sexta-feira, 2 de novembro de 2012

Finados – Rezar pelos mortos - Padre Wagner Augusto Portugal

No dia em que celebramos os mortos, tudo nos fala de vida, de modo que podemos afirmar, com toda certeza e alegria, que morrer é viver. A razão disso tudo é a pessoa de Jesus Cristo, morto e ressuscitado, primeiro fruto dentre os que ressuscitam dos mortos, nosso irmão mais velho e vendedor da morte.

De algum modo, a ressurreição de Jesus foi preparada na fé e na esperança do povo, em meio ao qual está o autor do livro da Sabedoria. Ele afirma que a luta do justo pela justiça é cheia de imortalidade. Jesus, aquele para quem a morte não interrompe o amor, por amar sem limites e sem barreiras toda a humanidade representada por Lázaro, ressuscita-o: ”Lázaro, vem para fora!” E Ele nos convida a entrarmos nessa ciranda da vida que vence a morte, desamarrando todos os que estão impedidos de viver.

Paulo rompe o circuito fechado do fatalismo, apontando para o horizonte luminoso, para onde caminha toda a humanidade.

Os versículos 38-44 do evangelho de João se torna extremamente dinâmico, fazendo com que o túmulo de Lázaro se abra, o morto saia e caminhe. E a força que movimenta tudo isso se chama amor, que não termina com a morte; chama-se também comunhão perfeita com o projeto do Pai, que é vida e liberdade.

Essa última expressão compromete todos os que acreditam em Jesus e no Pai que O enviou. Jesus é sem dúvida o pastor que conduz suas ovelhas para fora dos currais, como tirou Lázaro do túmulo.

Mas Ele compromete os que lhe dão sua adesão. Segundo o evangelho, os presentes têm de desamarrar Lázaro e deixar que ande. Precisamos atualizar o episódio da ressurreição de Lázaro e descobrir quais as amarras que os cristãos têm de desfazer hoje para que muitas pessoas comecem a caminhar.

Para alguns, finados é um feriado gostoso. Principalmente neste ano de 2012, em que o dois de novembro é na sexta-feira. É ocasião para sair e refrescar a cabeça. 

Para outros, é dia de lembrar tudo, menos a morte ou as pessoas que já faleceram. Para outros, é dia trágico, pois, de certa forma, antecipa a cada ano, o que seremos todos um dia.

Mas, graças a Deus, para muitos é um dia de esperança e de comunhão com quem amamos s continuamos a amar, apesar de termos perdido sua presença física. É quando devemos rezar por nossos entes queridos que já se foram, para que Deus os receba em seus braços, na esperança de que, um dia nós os encontraremos na eternidade.

Padre Wagner Augusto Portugal
Vigário Judicial da Diocese da Campanha(MG).

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