sexta-feira, 22 de maio de 2015

Razões porque retornei à única Igreja de Jesus Cristo – conclusão

ESTE POST é a continuação de "Razões porque retornei à única Igreja de Jesus Cristo", depoimento de André Silva, autodeclarado "ex-evangélico", sobre sua experiência em comunidades autodenominadas "evangélicas". 

21. Reforma

Uma curiosidade: os "evangélicos" negam a Igreja Católica como sendo a Igreja original de Jesus Cristo. Então, se é assim, como é possível que esses mesmos "crentes" abracem a chamada "reforma" protestante? Dizem que a Igreja Católica é falsa. Bem, a reforma daquilo que é falso só pode resultar em algo igualmente falso. Se a Igreja Católica ensina mentiras, qualquer outra denominação que tenha derivado dela só pode ensinar igualmente mentiras. Se algo que nasceu de uma reforma é bom, isso implica que a fonte original era boa. Como pode a reforma de uma instituição falsa ser considerada honesta?

E se a Igreja é falsa, falsos são também os seus fiéis, sacerdotes, ritos e tudo mais. Em última análise, seu Deus também deveria ser falso. E se os seus membros são falsos, como pode Lutero, um destes membros, ser considerado um "grande reformador"? Como pode a sua reforma ou adaptação de uma instituição falsa ser aceita como padrão e modelo?

A verdade é que nada precisa fazer sentido no mundo dos "evangélicos". Para cada "crente", conta apenas o que ele quer entender e aceitar. Só vale o que o pastor fala no púlpito. Só vale o que os pastores interpretam da Bíblia. Extremo absurdo: eles nos acusam de acreditar que o Papa é um homem infalível (o que é mentira), mas na realidade, na prática, eles é que consideram os seus pastores infalíveis! Aquilo que o pastor entende da Bíblia é infalível, inquestionável, aceito imediatamente por todos, sem contestação, como verdade absoluta e divina!

Existem até aqueles extremamente ignorantes que chegam a dizer que Constantino fundou a Igreja Católica. E nessa hora precisamos fazer justiça e reconhecer que uma estupidez desse tamanho nunca foi dita pelos antigos protestantes. Até hoje as igrejas protestantes históricas (luterana, calvinista, presbiteriana, etc.) reconhecem que a Igreja Católica é a Igreja instituída por Cristo sobre a Terra. e que se não fosse por ela nós nem teríamos a Bíblia, hoje. O que eles dizem é que a primeira Igreja se perdeu no meio do caminho, o que é um absurdo tão grande quanto qualquer outro. Mas pelo menos eles tem a hombridade e a decência de não tentar negar o óbvio, não brigar com a História, não tentar argumentar contra um fato concreto.

Agora, retomando o meu ponto, se essa tolice sobre Constantino fosse verdade, então os "evangélicos" estariam abraçando uma reforma da “Igreja de Constantino”?! Puxa, eles rejeitam a "igreja de Constantino”, mas aceitam a igreja de Constantino reformada?! É para rir ou para chorar?

22. A Tradição

A Bíblia Sagrada nos orienta que guardemos as tradições.
"Então, irmãos, estai firmes e guardai a Tradição que vos foi ensinada, seja por palavras, seja por epístola nossa". (2Ts 2, 15)

"Mandamo-vos, porém, irmãos, em nome de nosso Senhor Jesus Cristo, que vos afasteis de todo o irmão que anda desordenadamente, e não segundo a Tradição que de nós recebeu." (2Ts 3, 6)
Algumas passagens, como estas, são explícitas, mas existem muitas, muitas outras que afirmam a mesma coisa, direta ou indiretamente. A Tradição é tão importante quanto a Escritura, até porque a Escritura é a Tradição por escrito, e a Igreja não tinha como se basear na Bíblia até pouco tempo antes de Lutero. Foram milênios em que os cristãos foram conduzidos, principalmente, na Tradição e pelo Magistério da Igreja. Mas os "evangélicos" lançam ao lixo a Tradição. 

A pergunta que não quer calar: por que os "evangélicos", que dizem que observam a Bíblia como regra exclusiva, não guardam a Tradição, se a Bíblia mesmo ensina o contrário? Eu sei a resposta: é porque, no fundo no fundo, para eles pouco importa o que diz a Bíblia! O que eles conhecem bem e observam como regra exclusiva não é a Bíblia, mas sim a interpretação pessoal que cada pastor faz da Bíblia. Aqueles que juram defender a Bíblia são os primeiros a contrariá-la, simplesmente porque não a conhecem de fato.

23. Batismo de crianças

De onde os "evangélicos" tiraram que a pessoa deve ser batizada somente depois da idade adulta? Alguns chegam a querer se comparar ao próprio Senhor Jesus Cristo, dizendo que se Ele foi batizado depois de adulto, nós devemos fazer a mesma coisa! Como alguém consegue escutar um absurdo desses sem chorar nem morrer de rir? Jesus Cristo é Deus, e foi Ele mesmo quem instituiu o Batismo! Além disso, o batismo que ele recebeu de João, como os próprios Evangelhos ensinam, não era o mesmo Batismo que Jesus ordenou à sua Igreja! É tão óbvio!

Mais uma vez, eles ignoram a Bíblia, pois ela não proíbe o Batismo das crianças, ao contrário: os Atos dos Apóstolos contam que muitas famílias inteiras foram batizadas pelos Apóstolos, e nós sabemos que as famílias daquele tempo tinham sempre muitas crianças, por questões até religiosas. Mesmo assim, o "evangélico" prefere a interpretação dos "pastores" do que considerar o que realmente diz a Bíblia.

24. Unidade

Mesmo que não fosse pela fé ou pelo raciocínio intelectual, mesmo que não fosse pelos fatos históricos que eu agora conheço bem, ou simplesmente por uma questão de constatar inúmeros erros doutrinários nas milhares de denominações "evangélicas", a divisão e discórdia que existe nesse meio já seria motivo suficiente para me afastar deles. – A Bíblia diz que devemos ser um só Corpo. Tudo que os "evangélicos" não querem é a união. Onde se vê "um só Batismo e uma só Fé" entre eles? Ao invés da determinação bíblica, existem mais de 50 000 denominações diferentes e divergentes entre si. A Bíblia diz que não deve haver divisão entre os cristãos. Qual dos protestantes nesse planeta leva em consideração o texto bíblico? Mais uma vez, jogam fora a Bíblia que juram defender.

25. A Bíblia é mais importante do que a Igreja?

Este é, disparado, o maior erro dos evangélicos. A Bíblia é filha da Igreja, e não a sua mãe. Foi a Igreja que escreveu a Bíblia, pouco a pouco, e não a Bíblia que criou a Igreja. Os cristãos dos primeiros séculos não tinham Bíblia. É a igreja que dá credibilidade à Bíblia, e não o contrário. Acreditamos na Bíblia porque acreditamos na sua fonte, e a fonte da Bíblia Cristã é a Igreja Católica, – por meio da qual Deus a entregou à humanidade.

A Igreja Católica foi a responsável pela compilação, canonização e preservação dos textos da Bíblia. Quem não acredita na Igreja não deveria acreditar na Bíblia. Nem mesmo Lutero chegou ao absurdo de separar tão radicalmente a Bíblia e a Igreja. Não é a Bíblia que define a Igreja. A igreja é que definiu e define a Bíblia, por Inspiração divina!

Dizer que Deus está preso à Bíblia e dela não pode “fugir” é algo escandalosamente mentiroso e blasfemo; mas eu ouvi, pessoalmente, homens que se dizem "pastores" afirmando exatamente isso, que Deus não pode agir contra a Bíblia! Ora, Deus não conhece limitação de espécie alguma! A Bíblia é um instrumento sagrado e muito especial, uma arma do cristão para ser usada no combate, e não uma regra imutável da qual nem Deus escapa! Dizer isto é blasfêmia! Acaso é o Criador menor do que a criatura? Aquele que chama todas as coisas à existência está preso às interpretações das milhares de denominações ditas "evangélicas" da Bíblia? O que vejo por aí é "religião do livro". Bibliolatria pura.

Bibliolatria porque a Bíblia torna-se como um ídolo para todos e o seus intérpretes que se julgam sábios aos seus próprios olhos, tornando-se eles também ídolos de si mesmos. A Igreja Católica não propõe a religião do livro, mas a Religião da Palavra Viva e Encarnada, do Verbo do Deus Vivo, que deve ser adorado em Espírito e em Verdade. A Religião da Palavra de Deus que não se limita à letra, mas é o próprio Jesus Cristo, que se doa em Corpo, Alma e Divindade no Santíssimo Sacramento do Altar. Este eles não conhecem, por isso blasfemam contra Ele.

26. Intercessão

Inúmeras são as passagens bíblicas que falam sobre a intercessão de santos e anjos. Tudo ignorado pelos protestantes. No entanto, eles oram uns pelos outros e também pedem orações aos pregadores “ungidos”. A Bíblia diz que muito vale a oração de um justo, mas diz também que não há justo algum sobre a Terra. Sabendo que a Bíblia não é contraditória, de que justos estamos falando? Acaso aqueles que já foram julgados, – e contados entre os salvos, – são menores do que aqueles que ainda vivem por aqui? Se nós, que somos injustos, podemos interceder uns pelos outros, não poderão muito mais aqueles que já estão na Glória Eterna?

27. Sacrifício, Mediação e Intercessão

É intolerável afirmar que os católicos creem em outros mediadores além de Jesus. O Mediador para a nossa Salvação, entre Deus e nós, é Cristo, que com seu Sacrifício Eterno e eficaz nos resgatou na Cruz. Só Jesus, sendo Deus, suportou as piores dores, martírio e morte terríveis pela nossa salvação, e somente Ele poderia fazê-lo, porque só Jesus é Deus feito homem. É por isso que na Santa Missa oferecemos o Sacrifício do próprio Jesus Cristo a Deus Pai, em expiação dos nossos pecados. Por isso nos alimentamos de Cristo na Sagrada Eucaristia.

Intercessão é outra coisa, bem diferente: são como mediadores, mas entre Jesus e os homens, e podem ser nossos irmãos de fé, aqui na Terra, ou os santos e anjos no Céu. A Santa Igreja, que segundo a Bíblia é a coluna e o sustentáculo da Verdade (1Tm 3,15), recomenda que intercedamos um pelos outros.

28. Fé e Doutrina

O que significa a expressão “coluna e sustentáculo da Verdade”? Significa que, sem a Igreja que Jesus deixou no mundo, a Verdade desmorona. Não somos capazes, pelas nossas próprias forças, de alcançar a Verdade Divina. E Deus Todo-Poderoso designou sua Igreja para nos auxiliar nesse processo. Mas temos falsos mestres por aí dizendo que a Igreja não serve para nada. "Igreja não importa, importante é Jesus...". – Mas há um "detalhe", aí, que faz toda a diferença: foi o próprio Jesus quem nos deixou sua Igreja Una, e disse que dependeríamos dela para encontrar e seguir o Caminho e até para obter o perdão dos nossos pecados. Mais uma vez, tudo isso está escrito lá, bem claro, na Bíblia.

O problema é que, quando eles falam em "igreja", estão pensando numa empresa, que qualquer um pode fundar quando quiser, basta inventar um nome, registrar em cartório e abrir firma. Não entendem o profundo significado da Igreja Celeste, da Igreja que é continuação histórica do Corpo de Cristo no mundo, a qual Jesus fundamentou sobre o Apóstolo Pedro, o primeiro Papa.

Ora, o Senhor Jesus foi claro ao dizer que as portas do inferno não prevaleceriam sobre a sua Igreja. Não prevalecerão significa não prevalecerão. Que parte desta declaração tão direta eles não entendem? O problema é que os "evangélicos" e protestantes não creem na Promessa do filho de Deus. Para eles, o inferno prevaleceu sobre a Igreja Católica, que vem diretamente de Jesus e dos Apóstolos, e teria incorrido em “erros graves”. Eles creem que foi preciso Lutero para corrigi-la. O que disse um homem é mais valorizado do que o que disse Jesus Cristo e seus Apóstolos!

Então, devido a esses supostos erros graves da Igreja, agora são indispensáveis os atuais pregadores "evangélicos" que, mesmo divergindo entre si, estão todos certos e fazendo reparos na doutrina cristã. E cada nova denominação introduz novidades, ritos e hábitos novos. De Lutero ninguém nem se lembra mais. Ora, ou Lutero acertou ou Lutero errou. Ou Deus levantou Lutero para corrigir os erros do catolicismo ou não levantou ninguém. E se Deus tivesse levantado Lutero, quem é o "evangélico" para continuar reformando aquilo que Deus já teria reformado?

Mas para o "evangélico", Jesus mentiu. As portas do inferno prevaleceram sobre a Igreja e sobre o cristianismo, por 1500 anos, até nascer Lutero para restaurar a Verdade. E se não fosse o “santo” Lutero, até hoje o cristianismo que se creu e praticou desde o início seria falso. Mas o "evangélico" não permaneceu com Lutero. Menos ainda com Jesus. Conclusão: o "evangélico" amarrou uma pedra ao pescoço e se lançou ao mar. Para ele, Jesus, depois do sofrimento atroz e do Sacrifício, deixou o homem por conta própria. Cada um que interprete a Bíblia como puder. O "Jesus deles" diz algo mais ou menos assim: “Virem-se! Leiam a Bíblia, interpretem-na, escolham uma denominação qualquer, porque igreja não importa. Eu deixei minha própria Igreja só de brincadeira, isso não faz a mínima diferença. Fundem igrejas novas se não gostarem de alguma denominação, contestem seus próximos, ofendam aquela que escolhi para ser minha mãe e odeiem os católicos... Assim vocês se salvarão”...

O Jesus em que nós cremos não é assim. Seu desejo é que nenhum de nós se perca. Por isso nos deu nossa Santa Mãe Igreja para nos apontar o Caminho, sem erro. Ele sabe que o coração humano é incerto e contestador. O Apóstolo Paulo confirma que nosso julgamento é sempre tendencioso. Por isso mesmo, Cristo prometeu que estaria com a sua Igreja até o fim dos tempos.

É sem dúvida infinitamente mais seguro ser católico.

E se alguém quiser criar um texto para me responder, com o título "porque não sou católico", vou dar uma ajuda: por que alguém deixa de ser católico? Primeiro, ninguém que seja realmente católico deixará de sê-lo. Os falsos católicos, aqueles que estão apenas "fazendo número" no meio do Povo de Deus, esses deixam de frequentar a Igreja, quando se decepcionam com alguma coisa. E o fazem por arrogância, soberba e presunção. Parece-me que a maioria o faz por ignorância, pura e simples: tratam-se de pessoas que não estudam, que não se interessam, não procuram conhecer a sua própria Igreja e religião.

Presumir que tudo sabe e não aceitar qualquer tipo de correção ou instrução é típico do "evangélico" comum, e foi exatamente assim que a antiga serpente tentou o homem e a mulher, prometendo: "vocês serão como Deus, conhecerão o Bem e o Mal por conta própria"... Ser um divisor por natureza já é motivo para fundar uma “igreja” e contestar aquela que Jesus deixou sobre a Terra.

Fonte Site: ofielcatolico.com.br

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