sexta-feira, 24 de janeiro de 2014

O tráfico de pessoas é o segundo negócio clandestino mais lucrativo no mundo, denunciam representantes de organizações da Igreja



MADRI, 23 Jan. 14 / 05:00 pm (ACI/EWTN Noticias).- Representantes de diversas organizações da Igreja se reuniram em Madri (Espanha) para estudar e encontrar novas formas de lutar contra o tráfico de pessoas –o segundo negócio clandestino mais lucrativo do mundo-, especialmente contra os relacionados com a exploração sexual e o trabalho escravo.

Trata-se de um encontro que se realiza a cada dois anos e ao qual assistem as associações filiadas ao COATNET, Christian Organizations Against Trafficking in Human Beings, quer dizer, Rede de Organizações Cristãs contra o Tráfico de Seres humanos, que é organizado pela Cáritas Espanhola junto com a Cáritas Internationalis e na qual atualmente estão participando mais de 60 peritos de 33 países.

Segundo dados do Escritório do Defensor do Povo, na Espanha o tráfico de pessoas com fins de exploração sexual gera cinco milhões de euros diários.

Por isso, José Luis Pinilla, secretário de Migrações da Conferência Episcopal Espanhola (CEE), explicou que o tráfico de pessoas deve enfrentar-se desde várias frentes que incluem o país de origem, os países de trânsito e os países de destino, onde estas pessoas terminam forçadas a realizar diversas atividades contra sua vontade.

Frente a esta realidade, indicou, "a Igreja espanhola se moveu segundo o método do ver, julgar e atuar". Entretanto, alertou sobre a falta de normas migratórias adequadas à evolução do fenômeno que permitam combater o tráfico de pessoas, o segundo negócio clandestino mais lucrativo depois do tráfico de armas e acima do tráfico de drogas.

"O tráfico nos dói porque essas pessoas são consideradas como recursos, como coisas ou objetos que se pode trocar, vender ou comprar", assinalou por sua parte Francesca Petriliggieri, perita da Cáritas Espanha.

Segundo Petriliggieri, é muito difícil especificar o número aproximado de pessoas submetidas a este tipo de escravidão. Entretanto, disse que o perfil das mulheres às quais prestam ajuda e que têm graves indícios de estar sob exploração sexual é de mulheres com idade entre 20 e 35 anos e procedentes do Brasil, Nigéria e Romênia.

Um dos pontos principais deste encontro foi a apresentação da “Guia didática sobre o tráfico de mulheres e meninas com fins de exploração sexual”, com a qual se pretende a sensibilização dos alunos de educação secundária para este tema. Além disso, também anima os cidadãos a denunciar situações de possível tráfico de pessoas frente a qualquer suspeita, já que conforme afirmaram, "pode haver gente escrava perto de nós".

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