segunda-feira, 23 de maio de 2011

Sacramento do Batismo

  
     O santo Batismo é o fundamento de toda a vida cristã, a porta da vida no Espírito e a porta que abre o acesso aos demais sacramentos. Pelo Batismo somos libertados do pecado e regenerados como filhos de Deus, tornamo-nos membros de Cristo, somos incorporados à Igreja e feitos participantes de sua missão: "Baptismus est sacramentum regenerationis per aquam in verbo - O Batismo é o sacramento da regeneração pela água na Palavra".
   Quando recebemos o Sacramento do Batismo, transformamo-nos de criaturas para Filhos Amados de Deus. Muitos pensam que os sacramentos em geral são obras eclesiásticas, ou seja, os sacramentos são "invenções" da Igreja. Isso não é verdade, os sacramentos são sem sombra de dúvidas criadas por Jesus Cristo, o próprio Deus Encarnado.
    O profeta João Batista, primo de Jesus, que veio ao mundo para preparar os caminhos para a vinda do Messias, era quem batizava as pessoas para a vinda de Cristo (Mc 1, 2s). Ele sabia que o seu Batismo era temporário, pois logo depois dele viria o seu primo Jesus, que batizaria no Espírito Santo, ou seja, o profeta batizava com água e Jesus batizava com o Espírito Santo. A Bíblia sugere o batismo de todos, o que inclui as crianças.
    Atos 2, 38-39: "Disse-lhes Pedro: 'Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo, para perdão dos pecados. E recebereis o dom do Espírito Santo. A promessa diz respeito a vós, a vossos filhos, e a todos que estão longe - a tantos quantos Deus nosso Senhor chamar'." E também outras passagens. (ver Atos 16, 15; Atos 16, 33; Atos 18, 8; 1Coríntios 1, 16)

Quem pode receber o batismo?

    Todo aquele que crendo em Jesus Cristo pedir conscientemente este sacramento à Igreja. O Batismo é o sacramento da fé. A gente o recebe para ser cristão, para ser verdadeiro discípulo do Senhor e fazer parte de sua Igreja. Por isso mesmo nenhum adulto pode ser batizado antes de pelo menos um ano de preparação. Uma vez terminada tal preparação e estando claro que aquele que solicitou o sacramento vai vivê-lo de modo empenhado, a candidato é admitido ao Batismo.

E o Batismo de crianças?

    Este é de Tradição apostólica. É bem possível que quando o Novo Testamento afirma que “casas” inteiras eram batizadas, aí estivessem incluídas também as crianças. Veremos mais adiante, que vários Padres da Igreja Antiga atestam que desde os Apóstolos a Igreja batiza os pequeninos. Já no início do século II esta prática é atestada e sempre foi praticada. Os primeiros a discordar dela foram os anabatistas, ramo protestante do século XVI, sem nenhuma razão teológica séria. Ainda hoje há, Comunidades protestantes batizam crianças sem problema algum. Batizando crianças a Igreja cumpre o preceito do Senhor: “Deixai vir a mim os pequeninos e não os impeçais” (Mt 19,14).
     Uma questão que se coloca é a seguinte: como podem as crianças serem batizadas se ainda não têm vontade própria nem têm fé? O Batismo é o sacramento da fé! Isso é verdade, mas é necessário observar que a fé tem necessidade da Comunidade dos crentes, da Igreja: cada um dos crentes somente pode crer na fé da Igreja. Creio na fé da Igreja, creio no Cristo anunciado pela Igreja! Ora, a criancinha é batizada na fé da Igreja, representada pelos seus pais e padrinhos que deverão educá-la e fazê-la madura na fé. Aliás, a fé que se requer para o Batismo não é uma fé perfeita e madura, mas um começo, que deve desenvolver-se. É precisamente esta a função do padrinho e da madrinha: ajudar o batizado (criança ou adulto) no desenvolvimento de sua fé. Agora o que não tem sentido mesmo é batizar por batizar: os pais pedirem o Batismo para seus filhos sem nenhum compromisso de educá-los na fé. Neste caso, o Batismo poderia ser negado!
     Uma outra coisa muito bonita é que a Igreja, ao batizar crianças, quer recordar a gratuidade pura da salvação que Deus nos oferece: não é mérito nosso: vem de Deus... é puro dom!
Aliás, os pais que desejam o melhor para seus filhos, como não desejariam para eles que se tornassem logo filhos de Deus? Não é isso o mais importante de nossa vida?
     A Sagrada Escritura menciona vários personagens pagãos que professaram a fé cristã e se fizeram batizar "com toda a sua casa". Assim o centurião romano Cornélio (At 10, 1s.24.44.47s), a negociante Lídia de Filipos (At 16, 14s), o carcereiro de Filipos (At 16, 31033), Crispo de Corinto (At 18, 8), a família de Estéfanas (1Cor 1, 16).
 A expressão "casa" ("domus", em latim; "oikos", em grego) tinha sentido amplo e enfático na Antigüidade: designava o chefe de família com todos os seus domésticos, inclusive as crianças (que geralmente não faltavam).
 Desde o início da Igreja, os apóstolos batizavam os recém-nascidos. Assim se expressa Orígenes (185 - 255): "A Igreja recebeu dos Apóstolos a tradição de dar batismo também aos recém-nascidos". (Epist. ad Rom. Livro 5, 9). E S. Cipriano, em 258, escreve: "Do batismo e da graça não devemos afastar as crianças". (Carta a Fido).
 Santo Irineu, que viveu entre 140 a 204, afirma: "Jesus veio salvar a todos os que através dele nasceram de novo de Deus: os recém-nascidos, os meninos, os jovens e os velhos". (Adv. Haer. livro 2)
     Na "Nova e Eterna Aliança", o batismo substitui a circuncisão da "Antiga Aliança", como rito de entrada para o povo escolhido de Deus. Ora, se o próprio Deus ordenou a Abraão circuncidar os meninos já no 8o dia depois do nascimento, sem exigir deles uma fé adulta e livre escolha, então não seria lógico recusar o batismo às crianças dos pais cristãos, por causa de tais exigências.
 O manual dos Apóstolos, também conhecido como 'didaqué', prescreve o batismo para crianças.
 Ou seja, era costume dos apóstolos batizarem as crianças, segundo a importância que é o sacramento do "Batismo", pois "quem não renascer da água e do Espírito Santo, não pode entrar no Reino de Deus".

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