domingo, 28 de dezembro de 2014

Urbi et Orbi: Jesus é a salvação para cada pessoa e para cada povo!

foto: Captura Youtube

Vaticano, 25 Dez. 14 / 12:34 pm (ACI/EWTN Noticias).- Em sua habitual mensagem Urbi et Orbi (nomenclatura em latim para o discurso papal feito “à Roma e ao Mundo”) o Papa Francisco indicou que Jesus é a salvação para cada um e para todos os povos, e pediu pela paz nas nações em guera, pelos não-nascidos por causa do aborto e pelo fim do terrorismo e da perseguição aos cristãos, especialmente no Oriente Médio e na Nigéria. Abaixo reproduzimos a íntegra da Mensagem do Papa:

Queridos irmãos e irmãs, bom Natal!

Jesus, o Filho de Deus, o Salvador do mundo, nasceu para nós. Nasceu em Belém de uma virgem, dando cumprimento às profecias antigas. A virgem chama-se Maria; o seu esposo, José.

São as pessoas humildes, cheias de esperança na bondade de Deus, que acolhem Jesus e O reconhecem. Assim o Espírito Santo iluminou os pastores de Belém, que acorreram à gruta e adoraram o Menino. E mais tarde o Espírito guiou até ao templo de Jerusalém Simeão e Ana, humildes anciãos, e eles reconheceram em Jesus o Messias. «Meus olhos viram a salvação – exclama Simeão – que ofereceste a todos os povos» (Lc 2, 30-31).

Sim, irmãos, Jesus é a salvação para cada pessoa e para cada povo!

A Ele, Salvador do mundo, peço hoje que olhe para os nossos irmãos e irmãs do Iraque e da Síria que há tanto tempo sofrem os efeitos do conflito em curso e, juntamente com os membros de outros grupos étnicos e religiosos, padecem uma perseguição brutal. Que o Natal lhes dê esperança, como aos inúmeros desalojados, deslocados e refugiados, crianças, adultos e idosos, da Região e do mundo inteiro; mude a indiferença em proximidade e a rejeição em acolhimento, para que todos aqueles que agora estão na provação possam receber a ajuda humanitária necessária para sobreviver à rigidez do inverno, retornar aos seus países e viver com dignidade. Que o Senhor abra os corações à confiança e dê a sua paz a todo o Médio Oriente, a começar pela Terra abençoada do seu nascimento, sustentando os esforços daqueles que estão ativamente empenhados no diálogo entre Israelitas e Palestinianos.

Jesus, Salvador do mundo, olhe para quantos sofrem na Ucrânia e conceda àquela amada terra a graça de superar as tensões, vencer o ódio e a violência e embocar um caminho novo de fraternidade e reconciliação.

Cristo Salvador dê paz à Nigéria, onde – mesmo nestas horas – mais sangue foi derramado e muitas pessoas se encontram injustamente subtraídas aos seus entes queridos e mantidas reféns ou massacradas. Invoco paz também para outras partes do continente africano. Penso de modo particular na Líbia, no Sudão do Sul, na República Centro-Africana e nas várias regiões da República Democrática do Congo; e peço a quantos têm responsabilidades políticas que se empenhem, através do diálogo, a superar os contrastes e construir uma convivência fraterna duradoura.

Jesus salve as inúmeras crianças vítimas de violência, feitas objecto de comércio ilícito e tráfico de pessoas, ou forçadas a tornar-se soldados; crianças, tantas crianças vítimas de abuso. Dê conforto às famílias das crianças que, na semana passada, foram assassinadas no Paquistão. Acompanhe todos os que sofrem pelas doenças, especialmente as vítimas da epidemia de ébola, sobretudo na Libéria, Serra Leoa e Guiné. Ao mesmo tempo que do íntimo do coração agradeço àqueles que estão trabalhando corajosamente para assistir os doentes e os seus familiares, renovo um premente apelo a que sejam garantidas a assistência e as terapias necessárias.

Jesus Menino. Penso em todas as crianças assassinadas e maltratadas hoje, seja naquelas que o são antes de ver a luz, privadas do amor generoso dos seus pais e sepultadas no egoísmo duma cultura que não ama a vida; seja nas crianças desalojadas devido às guerras e perseguições, abusadas e exploradas sob os nossos olhos e o nosso silêncio cúmplice; seja ainda nas crianças massacradas nos bombardeamentos, inclusive onde o Filho de Deus nasceu. Ainda hoje o seu silêncio impotente grita sob a espada de tantos Herodes. Sobre o seu sangue, estende-se hoje a sombra dos Herodes do nosso tempo. Verdadeiramente há tantas lágrimas neste Natal que se juntam às lágrimas de Jesus Menino!

Queridos irmãos e irmãs, que hoje o Espírito Santo ilumine os nossos corações, para podermos reconhecer no Menino Jesus, nascido em Belém da Virgem Maria, a salvação oferecida por Deus a cada um de nós, a todo o ser humano e a todos os povos da terra. Que o poder de Cristo, que é libertação e serviço, se faça sentir a tantos corações que sofrem guerras, perseguições, escravidão. Que este poder divino tire, com a sua mansidão, a dureza dos corações de tantos homens e mulheres imersos no mundanismo e na indiferença, na globalização da indiferença. Que a sua força redentora transforme as armas em arados, a destruição em criatividade, o ódio em amor e ternura. Assim poderemos dizer com alegria: «Os nossos olhos viram a vossa salvação».

quinta-feira, 18 de dezembro de 2014

O que é a Verdade? – o testemunho do ex-pastor protestante Marcus Grodi



“Aprender muito faz você ficar exasperado”

Eu me senti nervoso assim que entrei no estacionamento daquela imensa estrutura Gótica. Nunca havia estado antes dentro de uma igreja católica, e eu não saiba o que esperar. Entrei rapidamente na igreja, passando em volta de uma pia de água benta, e andando rapidamente pelo corredor, sem ter certeza do protocolo correto para entrar e sentar no banco da igreja. Eu sabia que católicos inclinavam a cabeça ou faziam genuflexão ou algum tipo de reverência em direção ao Altar antes de entrar no banco para se sentarem. Mas eu simplesmente entrei e me sentei, torcendo para que eles não me reconhecessem como um protestante.

Depois de alguns minutos, quando nenhum semblante carrancudo me bateu no ombro, mostrando com o dedo indicador a direção da porta para eu me retirar, – “Vamos, amigo, já para a rua; nós sabemos que você não é católico”, – comecei então a relaxar. Olhei admirado o estranho, mas também incontestavelmente belo interior da igreja. Pouco tempo depois o Scott caminhou rapidamente, a passos largos, até o púlpito e começou sua palestra com uma oração. Quando ele fez o Sinal da Cruz, eu soube que ele havia verdadeiramente abandonado o barco. Meu coração apertou.

“Pobre Scott”, eu pensei, suspirando internamente. Os católicos o tapearam com seus argumentos engenhosos. Escutei atenciosamente sua fala a respeito da Última Ceia intitulada “o quarto cálice”, tentando com muito esforço detectar erros em seu modo de pensar. Porém, não consegui encontrar erro algum (a fala do Scott foi tão boa que eu plagiaria a maior parte no meu próximo sermão sobre comunhão).

Ao falar, ele utilizava em cada trecho a Escritura para apoiar o ensinamento católico sobre a Missa e a Eucaristia. Senti-me fascinado pelo que escutei. O Scott estava explicando o catolicismo de uma maneira que eu nunca havia imaginado que poderia ser possível: por meio da Bíblia! Da forma como ele explicava, a Missa e a Eucaristia não eram ofensivas ou estranhas para mim. No final de sua fala, quando o Scott exprimiu um inspirador chamado para uma conversão radical a Cristo, eu imaginei se talvez ele tivesse fingido uma conversão para poder se infiltrar na Igreja Católica a fim de trazer renovação e conversão aos católicos mortos espiritualmente. Não demorou muito para eu descobrir.

Após os aplausos da audiência diminuírem, fui até a frente para ver se ele me reconheceria. Uma multidão de pessoas com perguntas o rodeava. Fiquei poucos metros distante dele e estudei sua face enquanto ele falava para o grupo de pessoas, com seus típicos charme e convicção. Sim, aquele era o mesmo Scott que conheci no seminário. Agora ele usava um bigode e eu uma barba de estação (significativa mudança em relação aos nossos cortes limpos dos dias de seminário). Mas quando ele se virou para minha direção, seus olhos brilharam enquanto ele me cumprimentava silenciosamente com um largo sorriso. Logo ficamos próximos, nossas mãos se juntaram num caloroso aperto de mãos. Ele pediu desculpas caso tivesse me ofendido de alguma forma. “Não, claro que não!”, assegurei enquanto ríamos com o prazeroso desvio de curso que nos permitiu encontrar um ao outro novamente.


Depois de alguns minutos do obrigatório bate-papo: “Como vão sua esposa e sua família?”, deixei escapar o pensamento que estava em minha mente: “eu acho que é verdade o que eu ouvi. Por que você abandonou o barco e se tornou católico?”. O Scott me deu uma breve explicação de seu empenho para encontrar a verdade sobre o catolicismo. A multidão de pessoas ao nosso redor ouvia atentamente a história resumida de conversão. Ele me sugeriu pegar uma cópia da gravação de sua história de conversão, a qual a aglomeração estava adquirindo na entrada. Trocamos os números de telefones e apertamos as mãos mais uma vez. Em seguida, me dirigi para o fundo da igreja. Encontrei uma mesa coberta com fitas K7 a respeito da fé católica, gravadas pelo Scott e sua esposa Kimberly, bem como fitas com o Steve Wood, outro convertido para o catolicismo que também estudou no seminário de teologia Gordon-Conwell. Comprei um exemplar de cada fita e uma cópia do livro que o Scott recomendou, escrito por Karl Keating: "Catolicismo e Fundamentalismo".

Antes de sair, fiquei em pé ao fundo da igreja, olhando por um momento os ainda incomuns e atrativos símbolos do catolicismo: ícones e estátuas, ornamentos do Altar, velas, cabine de confessionário. Fiquei lá por algum tempo imaginando porque Deus havia me chamado para aquele lugar. Então eu caminhei para a noite de ar frio, minha cabeça estava atordoada e meu coração inundado com a confusa mistura de emoções. Fui a um restaurante fast food, peguei um hambúrguer para a minha viagem de retorno a casa, e coloquei a fita com a gravação do Scott no toca-fitas. Presumi que facilmente eu descobriria em que ponto ele teria cometido o erro. Estava a metade do caminho de casa, todavia passei a ficar tão dominado pela emoção que tive de sair da rodovia para limpar minha mente.

    Ainda que a jornada do Scott para a Igreja Católica tenha sido muito diferente da que eu, sem saber, estava fazendo, as perguntas que ele e eu fizemos eram essencialmente as mesmas, – e ele encontrou as respostas, que mudaram drasticamente a sua vida. Elas eram muito convincentes. Seu testemunhome convenceu de que as causas da minha crescente insatisfação com o protestantismo não poderiam ser ignoradas. As respostas para minhas perguntas, ele afirmou, seriam encontradas na Igreja Católica. Essa ideia penetrou profundamente em mim.

Eu estava assustado e instigado pelo pensamento de que Deus poderia estar me chamando para dentro da Igreja Católica. Orei por algum tempo, com minha cabeça apoiada sobre o volante. Reuni meus pensamentos antes de ligar o carro novamente. Em seguida dirigi para casa.

No dia seguinte abri o livro “Catolicismo e Fundamentalismo” e o li completamente, terminando o último capítulo naquela noite. Enquanto me preparava para dormir, eu sabia que estava com problemas! Ficou claro para mim naquele momento em que os dois dogmas centrais da reforma protestante, Sola Scriptura (somente a Escritura) e Sola Fide (justificação somente pela fé), eram muito fracos em termos de fundamentação bíblica, e consequentemente também eu era fraco nos meus fundamentos. 

Desse modo meu apetite ficou estimulado. Comecei a ler livros católicos, especialmente escritos pelos primeiros pais (padres) da Igreja. Seus escritos me ajudaram a entender a verdade a respeito da história da Igreja Católica antes da reforma protestante. Gastei incontáveis horas debatendo com católicos e protestantes, fazendo o meu melhor para submeter as afirmações católicas aos mais difíceis argumentos bíblicos que pude encontrar.

Marilyn, como você pode imaginar, não ficou contente quando eu disse a ela sobre a minha dificuldade com os argumentos da Igreja Católica. Embora inicialmente ela tenha dito para mim: “Isso tudo irá passar”, no final as coisas que eu estava aprendendo começaram a intrigá-la também. Então ela começou a estudar por conta própria. Enquanto eu investia bastante tempo e esforço lendo livro após livro, também compartilhava com ela os ensinamentos esclarecedores e de senso comum que eu estava descobrindo. Mais frequentemente do que não, nós podíamos concluir juntos quão mais sentido fazia e quão mais verdadeiro era o ponto de vista da Igreja Católica quando comparado com tudo o que havíamos encontrado na enorme variedade de opiniões protestantes. Existia profundidade, força histórica, uma consistência filosófica para os posicionamentos católicos com os quais nós nos deparamos. O Senhor trabalhou uma transformação surpreendente em nossas vidas, persuadindo a nós dois, lado a lado, passo a passo, juntos por todo o caminho.

Apesar de todas essas coisas boas que estávamos encontrando na Igreja Católica, também nos deparávamos com algumas situações confusas e perturbadoras. Encontrei padres que acharam estranho eu considerar a possibilidade de me converter à Igreja Católica. Eles achavam que a conversão seria desnecessária. Nós conhecemos católicos que sabiam pouco a respeito da fé católica e cujos estilos de vida conflitavam com os ensinamentos morais da Igreja. Quando nós participávamos das Missas, nos sentíamos malquistos e desassistidos por todos. Todavia, apesar desses obstáculos no caminho para a Igreja, continuamos estudando e orando para que o Senhor nos guiasse.

Após ouvir dúzias de fitas e digerir várias dúzias de livros, eu sabia que não mais poderia continuar protestante. Começou a ficar claro que a resposta protestante para a renovação da Igreja foi, acima de tudo, sem fundamentação bíblica. Jesus havia orado pela unidade entre os seus seguidores, e os Apóstolos Paulo e João haviam ambos ordenado a seus seguidores para se agarrarem firmemente na Verdade que eles haviam recebido, não deixando que opiniões os dividissem. Como protestantes, contudo, nós nos tornamos cegos de paixão com a nossa liberdade, colocando opiniões pessoais acima dos ensinamentos da autoridade da Igreja Católica.

Nós acreditávamos que a orientação do Espírito Santo era suficiente para guiar qualquer pessoa que estivesse sinceramente procurando pelo significado verdadeiro das Escrituras Sagradas. A resposta católica para esse ponto de vista é que a missão da Igreja é ensinar com certeza infalível. Cristo prometeu aos Apóstolos e a seus sucessores: “Quem vos ouve a Mim ouve, quem vos rejeita a Mim rejeita, e quem Me rejeita, rejeita Aquele que Me enviou.” (Lucas 10,16).

A Igreja primitiva acreditava nisso também. Uma passagem muito instigadora de Clemente, Bispo de Roma, saltou aos meus olhos um dia enquanto eu estudava a história da Igreja. Foi escrito aproximadamente na mesma época do evangelho de João: os Apóstolos receberam do Senhor Jesus Cristo o Evangelho para nós; e Jesus Cristo foi enviado por Deus. Cristo, desse modo, é de Deus, e os Apóstolos são de Cristo. Ambas as combinações, então, são por vontade de Deus. Recebendo suas instruções e sendo plenamente confiantes, por causa da Ressurreição do nosso Senhor Jesus Cristo, e confirmados na fé pela Palavra de Deus, eles foram adiante na plena certeza do Espírito Santo, pregando a Boa Nova: o Reino de Deus está próximo. Eles pregaram de um extremo ao outro de áreas rurais e de cidades; e eles nomearam seus primeiros convertidos, testando-os pelo Espírito, para serem bispos e diáconos de futuros crentes. Isso também não era uma novidade: sobre bispos e diáconos tinha sido escrito a respeito muito tempo antes. De fato, as Escrituras em algum lugar dizem: “Eu prepararei os seu bispos na retidão e os seus diáconos na fé”. (Epístola aos Coríntios 42,1-5).

Outra citação patrística (primeiros escritores cristãos, também conhecidos como 'Pais da Igreja') que ajudou a quebrar a muralha das minhas pressuposições protestantes foi essa de Irineu, bispo de Lião, escrita aproximadamente no ano 180:

"Quando, por conseguinte, nós temos tais provas, não se faz necessário buscar entre os outros a Verdade, a qual é facilmente obtida por meio da Igreja. Os Apóstolos, como homem rico em um banco, guardaram nela tudo de mais abundante que pertence à Verdade; e todos, quem quer que seja, tiram dela a bebida da vida. Ela é a entrada para a vida, enquanto todo o resto são ladrões e assaltantes. Por isso que seguramente é necessário evitá-los, enquanto cuida com máxima diligência das coisas pertencentes à Igreja, e se agarra à tradição da verdade. O que fazer então? Caso haja uma disputa sobre algum tipo de questão, não devemos recorrer às igrejas mais antigas, nas quais os Apóstolos eram íntimos, e obter deles o que é claro e certo em relação àquela questão? O que aconteceria se os Apóstolos não tivessem de fato deixado documentos escritos para nós? Não seria necessário seguir a ordem da tradição, a qual foi transmitida para aqueles a quem eles confiaram às igrejas?" (Contra as Heresias, 3, 4,1)

Estudei as causas da reforma protestante. A Igreja Católica daquela época verdadeiramente precisava de uma reforma, mas Martinho Lutero e os demais reformadores escolheram o erro, o não bíblico, para lidar com os problemas que eles viram na Igreja. A rota correta era e continua sendo justamente o que meu amigo presbiteriano havia me dito: não deixe a Igreja; não quebre a unidade da fé. Trabalhe na reforma genuína baseada nos Planos de Deus, não nos planos do homem, alcançando-a através de orações, penitência e bom exemplo.

Eu não poderia mais continuar protestante. Permanecendo protestante eu obrigatoriamente estaria negando a Promessa de Cristo de guiar e proteger a Sua Igreja e de enviar o Espírito Santo para liderá-la dentro de toda a verdade (Mt 16,18-19, 18,18, 28,20; Jo 14,16, 14,25, 16,13). Porém, eu não poderia tolerar o pensamento de me tornar católico. Fui ensinado por tanto tempo a respeito do “romanismo” que, mesmo tendo intelectualmente descoberto que o catolicismo era a Verdade, vivi tempos difíceis para destruir meus preconceitos contra a Igreja. 


Uma dificuldade chave era o ajuste psicológico à complexidade da Teologia católica. Diferentemente, minha forma de protestantismo era simples: admita que você seja um pecador, arrependa-se dos seus pecados, aceite Jesus como seu Salvador pessoal, confie Nele para perdoá-lo, e você será salvo. Continuei estudando as Escrituras e os livros católicos e investi muitas horas debatendo com amigos e colegas protestantes sobre questões difíceis como: Maria, orações para os santos, indulgências, Purgatório, celibato sacerdotal e a Eucaristia. Finalmente eu percebi que a questão mais importante era a autoridade. Toda essa discussão sobre como interpretar as Escrituras não chega a lugar nenhum se não houver um meio de saber com certeza infalível que determinada interpretação é a correta.

A autoridade dos ensinamentos do Magistério da Igreja é centrada na Cátedra de Pedro. Se eu puder aceitar essa doutrina, sei que poderei confiar tudo mais na Igreja. 

Eu li as obras do padre Stanley Jaki “And on This Rock” e“The Keys to the Kingdon”, bem como os documentos do Vaticano II e dos Concílios anteriores, especialmente o de Trento. Estudei cuidadosamente as Escrituras e os escritos de Calvino, Lutero e de outros reformadores para testar os argumentos católicos. Hora após hora, descobria que os argumentos protestantes contra o Primado de Pedro simplesmente não tinham fundamentação bíblica e nem histórica. Ficou claro que a posição católica era a posição bíblica.

O Espírito Santo desferiu literalmente um golpe de misericórdia nos meus remanescentes preconceitos anticatólicos quando eu li o marcante livro do abençoado John Henry Newman “An Essay on the Development of Christian Doctrine”. De fato, minhas objeções se evaporaram quando eu li uma passagem na metade do livro. Aqui, Newman explica o desenvolvimento gradual da autoridade papal dessa forma: “É uma menor dificuldade a supremacia papal não ter sido formalmente reconhecida no segundo século, se comparada com o não reconhecimento formal, por parte da Igreja, da doutrina da Trindade Santa até o século quarto. Nenhuma doutrina é definida até que seja violada” (4, 3, 4). 

Meu estudo sobre os argumentos católicos levou aproximadamente um ano e meio. Durante este período, Marilyn e eu estudamos juntos, dividimos como um casal os temores, as esperanças, os desafios que nos acompanharam ao longo do caminho para Roma. Nós íamos às Missas semanalmente, fazendo o percurso de carro para uma paróquia longe o suficiente (minha igreja presbiteriana era menos de uma milha de casa) para evitar a controvérsia e a confusão que sem dúvida surgiria se meus membros da congregação anterior soubessem que eu estava investigando Roma.


Gradualmente, começamos a nos sentir confortáveis fazendo todas as coisas que os católicos faziam na Missa (com exceção de receber a Comunhão, é claro). Doutrinalmente, emocionalmente e espiritualmente, nós nos sentimos preparados para entrar formalmente na Igreja. Permanecia, contudo, uma barreira para superarmos. Antes da Marilyn e eu nos conhecermos e nos apaixonarmos, ela tinha se divorciado após um breve casamento. Como nós éramos protestantes quando nos conhecemos e nos casamos, essa situação não causava problemas segundo o ponto de vista nosso e da nossa denominação. Não até o momento em que nos sentimos preparados para ingressar na Igreja Católica, quando fomos informados que não poderíamos, a menos que o primeiro casamento da minha esposa Marilyn fosse considerado nulo.

Primeiramente pensamos que Deus estava fazendo uma brincadeira conosco! Então nós passamos do estado de choque para o de raiva. Parecia tão injusto e ridiculamente hipócrita: poderíamos ter cometido quase qualquer outro pecado, não importasse quão abominável, e com uma confissão seríamos adequadamente purificados para admissão na Igreja. Entretanto, por causa desse erro, nosso ingresso na Igreja Católica tinha "morrido na praia". 

Mas então nós nos lembramos do que tinha nos trazido para esse ponto em nossa peregrinação espiritual: nós estávamos a confiar em Deus com todo nosso coração e não no nosso discernimento particular. Nós estávamos a aceitá-Lo e A acreditar que Ele poderia dirigir nossos caminhos. Ficou evidente que esse era um teste final de perseverança enviado por Deus. Então Marilyn iniciou a difícil investigação do processo de nulidade, e aguardamos. Nós continuamos indo às Missas, permanecendo sentados no banco da paróquia, nossos corações doloridos, enquanto aqueles que estavam em nossa volta iam adiante para receber o Senhor na Santa Eucaristia. Mas exatamente por não ser possível receber a Eucaristia, nós aprendemos a apreciar o impressionante privilégio que Jesus concedeu no seu imenso Amor de recebê-Lo, Corpo e Sangue, Espírito e Divindade, no Abençoado Sacramento. A promessa do Senhor na Escritura tornou-se real para nós durante aquelas Missas: “o Senhor disciplina aquele a quem Ele ama” (Hb 12,6).

Após nove meses aguardando, nós soubemos que a nulidade do primeiro casamento da Marilyn foi reconhecida(!). Sem mais atrasos, nosso casamento foi abençoado, e nós fomos recebidos com grande entusiasmo e celebração dentro da Igreja Católica(!). Era um sentimento tão inacreditavelmente bom de finalmente estar no lar ao qual pertencíamos. Chorei silenciosas lágrimas de alegria e gratidão naquela primeira Missa, quando pude caminhar adiante com os demais irmãos e irmãs católicos para receber Jesus na Sagrada Comunhão.

Eu havia pedido a Deus por muitas vezes em oração “o que é a Verdade?”. Ele me respondeu nas Escrituras, dizendo: “Eu sou o Caminho, a Verdade, e a Vida”. Eu me alegro muito agora como católico, não só posso conhecer a Verdade, mas também recebê-La na Eucaristia. 

Algumas Poucas Palavras para Finalizar

Penso ser importante mencionar mais um dos pensamentos do abençoado John Henry Newman, que fez uma diferença crucial no meu processo de conversão para a Igreja Católica. Ele, uma vez, bem observou: “Ir fundo na história é deixar de ser protestante”. Essa linha resume o motivo principal pelo qual eu abandonei o protestantismo, colocando de lado as Igrejas Ortodoxas do Oriente, e me tornado católico. Newman estava certo. Quanto mais leio a História da Igreja e as Escrituras, menos poderia permanecer confortavelmente protestante. Enxerguei que a Igreja Católica é que foi estabelecida por Jesus, e todas as outras que reivindicam o título “verdadeira igreja” deviam se colocar de lado e dar passagem. Foram a Bíblia e a História da Igreja que fizeram de mim um católico, contra a minha vontade (pelo menos no início) e para minha imensa surpresa.

Eu também aprendi que o outro lado do ditado de Newman é igualmente verdadeiro: parar de ir fundo na história é tornar-se protestante. Por isso nós católicos temos de conhecer por que nós acreditamos nos ensinamentos da Igreja, assim como conhecer a história por trás dessas verdades sobre a nossa salvação. Nós temos que nos preparar e a nossos filhos tal que nós possamos “sempre estar prontos a dar razão da nossa esperança a todo aquele que vo-la pede” (1Pd 3,15).

Vivendo corajosamente e proclamando A nossa fé, muitos irão escutar Cristo falar através de nós e serão trazidos ao conhecimento da Verdade em toda a sua plenitude na Igreja Católica. Deus abençoe você em sua própria jornada de fé!
___________

Marcus Grodi é o fundador e presidente do “The Coming Home Network International”. Ele frequentemente profere palestras e é o anfitrião dos programas da EWTN (http://www.ewtn.com/) veiculados duas vezes por semana: “The Journey Home” (televisão) e “Deep in Scripture” (radio). Escreve para vários periódicos católicos e é autor dos livros “How Firm a Foundation” (CHResources, 2002) e “Thoughts for the Journey Home” (CHResources, 2010). Marcus vive com sua esposa, Marilyn e seus dois filhos mais jovens, Peter e Richard, em uma pequena fazenda próxima de Zanesville, Ohio.

Uma versão anterior dessa estória foi publicada no livro “Surprised By Truth: 11 Converts Give the Biblica and Historical Reasons for Becoming Catholic- Patrikc Madrid, ed. (Basilica, 1994)”.
Essa história está publicada no livro “Journeys Home”, editado por Marcus Grodi (CHRresources, ver. Ed. 2011). Para solicitar o livro, clique aqui.
A versão original da história de conversão do Marcus Grodi encontra-se em: 

quinta-feira, 11 de dezembro de 2014

Um verdadeiro genocídio: A cada 5 minutos morre um cristão no Oriente Médio


MADRI, 11 Dez. 14 / 03:03 pm (ACI/EWTN Noticias).- Gabriel Nadaf é um sacerdote da Igreja Ortodoxa Grega. Vive em Nazaré (Israel) e está ameaçado de morte por explicar a situação dos cristãos no Oriente Médio, por isso fica escoltado durante 24 horas por dia, o grau mais alto de proteção oferecida pelas autoridades israelenses.

Entretanto, durante sua visita à Espanha assegurou ao Grupo ACI que não tem medo e que veio "para que a voz dos cristãos do Oriente seja escutada".

"O que acontece no Oriente é um genocídio e está acontecendo hoje, agora", assegura Nadaf. "A cada cinco minutos um cristão morre no Oriente Médio e os líderes mundiais sabem. Levo anos gritando isso enquanto o mundo se cala", explica com uma clareza surpreendente e precisa que "o Oriente Médio está esvaziando-se de cristãos e foi lá onde a sua fé nasceu".

Diante desta situação Nadaf propõe que os líderes cristãos assinem uma declaração clara para enfrentar o genocídio porque segundo precisa "o que está sendo feito não é suficiente. É preciso fazer algo a mais para salvá-los", entre outras coisas propõe o envio de soldados e exército "para guardar os cristãos de lá".

Conforme afirma, Israel é o único país do Oriente Médio onde os cristãos, apesar de ser uma minoria dentro das minorias, podem viver de maneira segura. "Em Israel não matam os cristãos, não queimam as nossas Igrejas, não estupram as meninas", assegura, e também alenta todas as pessoas a ficarem em Israel "para fortalecer a presença cristã no Oriente".

"Apesar dos cristãos em Israel sermos uma minoria, temos um nível de vidamuito bom. Mas o mais importante é que temos uma democracia e liberdade de culto religioso. Quando há vozes que se elevam contra o Estado de Israel, isto testemunha que há uma democracia sadia. Porque nos países islâmicos, que estão muito perto de nós, ocorre justamente o contrário", afirma ao Grupo ACI.

Israel é um país pequeno em extensão, mas a sua população é muito diversa. Vivem lá 7 milhões de judeus, 1.300.000 muçulmanos e cerca de 160.000 cristãos de diversas denominações. Recentemente, a minoria dentro da minoria que são os cristãos em Israel, já não devem considerar-se árabes ou palestinos, mas cristãos israelenses. Uma nova denominação que conforme explica Nadaf "dá a permissão e o direito aos cristãos que queiram voltar para suas raízes e a sua nacionalidade", "eu sou um deles".

"O Estado de Israel dá direitos a todos os seus cidadãos, o que falta é que haja amor entre as pessoas porque ainda não estamos unidos", assegura. Por isso, como cidadãos do Estado de Israel os cristãos também começarão servir o exército, também chamado Tzahal, atualmente servido praticamente só pelos judeus, por isso se prevê que em 2015 haja 400 cristãos.

Por isso precisa que "a paz que há em Israel poderia ser estendida ao resto do Oriente amando Israel que é a terra que Deus escolheu, onde ocorreu a anunciação. A terra dos profetas, de Jesus, de Maria e dos apóstolos" e destaca: "O ódio no cristianismo está proibido".

O Pe. Gabriel Nadaf nasceu e atualmente vive em Nazaré, estudou lá em uma escola católica dirigida pelos Salesianos. "Tenho muito boa relação com os salesianos porque me educaram em valores desde a minha infância. Foi lá que descobri que tinha que servir a igreja e ser sacerdote", conta ao Grupo ACI.

Apesar de seus pais se oporem a sua vocação de sacerdote, o Pe. Nadaf se ordenou em 1995 na Igreja Ortodoxa grega. "Nesta época não havia sacerdote jovens, eu era o primeiro e tinha 22 anos. Coloquei em prática o que aprendi na escola com os Salesianos, trabalhando com esse espírito", recorda.
 

quinta-feira, 4 de dezembro de 2014

Ex-morador de rua e dependente do crack: "Na Fazenda da Esperança Deus mudou a minha história"



 GUARATINGUETÁ, 02 Dez. 14 / 05:45 pm (ACI).- “Eu me considero um milagre de Deus. Há dez meses eu estava comendo e dormindo no lixo e de repente as coisas mudaram. Estava vegetando, minha vida era só o crack e o álcool. Chegava a ficar cinco dias acordado, sem conseguir dormir. Não aguentava mais, minha mente não queria mais, mas meu corpo pedia a droga. Eu sempre rezava e acreditava que Deus iria me tirar daquela situação e mudar a minha história”, disse José Ricardo Adão, que em Fevereiro iniciou seu tratamento na Fazenda da Esperança, em Guaratinguetá (SP).
José começou a beber na adolescência. Com aproximadamente 19 anos, iniciou o uso da maconha, depois  passou para a cocaína e para o crack. Ele acredita que o principal motivo de ter entrado no mundo das drogas foi a difícil convivência com seu pai.

“Quem não tem um relacionamento bom em casa, vai procurar outras coisas na rua. Meu pai, que já é falecido, era alcoólatra e me batia muito. Eu cheguei a morar na rua um tempo, mesmo antes de começar a usar drogas, para fugir de casa”, disse.

Hoje, com 44 anos, e um casal de filhos, de 17 e 18 anos, José, que é paulista, busca recomeçar.
“Eu já havia tido uma situação boa, trabalhei em ótimos lugares, fiz vários cursos, mas a droga foi tirando minha vida aos poucos. Quando percebi já tinha perdido tudo. Na primeira vez em que fui parar nas ruas por causa das drogas, fiquei fora de casa durante dois anos. Quando minha família me deu uma oportunidade de voltar, eu comecei a cometer os mesmos erros, achando que teria um resultado diferente. Na segunda vez, as drogas me fizeram ficar longe de casa por quase quatro anos. A rua é só dor, só temos sofrimento. Eu vi muita gente morrer após consumir alimentos do lixo com veneno de rato”, recordou.

    A recuperação na Fazenda da Esperança surgiu pelo auxílio de sua família.
“Um dia, minha filha pediu para minha ex-esposa me procurar, pois fazia anos que ela não me via e queria saber como eu estava, para passar o Natal comigo. Elas me encontraram na rua, com um saco nas costas, pegando reciclagem. Eu falei para ela que eu queria ajuda, disse que não aguentava mais, pedi pelo ‘Amor de Deus’ para ela não desistir de mim. Ela perseverou em me ajudar e eu também fiz a minha parte”, disse.

   Hoje, a família ajuda José no resgate de sua vida.
“Meus filhos escrevem para mim dizendo que desejam que eu conheça mais a história deles. Foram muitos ‘Dias dos Pais’, ‘Natais’ e ‘Páscoas’ que eles passaram sozinhos”, disse.
Na Fazenda, ele encontrou um local de acolhimento com amor.

   “Eu nunca conheci um lugar como esse aqui. Já havia passado por outra clínica onde nos batiam, amarravam e davam uma injeção por cima da nossa roupa. O dependente químico caía e ficava babando igual a um louco. Eu fiquei com muito trauma de centros terapêuticos. Quando cheguei aqui achei que aconteceria a mesma coisa, e falei para a minha família que quando eles fossem embora o comportamento deles iria mudar. Mas aqui foi totalmente diferente. Eu tenho agora uma alegria muito grande no coração”, testemunhou.

      A fé tem sido fundamental para a recuperação de José, porque lhe ajuda a superar os desafios.
“Quando eu cheguei e vi os homens cantando e louvando a Deus com um grande brilho no olhar eu comecei a querer fazer parte para sentir a alegria que eles sentiam. Busquei participar e me envolver nas coisas de Deus, ser obediente a tudo o que era proposto. Aqui nós não somos obrigados a nada, somos livres para escolher permanecer. Essa foi a melhor decisão que eu tomei na minha vida, o melhor caminho. Estou comemorando outro aniversário agora. Deus está me proporcionando tanta coisa, me devolveu a alegria. Quando eu estava na rua era uma pessoa frustrada e arrogante. Deus trabalhou em mim e está também agindo em meus familiares e amigos. O sim que eu dei para a recuperação mudou a minha vida”, celebrou José.

Terroristas do Estado Islâmico destroem convento católico em Mosul


   Amados Irmãos, rezemos!
   ROMA, 26 Nov. 14 / 08:11 am (ACI/EWTN Noticias).- A agência vaticana Fides informou que na segunda-feira, 24 de novembro, um grupo de terroristas pertencentes ao chamado Estado Islâmico destruiu o convento católico pertencente às Irmãs Caldeias do Sagrado Coração na cidade de Mosul (Iraque), que já estava sendo ocupado por eles e utilizado como lugar de alojamento e base de operações.


A destruição com explosivos foi feita em duas fases. A primeira série de explosões causou alguns estragos limitados, mas depois os terroristas usaram explosivos mais potentes, causando a destruição do convento.

Antes da destruição, o Estado Islâmico advertiu aos moradores da região, sugerindo que “deixem as janelas abertas para evitar a quebra dos vidros pela explosão”.

Fontes locais, indica Fides, sugerem que o mosteiro foi abandonado porque era considerado como um objetivo iminente dos ataques aéreos realizados também em Mosul pela coalizão liderada pelos Estados Unidos contra o Estado Islâmico.

Até o momento, parece que o mosteiro adjacente de São Jorge, pertencente à ordem antoniana de São Hormisdas dos caldeus, não foi atingido.

O convento das irmãs caldeias do Sagrado Coração, conhecido como o convento da Vitória, foi construído graças a uma doação de Saddam Hussein, o presidente iraquiano, executado na forca em 30 de dezembro de 2006.