domingo, 17 de junho de 2018

Aborto na Argentina: Igreja pede seguir lutando pela dignidade de toda vida humana

Buenos Aires, 14 Jun. 18 / 07:00 pm (ACI).- Os bispos da Argentina expressaram sua “dor” pela aprovação do projeto do aborto na Câmara dos Deputados na manhã de hoje; entretanto, incentivaram a “seguir lutando pela dignidade de toda vida humana”.
“Esta decisão causa uma profunda dor a todos os argentinos”, expressou em um comunicado a Comissão Executiva e a Comissão Episcopal de Leigos e Família da Conferência Episcopal Argentina (CEA) sobre a aprovação do projeto de lei do aborto, que passará agora ao Senado.
“Mas a dor pelo esquecimento e exclusão dos inocentes deve se transformar em força e esperança, para seguir lutando pela dignidade de toda vida humana”, exortaram.
Em seu comunicado, os bispos insistiram na necessidade de que “possa ​​haver diálogo” no que resta do debate no Senado, pois “a situação das mulheres ante uma gravidez inesperada, a exposição à pobreza, à marginalidade social e à violência de gênero, continuam sem resposta”.
Para os bispos, com esta aprovação, “simplesmente se soma outro trauma, o aborto. Continuamos chegando atrasados”.
Nesse sentido, indicaram que no Senado ainda existe a oportunidade de “buscar soluções novas e criativas a fim de que nenhuma mulher tenha que praticar um aborto”.
“Pode ser o lugar onde se elaborem projetos alternativos que possam responder às situações conflitivas, reconhecendo o valor de toda vida e o valor da consciência”, afirmaram.
Também advertiram que “viver o debate como uma batalha ideológica nos afasta da vida das pessoas concretas. Se somente buscamos impor a própria ideia ou interesse e silenciar outras vozes, continuamos reproduzindo a violência no tecido da nossa sociedade”.
Em seu comunicado, os bispos reconheceram as “fraquezas em nosso trabalho pastoral: a educação sexual integral em nossas instituições educacionais, o reconhecimento mais pleno da dignidade comum da mulher e do homem, e o acompanhamento às mulheres que estão expostas ao aborto ou que viveram este trauma”.
“Todos estes são alertas da realidade que pedem uma resposta da Igreja”, assinalaram.
Finalmente, agradeceram a todas as pessoas que expressaram as suas ideias no debate e a “honestidade e coragem de todos que, em diferentes âmbitos da sociedade, defenderam o valor de toda vida e, de modo particular, aos legisladores que manifestaram esta visão”.
“Com humildade e coragem, pretendemos seguir trabalhando no serviço e cuidado da vida”, sublinharam os bispos.
“Que Maria de Luján, que conheceu a incerteza de uma gravidez inesperada, interceda pelo povo argentino, especialmente por todas as mulheres que estão esperando um filho e por todos os meninos e meninas que estão no útero da sua mãe”, conclui o comunicado.

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