pio IX. Caos e anarquia universal

"O Vigário de meu Filho terá muito que sofrer, porque durante algum tempo a Igreja será entregue a grandes perseguições; será o tempo das trevas, e a Igreja passará por uma crise pavorosa.

“Tendo sido esquecida a santa fé em Deus, cada indivíduo desejará guiar-se por si próprio e ser superior a seus semelhantes. Serão abolidos os poderes civis e eclesiásticos; toda a ordem e toda justiça serão calcados aos pés; não se verá outra coisa senão homicídios, ódio, inveja, mentira e discórdia, sem amor pela pátria nem pela família.

“O Santo Padre sofrerá muito. Eu estarei com ele até o fim, para receber o seu sacrifício.

“Os maus atentarão várias vezes contra sua vida sem poder abreviar seus dias, mas nem ele nem seu sucessor ... verão o triunfo da Igreja de Deus. 

A abominação nos lugares santos

"Os governantes civis terão todos um mesmo objetivo, que consistirá em abolir e fazer desaparecer todo princípio religioso, para dar lugar ao materialismo, ao ateísmo, ao espiritismo e a toda espécie de vícios.

“No ano 1865, ver-se-á a abominação nos lugares santos; nos conventos, as flores da Igreja serão apodrecidas e o demônio tornar-se-á como que o rei dos corações. Que os dirigentes das comunidades religiosas estejam atentos em relação às pessoas que devem receber, porque o demônio usará de toda sua malícia para introduzir nas ordens religiosas pessoas entregues ao pecado, pois as desordens e o amor dos prazeres carnais estarão espalhados por toda a Terra.

“A França, a Itália, a Espanha e a Inglaterra estarão em guerra; o sangue correrá nas ruas; o francês combaterá contra o francês, o italiano contra o italiano; a seguir haverá uma guerra geral que será pavorosa. Durante um tempo, Deus não se lembrará mais da França nem da Itália, porque o Evangelho de Jesus Cristo não será mais conhecido. Os maus estenderão toda sua malícia. Até nas casas as pessoas se matarão e se massacrarão mutuamente. 

Intervenção divina quando tudo parecer perdido

"Ao primeiro golpe de sua espada fulgurante, as montanhas e a natureza inteira tremerão de espanto, porque as desordens e os crimes dos homens transpassarão a abóbada celeste. Paris será queimada, e Marselha engolida [pelas águas]; várias grandes cidades serão abaladas e tragadas por tremores de terra; crer-se-á que tudo está perdido; só se verão homicídios, se ouvirão apenas ruídos de armas e blasfêmias.

“Os justos sofrerão muito; suas orações, sua penitência e suas lágrimas subirão até o Céu e todo o povo de Deus pedirá perdão e misericórdia, pedirá minha ajuda e intercessão. Então Jesus Cristo, por um ato de sua justiça e de sua grande misericórdia em relação aos justos, ordenará a seus Anjos que dêem morte a todos os seus inimigos. De repente, os perseguidores da Igreja de Jesus Cristo e todos os homens entregues ao pecado perecerão e a Terra tornar-se-á como um deserto.(5) 

Triunfo da Igreja nas almas, domínio do Evangelho

"Então será feita a paz, a reconciliação de Deus com os homens; Jesus Cristo será servido, adorado e glorificado; a caridade florescerá por toda parte. Os novos reis serão o braço direito da Santa Igreja, a qual será forte, humilde, piedosa, pobre, zelosa e imitadora das virtudes de Jesus Cristo. O Evangelho será pregado por toda parte e os homens farão grandes progressos na fé, porque haverá unidade entre os operários de Jesus Cristo e os homens viverão no temor de Deus.(6) 

Falsa paz precederá a vinda do Anticristo

"Esta paz entre os homens não será longa;(7) vinte e cinco anos de safras abundantes far-lhes-ão esquecer que os pecados dos homens são a causa de todos os castigos que sucedem na Terra.

“Um precursor do Anticristo, com tropas de várias nações, guerreará contra o verdadeiro Cristo, único Salvador do mundo; derramará muito sangue e tentará aniquilar o culto de Deus, para se fazer cultuar como um deus. 

Desgraças nos tempos do Anticristo e perseverança dos fiéis

"A Terra será atingida por toda espécie de pragas (além da peste e da fome, que serão gerais); haverá guerras até a última guerra que será então movida pelos dez reis do Anticristo, cujo objetivo será o mesmo, e serão os únicos a governarem o mundo. Antes que isto aconteça, haverá uma espécie de falsa paz no mundo; não se pensará em outra coisa senão em se divertir; os maus entregar-se-ão a toda sorte de pecados. Mas os filhos da Santa Igreja, os filhos da fé, meus verdadeiros imitadores, acreditarão no Amor de Deus e nas virtudes que me são mais caras. Felizes essas almas humildes conduzidas pelo Espírito Santo! Eu combaterei junto a elas até que atinjam a plenitude da idade.

Ações dos demônios e do Anticristo

“Os demônios do ar, junto com o Anticristo, farão grandes prodígios na terra e nos ares, e os homens se perverterão cada vez mais”

"A natureza exige vingança por causa dos homens, e estremece de pavor na espera do que deve acontecer à Terra emporcalhada de crimes. Tremei, ó Terra, e vós que fizestes profissão de servir a Jesus Cristo, mas que no vosso íntimo adorais a vós próprios; tremei, pois Deus vai entregar-vos a seu inimigo, porque os lugares santos estão imersos na corrupção; muitos conventos não são mais casas de Deus, mas pastagens de Asmodeu e os seus [demônios]. Durante esse tempo nascerá o Anticristo de uma religiosa hebraica, uma falsa virgem que terá comunicação com a velha serpente, e o mestre da impureza seu pai será bispo; ao nascer, vomitará blasfêmias e terá dentes; numa palavra, será o diabo encarnado; dará gritos aterrorizadores, fará prodígios, alimentar-se-á de impurezas. Terá irmãos que, embora não sejam como ele outros demônios encarnados, serão filhos do mal; aos doze anos eles se farão notar pelas valorosas vitórias que obterão; logo estará cada um à testa de exércitos, assistidos por legiões do inferno.

“As estações mudarão, a terra só dará maus frutos, os astros perderão seus movimentos regulares, a Lua não projetará senão uma débil luz avermelhada; a água e o fogo darão ao globo terrestre movimentos convulsivos e horríveis tremores de terra, que engolirão montanhas, cidades, etc.

“Roma perderá a fé e se tornará sede do Anticristo.

“Os demônios do ar, junto com o Anticristo, farão grandes prodígios na terra e nos ares, e os homens se perverterão cada vez mais. Deus tomará sob seus cuidados os fiéis servidores e os homens de boa vontade, o Evangelho será pregado por toda parte, todos os povos e todas as nações terão conhecimento da verdade.

Nossa Senhora e os apóstolos dos últimos tempos

S. Luís Grignion profetizou a entrada em cena dos apóstolos dos últimos tempos

"Faço um premente apelo à Terra; apelo aos verdadeiros discípulos do Deus vivo que reina nos Céus; apelo aos verdadeiros imitadores de Jesus Cristo feito homem, o único e verdadeiro Salvador dos homens; apelo aos meus filhos, meus verdadeiros devotos, àqueles que se deram a mim para que eu os conduza a meu divino Filho, àqueles que levo por assim dizer nos meus braços, àqueles que vivem de meu espírito. Enfim, apelo aos apóstolos dos últimos tempos, aos fiéis discípulos de Jesus Cristo que viveram no desprezo do mundo e de si próprios, na pobreza e na humildade, no desprezo e no silêncio, na oração e na mortificação, na castidade e na união com Deus, no sofrimento e desconhecidos do mundo. É chegado o tempo para que eles saiam e esclareçam a Terra. Ide e mostrai-vos como meus filhos amados; estou convosco e em vós, contanto que vossa fé seja a luz que vos ilumina nestes dias de desgraças. Que vosso zelo vos faça como que famintos da glória e honra de Jesus Cristo. Combatei, filhos da luz, pequeno número que isto vedes; pois aí está o tempo dos tempos, o fim dos fins.

No fim do mundo, Deus enviará Enoch e Elias

O segredo destaca o papel que desempenharão Enoch e o profeta Elias (acima)
"A Igreja será eclipsada, o mundo estará na consternação. Mas eis Enoch e Elias cheios do Espírito de Deus; eles pregarão com a força de Deus, os homens de boa vontade acreditarão em Deus e muitas almas serão consoladas; eles farão grandes progressos pela virtude do Espírito Santo e condenarão os erros diabólicos do Anticristo. Ai dos habitantes da Terra! Haverá guerras sangrentas e fome, peste e doenças contagiosas; haverá chuvas de granizo espantosas para os animais; trovoadas que abalarão as cidades, terremotos que engolirão países; ouvir-se-ão vozes pelos ares; os homens baterão as cabeças contra as paredes; pedirão a morte, e por outro lado a morte será seu suplício; o sangue correrá de todo lado. Quem poderá resistir, se Deus não diminuir o tempo da prova? Deus se deixará dobrar pelo sangue, lágrimas e orações dos justos. Enoch e Elias serão mortos; Roma pagã desaparecerá; o fogo do céu cairá e consumirá três cidades; todo o universo será tomado de terror e muitos deixar-se-ão seduzir, porque não adoraram o verdadeiro Cristo vivo entre eles. Chegou a hora, o sol se obscurece, só a fé viverá.

“Chegou o tempo, o abismo se abre. Eis o rei dos reis das trevas, eis a Besta com seus súditos proclamando-se o Salvador do mundo. Ele se elevará orgulhosamente nos ares para ir até o Céu; será asfixiado pelo sopro de São Miguel Arcanjo. Cairá; e a Terra, que durante três dias estará em contínuas evoluções, abrirá seu seio cheio de fogo; ele será submerso para sempre, com todos os seus, nos despenhadeiros eternos do inferno. Então a água e o fogo purificarão a Terra e consumirão todas as obras do orgulho dos homens, e tudo será renovado; Deus será servido e glorificado".

Fim da aparição. Nossa Senhora sobe ao Céu



No fim dessas palavras, Nossa Senhora acrescentou: "Pois bem, meus filhos, comunicareis isto tudo a meu povo". E caminhou até uma elevação próxima. Seus pés apenas tocavam a fímbria das ervas, sem as dobrar. Tendo atingido o topo, Ela se deteve olhando com terna bondade os videntes. E começou a se elevar insensivelmente até a altura de um metro. Ficou ali apenas um instante, o suficiente para olhar o céu, a terra, à sua direita e à sua esquerda. Depois Ela pousou seus olhos "tão doces, tão amáveis e tão bons que eu julguei que ela me atrairia até seu interior, e parecia que meu coração se abria ao d'Ela", narrou Mélanie. A luz que a rodeava tornou-se mais intensa, como envolvendo Nossa Senhora, e Ela desapareceu pouco a pouco. A luz ascendeu suavemente rumo à direita, até sumir do olhar das crianças amadas da Virgem.

Apóstolos dos últimos tempos e a vinda de Elias e Enoch

Esta última e mais acabada redação do segredo desenvolve com maior riqueza de pormenores e precisão a sucessão de eventos futuros já contida nos relatos oficiais de 1851. Mas acrescenta no fim dois elementos novos de enorme significação.

O primeiro é o apelo para a entrada em cena dos apóstolos dos últimos tempos. Para isso Nossa Senhora serve-se de expressões que ecoam poderosamente os termos com que o insigne doutor marial São Luís Maria Grignion de Montfort profetizou tais apóstolos no século XVIII. Nossa Senhora, aliás, segundo relata Mélanie, ditou-lhe uma regra para os apóstolos dos últimos tempos.

Por fim, o segredo destaca o papel que desempenharão o patriarca Enoch e o profeta Elias, fundador da Ordem do Carmo, nos combates finais contra o Anticristo.

Mensagem que convida à oração e à penitência

A descoberta dos textos oficiais do segredo de La Salette nos arquivos vaticanos permite enunciar uma vasta série de considerações. Feitas num espírito de fidelidade incondicional à Santa Igreja e de respeito enlevado pela Hierarquia eclesiástica instituída por Nosso Senhor Jesus Cristo, elas podem inspirar graves e piedosas reflexões que este artigo, já por demais extenso, não tem condições de acolher. O leitor dispõe, entretanto, com o exposto acima, de abundante matéria para meditação, vigilância, oração, e — não é demais lembrá-lo — para uma penitência sincera, proporcionada à situação de cada um.
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NOTAS

1. René Laurentin — Michel Corteville, Découverte du secret de La Salette, Paris, Fayard, 2002, p. 139.

2. La Salette examinée à Rome, Rélation de M. Rousselot, selon L. Bassette, Le Fait de La Salette, Cerf, Paris, 1955, p. 227, apud Laurentin-Corteville, p. 139.

3. Laurentin-Corteville, p. 44.

4. Naquele ano foi fundada a Associação Internacional dos Trabalhadores, ou I Internacional Comunista; Napoleão III e o rei do Piemonte, Vittorio Emmanuele, assinaram um acordo que acarretou a usurpação dos Estados Pontifícios e de Roma, onde o Papa ficou prisioneiro. (cfr. R. P. Alfred Parent, Lê Secret complet de La Salette, Martocq, Paris, 1903).

5. Em outra ocasião Mélanie confidenciou tratar-se de "um triunfo inaudito da Igreja"(cfr. Laurentin-Corteville, p. 70).

6. Esta fase histórica coincide com o Reino de Maria ou século de Maria, profetizado por São Luís Grignion de Montfort, grande doutor marial do século XVIII. E está de acordo com a promessa de Nossa Senhora em Fátima: "Por fim, o meu Imaculado Coração triunfará".

7. Mélanie foi interrogada pelo pároco de Diou a respeito da duração do tempo de paz, tendo ela precisado que duraria “um número de gerações bastante grande”.(Laurentin-Corteville, p. 71).

Artigo extraído da Revista Catolicismo, Setembro/2006Voltar à seção de Aparições de Nossa Senhora

Voluntária católica de 99 anos visita doentes, doa mantimentos e arrecada roupa para os necessitados

VALENCIA, 31 Jan. 12 / 06:29 am (ACI)
 
Clotilde Veniel tem 99 anos de idade e é considerada a "decana" dos voluntários da Cáritas na arquidiocese espanhola de Valência. Mesmo com idade avançada ela ainda visita doentes, os consola e os anima, doa mantimentos e se encarrega de recolher roupa para reciclá-la.

O semanário diocesano Paraula da arquidiocese de Valência conta algo da vidadesta viúva e mãe de dois filhos, que cumprirá 100 anos em maio. Com 5 netos e 5 bisnetos, é uma das fundadoras da Cáritas em sua paróquia na localidade de Bicorp.

"Ontem mesmo fui ver uma deficiente e outra mulher que caiu", assinala Clotilde ao Paraula em um artigo recolhido pela agência AVAN. O Artigo comenta que ela possui um caráter alegre além de ser companheira e até recita poesia para divertir os idosos carentes que visita.

Também relata que "falamos de coisas alegres do passado, como quando íamos passeio com os namorados, que é melhor do que falar dos dores".

Clotilde iniciou sua colaboração com o Cáritas em 1989, quando o então pároco da localidade, Padre Pascal Ripoll, "animou-nos a formar a Cáritas. Não tínhamos nada, e junto de outra garota íamos pedindo pelo povoado".

Na atualidade, Clotilde colabora recolhendo roupa usada, na "campanha do quilo", e inclusive "fazendo bolos e outros doces para arrecadar recursos na Feira Medieval que todos os anos se celebra no povo", assinala o Padre Juan Vila, atual pároco do Bicorp.

Na localidade é "uma mulher muito querida, vai a todas as reuniões do Cáritas e tem muita iniciativa", acrescenta o sacerdote.

Criada em uma família de sete irmãos, Clotilde assegura que sua longevidade é fruto do trabalho duro. "Trabalhei muitíssimo, quase desde que aprendi a andar", afirma. 

Jogador de futebol deixa liga inglesa pelo seminário católico irlandês em Roma

LONDRES, 31 Jan. 12 / 08:16 am (ACI/EWTN Noticias)
 
O Pontifício Colégio Irlandês de Roma (Itália), é agora o lar de Phil Mulryne, de 34 anos, ex-jogador do Manchester United e do Norwich, que descobriu no trabalho social sua vocação ao sacerdócio.

Conforme informou o site espanhol Religión en Libertad, "Mulryne tinha fama de ser divertido, amigável e um pouco indisciplinado". Formou-se nas divisões juvenis do Manchester United junto de David Beckham até que foi transferido ao Norwich em 1999. Ele chegou a integrar a seleção da Irlanda do Norte, de cuja concentração foi retirado em 2005 por falta disciplinar.

Devido às constantes lesões, ele deixou definitivamente o futebol em 2008. Religión en Libertad assinalou que sua participação em atividades solidárias e caritativas teria chamado a atenção do Bispo de Down and Connor (Irlanda), Dom Noel Treanor, quem lhe expôs sua possível vocação sacerdotal.

Seu ex-companheiro no Norwich, Paul McVeigh, disse à imprensa inglesa que mantinha contato com o Mulryne "e sabia que tinha dado uma reviravolta em suavida, que fazia muito trabalho social e ajudava os sem teto semanalmente. Ainda assim, impactou-me que ele sentisse este chamado".

"O que está claro é que não é algo a ser tomado à ligeira, porque para ser ordenado sacerdote católico ele terá que estudar dois anos de filosofia e quatro de teologia", afirmou.

quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Conhecendo a liturgia

Paz e Bem!
Amados Irmãos vamos conhecer um pouco sobre a Sagrada Liturgia


1. O que é a Liturgia?

A palavra liturgia vem do grego "leit", de "povo", e "urgia", que significa "ação", "serviço" ou "obra". Sendo assim, a palavra "liturgia" significa "obra pública".

A Liturgia inclui o conjunto de todas as cerimônias oficiais da Santa Igreja: celebração dos 7 sacramentos, sacramentais (bênção da água, do sal…) e todos os demais ritos

Dentro da Igreja, a liturgia significa o serviço público oficial que ela mesmo realiza, com duas finalidades: a glorificação de Deus e a salvação das almas (SC 112).

O Catecismo da Igreja ensina que “pela liturgia, Cristo, nosso redentor e sumo sacerdote, continua na Igreja, com ela e por ela, a obra da nossa redenção." (Cat. 1069)

Isto significa que através da liturgia, Jesus continua a nos salvar; de modo especial em cada Missa, onde se atualiza a Sua santa Paixão, Morte, Ressureição e Ascenção ao Céu; nela “torna-se presente a nossa redenção”.

Afirma a Constituição do Concílio Vaticano II Sacrosantum Concilium:

“Com razão portanto, a liturgia é tida como o exercício do múnus sacerdotal de Jesus Cristo, no qual, mediante sinais sensíveis, é significada e, de modo peculiar a cada sinal, realizada a santificação do homem, e é exercido o culto público integral pelo Corpo Místico de Cristo, cabeça e membros. Disto se segue que toda a celebração litúrgica, como obra de Cristo sacerdote e de seu corpo que é a Igreja, é ação sagrada por excelência, cuja eficácia, no mesmo título e grau, não é igualada por nenhuma outra ação da Igreja”. (SC,7)

Isto basta para mostrar o quanto é importante a Liturgia para o católico. Somente a Igreja, nascida sob Pedro (o primeiro Papa) e os Apóstolos, tem esta riqueza incomensurável intacta, recebida de Cristo e dos Apóstolos. Entretanto, muitos católicos ainda não conhecem o rico sentido da Liturgia, que se expressa por sinais sagrados, com ritos adequados, termos próprios, símbolos ricos, objetos litúrgicos, cores significativas, imagens, etc.

A Santa Igreja crê que a revelação completa e definitiva de Deus ao homem que se dá em Jesus."Cristo, o Filho de Deus feito homem, é a Palavra única, perfeita e insuperável do Pai. Nele o Pai disse tudo, e não haverá outra revelação senão esta." (Cat. 65)

A Santa Igreja continua a obra da Salvação. Por isso ela conserva e ensina a Verdade, e administra os 7 sacramentos. “Pela liturgia, Cristo, nosso redentor e sumo sacerdote, continua na sua Igreja, com ela e por ela, a obra de nossa redenção.” (Cat. 1069)

“Como Cristo foi enviado pelo Pai, assim também ele enviou os apóstolos, cheios do Espírito Santo, não só porque, pregando o Evangelho a todos os homens anunciassem que o Filho de Deus com sua morte e ressurreição nos livros do poder de satanás e da morte e nos transferiu para o Reino do Pai, mas também para que levassem a efeito, por meio do sacrifício e dos sacramentos, sobre os quais gira toda a vida litúrgica, a obra de salvação que anunciavam.” (SC 6)

No Antigo Testamento: A Lei e os profetas, os Salmos e os demais livros sapiensais, tiveram grande importância nestas celebrações, e ainda tem hoje. O próprio Jesus cantou Salmos na última Ceia. Veja algumas citações que se referem a liturgia:

“Moises aspergiu com sangue a Tenda e todos os utensílios do culto (liturgia)” (Hb,9,21)

“Completados os dias do seu ministério (liturgia), Zacarias voltou para a casa” (Lc 1,23)

“Celebravam eles (os primeiros discípulos) a liturgia em honra do Senhor” (At 13.2)

A Liturgia Católica, instituida por Jesus, visa celebrar (=tornar celebre), dar importância, honrar, exaltar, em comunidade, a Santíssima Trindade de modo especial e celebrar os “santos mistérios”

“Na Liturgia Deus fala a seu povo. Cristo ainda anuncia o Evangelho. E o povo responde a Deus, ora com cânticos, ora com orações. (SC,13)

Pela Liturgia a Igreja celebra o mistério de seu Senhor “até que Ele venha” e até que “Deus seja tudo em todos” (1 Cor 11,26;15,28)

Assim para celebrar a Liturgia é preciso ter uma profunda noção do que é o Cristianismo; o conhecimento da história da salvação, obra de Cristo e da missão da Igreja. Sem isto a Liturgia não pode ser bem compreendida e amada, e pode se transformar em ritos vazios.

Podemos dizer que o último tempo da história da salvação – o tempo de Cristo e da Igreja – é o tempo da Liturgia, uma vez que ela torna presente a obra redentora de Cristo pela celebração dos Sacramentos. Assim, somos também nós participantes da historia da salvação.

A Liturgia é a própria historia da salvação em exercício, já que nela se celebra (torna presente) tudo o que Deus realizou ao longo dos séculos para salvar os homens.

Jesus nos revelou plenamente o Pai, e ensinou-nos a comunicar com Ele. Ele é a ponte entre nós e o Pai. Ele é o Caminho, o Sacerdote único que apresenta a Deus as nossas preces (cf. Hb 5,7) é por isso que nas celebrações litúrgicas fazemos todas as ofertas a Deus “ por Cristo, com Cristo e em Cristo”; tudo em seu Nome.

A Liturgia participa do grande desejo de Jesus: “ Desejei ardentemente comer esta Páscoa convosco (…) até que ela se cumpra no Reino de Deus”. (Lc 22,15-16)

Cristo está presente em sua Igreja, e de modo especial nas ações litúrgicas, para continuar a sua obra de salvação de todos os homens, de todos os tempos e de todos os lugares.

Ele está presente no sacrifício da Missa de várias formas: na pessoa do sacerdote, pois “aquele que agora oferece pelo ministério dos sacerdotes é o mesmo que outrora se ofereceu na cruz”, e de modo especial, sob as espécies eucarísticas. Ele está presente nos Sacramentos; assim, quando alguém batiza, é Cristo mesmo que batiza; Ele está presente por sua Palavra, pois Ele mesmo quem fala quando se lêem as Sagradas Escrituras na Igreja; e Ele está presente quando a Igreja reza: “Onde dois ou três estiverem reunidos em meu nome, aí estarei no meio deles” (Mt 18,20)

Você sabe quais são os dias santos na Liturgia?

De acordo com o Catecismo da Igreja Católica os dias santos, onde todo católico é obrigado a participar da Santa Missa, são:

Catecismo da Igreja Católica §2177 – “Devem ser guardados [além dos domingos] o dia do Natal de Nosso Senhor Jesus Cristo, da Epifania, da Ascensão e do Santíssimo Corpo e Sangue de Cristo, de Santa Maria, Mãe de Deus, de sua Imaculada conceição e Assunção, de São José, dos Santos Apóstolos Pedro e Paulo, e por fim, de Todos os Santos” (CDC, cân. 1246,1; n. 2043).

Cores Liturgicas
Quando vamos à igreja, notamos que o altar, o tabernáculo, o ambão, e até mesmo a estola e a casula usadas pelo sacerdote, combinam todos com uma mesma cor. Percebemos também que, a cada semana que passa, essa cor pode permanecer a mesma ou variar. Se acontecer de no mesmo dia irmos a duas igrejas diferentes, comprovaremos que ambas usam a mesma cor, com exceção, é claro, da igreja que celebra o seu padroeiro. Na verdade, a cor usada um certo dia é válida para a Igreja em todo o mundo, que obedece a um mesmo calendário litúrgico. Conforme a missa do dia, indicada pelo calendário, fica estabelecida uma determinada cor. Desta forma, concluímos que as diferentes cores possuem algum significado para a Igreja: elas visam manifestar externamente o caráter dos Mistérios celebrados e também a consciência de uma vida cristã que progride com o desenrolar do Ano Litúrgico. Manifesta também, de maneira admirável, a unidade da Igreja. No início havia uma certa preferência pelo branco. Não existiam ainda as chamadas cores litúrgicas. Estas só foram fixadas em Roma no século XII. Em pouco tempo, devido ao seu alto valor teológico e explicativo, os cristãos do mundo inteiro aderiram a esse costume, que tomou assim, caráter universal. As cores litúrgicas são seis, como veremos a seguir.

Branco - Usado na Páscoa, no Natal, nas Festas do Senhor, nas Festas de Nossa Senhora e dos Santos, exceto dos mártires. Simboliza alegria, ressurreição, vitória e pureza.Sempre é usado em missas festivas.

Vermelho – Lembra o fogo do Espírito Santo. Por isso é a cor de Pentecostes. Lembra também o sangue. É a cor dos mártires e da sexta-feira da Paixão e do Domingo de Ramos. Usado nas missas de crisma, em pentecostes e martirios.

Verde – Se usa nos domingos e dias da semana do Tempo Comum. Está ligado ao crescimento, à esperança.

Roxo – Usado no Advento e na Quaresma. É símbolo da penitência e da serenidade. Também pode ser usado nas missas dos defuntos e na celebração da penitência.

Róseo – O rosa pode ser usado no 3º domingo do Advento (Gaudete) e 4º domingo da Quaresma (Laetare). Simboliza uma breve pausa, um certo alívio no rigor da penitência da Quaresma e na preparação do Advento.

Preto – É sinal de tristeza e luto. Hoje está praticamente em desuso na liturgia.

Azul - Usa-se ou não na Solenidade da Imaculada Conceição; representa o manto azul de Nossa Senhora. Ainda não é usado por muitos padres!

Objetos Litúrgicos

Altar: Mesa onde se realiza a ceia Eucarística; ela representa o próprio Jesus na Liturgia.

Alva: túnica longa de cor branca, usada pelos ministros nas celebrações litúrgicas.

Água: Deve se natural na liturgia, o sacerdote usa para lavar as mãos, e coloca uma gota (d´agua) no cálice no momento do ofertório. Simboliza a humanidade unida a Cristo.

Cálice: Taça onde se coloca o vinho que vai ser consagrado.

Casula: espécie de manto que se veste sobre a alva e a estola.

Estola: é uma faixa colocada no pescoço e separada da túnica, significa o poder a autoridade do sacerdote.

Patena: Catena onde é colocada a Hóstia Grande que será consagrada e apresentada aos fiéis. Acompanha o estilo do cálice, pois é complemento.

Corporal: Pano quadrangular de linho com uma cruz no centro; sobre ele é colocado o cálice, a patena e a âmbula para a consagração.

Pala: Cobertura quadrangular para o cálice.

Galhetas: Recipientes onde se coloca a água e o vinho para serem usados na Celebração Eucarística.

Crucifixo: Fica sobre o altar ou acima dele, lembra a Ceia do Senhor é inseparável do seu Sacrifício Redentor.

Lecionários: Livros que contém as leituras da Missa. Lecionário ferial (leituras da semana); lecionário santoral (leitura dos santos), lecionário dominical (leituras do Domingo).

Manustérgio: Toalha usada para purificar as mãos antes, durante e depois do ato litúrgico.

Missal: Livro que contém o ritual da missa, menos as leituras.

Sanguíneo: Pequeno pano utilizado para o celebrante enxugar a boca, os dedos e o interior do cálice, após a consagração.

Ostensório ou Custódia: Objeto utilizado para expor o Santíssimo, ou para levá-lo em procissão.

Teca: Pequeno recipiente onde se leva a comunhão para pessoas impossibilitadas de ir a missa.

Ambão: Estante onde é proclamada a palavra de Deus.

Incenso: Resina de aroma suave. Produz uma fumaça que sobe aos céus, simbolizando as nossas preces e orações à Deus.

Naveta: Objeto utilizado para se colocar o incenso, antes de queimá-lo no turíbulo.

Turíbulo: Recipiente de metal usado para queimar o incenso.

Alfaias: Designam todos os objetos utilizados no culto, como por exemplo, os paramentos litúrgicos.

Aliança: Anel utilizado pelos noivos para significar seu compromisso de amor selado no matrimônio.

Andor: Suporte de madeira, enfeitado com flores. Utilizados para levar os santos nas procissões.

Aspersório: Utilizado para aspergir o povo com água-benta. Também conhecido pelos nomes de aspergil ou asperges.

Bacia: Usada como jarro para as purificações litúrgicas.

Báculo: Bastão utilizado pelos bispos. Significa que ele representa Cristo Pastor.

Batistério: O mesmo que pia batismal. É onde acontecem os batismos.

Campainha: Sininhos tocados pelo acólito no momento da consagração.

Castiçais: Suportes para as velas.

Círio Pascal: Uma vela grande onde se pode ler ALFA e ÔMEGA (Cristo: começo e fim) e o ano em curso. Tem grãos de incenso que representam as cinco chagas de Cristo. Usado na Vigília Pascal, durante o Tempo Pascal, e durante o ano nos batismos. Simboliza o Cristo, luz do mundo.

Âmbula: Recipiente onde são colocadas as hóstias a serem consagradas.

Credência: Mesinha ao lado do altar, utilizada para colocar os objetos do culto.

Genuflexório: Faz parte dos bancos da Igreja. Sua única finalidade é ajudar o povo na hora de ajoelhar-se.

Hóstia: Pão Eucarístico. A palavra significa "vítima que será sacrificada".

Hóstia Grande: É utilizada pelo celebrante. É maior apenas por uma questão de prática. Para que todos possam vê-la na hora da elevação, após a consagração.

Imagens: Existem nas Igrejas desde os primeiros séculos. Sua única finalidade litúrgica é ajudar a mergulhar nos mistérios da vida de Cristo. O mesmo se pode dizer com relação às pinturas.

Incenso: resina aromática extraída de várias plantas, para se colocar sobre brasas nas celebrações

Luneta: Objeto em forma de meia-lua utilizado para fixar a hóstia grande dentro do ostensório.

Ostensório: objeto que serve para expor a hóstia consagrada à adoração dos fiéis e para dar a benção eucarística.

Sacrário: Caixa onde é guardada a Eucaristia após a celebração. Também é conhecida como TABERNÁCULO.

Reserva Eucarística: Eucaristia guardada no Sacrário.

Véu Do Cálice: Pano utilizado para cobrir o cálice. Véu Do Cibório: Capinha de seda branca que cobre a âmbula. É sinal de respeito para com a Eucaristia.

Alguns termos e sinais litúrgicos

A celebração litúrgica é realizada também com sinais e símbolos. Diz o Catecismo que “segundo a pedagogia divina da salvação, o significado dos sinais e dos símbolos deita raízes na obra da criação e na cultura humana, adquire precisão nos eventos da antiga aliança e se revela plenamente na pessoa e na obra de Cristo”(CIC 1145).

Deus fala ao homem por meio da criação visível. A luz e a noite, o vento e o fogo, a água e a terra, a arvore e os frutos falam de Deus, e simbolizam também a grandeza e a proximidade Dele,

Também a Liturgia da Igreja emprega e santifica os elementos da criação e da cultura humana dando-lhes a dignidade de sinais da graça, da nova criação em Jesus Cristo (cf. CIC 1148)

A revelação de Deus acontece de duas maneiras: uma natural (“os céus cantam a Glória de Deus…” Sl 18,2; Rm 1,19; Sb 13,1-9) e de maneira sobrenatural (Deus falou por meio dos Patriarcas e dos Profetas, e falou por meio de Jesus; Hb 1,1; Ef 1,9s). Nesta revelação os sinais sagrados são usados para a comunicação de Deus conosco, e tem um poder eficiente; efetuam o que significam.

Na Antiga Aliança encontramos muitos sinais litúrgicos; a circuncisão, a unção com óleo de reis e sacerdotes, a imposição das mãos, os sacrifícios, e a Páscoa. Nestes sinais a Igreja vê uma prefiguração para os sinais da Nova Aliança. Para dar a conhecer o Reino de Deus Jesus usou muitos sinais e gestos simbólicos.

Desde Pentecostes, é por meio dos sinais sacramentais de sua Igreja que o Espírito Santo realiza a santificação. Os Sacramentos da Igreja não abolem, antes purificam e integram toda a riqueza dos sinais e dos símbolos do cosmos e da vida social. Além disso, realizam os tipos e as figuras da Antiga Aliança, significam e realizam a salvação operada por Cristo, e prefiguram e antecipam a glória do Céu. (CIC 1152)

Ablução – Ato de lavar-se, no todo ou em parte do corpo; na liturgia tem sentido penitencial.

Absolvição – de absolver, o mesmo que desatar, libertar.

Abstinência – Proibição de comer carne nos dias previstos pela Igreja (Sexta-feira Santa e quarta-feira de cinzas).

Aclamação – Expressão coletiva de aplausos, participação, assentimento (cf, SC 30):

“Para promover uma participação ativa, trate-se de incentivar as aclamações do povo, as respostas, as salmodias, as antífonas e os cântico, bem como as ações e os gestos e o porte do corpo. Ao seu tempo seja também guardado o sagrado silêncio.”

Acólito – leigo que auxilia as funções litúrgicas (“coroinhas”)

Advento – tempo litúrgico de preparação para o Natal, que consiste de 4 semanas, no ínicio do ano litúrgico.

Aleluia – (palavra hebraica) louvai o Senhor. É uma aclamação de alegria que não se usa no tempo da quaresma. Emprega-se na Missa, principalmente na aclamação do Evangelho, no oficio muitas vezes; abundantemente no tempo Pascal.

Alfaias litúrgicas – são todos os objetos que servem de certo modo ao exercício da liturgia.

Amém – palavra hebraica que alguns traduzem por assim seja, assim aconteça. Esta palavra não se traduz. O Apocalipse (3,14) chama Jesus de o Amém, e a segunda carta aos Corintios (1,20) afirma que é em Jesus que dizemos Amém. Santo Agostinho diz que o nosso amém é a nossa assinatura, o nosso compromisso.

Anáfora (trazer sobre, oferecer) – momento central da Eucaristia, do prefácio à doxologia. Oração Eucarística.

Ano Litúrgico – período de doze meses em que a Igreja celebra os mistérios de Cristo. Inicia com o primeiro Domingo do advento e termina com o último Domingo do tempo comum (festa de Cristo Rei). A festa central é a Páscoa, precedida pela quaresma e seguida do tempo pascal.

Antífona – texto curto antes e depois de cada salmo do oficio, que exprime sua idéia principal.

Antifonia – (=voz contra voz), execução de um canto mediante dois coros.

Cânon da Missa – oração eucarística da Missa.

Catecumenato – tempo de iniciação a vida Cristã e preparação para o batismo.

Cerimoniário – mestre de cerimônias – aquele que é encarregado de preparar com cuidado as celebrações.

Concelebração – celebração simultânea de mais de um sacerdote à mesma missa.

Doxologia – fórmula de louvor que geralmente se usa em honra da Santíssima Trindade. Na liturgia recebem o nome de doxologia o “ Gloria ao Pai” (…), o “Gloria a Deus nas alturas”, e o “por Cristo, com Cristo (…)”, no final da oração eucarística.

Epiclese – oração da Missa com a qual se invoca a descida do Espírito Santo para que ele, antes da consagração, santifique as oferendas, e após a consagração, santifique a assembléia dos fiéis.

Epifania – aparição ou manifestação de Deus. Festa dos reis magos.

Epístola – na antiguidade, comunicação escrita de qualquer tipo. O Novo Testamento contém 21 epístolas ou cartas. As epístolas normalmente tratam de temas gerais e são dirigidas não a uma pessoa em particular, mas ao público em geral. Na celebração eucarística dominical, a epístola corresponde à Segunda Leitura.

Exéquias – ritos em favor dos fieis falecidos.

Fração do Pão – ato pelo qual o sacerdote parte o pão antes da comunhão. Este termo também foi usado na historia para designar a celebração eucarística.

Genuflexão – ato de dobrar o joelho em sinal de adoração.

Hosana – “Salva-nos agora!”, é também aclamação, saudação, louvor.

Hóstia – vitima oferecida em sacrifício. Pão eucarístico após a consagração feita por um sacerdote legitimo.

Incenso – fumaça perfumada originada da queima de produtos aromáticos que simboliza louvor e adoração a Deus.

Kyrie Eleison – expressão grega que significa Senhor, piedade. É uma invocação antiga mediante a qual os fieis imploram a misericórdia do Senhor.

Lavabo – ato de lavar as mãos. Na Missa o lavado se da após a apresentação das ofertas.

Memento – parte da oração eucarística onde se recordam os vivos e falecidos.

Memória – comemoração litúrgica de um santo.

Mirra – resina perfumada que os reis magos ofereceram ao menino Jesus. Usada na época para preparar o sepultamento , indica a paixão e morte que Jesus sofreria.

Mitra – Assemelha-se a um chapéu em forma de capacete, com duas pontas para o alto. O bispo usa nas celebrações solenes.

Nave – parte central do templo.

Oficio Divino – Liturgia das Horas

Óleos Santos – os três óleos que o bispo benze na Missa do Crisma, na quinta-feira santa: o crisma, o óleo dos catecúmenos, óleo dos enfermos.

Ordo – (ordem), equivale a rito (Ordo missae – rito da missa)

Palma – (ramos) é sinal de prosperidade (Sl 91,12) e de vitória (Ap 7,9)

Pantokrátor – que tudo contém, oniponte.

Paraliturgia – celebração da Palavra de Deus.

Pão Ázimo – sem fermento, usado na confecção de hóstias. Ázimo era o pão utilizado na páscoa dos judeus. Jesus o transformou no seu próprio corpo na Eucaristia; por isso é assim utilizado na Hóstia Sagrada.

Ritual – Livro que contem as fórmulas e os ritos que o sacerdote e a assembléia devem seguir para administrar os sacramentos.

Rubricas – (de ruber-vermelho), diretrizes rituais e cerimoniais indispensáveis para o correto desenvolvimento das ações litúrgicas.

Sacramentais – são sinais sagrados e ações litúrgicas não instituídas por Cristo, mas introduzidas pela Igreja, para proveito espiritual dos fieis.

Solenidade – o grau mais alto de festa litúrgica. Por exemplo: Tríduo Pascal, Natal do Senhor, Epifania, Ascensão Anunciação do Senhor (25/3), Maria Santíssima – Mãe de Deus, Pentecostes, São José esposo de Maria.

Festas – Transfiguração do Senhor, Apresentação do Senhor, (2/2) Exaltação da Santa Cruz

Sufrágio – prece ou obra de caridade oferecida pelas almas dos fieis defuntos.(LG 50)

Transubstanciação – transformação da substancia do pão no corpo de Cristo, e do vinho no Seu sangue, mediante a consagração das espécies feitas pelo sacerdote legitimo.

Triságion – (três vezes santo) A tríplice aclamação “Deus santo, santo e forte, santo e imortal, tende piedade de nós”.

Turiferário – pessoa que leva o turíbulo.

Urbi et Orbi – para a cidade e para o mundo.

Viático – Sacramento da eucaristia ministrado aos doentes acamados.

As posturas do nosso corpo são significativas:

Ficar em pé – significa a posição de Cristo ressuscitado. Simboliza prontidão para caminhar com Deus e com os irmãos. É também símbolo da dignidade humana; e sinal de respeito e atenção para com os outros.

Sentados – é a atitude de quem ensina e também de quem ouve, medita e fala com Deus. Jesus se assentava e mandava os discípulos se assentarem também (cf. Mt 5,1-2; Lc 10,39); por isso, durante as celebrações os ouvintes sentam para ouvir as leituras, exceto no Evangelho, onde a posição de pé significa a prontidão em seguir os ensinamentos de Jesus.

Ajoelhados – significa principalmente humildade e reconhecimento da própria miséria e limitações. Expressa profunda adoração a Deus.

Também o espaço celebrativo, onde se desenrola a liturgia, tem grande importância; a sua ornamentação, as imagens, as pinturas, o cuidado com os objetos litúrgicos, as vestes, a disposição das pessoas, o cuidado com o altar, tudo repercute na celebração dos mistérios de nossa fé. Tudo tem sentido próprio na Liturgia; por exemplo, as vestes informam a função de cada ministro (paramentos); também a roupa dos fieis deve ser decente e adequada à celebração. Não se vai a Missa como se vai a um campo de futebol, ou à praia, ou a um passeio no campo.

Alguns símbolos litúrgicos são muito usados:

ALFA E ÔMEGA – Primeira e última letra do alfabeto grego. No Cristianismo aplicam-se a Cristo, princípio e fim de todas as coisas.

TRIÂNGULO – Com seus três ângulos iguais (equilátero), o triângulo simboliza a Santíssima Trindade. É um símbolo não muito conhecido pelo nosso povo.

INRI - São as iniciais das palavras latinas Iesus Nazarenus Rex Iudaerum, que querem dizer: Jesus Nazareno Rei dos Judeus, mandadas colocar por Pilatos na crucifixão de Jesus (Cf. Jo 19,19).

XP – Estas letras, do alfabeto grego, correspondem em português a C e R. Unidas, formam as iniciais da palavra CRISTÓS (Cristo). Esta significação simbólica é, porém, ignorada por muitos.

IHS – Iniciais das palavras latinas Iesus Hominum Salvador (Jesus Salvador dos Homens). Adaptaram em portugues para Jesus Hóstia Sagrada.

Peixe – símbolo de Cristo , usado no inicio do Cristianismo. ICTYS (Iesus Christos Theos Yos Soter); Jesus Cristo Filho de Deus Salvador.

Pelicano – A ave é o Pelicano; ele é um símbolo da Eucaristia e de Cristo que se imola pela humanidade. Quando o pelicano não tem comida para os filhos, então, ele pica o próprio peito até sangrar para dar o seu sangue para alimentar os filhotes.

Píxide – Vaso que contém as hóstias consagradas.

Pluvial – capa dura usada pelo sacerdote na benção do Santíssimo, nas procissões eucarísticas.

Sanguíneo – paninho branco que o celebrante utiliza para enxugar o interior do cálice.

Túnica – como oficiante do Culto Divino, aquele que fica à frente, o sacerdote coloca vestes próprias que o distinguem das outras pessoas da celebração.

Velas – as velas tem valor simbólico. Significam as realidades mais profundas, a Luz da Fé que nos cristãos recebemos no Batismo, lembrando que Cristo é a luz do mundo.

(Fonte: Dicionário de Liturgia – Di Sartore e A.Z. Triarca – Ed. Paulinas – 1992,SP)

Para entender e celebrar a Liturgia, Prof. Felipe Aquino,Ed. Cléofas, Lorena- SP






Cultive as boas amizades


Não preciso falar aqui da importânica de cultivar as boas amizades para ser feliz. Milan Kundera diz que “toda amizade é uma aliança contra a adversidade, aliança sem a qual o ser humano ficaria desarmado contra seus inimigos. Os amigos recentes custam a perceber essa aliança, não valorizam ainda o que está sendo contraído. São amizades não testadas pelo tempo, não se sabe se enfrentarão com solidez as tempestades ou se serão varridos numa chuva de verão.”
A verdadeira amizade nos socorre quando menos esperamos! Podemos esquecer aquele com quem rimos muito, mas nunca nos esqueceremos daqueles com quem choramos. Os corações que as tristezas unem permanecem unidos para sempre.
Na prosperidade, os verdadeiros amigos esperam ser chamados; na adversidade, apresentam-se espontaneamente. A fortuna faz amigos. A desgraça prova se eles existem de fato. É preciso saber fazer e cultivar amizades. Isso depende de cada um de nós; antes de tudo, do nosso desprendimento e fidelidade ao outro. Para conquistar um amigo é preciso criar um “deserto” dentro de si, aceitando que o outro venha ocupá-lo.
Acolher o amigo é, em primeiro lugar, ouvi-lo. Alguns morrem sem nunca ter encontrado alguém que lhes tenha prestado a homenagem de calar-se totalmente para ouvi-los. São poucos os que sabem ouvir, porque poucos estão vazios de si mesmos, e o seu “eu” faz muito barulho. Se você souber ouvir, muitos virão lhe fazer confidências.
Muitas pessoas se queixam da falta de amigos, mas poucos se preocupam em realizar em si as qualidades próprias para conquistar amizades e conservá-las.
Se você quiser ser agradável às pessoas, fale a elas daquilo que lhes interessa e não daquilo que interessa a você. A amizade é alimentada pelo diálogo; que é uma troca de ideias em busca da verdade; muito diferente da discussão, que é uma luta entre dois, na qual cada um defende a sua opinião.
A verdadeira amizade não pode ser alimentada pela discussão, somente pelo diálogo.
Em vez de demonstrar exaustivamente que o amigo está errado, ajude-o a descobrir a verdade por si mesmo; isso é muito mais nobre e pedagógico.
Se você quiser agir sobre seu amigo, de verdade, para que ele mude, comece por amá-lo sincera e desinteressadamente.
A amizade também exige que se corrija o amigo que erra; mas devemos censurar os amigos na intimidade; e elogiá-los em público. Nada é tão nocivo a uma amizade como a crítica ao amigo na frente de outras pessoas; isso humilha e destrói a confiança. Nunca desista de ajudar o amigo a vencer uma batalha; não há nem haverá alguém que tenha caído tão baixo que esteja fora do alcance do amor infinito de Deus e do nosso socorro.
Uma amizade só é verdadeira e duradoura se é baseada na fidelidade. Cuidado, pois para magoar alguém são necessários um inimigo e um amigo: o inimigo para caluniar e um “amigo” para transmitir a calúnia.
(Trecho extraído do livro: “Para ser feliz”)
Prof. Felipe Aquino

Novena em honra de Santa Teresinha do Menino Jesus


Eterno Pai que estais no céu, onde coroais os méritos daqueles que neste mundo Vos servem com fidelidade, pelo amor tão puro que Vos consagrou a vossa filha Santa Teresinha do Menino Jesus, a ponto de esperar na sua filial confiança “que no céu lhe faríeis a vontade, visto como ela mesma havia sempre cumprido a vossa nesta terra”, mostrai-nos Vos propício às suas súplicas e, por meio dela, dignai-Vos ouvir benignamente as minhas preces.


Pai-nosso, Ave-Maria, Glória.

Filho Unigênito do Eterno Pai, que prometestes galardoar o mais insignificantes serviços prestados ao próximo em vosso nome, deitai um olhar de complacência sobre a vossa esposa Santa Teresinha do Menino Jesus, que com tanto zelo tomou a peito a salvação das almas. Em atenção a tudo o que fez e padeceu em vida, dignai-Vos dar sempre ouvidos ao seu ardente desejo de “passar o céu a fazer o bem sobre a terra” e, por esse desejo, concedeis as graças pelas quais ardentemente suspiro.

Pai-nosso, Ave-Maria, Glória.

Espírito Santo e Eterno, que aperfeiçoastes com tão copiosas graças de amor a alma abençoada de Santa Teresinha do Menino Jesus, pela sua fidelidade em corresponder a elas, rogo-Vos encarecidamente sejais propício às súplicas que ela Vos faz por mim. Lembrado da sua promessa de “fazer cair do céu uma chuva de rosas”, concedei-lhe em meu favor, ó Espírito Divino, a realização dessa auspiciosa promessa.

Pai-nosso, Ave-Maria, Glória.

Oremos: Santa Teresinha do Menino Jesus, que no curto espaço de vossa existência fostes espelho de Angélica pureza, de amor forte e de tão generoso abandono a Deus. agora, que estais gozando o prêmio das vossas virtudes, volvei um olhar compassivo para mim, que em vós ponho inteira confiança.

Fazei vossa a minha aflição, dizei uma palavra em meu favor a essa Virgem Imaculada de quem fostes a flor privilegiada, à Rainha do céu, que vos “sorriu no alvorecer da vida”. Instai com essa boa Mãe, tão poderosa sobre o Coração de Jesus, me obtenha a graça que tão ardentemente solicito neste momento e me dê ao mesmo tempo uma benção que me alente durante a vida, me ampare na hora da morte e me conduza até à eterna bem-aventurança. Amém.

V. Rogai por nós, Santa Teresinha do Menino Jesus.

R. Para que sejamos dignos das promessas de Cristo.

(Fonte: “Novenas para todas as necessidades”, Editora Artpress 

Jornada de intercessão pela paz na Terra Santa. Una-se


  Domingo, 29 de janeiro, 2.500 cidades de todo o mundo se unirão em oração na IV Jornada Internacional de intercessão pela paz na Terra Santa.
A iniciativa surgiu do desejo de algumas associações católicas juvenis, e recebeu a adesão do Papa e de toda a Igreja, que a celebram em comunhão com o Patriarcado Latino de Jerusalém e a Custódia da Terra Santa.
O Presidente do Pontifício Conselho da Justiça e da Paz, Cardeal Peter Turkson, publicou uma mensagem, dirigindo-se de modo particular aos jovens:
“Os jovens são e podem ser um recurso para a paz se viverem sua liberdade em conexão com a verdade, com o bem e com Deus. Só assim colocam profundas raízes em seu compromisso com a justiça e a paz. (…) O período da juventude é aquela estação da vida na qual se olha para os grandes valores que hoje, infelizmente, parecem estar muito fracos: a verdade, a liberdade, a justiça, o amor, a fraternidade”.
O cardeal Turkson termina agradecendo-lhes “porque mostram ao mundo o rosto jovem, ativo e bonito da Igreja de Cristo”.
A Jornada de Intercessão pela Paz na Terra Santa é promovida por vários movimentos, grupos de adorações eucarísticas e associações.
Representantes desses movimentos estarão presentes no domingo, às 12h, na Praça São Pedro, para o Angelus de Bento XVI.
Para aderir à iniciativa, é necessário inserir na celebração eucarística do domingo 29 de janeiro uma oração especial pela Terra Santa ou um momento de adoração eucarística no final da Santa Missa.
A Jornada será aberta com uma celebração às 5h de Roma (2h de Brasília), no Calvário de Jerusalém.

A vida de Santa Faustina em quadrinhos

O Apostolado da Divina Misericórdia, sediado na arquidiocese de Curitiba, no Paraná, lançou a publicação do livro infantil "Faustininha", que retrata em quadrinhos a história de Santa Faustina Kowalska, apóstola da Misericórdia de Deus.

Com uma linguagem bem simples, divertida e repleta de ilustrações, a obra é destinada ao público infantil e recomendada pelo Apostolado da Divina Misericórdia para ser trabalhado na catequese infantil, para ajudar e aprimorar a formação das crianças sobre a misericórdia divina. O livro pode ser adquirido por qualquer pessoa interessada através da loja virtual do site:
www.misericordia.org.br ou diretamente no local.

Maria Faustina Kowalska nasceu em Glogowiec, na Polônia central, no dia 25 de agosto de 1905, de uma família camponesa de sólida formação cristã. Desde a infância sentiu a aspiração à vida consagrada, mas teve de esperar diversos anos antes de poder seguir a sua vocação. Em todo o caso, desde aquela época começou a percorrer a via da santidade. Mais tarde, recordava: "Desde a minha mais tenra idade desejei tornar-me uma grande santa".

Aos 16 anos deixou a casa paterna e começou a trabalhar como doméstica. Na oração tomou depois a decisão de ingressar num convento. Assim, em 1925, entrou na Congregação das Irmãs da Bem-aventurada Virgem Maria da Misericórdia, que se dedica à educação das jovens e à assistência das mulheres necessitadas de renovação espiritual. Ao concluir o noviciado, emitiu os votos religiosos que foram observados durante toda a sua vida, com prontidão e lealdade. Em diversas casas do Instituto, desempenhou de modo exemplar as funções de cozinheira, jardineira e porteira. Teve uma vida espiritual extraordinariamente rica de generosidade, de amor e de carismas que escondeu na humildade dos empenhos quotidianos.

O Senhor escolheu esta Religiosa para se tornar apóstola da Sua misericórdia, a fim de aproximar mais de Deus os homens, segundo o expresso mandato de Jesus: "Os homens têm necessidade da minha misericórdia".


Em 1934, Irmã Maria Faustina ofereceu-se a Deus pelos pecadores, sobretudo por aqueles que tinham perdido a esperança na misericórdia divina. Nutriu uma fervorosa devoção à Eucaristia e à Mãe do Redentor, e amou intensamente a Igreja participando, no escondimento, na sua missão de salvação. Enriqueceu a sua vida consagrada e o seu apostolado, com o sofrimento do espírito e do coração. Consumada pela tuberculose, morreu santamente em Cracóvia no dia 5 de outubro de 1938, com a idade de 33 anos.


João Paulo II proclamou-a Beata no dia 18 de abril de 1993; sucessivamente, a Congregação das Causas dos Santos examinou com êxito positivo uma cura milagrosa atribuída à intercessão da Beata Maria Faustina, e no dia 20 de dezembro de 1999 foi promulgado o Decreto sobre esse milagre.

quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Bento XVI propõe que as redes sociais sejam espaços de silêncio e reflexão

VATICANO, 25 Jan. 12 / 07:58 am (ACI/EWTN Noticias)
 
Papa Bento XVI pediu considerar "com interesse para as várias formas de sítios, aplicações e redes sociais que possam ajudar o homem atual não só a viver momentos de reflexão e de busca verdadeira, mas também a encontrar espaços de silêncio, ocasiões deoração, meditação ou partilha da Palavra de Deus".

O Santo Padre refletiu sobre o papel dos ambientes virtuais em sua mensagem para a 46º Jornada Mundial das Comunicações Sociais, titulado "Silêncio e palavra: Caminho de Evangelização", publicado neste 24 de janeiro dia em que a Igreja celebra a São Francisco de Sales.
Em alusão a redes como Facebook e Twitter, onde os usuários compartilham apenas breves mensagens de máximo 140 caracteres, o Papa explicou que "na sua essencialidade, breves mensagens – muitas vezes limitadas a um só versículo bíblico – podem exprimir pensamentos profundos, se cada um não descuidar o cultivo da sua própria interioridade".

Na mensagem dirigida aos comunicadores, o Santo Padre destaca a importância do silêncio e a palavra, um aspecto que "às vezes fica esquecido, sendo hoje particularmente necessário lembrá-lo".

Estes são dois momentos da comunicação "que se devem equilibrar, alternar e integrar entre si para se obter um diálogo autêntico e uma união profunda entre as pessoas. ".

"Quando palavra e silêncio se excluem mutuamente, a comunicação deteriora-se, porque provoca um certo aturdimento ou, no caso contrário, cria um clima de indiferença; quando, porém se integram reciprocamente, a comunicação ganha valor e significado", acrescenta o Pontífice.

O Papa sublinha também que "o silêncio é parte integrante da comunicação e, sem ele, não há palavras densas de conteúdo. No silêncio, escutamo-nos e conhecemo-nos melhor a nós mesmos, nasce e aprofunda-se o pensamento, compreendemos com maior clareza o que queremos dizer ou aquilo que ouvimos do outro, discernimos como exprimir-nos".

“Por isso, do silêncio, deriva uma comunicação ainda mais exigente, que faz apelo à sensibilidade e àquela capacidade de escuta que frequentemente revela a medida e a natureza dos laços", expressou.

O silêncio também ajuda a discernir e a relações as situações que "à primeira vista, pareciam não ter ligação entre si, a avaliar e analisar as mensagens; e isto faz com que se possam compartilhar opiniões ponderadas e pertinentes, gerando um conhecimento comum autêntico. Por isso é necessário criar um ambiente propício, quase uma espécie de «ecossistema» capaz de equilibrar silêncio, palavra, imagens e sons".

O Papa logo se referiu às perguntas essenciais que se faz toda pessoa sobre sua origem e seu destino, que constituem um convite à reflexão, ao diálogo "e ao silêncio, que às vezes pode ser mais eloquente do que uma resposta apressada, permitindo a quem se interroga descer até ao mais fundo de si mesmo e abrir-se para aquele caminho de resposta que Deus inscreveu no coração do homem".

O silêncio, prossegue o Papa, é o lugar aonde fala Deus ao homem: "se Deus falar com homem também no silêncio, o homem igualmente descobre no silêncio a possibilidade de falar com Deus e de Deus".

"A contemplação silenciosa –continua Bento XVI– nos inunda na fonte do Amor, que nos conduz para nosso próximo, para sentir sua dor e oferecer a luz de Cristo, sua Mensagem de vida, seu dom de amor total que salva".

Depois de recordar que para a pergunta sobre o sentido do homem encontra-se a resposta no mistério de Cristo, do qual nasce a missão da Igreja de evangelizar, o Papa reitera que a palavra e o silêncio são a base para a evangelização.

"Educar-se em comunicação quer dizer aprender a escutar, a contemplar, para além de falar; e isto é particularmente importante paras os agentes da evangelização: silêncio e palavra são ambos elementos essenciais e integrantes da ação comunicativa da Igreja para um renovado anúncio de Jesus Cristo no mundo contemporâneo", conclui.

A Jornada Mundial das Comunicações Sociais será celebrada no próximo 20 de maio. Participaram da apresentação da mensagem o Presidente do Pontifício Conselho para as Comunicações Sociais, Arcebispo Claudio Maria Celli; Dom Paul Tighe, Secretário do mesmo dicastério, Dom Giuseppe Antonio Scotti, Secretário adjunto do mesmo; e o subsecretário o Dr. Angelo Scelzo.