sábado, 18 de novembro de 2017

Cardeal Tempesta adverte sobre inclusão da ideologia de gênero em iminente aprovação da BNCC


RIO DE JANEIRO, 14 Nov. 17 / 07:00 am (ACI).- Frente à iminente votação da Base Nacional Curricular Comum (BNCC), que em seu formato atual inclui a ideologia de gênero, o Arcebispo do Rio de Janeiro, Cardeal Orani João Tempesta fez um alerta sobre os riscos que decorrem de tal ideologia e convocou a sociedade a reagir.
“O tempo urge!”, alertou o Purpurado em um recente artigo intitulado “‘Ideologia de gênero’ na BNCC, do MEC”.
No texto, exortou a refletir “com atenção a respeito do tema e, dentro da lei e da ordem – meta importante a todo fiel cristão –, reajamos alertando os próximos e assinando campanhas contrárias a essa introdução na BNCC”.
Segundo o Cardeal Tempesta, caso o decreto da BNCC seja “deixado com as menções sobre a ideologia de gênero, nos deixará à mercê de um futuro perigoso para a nossa civilização”.
“As pessoas sensatas, cientistas e também de fé já alertaram sobre esse erro perigoso e que agora temos a ameaça de ser imposta sobre a nossa cultura uma ideologia que destrói a sociedade em vista de uma dominação ditatorial”, advertiu.
A ideologia de gênero e a educação no Brasil já estiveram no foco dos debates nos últimos anos em razão do Plano Nacional e dos Planos Municipais de Educação, tendo sido rejeitada na grande maioria desses, incluindo o nacional.
Entretanto, conforme recordou o Arcebispo do Rio de Janeiro, “mesmo sendo rejeitado amplamente em quase todas as Assembleias legislativas do Brasil, a Ideologia de gênero vai entrando pelo judiciário ou por decretos executivos”.
Diante disso, reforçou a importância do “nosso posicionamento neste momento crucial da história de nossa nação” e convidou “todos os homens e mulheres, que tomarem conhecimento deste momento histórico, a uma decisão firme e participativa (como muito se prega em qualquer democracia) em favor do futuro próximo e remoto das novas gerações, por conseguinte, da família e de toda a Humanidade ameaçada”.
Como explicou o Cardeal, a ideologia de gênero se trata de uma teoria “antinatural” que afirma a existência de um “sexo psicológico ou o gênero que poderia ser construído livremente pela sociedade na qual o indivíduo está inserido e não em conformidade com a Biologia”.
“Essa teoria – pontuou – faz parte de um conjunto maior de ideias que se destinam a descontruir a sociedade atual em vista de uma anarquia geral” e “é isso que se pretende ensinar nas escolas de todo o Brasil” com a BNCC.
Esta é uma “forma de (des)educação” que se mostra “totalmente contrária aos planos de Deus e à própria ciência”.
O Purpurado recordou “a raiz marxista e ateia desse sistema ideológico”, conforme foi sublinhado em 1998 em nota emitida pela Conferência Episcopal do Peru com o título ‘La ideologia de género: sus peligros y alcances’.
Trata-se, indicou, de uma ideologia que “é contra Deus, autor da Lei natural moral e física, que criou homem e mulher”.
Sobre ela, a Igreja vem alertando, conforme lembrou o Arcebispo, ao citar o Papa Bento XVI, o qual via o “termo ‘gênero’ como nova filosofia da sexualidade”, na qual “homem e mulher como realidade da criação, como natureza da pessoa humana, já não existem”.
Também o Papa Francisco lançou suas advertências sobre tal ideologia, ao afirmar em uma Audiência Geral em 2015 que “a chamada teoria do gênero não é expressão de uma frustração e resignação, com a finalidade de cancelar a diferença sexual por não saber mais como lidar com ela” e que, “para resolver seus problemas de relação, o homem e a mulher devem dialogar mais, escutando-se, conhecendo-se e amando-se mais”.
Entretanto, ressaltou, não partem apenas da Igreja os argumentos contrários à ideologia de gênero e, como exemplo, citou uma declaração do Colégio de Pediatras dos Estados Unidos, na qual afirmam que “condicionar as crianças a crerem que é normal e saudável uma vida inteira de personificação química e cirúrgica do sexo oposto é abuso infantil”.
Segundo defende esta mesma declaração dos pediatras, “são os fatos e não a ideologia que determinam a realidade”, ou seja, “a sexualidade é um traço biológico objetivo”.

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