sábado, 3 de setembro de 2011



*1*
Santa Beatriz da Silva e Menezes, Virgem
(+ Toledo, 1490) 

Pertencia à mais alta nobreza de Portugal, sendo aparentada com a própria Família Real. Ainda jovem, acompanhou como dama de honra sua prima D. Isabel, Infanta portuguesa que partiu para Castela a fim de se casar com o rei daquela nação. Na Corte castelhana, a beleza deslumbrante de Beatriz logo atraiu para ela todas as atenções, e a nova rainha, enciumada, concebeu o propósito de matá-la. Para isso prendeu-a numa arca sem ventilação. Dias depois, abriu a arca esperando encontrar um cadáver, mas achou Santa Beatriz viva e em perfeita saúde. A Santíssima Virgem lhe aparecera durante a prisão e lhe fizera companhia, preservando miraculosamente sua vida e incumbindo-a de fundar uma Ordem religiosa destinada a cultuar a Imaculada Conceição. Beatriz retirou-se para um convento dominicano, em Toledo, e ali viveu mais de 30 anos, não como religiosa, mas como pensionista, à espera da hora em que pudesse realizar a fundação. Já idosa, recebeu certo dia a visita da rainha Isabel, a Católica, filha daquela que tentara matá-la. Auxiliada por Isabel, fundou a Ordem das Concepcionistas. Desde que se afastou da Corte, Beatriz havia adotado o costume de conservar sempre o rosto velado, para evitar que sua beleza fosse ocasião de pecado. No leito de morte, quando lhe foi ministrada a santa Unção, descobriram-lhe o rosto e, para grande surpresa, constatou-se que ela, embora tivesse mais de 60 anos de idade, tinha conservado a mesma fisionomia de jovem. Deus quis, por esse milagre, mostrar como Lhe era agradável a ilibada pureza de Santa Beatriz. 

*2*
São Guilherme, Bispo e Confessor
(+ Dinamarca, 1070)
Sensibilizado pela situação de abandono em que viviam os pagãos dinamarqueses, dedicou-se a evangelizá-los. Foi bispo de Roskilde. 


*3*
São Gregório Magno, Papa, Confessor e Doutor da Igreja
(+ Roma, 604)


    É considerado o último dos Papas do antigo Império Romano e o primeiro dos Papas medievais. Teve que enfrentar a peste e a fome em Roma, bem como a devastação produzida pelos invasores Lombardos, que chegaram a assediar a cidade e só foram contidos graças à diplomacia do Pontífice. Apesar dessas dificuldades, seu Pontificado é tido a justo título como um dos mais fecundos e grandiosos da História da Igreja. Entre muitas outras realizações, São Gregório reformou o Clero e deu impulso considerável à vida monástica em todo o Ocidente, incentivando a adoção da Regra de São Bento; empenhou-se pela conversão da Inglaterra, para lá enviando Santo Agostinho de Cantuária; combateu eficazmente as muitas heresias que grassavam na Europa, na África e no Oriente; combateu com firmeza a prepotência do patriarca de Constantinopla, o qual, apoiado pelo imperador bizantino, contestava o Primado de Roma; conseguiu, com esforço diplomático e apostólico, aproximar da verdadeira Fé reinos bárbaros pagãos, ou dominados pela heresia ariana. Reformou, ademais, a Liturgia Romana, e fundou uma escola de canto sacro que influenciou toda a Europa, nela propagando o que ficou sendo conhecido como Canto Gregoriano. Zelou ainda pelos bens da Igreja, até então dispersos e mal administrados; é a ele que se deve a primeira organização sistemática do Patrimônio de São Pedro. Sem embargo de tão intensa e variada atividade e de sua má saúde, nos 14 anos de seu pontificado, não abandonou os estudos teológicos e místicos, e escreveu diversas obras de espiritualidade que tiveram e ainda têm grande influência. 

*4*
Santa Rosália, Virgem
(+ Palermo, séc. XII)
Segundo antiga tradição, nasceu de uma família nobre do sul da Itália e descendia remotamente do grande imperador Carlos Magno. Tinha 14 anos e era belíssima quando Nossa Senhora lhe apareceu e recomendou que deixasse o mundo, pois sua alma nele correria perigo. Rosália, obedecendo à Virgem, fugiu ocultamente de casa, sem avisar os pais. Dois Anjos, com figuras humanas, a acompanharam até uma gruta onde ela se ocultou, levando vida de oração e penitência. Alguns meses depois, os mesmos Anjos a advertiram de que convinha afastar-se ainda mais, porque seus pais a estavam procurando pela região. Novamente escoltada pelos mensageiros celestes, Santa Rosália foi para o alto do Monte Pelegrino, onde passou 16 anos. Faleceu com 30 anos de idade e é venerada como padroeira da cidade de Palermo.

Santa Rosália
4 de Setembro


Nascida em Palermo em 1130, viveu por alguns anos na corte de Rogério II, rei da Sicília, sendo seu pai Sinibaldo, descendente de Carlos Magno.Quando tinha quatorze anos, a Santíssima Virgem apareceu-lhe e aconselhou-a a deixar o mundo. Rosália foi então viver numa gruta no monte Quisquita durante alguns meses e depois foi para o cimo do monte Pellegrino onde acabou por escolher este lugar até o fim de sua vida como lugar de retiro, pela áspera solidão que ofereciam seus penhascos rochosos inclinando sobre o mar azul. Durante seus últimos dezesseis anos de vida, Rosália levou uma vida de dura penitência sendo alimentada miraculosamente pela Eucaristia. Morreu no ano de 1160, com a idade de 30 anos. No Século XVII foi encontrado os restos mortais de Santa Rosália, mas, os ossos, recolhidos em uma gruta escavada entre as rochas, não traziam inscrição. O Arcebispo de Palermo, D. Giannetino Doria, constituiu uma comissão de peritos, composta de médicos e teólogos, que, em 11 de fevereiro de 1625, se pronunciou pela autenticidade das relíquias. Isso reacendeu a devoção popular. Inseriu o nome da santa no Martirológio Romano em 15 de julho e em 4 de setembro. Em 25 de agosto de 1624, quarenta dias após a descoberta dos ossos, dois pedreiros, enquanto executavam trabalhos junto ao convento dos dominicanos de Santo Estêvão de Quisquina, acharam, numa gruta, uma inscrição latina, muito rudimentar, que dizia: "Eu, Rosália Sinibaldi, filha das rosas do Senhor, pelo amor de meu Senhor Jesus Cristo, decidi morar nesta gruta de Quisquina." Confirmando, assim, as tradições orais da época.Santa Rosália, rogai por nós! 


*5*
São Bertino, Confessor
(+ França, 700)
Natural de Konstanz, na Alemanha, recebeu formação monástica no célebre Mosteiro de Luxeuil, que seguia a austera regra de São Columbano. Fundou, auxiliado por Santo Omer, São Momelino e outros companheiros, o Mosteiro de São Pedro, na Ilha de Sithiu, no Artois, e governou-o durante cerca de 60 anos, até que morreu com mais de 100 anos de idade. Esse mosteiro, que depois passou a se chamar de São Bertino, teve nada menos que 22 monges elevados pela Igreja às honras dos altares. Foi em torno dele que se constituiu a cidade de Saint-Omer.



5 de setembro
São Lourenço Justiniano

Filho da nobre família Justiniano, Lourenço nasceu em Veneza, no dia 1º de julho de 1380. Desde cedo, já manifestava seu repúdio ao orgulho, à ganância e à corrupção que havia em sua terra natal. Na adolescência, teve uma visão da Sabedoria Eterna e decidiu dedicar-se à vida religiosa.
Sua única ambição era amar e servir a Deus. Procurando o aprimoramento espiritual, tornou-se um mendigo em sua cidade, chegando a esmolar na porta da casa de seus próprios pais. A vanguardista Veneza do século XV era um efervescente laboratório de reforma católica, destinado a produzir frutos preciosos. Um deles foi Lourenço Justiniano.
Aos dezenove anos de idade ele era considerado um modelo de virtude, austeridade e humildade. Em 1404, já diácono, uniu-se a outros sacerdotes e ingressou no Mosteiro de São Jorge, em Alga, para viver em comunidade com eles, depois reconhecidos como "Companhia dos Cônegos Seculares", pioneiros do esforço reformador. Tornou-se sacerdote em 1407 e dois anos depois foi eleito superior da Comunidade de São Jorge, em Alga.
Não era um bom orador, em contrapartida tornava sua pregação eficiente com sua dedicação ao mistério do confessionário, seu exemplo de humilde mendicante e seu trabalho de escritor incansável. Sua obra inclui livros para doutores e leigos, incluindo tratados teológicos e simples manuais de catequese. Os seus escritos trazem a matriz da idéia da "Sabedoria Eterna", eixo da sua mística, tanto para a perfeição interior como para a retidão da vida episcopal.
A contragosto, em 1433, foi consagrado bispo de Castelo, uma pequena diocese. Em 1451, o papa Nicolau V extinguiu essa diocese e consagrou Lourenço Justiniano primeiro patriarca de Veneza. Nessas administrações, deixou sua marca singular impressa com suas virtudes, sendo considerado um homem sábio, piedoso e caridoso, principalmente com os mais pecadores. Nesses cargos ergueu mais de quinze conventos e muitas igrejas, aumentando, assim, seu já enorme rebanho. Tornou-se um exemplo de pastor, amado por todos os fiéis, que obedeciam à sua pregação e ao seu exemplo no seguimento de Cristo.
Rodeado por seus amigos do clero em seu leito de morte, no dia 8 de janeiro de 1456, Lourenço Justiniano deixou, como mensagem aos cristãos, observar os mandamentos da lei de Deus. Depois de sua morte, muitos milagres foram atribuídos à sua intercessão, por isso foi canonizado, no ano de 1690, pelo papa Alexandre VIII. Sua festa foi indicada para ser celebrada no dia 5 de setembro.

Beata Teresa de Calcutá
5 de Setembro


"Qualquer ato de amor, por menor que seja, é um trabalho pela paz." Mais do que falar e escrever, Madre Teresa vivenciou este seu pensamento. Nascida a 27 de agosto de 1910 em Skoplje (Albânia), foi batizada um dia depois de nascer. A sua família pertencia à minoria albanesa que vivia no sul da antiga Iugoslávia. Seu verdadeiro nome era Agnes Gonxha Bojaxhiu.
Pouco se sabe da sua infância, adolescência e juventude, porque Madre Teresa não gostava de falar de si própria. Aos dezoito anos, surge-lhe o pensamento da consagração total a Deus na vida religiosa. Obtido o consentimento dos pais, e por indicação do sacerdote que a orientava, entrou, no dia 29 de setembro de 1928, para a Casa Mãe das Irmãs de Nossa Senhora de Loreto, situada na Irlanda.
O seu sonho, no entanto, era a Índia, o trabalho missionário junto aos pobres. Cientes disso, suas superioras a enviaram para fazer o Noviciado já no campo do apostolado. Agnes então partiu para a Índia e, no dia 24 de maio de 1931, faz a profissão religiosa tomando o nome de Teresa. Houve na escolha deste nome uma intenção, como ela própria diz: a de se parecer com Teresa de Jesus, a humilde carmelita de Lisieux.
Foi transferida para Calcutá, onde seguiu a carreira docente e, embora cercada de meninas filhas das melhores famílias de Calcutá, impressionava-se com o que via quando saía às ruas: os bairros pobres da cidade cheios de crianças, mulheres e idosos cercados pela miséria, pela fome e por inúmeras doenças.
No dia 10 de setembro de 1946, dia em que ficou marcado na história das Missionárias da Caridade (congregação fundada por Madre Teresa) como o "Dia da Inspiração", Irmã Teresa, durante uma viagem de trem ao noviciado do Himalaia, depara-se com um irmão pobre de rua que lhe diz: "Tenho sede!". A partir disso, ela tem a clareza de sua missão: dedicar toda sua vida aos mais pobres dos pobres.
Após um tempo de discernimento com o auxílio do Arcebispo de Calcutá e de sua Madre Superiora, Irmã Teresa sai de sua antiga congregação para dar início ao trabalho missionário pelas ruas de Calcutá. Começa por reunir um grupo de cinco crianças, num bairro pobre, a quem começou a dar escola. Pouco a pouco, o grupo foi crescendo. Dez dias depois, eram cerca de cinquenta crianças.
Os inícios foram muito duros, mas Deus ia abençoando a obra da Irmã Teresa e as vocações começaram a surgir, precisamente entre as suas antigas alunas. Em 1949, Madre Teresa começa a escrever as constituições das Missionárias da Caridade e a 7 de outubro de 1950 a congregação fundada por Madre Teresa é aprovada pela Santa Sé expandindo-se por toda a Índia e pelo mundo inteiro.
No ano de 1979 recebe o Prêmio Nobel da Paz. Neste mesmo ano, o Papa João Paulo II a recebe em audiência privada e torna Madre Teresa sua melhor "embaixadora" em todas as Nações, Fóruns e Assembléias de todo o mundo.
Com saúde debilitada e após uma vida inteira de amor e doação (vida esta reconhecida por líderes de outras religiões, presidentes, universidades e até mesmo por países submetidos ao marxismo), Madre Teresa foi encontrar-se com o Dono e Senhor de sua vida a 5 de setembro de 1997. Seu velório arrastou milhares de pessoas durante vários dias.
Foi beatificada pelo Papa João Paulo II no dia 19 de outubro de 2003, Dia Missionário Mundial.

Beata Teresa de Calcutá, rogai por nós!

*6*
Santo Eleutério, Abade e Confessor
(+ Roma, séc. VI)

Abade do Mosteiro de São Marcos Evangelista, em Espoleto, com suas orações curou doentes e até ressuscitou um morto. São Gregório Magno, que o conheceu pessoalmente, se refere a ele como "santíssimo velho" e "homem de vida venerável".

6 de setembro


São Liberato de Loro 

  Liberato nasceu na pequena Loro Piceno, província de Macerata, na Itália. Pertencia à nobre família Brunforte, senhores de muitas terras e muito poder. Mas o jovem Liberato, ouvindo o chamado de Deus e por sua grande devoção à Virgem Maria, abandonou toda riqueza e conforto para seguir a vida religiosa. 
  Renunciou às terras e ao título de senhor de Loro Piceno, que havia herdado de seu tio, em favor de seu irmão Gualtério, e foi viver no Convento de Rocabruna, em Urbino. Ordenado sacerdote e desejando consagrar sua vida à penitência e às orações contemplativas, retirou-se ao pequeno e ermo Convento de Sofiano, não distante do castelo de Brunforte. Lá, vestiu o hábito da Ordem dos Frades Menores de São Francisco, onde sua vida de virtudes valeu-lhe a fama de santidade. 
Em "Florzinhas de são Francisco", encontramos o seguinte relato sobre ele: 
No Convento de Sofiano, o frade Liberato de Loro Piceno vivia em plena comunhão com Deus. Ele possuía um elevado dom de contemplação e durante as orações chegava a elevar-se do chão. Por onde andava, os pássaros o acompanhavam, posando nos seus braços, cabeça e ombros, cantando alegremente. Amigo da solidão, raramente falava, mas, quando perguntado, demonstrava a sabedoria dos anjos. Vivia alegre, entregue ao trabalho, à penitência e à oração contemplativa. Os demais irmãos dedicavam-lhe grande consideração. 
Quando atingiu a idade de quarenta e cinco anos, sua virtuosa vida chegou ao fim. Caiu gravemente enfermo, ficando entre a vida e a morte. Não conseguia beber nada; por outro lado, recusava-se a receber tratamento com medicina terrena, confiando somente no médico celestial, Jesus Cristo, e na sua abençoada Mãe. Ela milagrosamente o visitou e consolou, quando estava, em oração, preparando-se para a morte. Acompanhada de três santas virgens e com uma grande multidão de anjos, aproximou-se de sua cama. Ao vê-la, ele experimentou grande consolo e alegria de alma e de corpo, e suplicou-lhe, em nome de Jesus, que o levasse para a vida eterna, se tivesse tal merecimento. 
Chamando-o por seu nome, a Virgem Maria respondeu: "Não temas, filho, que tua oração foi ouvida, e eu vim para confortar-te antes de tua partida desta vida". Assim frei Liberato ingressou na vida eterna, numa data incerta do século XIII. 
No século XV, o culto a Liberto de Loro era tão vigoroso que nas terras dos Brunforte recebeu autorização para ser chamado são Liberato. Até o novo convento, construído, por ocasião da sua morte, ao lado do antigo de Sofiano. E construíram, também, uma igreja para conservar as suas relíquias, atualmente Santuário de São Liberato. Porém só no século XIX, após um complicado e atrapalhado processo de canonização, é que o seu culto foi reconhecido pelo papa Pio IX, que lhe deu a autorização canônica para ser chamado santo. A festa de são Liberato de Loro foi mantida na data tradicional de 6 de setembro, quando suas relíquias foram solenemente transferidas para o altar maior do atual Santuário de São Liberato, na sua terra natal. 

*7*
São Clodoaldo, Confessor(+ França, séc. VI)

Conhecido na França como Saint-Cloud, era filho do rei Clodomiro e neto do rei Clóvis e da rainha Santa Clotilde. Abandonou o mundo para servir somente a Deus, na solidão da vida contemplativa. Foi a princípio eremita nos arredores de Paris, onde viveu orientado por São Severino. Retirou-se depois para a Provença, onde passou alguns anos, e retornou mais tarde para perto de Paris, onde construiu uma igreja que daria origem à cidade de Saint-Cloud. 

*8*
Natividade de Nossa Senhora

Precisamente nove meses depois de comemorar a Imaculada Conceição da Virgem, a Igreja celebra a festividade do seu Nascimento. Assim se exprimiu o Padre Antônio Vieira sobre essa celebração: "Quereis saber quão feliz, quão alto é e quão digno de ser festejado o Nascimento de Maria? Vede o para que nasceu. Nasceu para que dEla nascesse Deus. (...) Perguntai aos enfermos para que nasce esta celestial Menina, dir-vos-ão que nasce para Senhora da Saúde; perguntai aos pobres, dirão que nasce para Senhora dos Remédios; perguntai aos desamparados, dirão que nasce para Senhora do Amparo; perguntai aos desconsolados, dirão que nasce para Senhora da Consolação; perguntai aos tristes, dirão que nasce para Senhora dos Prazeres; perguntai aos desesperados, dirão que nasce para Senhora da Esperança. Os cegos dirão que nasce para Senhora da Luz; os discordes, para Senhora da Paz; os desencaminhados, para Senhora da Guia; os cativos, para Senhora do Livramento; os cercados, para Senhora da Vitória. Dirão os pleiteantes que nasce para Senhora do Bom Despacho; os navegantes, para Senhora da Boa Viagem; os temerosos da sua fortuna, para Senhora do Bom Sucesso; os desconfiados da vida, para Senhora da Boa Morte; os pecadores todos, para Senhora da Graça; e todos os seus devotos, para Senhora da Glória. E se todas estas vozes se unirem em uma só voz, dirão que nasce para ser Maria e Mãe de Jesus" (Sermão do Nascimento da Mãe de Deus). 

*9*
São Pedro Claver, Confessor
(+ Cartagena, 1654)
Natural da Catalunha, ingressou aos 22 anos naCompanhia de Jesus e fez uma parte de seus estudos em Palma de Maiorca, onde recebeu a ótima influência de Santo Afonso Rodrigues. Partiu como missionário para a América espanhola, sendo ordenado sacerdote em Bogotá. Penalizado com a triste situação de abandono em que se encontravam os pretos trazidos da África como escravos, decidiu consagrar sua vida ao apostolado com eles, chegando mesmo a se obrigar por voto a ser "aethiopum semper servus" (sempre escravo dos negros). Cumpriu heroicamente esse voto, por mais de 40 anos. 

*10*
São Nicolau de Tolentino, Confessor
(+ Itália, 1305)

Pertenceu à Ordem dos Eremitas de Santo Agostinho e passou a maior parte da vida num convento, praticando austeridades difíceis de imaginar em nossos tempos, e recolhido em oração e na mais alta contemplação. Sua vida é repleta de milagres e de fenômenos místicos extraordinários. Era obedientíssimo. Conta-se que, por penitência, jamais comia carne, mas certa vez, estando doente, seu superior lhe deu ordem de comer um pouco de carne. O Santo obedeceu comendo um pedaço bem pequeno, e depois disse: "Já obedeci. Agora, por favor, não me aborreçam mais com essas gulodices". Foi grande apóstolo pela pregação e pelo confessionário. 

*11*
São João-Gabriel Perboyre, Mártir
(+ China, 1840)

Nascido na França, de uma família modesta e piedosa, ingressou, juntamente com dois irmãos, na Congregação da Missão, fundada por São Vicente de Paulo. Duas irmãs suas entraram para a mesma família espiritual vicentina, como Irmãs de Caridade. Algum tempo depois de ordenado sacerdote, foi mandado como missionário para a China. Pedia sempre a Deus a graça de morrer mártir. Depois de quatro anos de pregação, foi preso pelas autoridades pagãs. Permaneceu um ano no cativeiro, sofrendo torturas cruéis, até ser crucificado. 

*12*
São Guido, Confessor
(+ Brabante, Bélgica, 1012)

Nascido numa família de camponeses, distribuiu seus poucos bens aos pobres e se consagrou inteiramente ao serviço de Deus. Peregrinou durante sete anos, visitando os principais santuários da Europa, Roma e a Terra Santa. Depois retornou à sua região de origem e se santificou no humilde ofício de sacristão de uma igreja. Depois de morto, milagres e prodígios ocorreram em sua sepultura, e somente então foi glorificado aquele que, durante toda a vida, permanecera oculto e apagado. 


*13*
São João Crisóstomo, Bispo, Confessor e Doutor da Igreja
(+ Ponto, Ásia Menor, 407)

Passou alguns anos como eremita solitário no deserto e depois foi sacerdote em Antioquia. Nomeado bispo e patriarca de Constantinopla, esforçou-se para moralizar o Clero, no qual havia desvios e escândalos, e chegou a depor bispos indignos. Denunciou também, corajosamente, abusos de autoridades civis. Despertou, por tudo isso, antipatias em pessoas poderosas, tanto na ordem espiritual quanto na temporal. Foi, em conseqüência, duas vezes desterrado e morreu no exílio. Era amigo íntimo e tinha sido colega de estudos de São Basílio Magno. Sua eloqüência extraordinária lhe valeu o título de Crisóstomo, que em grego significa "Boca de Ouro " e a designação, pelo Papa São Pio X, como o patrono da eloqüência sagrada. É considerado um dos quatro grandes Doutores da Igreja Oriental e deixou uma produção intelectual abundante e variada, composta de aproximadamente 600 sermões e discursos. 

*14*
São Materno, Bispo
(+ Trèves, séc. IV)

Neste dia, além da Exaltação da Santa Cruz, se comemora a festa de São Materno, apóstolo das regiões do Mosela, do Mosa e do Reno inferior. Fundou a Diocese de Colônia e foi também Bispo de Trèves. Era amigo do imperador Constantino e participou ativamente dos Concílios de Roma e de Arles. 

*15*
Nossa Senhora das Dores

Trata-se de uma devoção muito antiga, na qual Nossa Senhora é venerada enquanto tendo sido traspassada, no alto do Calvário, por uma espada de dor, à vista da Paixão e Morte de seu Divino Filho. Ela Se uniu perfeitissimamente ao sacrifício do Redentor, pelo que mereceu ser chamada por muitos santos e teólogos Corredentora do gênero humano. 

*16*
São Cornélio e São Cipriano, Mártires
(+ séc. III)

São Cornélio condenou os erros dos hereges novacianos, que promoveram um cisma na Igreja e procuraram depô-lo. Nessa emergência, foi apoiado e encorajado por São Ciprino, Bispo de Cartago (norte da África). São Cornélio foi martirizado durante a perseguição de Galiano, no ano 252, e São Cipriano, que tinha sido professor de retórica e era célebre como pregador, sofreu o martírio em 258. Ambos aparecem juntos no Cânon tradicional da Missa. 


17
São Roberto Belarmino, Bispo, Confessor e Doutor da Igreja
(+ Roma, 1621)
Nascido na Toscana, passou alguns anos em Louvain, na Bélgica, inicialmente como aluno e depois como professor, e desempenhou cargos de importância na Companhia de Jesus, na qual ingressou aos 18 anos de idade. Brilhante intelectual, refutou perfeitamente os erros do protestantismo nas suas Controvérsias, redigiu um catecismo popular que teve muita divulgação durante séculos e destacou-se como exegeta com magníficos e eruditos comentários aos Salmos. Refutou ainda os erros de Jaime I, rei da Inglaterra. Foi diretor espiritual de São Luís Gonzaga, assistindo-o nos seus últimos momentos. Nomeado cardeal e bispo de Cápua, entregou-se com zelo ao cumprimento dos deveres episcopais, sendo modelo de prelado e pastor de almas. Foi conselheiro de vários Papas -- aos quais, com coragem e evangélica franqueza, não hesitava em censurar respeitosamente, quando julgava necessário -- e esteve ele próprio muito próximo de ser eleito Papa. 



*18*
São José de Cupertino, Confessor
(+ Itália, 1663)

Teve uma das vidas mais maravilhosas e surpreendentes que se encontram no calendário litúrgico. Filho de camponeses do sul da Itália, sabia-se tão pouco dotado intelectualmente que a si mesmo dava, com humildade, o nome de Frei Asno; mas pela santidade, e pelos dons sobrenaturais que recebia, compensou largamente a pouca inteligência. Diversas vezes tentou ingressar na vida religiosa sem o conseguir, por notória incapacidade. Só à custa de muita insistência foi admitido num convento franciscano. Quando se preparava para o sacerdócio, era ajudado sobrenaturalmente em todas as provas e exames. Certa vez, somente conseguira estudar e assimilar uma frase da Escritura: "Bem-aventuradas as entranhas que te trouxeram". Por milagre, no exame lhe pediram que explicasse exatamente essa frase, e ele se saiu maravilhosamente. É por isso considerado o patrono dos estudantes em apuros. Ordenado sacerdote, vivia arrebatado em êxtases e era objeto de fenômenos místicos extraordinários. Era comum ser visto em levitação, erguido do solo a alturas elevadas. Praticava milagres espantosos, curando doentes de todos os gêneros. Embora pouco inteligente, era iluminado pelo Divino Espírito Santo e dava conselhos acertadíssimos, sendo procurado, por isso, por pessoas altamente colocadas, que desejavam consultá-lo. Até o Papa quis conhecê-lo, e aconteceu que, durante a audiência com o Pontífice, o humilde franciscano entrou num êxtase e deixou o Papa admirado. Em suma, aquele que quase não fora admitido no convento, atingiu um santidade tão consumada e maravilhosa que se transformou numa das glórias da Ordem franciscana.

 *19*
Santos Januário e Companheiros, Mártires
(+ Pozzuoli, Itália, 305)


São Januário (também conhecido como San Gennaro), bispo de Benevento, cidade situada a 70 km de Nápoles, foi martirizado durante a perseguição de Diocleciano, juntamente com seis clérigos de sua diocese: Santos Sósio, Próculo, Festo, Desidério, Eutíquio e Acúrcio. Lançados ao fogo, as chamas, milagrosamente, não os feriram. Expostos às feras, estas também os deixaram ilesos. Foram, por fim, decapitados. Uma ampola contendo o sangue de São Januário foi conservada com respeito e até hoje, 17 séculos depois, liqüefaz-se milagrosamente três vezes por ano, em datas certas dos meses de maio, setembro e dezembro. Diante dos olhos de toda a multidão reunida, o sangue deixa o estado sólido e passa ao líquido, crescendo consideravelmente de volume e tomando a coloração avermelhada do sangue recém-derramado. Há na Europa mais três casos de sangues de santos se liqüefazerem em determinados dias do ano, mas nenhum deles é tão espetacular e conhecido quanto o de São Januário. 

*20*
Santos Eustáquio e Companheiros, Mártires
(+ Roma, sécs. I-II)

Segundo antiga tradição, nos tempos do imperador Trajano, em data não muito determinada, sofreram o martírio Santo Eustáquio, que tinha sido um dos mais prestigiosos e heróicos generais do Império, sua esposa Santa Teopista, e os dois filhos do casal, Santos Agapeto e Teopisto. Foram todos colocados dentro de uma estátua de metal com forma de touro, aquecida em brasa. 


*21*
São Mateus Evangelista, Apóstolo e Mártir(+ séc. I)

Era cobrador de impostos e possuía grande fortuna quando Nosso Senhor o convidou a segui-Lo, dizendo simplesmente: "Segue-Me! ". Mateus obedeceu sem hesitação, e veio a se transformar no primeiro dos Evangelistas. Segundo antiga tradição, pregou na Palestina e depois na Etiópia. 


                                                                     21 de setembro
São Mateus
Apóstolo e Evangelista
séc. I
No tempo de Jesus Cristo, na época em que a Palestina era apenas uma província romana, os impostos cobrados eram onerosos e pesavam brutalmente sobre os ombros dos judeus. A cobrança desses impostos era feita por rendeiros públicos, considerados homens cruéis, sanguessugas, verdadeiros esfoladores do povo. Um dos piores rendeiros da época era Levi, filho de Alfeu, que, mais tarde, trocaria seu nome para Mateus, o "dom de Deus". Um dia, depois de pregar, Jesus caminhava pelas ruas da cidade de Cafarnaum e encontrou com o cruel Levi. Olhou-o com firmeza nos olhos e disse: "Segue-me". Levi, imediatamente, levantou-se, abandonou seu rendoso negócio, mudou de vida, de nome e seguiu Jesus.

Acredita-se, mesmo, que tal mudança não tenha realmente ocorrido dessa forma, mas sim pelo seu próprio e espontâneo entusiasmo no Messias. Na verdade, o que se imagina é que Levi havia algum tempo cultivava a vontade de seguir as palavras do profeta e que aquela atitude tenha sido definitiva para colocá-lo para sempre no caminho da fé cristã.

Daquele dia em diante, com o nome já trocado para Mateus, tornou-se um dos maiores seguidores e apóstolos de Cristo, acompanhando-o em todas as suas caminhadas e pregações pela Palestina. São Mateus foi o primeiro apóstolo a escrever um livro contando a vida e a morte de Jesus Cristo, ao qual ele deu o nome de Evangelho e que foi amplamente usado pelos primeiros cristãos da Palestina. Quando o apóstolo são Bartolomeu viajou para as Índias, levou consigo uma cópia.

Depois da morte e ressurreição de Jesus, os apóstolos espalharam-se pelo mundo e Mateus foi para a Arábia e a Pérsia para evangelizar aqueles povos. Porém foi vítima de uma grande perseguição por parte dos sacerdotes locais, que mandaram arrancar-lhe os olhos e o encarceraram para depois ser sacrificado aos deuses. Mas Deus não o abandonou e mandou um anjo que curou seus olhos e o libertou. Mateus seguiu, então, para a Etiópia, onde mais uma vez foi perseguido por feiticeiros que se opunham à evangelização. Porém o príncipe herdeiro morreu e Mateus foi chamado ao palácio. Por uma graça divina fez o filho da rainha Candece ressuscitar, causando grande espanto e admiração entre os presentes. Com esse ato, Mateus conseguiu converter grande parte da população. Na época, a Igreja da Etiópia passou a ser uma das mais ativas e florescentes dos tempos apostólicos.

São Mateus morreu por ordem do rei Hitarco, sobrinho do rei Egipo, no altar da igreja em que celebrava o santo ofício da missa. Isso aconteceu porque não intercedeu em favor do pedido de casamento feito pelo monarca, e recusado pela jovem Efigênia, que havia decidido consagrar-se a Jesus. Inconformado com a atitude do santo homem, Hitarco mandou que seus soldados o executassem.

No ano 930, as relíquias mortais do apóstolo são Mateus foram transportadas para Salerno, na Itália, onde, até hoje, é festejado como padroeiro da cidade. A Igreja determinou o dia 21 de setembro para a celebração de são Mateus, apóstolo.






*22*
Santos Maurício e Companheiros, Mártires
(+ séc. III)

São Maurício comandava a célebre Legião Tebana, constituída por cristãos do Egito. Por volta do ano 286, enquanto reinava Diocleciano, essa divisão estava servindo em território da atual Suíça, quando o comandante supremo, Maximiano, ordenou que todos os soldados oferecessem sacrifícios aos deuses pagãos. Os membros da Legião Tebana se recusaram e foram todos mortos por amor a Jesus Cristo. 

*23*
São Lino, Papa e Mártir
(+ Roma, séc. I)

Foi o segundo Papa, escolhido pelo próprio São Pedro para sucedê-lo. Sagrou quinze novos bispos, que mandou como missionários a várias regiões da Itália. Ordenou dezoito sacerdotes para exercerem seu ministério na Diocese de Roma, que dividiu em paróquias. Durante seu pontificado, que durou 12 anos, Jerusalém foi tomada e destruída. Sofreu o martírio por volta do ano 77, sendo sepultado ao lado de São Pedro. 


*24*
São Vicente Maria Strambi, Bispo e Confessor
(+ Roma, 1824)


Em 1768, jovem sacerdote, ingressou na Congregação Passionista, que acabava de ser fundada. Foi discípulo perfeito e biógrafo de seu fundador, São Paulo da Cruz. Dedicou-se com grande sucesso às pregações populares, até que foi feito bispo de Macerata e Tolentino. Recusou prestar juramento de fidelidade a Napoleão Bonaparte, que invadira e usurpara os Estados Pontifícios e, em conseqüência, foi desterrado durante 7 anos. Já idoso, renunciou ao bispado e passou os últimos tempos de vida em Roma, como conselheiro e diretor espiritual do Papa Leão XII. Ofereceu sua vida a Deus para que esse Papa, gravemente enfermo, não morresse, e foi atendido: São Vicente Maria morreu e o Papa recuperou a saúde. 

*25*
São Firmino, Bispo e Mártir
(+ Amiens, séc. IV)

São Firmino, primeiro bispo de Amiens, na França, foi martirizado nessa cidade, por amor a Jesus Cristo. 

*26*
São Cosme e São Damião, Mártires
(+ Cilícia, Ásia Menor, sécs. III-IV)

Sofreram o martírio durante a perseguição de Diocleciano (284-305). Eram irmãos gêmeos e médicos, exercendo sua profissão gratuitamente, por caridade cristã, e nela obtendo curas espantosas. Durante a perseguição de Diocleciano (284-305) foram açoitados e em seguida decapitados, porque se recusaram a sacrificar aos ídolos. Tiveram seus nomes incluídos no Cânon da Missa e são invocados como protetores contra as doenças do corpo e da alma. 

*27*
São Vicente de Paulo, Confessor
+ Paris, 1660

Foi o fundador da Congregação da Missão e, juntamente com Santa Luísa de Marillac, das Irmãs da Caridade. Sua vida é tão movimentada e cheia de aventuras que faz lembrar uma obra de ficção. Nasceu de uma família muito pobre em Landes, França; quando menino guardou porcos, e só pôde completar seus estudos porque auxiliado por um advogado caridoso, cujos filhos ajudou a educar ao mesmo tempo em que ele próprio estudava. Ordenado sacerdote aos 19 anos, passou a dar aulas particulares para se manter. Durante uma viagem marítima, caiu prisioneiro de piratas maometanos e foi conduzido à África, como escravo. Foi comprado por um médico árabe que lhe ensinou os segredos da medicina, e em troca São Vicente o converteu à Fé católica. Conseguindo retornar à França, empenhou-se na prática da caridade cristã, tanto espiritual quanto corporal, chegando a ter grande penetração na Corte. Foi capelão e conselheiro da rainha Margarida de Valois e prestou assistência ao rei Luís XIII moribundo. Fez parte do Conselho da Regência, durante a menoridade de Luís XIV, e exerceu grande influência sobre a rainha Ana d'Áustria. Fortunas espantosas, provenientes de coletas entre a alta nobreza, passavam por suas mãos e eram por ele distribuídas aos necessitados de toda a França, sem em nada alterar sua pobreza e simplicidade. Aos próprios parentes, pobres e necessitados, nunca quis favorecer, confiando-os à Divina Providência. Recebeu um benefício eclesiástico muito rendoso, que lhe assegurava uma vida sem preocupações econômicas, mas renunciou a ele, por achar que não era conveniente para sua santificação. Aproveitou a enorme influência política que desfrutava para conseguir a nomeação de Bispos virtuosos, dispostos a promover na França uma salutar reforma religiosa e a combater os erros do jansenismo. Incentivou a idéia de uma expedição armada contra a Inglaterra protestante que proibia, sob pena de morte, a atuação dos católicos em seu reino. Morreu em 1660, cercado da consideração geral, e foi canonizado em 1737.
*28*
São Venceslau, Mártir
(+ Boêmia, 929)

Era menino de 13 anos quando herdou o Ducado da Boêmia, por morte de seu pai Vratislau. Na Corte, duas influências opostas se defrontavam: de um lado, a piedosa Ludmila, mãe de Vratislau, que era católica fervorosa e educou no catolicismo o neto Venceslau; de outro lado, a duquesa Draomira, viúva de Vratislau, regente na menoridade de Venceslau. Sendo pagã fanática e não conseguindo ter influência sobre o jovem duque, manifestava clara preferência pelo filho mais jovem, Boleslau, que também era pagão. Draomira mandou estrangular a sogra e passou a perseguir os católicos, mas não ousou tocar em São Venceslau. Este, impotente, tomou uma atitude prudentemente discreta até que, ao atingir os 18 anos, deu um golpe de força e destituiu a mãe, tomando posse do seu ducado e modificando radicalmente a situação. Favoreceu o catolicismo, chamou de volta os missionários, mandou edificar igrejas, submeteu-se como vassalo do Sacro Império. Muito piedoso, fazia questão de preparar pessoalmente, com trigo de suas plantações e uvas de suas videiras, as hóstias e o vinho destinados ao Sacrifício da Missa. Fez um breve mas memorável governo e morreu aos 23 anos, assassinado por Boleslau, que, em conluio com a mãe, o atraíra para uma cilada. 

*29*
São Miguel, São Gabriel e São Rafael, Arcanjos


Neste dia, a Igreja celebra os três gloriosos Arcanjoscitados nominalmente nas Sagradas Escrituras: - São Miguel, o Príncipe da Milícia Celeste, aquele que no prélio magno ocorrido no Céu, derrotou o revoltoso satanás e seus sequazes, precipitando-os no Inferno; - São Gabriel, o Embaixador de Deus, que levou à Santíssima Virgem o convite para ser Mãe do Messias; - e São Rafael, um dos sete Anjos que assistem ante o trono divino, que curou a vista do velho Tobias e foi guia e protetor do jovem de mesmo nome. 

*30*
São Jerônimo, Confessor e Doutor da Igreja
(+ Palestina, 419)

Natural da Dalmácia, recebeu formação católica, mas só foi batizado aos 20 anos. Possuidor de uma cultura clássica das maiores do tempo, é considerado um dos mestres da língua latina. Aproveitou integralmente sua imensa cultura no serviço da Igreja, lutando contra as heresias e defendendo a Fé católica. Atraído pela vida isolada e recolhida, na oração e nas austeridades, nem por isso deixava de participar ativamente, desde os vários locais em que viveu como ermitão, das grandes controvérsias do mundo culto de então. Foi secretário do Papa São Dâmaso, e recebeu deste o encargo de traduzir para o latim os Livros Sagrados, de modo a haver uma única versão oficial das Escrituras, para que não fossem estas deturpadas pelos hereges dos séculos futuros. Essa foi a origem da Vulgata . Na fase final de sua vida, permaneceu em Belém, na Palestina, onde dirigiu um mosteiro de monges e deu assistência a um mosteiro feminino. 

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