domingo, 7 de setembro de 2014

Introdução ao estudo do Novo Testamento

Paz e Bem!
   
   Amados irmãos, começaremos o nosso estudo Bíblico pelo Novo Testamento. Mas, antes de começarmos é importante compreendermos que os livros do Novo Testamento foram escritos por pessoas diferentes, em épocas diferentes, para situações bem distintas da vida da igreja primitiva. Por isso, vamos buscar ter uma visão geral do Novo Testamento antes de começar a leitura. Tome por favor sua Bíblia e abra-a no início do Novo Testamento. Quer você esteja ou não familiarizado com os diversos livros que o compõem.

O Novo Testamento contém 27 "livros", que são classificados, geralmente, em uma de três categorias: evangelhos, cartas e outros escritos.

Foi Deus que inspirou os autores humanos dos livros sagrados. Por isso, nas sagradas escrituras Deus fala aos homens à maneira dos homens. Para bem interpretar a Bíblia, é preciso estar atento aquilo que realmente os autores humanos quiseram afirmar e àquilo que Deus quis manifestar por meio deles. Não se pode compreender os textos sagrados, sem antes buscar entender as condições da época, a cultura deles, os "gêneros literários" em uso naquele tempo, os modos ou forma de sentir, falar e narrar.

Entenda, meu irmão, que o Espírito Santo é o grande autor Divino dos livros sagrados, Por isso é importantíssimo suplicar o auxilo do Espírito Santo para melhor compreendermos a Bíblia. O próprio Jesus nos falar isso quando disse: "Mas, quando vier aquele Espírito de verdade, ele vos guiará em toda a verdade; porque não falará de si mesmo, mas dirá tudo o que tiver ouvido, e vos anunciará o que há de vir" (Jo 16, 13). O apóstolo Paulo também deixa claro: "Toda Escritura é Inspirada por Deus, e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção, para formar na Justiça, A fim de que o homem de Deus seja perfeito e perfeitamente habilitado para toda boa obra". (2 Tm 3,16-17). Então, que o Espírito Santo nos ilumine e nos conduza no caminho da verdade e da fé.


Os Evangelhos

A palavra evangelho é de origem grega e significa literalmente "Bom anúncio" ou a Boa-nova. Essa palavra era usada no mundo grego com o sentido de anunciar as noticias de vitórias do rei. Entres os romanos se chamava evangelho o decreto de anistia e de festa que o Imperador publicava quando nascia um herdeiro do trono, ou quando um César chegava ao poder. As primeiras comunidades cristãs utilizaram esse termo por ter sido usado no Antigo Testamento pelo profeta Isaías para falar do anúncio feliz do Reino de Deus. Os evangelho são escritos que contam a boa noticia da vinda de Jesus entre os homens, sua infância, vida pública, paixão, morte e ressurreição.

Temos quatro evangelhos: Mateus, Marcos, Lucas e João. Dos quatro apenas um é discípulo de Jesus. Os três primeiros evangelhos são geralmente conhecidos como "sinóticos". O termo "sinótico" deriva do grego e significa visão ou olhar de conjunto, ver as coisas da mesma maneira. E esses três evangelhos são muito semelhantes sob vários aspectos. Eles coincidem consideravelmente, contendo muitas afirmações idênticas de Jesus e muitas histórias iguais sobre ele, frequentemente com a mesma redação apontando para uma estrita relação literária.

O Concílio Vaticano II indica três critérios para uma boa interpretação conforme o Espírito que a inspirou: 1. Prestar muita atenção "ao conteúdo e à unidade da Escritura inteira".

2. Ler a Escrituras dentro "da Tradição viva da Igreja inteira". A Sagrada Escritura está escrita mais no coração da igreja do que nos instrumentos materiais.

3. Estar atento "à analogia da fé" ou seja, a coesão das verdades da fé entre se no projeto total da revelação.

O quatro evangelho, atribuído a João, é bem diferente dos sinóticos. Este evangelho contém muito poucas das afirmações e histórias que encontramos nos sinóticos. De fato ele nos oferece uma imagem bem diferente de Jesus. João parece transfigurar a pessoa de Jesus de uma forma mais intensa, espiritualizando e enfocando a sua grande intimidade com o mestre. Não foi atoa, que Jesus confiou a sua Mãe aos cuidados de João. (Jo 19, 26). João compõe o seu evangelho, seja em Antioquia, seja em Éfeso, nos últimos anos do primeiro século, mais de trinta anos após a redação dos três primeiros. O evangelho de João não foi escrito para o povo pagão, mas para os cristão, que têm ouvido já numerosas objeções, e lutando para entender a fé contra doutrinas estranhas.

Já evangelho de Mateus, ocupa o primeiro lugar por ser o mais completo e bem catequético entre os demais. Ele escreve na Palestina para leitores Judeus; seu texto se particulariza pela abundância de citações do Antigo Testamento.

No tempo de Jesus Cristo, na época em que a Palestina era apenas uma província romana, os impostos cobrados eram onerosos e pesavam brutalmente sobre os ombros dos judeus. A cobrança desses impostos era feita por rendeiros públicos, considerados homens cruéis, sanguessugas, verdadeiros esfoladores do povo. Um dos piores rendeiro incumbido dessa missão era Levi, filho de Alfeu, que, mais tarde, trocaria seu nome para Mateus, o "dom de Deus". Um dia, depois de pregar, Jesus caminhava pelas ruas da cidade de Cafarnaum e encontrou com o cruel Levi. Olhou-o com firmeza nos olhos e disse: "Segue-me". Levi, imediatamente, levantou-se, abandonou seu rendoso negócio, mudou de vida, de nome e seguiu Jesus.

São Mateus morreu por ordem do rei Hitarco, sobrinho do rei Egipo, no altar da igreja em que celebrava o santo ofício da missa. Isso aconteceu porque não intercedeu em favor do pedido de casamento feito pelo monarca, e recusado pela jovem Efigênia, que havia decidido consagrar-se a Jesus. Inconformado com a atitude do santo homem, Hitarco mandou que seus soldados o executassem. No ano 930, as relíquias mortais do apóstolo são Mateus foram transportadas para Salerno, na Itália, onde, até hoje, é festejado como padroeiro da cidade. A Igreja determinou o dia 21 de setembro para a celebração de são Mateus, apóstolo.

Marcos era hebreu de origem, da tribo de Levi, foi um dos primeiros discípulos de São Pedro, que na festa de Pentecostes receberam o santo Batismo das mãos do Apóstolo, razão talvez, de São Pedro em sua primeira epístola o chamar “seu filho”. (I. Pedro, 5, 13). tem a preocupação de apresentar a pessoa de Jesus aos Judeus e aos pagãos como o verdadeiro messias demonstrando os milagres e a missão de Jesus. Marcos, em apenas dezesseis capítulos de seu pequeno livro parece não terminar-lo, é como ele quisesse que o seu evangelho desse continuidade na vida do leitor. Os pagãos maltratavam-no de um modo tal que morreu no meio das crueldades. As últimas palavras que proferiu foram: “Em vossas mãos encomendo o meu espírito”.

Os pagãos quiseram incinerar-lhe o corpo. Uma fortíssima tempestade, que sobreveio, frustrou-lhes os planos e forneceu aos cristãos, ocasião de tirar o corpo e dar lhe honesta sepultura, numa rocha em Bucoles.


Em 815 foram as relíquias de São Marcos transportadas para Veneza, onde ainda se acham. O leão é o símbolo deste evangelista, que inicia seu Evangelho com estas palavras: “Voz daquele que clama no deserto: Preparai os caminhos do Senhor”. Marcos é mencionado pela primeira vez na Bíblia depois que o Rei Herodes Agripa prendeu o apóstolo Pedro. Certa noite, um anjo libertou Pedro, que imediatamente foi para a casa de Maria, mãe de Marcos, que morava em Jerusalém. A libertação de Pedro da prisão ocorreu uns dez anos após a morte de Jesus na Páscoa de 33 d.C. (Atos 12,1-5; 11-17).
O evangelista Lucas foi um médico grego que viveu na cidade grega de Antioquia, na Síria Antiga. Companheiro de Paulo, e segundo a quase unânime crença da antiga igreja, escreveu o evangelho que é designado pelo seu nome, e também os Atos dos Apóstolos. Isso é afirmado na Igreja desde o século II. Ele é mencionado somente três vezes pelo seu nome no N.T. (Cl 4.14 - 2 Tm 4.11 - Fm 24). Pouco se sabe a respeito da sua vida. O que sabemos é que Lucas foi um sírio de Antioquia, sírio pela raça, médico de profissão. Tornou-se discípulo dos apóstolos e mais tarde seguiu a Paulo até ao seu martírio. Embora não conhecesse fisicamente Jesus, Lucas é um discípulo interessando em mostrar a obra e a pessoa de Jesus, de quem se tornou fã e seguidor entusiasta. Seu livro é fruto de uma constante e incansável pesquisa, na qual ele deixa claro em seu evangelho: (Lc 1, 3-4). Tendo servido o Senhor com perseverança, solteiro e sem filhos, cheio da graça do Espírito Santo, morreu com 84 anos de idade.

Para realmente compreendermos os textos Bíblicos, é necessário entendermos a situação cultural, religiosa e política da época em que esses textos foram inscritos. 

O mundo judaico do primeiro século era dividido em dois: havia judeus que habitavam na palestina e havia muitos outros espalhados pelas terras estrangeras Eram o da diáspora (dispersão) Uns 600.000 judeus viviam na palestina. Na Judéia mantinham as tradições e identidade de Israel

Continuarei logo mais ...

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