terça-feira, 29 de outubro de 2013

EXORCISMO E POSSESSÕES

O exorcismo é a invocação que a Igreja faz, em nome de Jesus Cristo, por intermédio de um ministro ordenado, para proteger e afugentar o demônio de uma pessoa ou objeto.
Eles podem ser divididos em dois tipos: simples e solenes. O exorcismo simples ocorre no rito do batismo, quando o cristão é preparado para confessar sua fé à Igreja. Já o exorcismo solene, que só pode ser celebrado por um presbítero designado, tem aspecto sacramental e é celebrado em casos de opressão ou possessão. Esse tipo de prática precisa ser autorizada pelo Ordinário, o bispo local, que pode ordenar um exorcismo solene mediante estudo do caso.
O exorcista deve ser um sacerdote, autorizado pelo bispo local ou com autorização expressa da Santa Sé.
Padre Gabriele Amorth, exorcista da diocese de Roma Foto: Wesley Almeida
Nos dias de hoje, muito se confunde a prática do exorcismo com orações de cura e libertação. Com relação a isso, o padre Gabriele Amorth, exorcista da diocese de Roma e autor do livro "Habla un Exorcista", diz que o exorcismo é apenas o sacramental instituído pela Igreja. O poder de expulsar demônios que Jesus conferiu a todos os fiéis é válido. Este poder é baseado na lei e na oração, e pode ser exercido por indivíduos ou comunidades sem nenhuma autorização. Entretanto, esse tipo de ato, trata-se de preces de libertação, e não devem ser chamadas de exorcismos.
O que diz o Catecismo da Igreja a respeito do exorcismo:

E.56.1 Exorcismo na celebração do Batismo
§1237 Visto que o Batismo significa a libertação do pecado e de seu instigador, o Diabo, pronuncia-se um (ou vários) exorcismo(s) sobre o candidato. Este é ungido com o óleo dos catecúmenos ou então o celebrante impõe-lhe a mão, e o candidato renuncia explicitamente a satanás. Assim preparado, ele pode confessar a fé da Igreja, à qual será "confiado" pelo Batismo.

E.56.2 Significação dos exorcismos de Jesus
§517 Toda a vida de Cristo é mistério de Redenção. A Redenção nos vem antes de tudo pelo sangue da Cruz, mas este mistério está em ação em toda a vida de Cristo: já em sua Encarnação, pela qual, fazendo-se pobre, nos enriqueceu por sua pobreza; em sua vida oculta, que, por sua submissão, serve de reparação para nossa insubmissão; em sua palavra, que purifica seus ouvintes; em suas curas e em seus exorcismos, pelos quais "levou nossas fraquezas e carregou nossas doenças" (Mt 8,17); em sua Ressurreição, pela qual nos justifica.
§550 O advento do Reino de Deus é a derrota do reino de Satanás: "Se é pelo Espírito de Deus que eu expulso os demônios, então o Reino de Deus já chegou a vós" (Mt 12,28). Os exorcismos de Jesus libertam homens do domínio dos demônios. Antecipam a grande vitória de Jesus sobre "o príncipe deste mundo". E pela Cruz de Cristo que o Reino de Deus ser definitivamente estabelecido: "Regnavit a ligno Deus - Deus reinou do alto do madeiro".

E.56.3 Significação e fins do exorcismo e de sua maneira de fazer
§1673 Quando a Igreja exige publicamente e com autoridade, em nome de Jesus Cristo, que uma pessoa ou objeto seja protegido contra a influência do maligno e subtraído a seu domínio, fala-se de exorcismo. Jesus o praticou, é dele que a Igreja recebeu o poder e o encargo de exorcizar. Sob uma forma simples, o exorcismo é praticado durante a celebração do batismo. O exorcismo solene, chamado "grande exorcismo", só pode ser praticado por um sacerdote, com a permissão do bispo. Nele é necessário proceder com prudência, observando estritamente as regras estabelecidas pela Igreja. O exorcismo visa expulsar os demônios ou livrar da influência demoníaca, e isto pela autoridade espiritual que Jesus confiou à sua Igreja. Bem diferente é o caso de doenças, sobretudo psíquicas, cujo tratamento depende da ciência médica. É importante, pois, verificar antes de celebrar o exorcismo se se trata de uma presença do maligno ou de uma doença. 

“A Sagrada Escritura nos ensina que os espíritos malignos, inimigos de Deus e do homem, desenvolvem sua ação de diversas maneiras; entre elas está a obsessão diabólica chamada também possessão diabólica. Entretanto, a obsessão diabólica não é o modo mais freqüente como o espírito das trevas exerce sua influência. A obsessão tem características de espetacularidade e nela o demônio se apodera, de um certo modo, das forças e das atividades físicas da pessoa que padece a possessão. Não pode, entretanto, apoderar-se da livre vontade do sujeito, e por isso o demônio não pode comprometer a vontade livre da pessoa possuída até o ponto de fazê-la pecar. Esta violência física que o diabo exerce no obsesso é uma incitação ao pecado, que é o que o diabo busca lograr. O ritual do exorcismo indica diversos critério e indícios que permitem chegar, com prudente certeza, à convicção de quando se tem diante de si uma possessão diabólica. Então o exorcista autorizado poderá realizar o solene rito do exorcismo. Entre estes critérios encontram-se: falar ou entender muitas palavras em línguas desconhecidas, evidenciar coisas distantes ou inclusive escondidas, demonstrar forças além da própria condição, e isto junto com a aversão veemente a Deus, à Virgem, aos Santos, à Cruz e às imagens santas.”
2. Após identificada, qual o próximo passo? 


Vale a pena destacar que para poder realizar o exorcismo é necessária autorização do Bispo diocesano, autorização que pode ser concedida para um caso específico ou também de modo geral e permanente ao Sacerdote que exerce na diocese o ministério de exorcista.
3-Como um exorcismo é realizado?

No ritual encontra-se, antes de tudo, o rito do exorcismo propriamente dito, a ser exercitado sobre uma pessoa possessa. Seguem as orações a recitar-se publicamente por um sacerdote, com a permissão do Bispo, quando se julga prudentemente que existe uma influência de Satanás sobre lugares, objetos ou pessoas, sem chegar ao estado de uma possessão própria e verdadeira. Há, além disso, uma coleção de orações para recitar de forma privada por parte dos fiéis, quando estes suspeitam com fundamento de estarem sujeitos ou sob influência diabólica. 

O exorcismo tem como ponto de partida a fé da Igreja, segundo a qual existem Satanás e os outros espíritos malignos, e que sua atividade consiste em afastar os homens do caminho da salvação. A doutrina católica nos ensina que os demônios são anjos caídos por causa do pecado, que são espíritos de grande inteligência e poder: "Entretanto, o poder de Satanás não é infinito. Não é mais do que uma criatura, poderosa pelo fato de ser puramente espírito, mas sempre criatura: não pode impedir a edificação do Reino de Deus. Embora Satanás atue no mundo por ódio contra Deus e seu Reino em Jesus Cristo, e embora sua ação cause graves danos de natureza espiritual e indiretamente inclusive de natureza física – em cada homem e na sociedade, esta ação é permitida pela divina providência que com força e doçura dirige a história do homem e do mundo. Porque Deus permite a atividade diabólica é um grande mistério, mas "nós sabemos que em todas as coisas Deus intervém para bem dos que o amam" (Rm 8, 28)" (Catecismo da Igreja Católica, n. 395).

Conforme a instrução sobre o exorcismo publicada pela Congregação para a Doutrina da Fé, cabe observar quantos aos leigos:

1. O cânon 1172 do Código de Direito Canônico declara que a ninguém é lícito proferir exorcismo sobre pessoas possessas, a não ser que o Ordinário do lugar tenha concedido peculiar e explícita licença para tanto (1º). Determina também que esta licença só pode ser concedida pelo Ordinário do lugar a um presbítero dotado de piedade, sabedoria, prudência e integridade de vida (2º). Por conseguinte, os srs. Bispos são convidados a urgir a observância de tais preceitos.

2. Destas prescrições, segue-se que não é lícito aos fiéis cristãos utilizar a fórmula de exorcismo contra Satanás e os anjos apóstatas, contida no Rito que foi publicado por ordem do Sumo Pontífice Leão XIII; muito menos lhes é lícito aplicar o texto inteiro deste exorcismo. Os srs. Bispos tratem de admoestar os fiéis a propósito, desde que haja necessidade.
Continuaremos logo mais.....

Fonte: Catolicismo romano / Catecismo

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