quinta-feira, 26 de maio de 2016

Festa de Corpus Christi


  A Festa de “Corpus Christi” é a celebração em que solenemente a Igreja comemora o Santíssimo Sacramento da Eucaristia; sendo o único dia do ano que o Santíssimo Sacramento sai em procissão às nossas ruas. Nesta festa os fiéis agradecem e louvam a Deus pelo inestimável dom da Eucaristia, na qual o próprio Senhor se faz presente como alimento e remédio de nossa alma. A Eucaristia é fonte e centro de toda a vida cristã. Nela está contido todo o tesouro espiritual da Igreja, o próprio Cristo.
A Festa de Corpus Christi surgiu no séc. XIII, na diocese de Liège, na Bélgica, por iniciativa da freira Juliana de Mont Cornillon, (†1258) que recebia visões nas quais o próprio Jesus lhe pedia uma festa litúrgica anual em honra da Sagrada Eucaristia.
Aconteceu que quando o padre Pedro de Praga, da Boêmia, celebrou uma Missa na cripta de Santa Cristina, em Bolsena, Itália, ocorreu um milagre eucarístico: da hóstia consagrada começaram a cair gotas de sangue sobre o corporal após a consagração. Dizem que isto ocorreu porque o padre teria duvidado da presença real de Cristo na Eucaristia.
O Papa Urbano IV (1262-1264), que residia em Orvieto, cidade próxima de Bolsena, onde vivia S. Tomás de Aquino, ordenou ao Bispo Giacomo que levasse as relíquias de Bolsena a Orvieto. Isso foi feito em procissão. Quando o Papa encontrou a Procissão na entrada de Orvieto, pronunciou diante da relíquia eucarística as palavras: “Corpus Christi”.
Em 11/08/1264 o Papa aprovou a Bula “Transiturus de mundo”, onde prescreveu que na 5ª feira após a oitava de Pentecostes, fosse oficialmente celebrada a festa em honra do Corpo do Senhor. São Tomás de Aquino foi encarregado pelo Papa para compor o Ofício da celebração. O Papa era um arcediago de Liège e havia conhecido a Beata Cornilon e havia percebido a luz sobrenatural que a iluminava e a sinceridade de seus apelos.
Em 1290 foi construída a belíssima Catedral de Orvieto, em pedras pretas e brancas, chamada de “Lírio das Catedrais”. Antes disso, em 1247, realizou-se a primeira procissão eucarística pelas ruas de Liège, como festa diocesana, tornando-se depois uma festa litúrgica celebrada em toda a Bélgica, e depois, então, em todo o mundo no séc. XIV, quando o Papa Clemente V confirmou a Bula de Urbano IV, tornando a Festa da Eucaristia um dever canônico mundial.
Em 1317, o Papa João XXII publicou na Constituição Clementina o dever de se levar a Eucaristia em procissão pelas vias públicas. A partir da oficialização, a Festa de Corpus Christi passou a ser celebrada todos os anos na primeira quinta-feira após o domingo da Santíssima Trindade.
Leia também: História da Festa de Corpus Christi
Todo católico deve participar dessa Procissão por ser a mais importante de todas que acontecem durante o ano, pois é a única onde o próprio Senhor sai às ruas para abençoar as pessoas, as famílias e a cidade. Em muitos lugares criou-se o belo costume de enfeitar as casas com oratórios e flores e as ruas com tapetes ornamentados, tudo em honra do Senhor que vem visitar o seu povo.
Começaram assim as grandes procissões eucarísticas, as adorações solenes, a Bênção com o Santíssimo no ostensório por entre cânticos. Surgiram também os Congressos Eucarísticos, as Quarenta Horas de Adoração e inúmeras outras homenagens a Jesus na Eucaristia. Muitos se converteram e todo o mundo católico.
Eucaristia: Presença real de Jesus no pão e no vinho consagrados
Todos os católicos reconhecem o valor da Eucaristia. Podemos encontrar vários testemunhos da crença da real presença de Jesus no pão e vinho consagrados na missa desde os primórdios da Igreja.
Assista também: Por que celebramos a Festa de Corpus Christi?
Mas, certa vez, no século VIII, na freguesia de Lanciano (Itália), um dos monges de São Basílio foi tomado de grande descrença e duvidou da presença de Cristo na Eucaristia. Para seu espanto, e para benefício de toda a humanidade, na mesma hora a Hóstia consagrada transformou-se em carne e o Vinho consagrado transformou-se em sangue. Esse milagre tornou-se objeto de muitas pesquisas e estudos nos séculos seguintes, mas o estudo mais sério foi feito em nossa era, entre 1970/71 e revelou ao mundo resultados impressionantes:
A Carne e o Sangue continuam frescos e incorruptos, como se tivessem sido recolhidos no presente dia, apesar dos doze séculos transcorridos.
O Sangue encontra-se coagulado externamente em cinco partes; internamente o sangue continua líquido.
Cada porção coagulada de sangue possui tamanhos diferentes, mas todas possuem exatamente o mesmo peso, não importando se pesadas juntas, combinadas ou separadas.
São Carne e Sangue humanos, ambos do grupo sanguíneo AB, raro na população do mundo, mas característico de 95% dos judeus.
Todas as células e glóbulos continuam vivos.
A carne pertence ao miocárdio, que se encontra no coração (e o coração sempre foi símbolo de amor!).cpasegredodasagradaeucaristia
Mesmo com esse milagre, entre os séculos IX e XIII surgiram grandes controvérsias sobre a presença real de Cristo na Eucaristia; alguns afirmavam que a ceia se tratava apenas de um memorial que simbolizava a presença de Cristo. Foi somente em junho de 1246 que a festa de Corpus Christi foi instituída, após vários apelos de Santa Juliana que tinha visões que solicitavam a instituição de uma festa em honra ao Santíssimo Sacramento. Em outubro de 1264 o papa Urbano IV estendeu a festa para toda a Igreja. Nessa festa, o maior dos sacramentos deixados à Igreja mostra a sua realidade: a Redenção.
A Eucaristia é o memorial sempre novo e sempre vivo dos sofrimentos de Jesus por nós. Mesmo separando seu Corpo e seu Sangue, Jesus se conserva por inteiro em cada uma das espécies. É pela Eucaristia, especialmente pelo Pão, sinal do alimento que fortifica a alma, que tomamos parte na vida divina, nos unindo a Jesus e, por Ele, ao Pai, no amor do Espírito Santo. Essa antecipação da vida divina aqui na terra mostra-nos claramente a vida que receberemos no Céu, quando nos for apresentado, sem véus, o banquete da eternidade.
O centro da missa será sempre a Eucaristia e, por ela, o melhor e o mais eficaz meio de participação no divino ofício. Aumentando a nossa devoção ao Corpo e Sangue de Jesus, como ele próprio estabeleceu, alcançaremos mais facilmente os frutos da Redenção!
Prof. Felipe Aquino

domingo, 22 de maio de 2016

O dia em que Jesus Crucificado apareceu no céu do México

ACARTA, 18 Mai. 16 / 07:00 pm (ACI).- No domingo, 3 de outubro de 1847, antes de celebrar uma Missa no cemitério da capela da Puríssima Conceição na cidade de Ocotlán (México), mais de 2 mil pessoas foram testemunhas de uma imagem perfeita de Jesus Cristo Crucificado que apareceu no céu por mais de 30 minutos.
Este acontecimento histórico – aprovado pela Arquidiocese de Guadalajara em 1911 – ficou conhecido como “O Prodígio de Ocotlán” e ocorreu um dia antes de um tremor deixar em ruínas esta localidade do estado de Jalisco, causando a morte de 40 pessoas.
Antes de começar a Missa no dia 3 de outubro, que seria presidida pelo vigário paroquial Pe. Julián Navarro, começaram a se unir duas nuvens muito brancas ao noroeste do céu e no meio delas apareceu a imagem de Cristo. 
As pessoas presentes e todos aqueles que estavam nos povoados próximos se comoveram, fizeram atos de contrição e pediram a gritos “Misericórdia ao Senhor”. Por tal motivo, este Cristo foi nomeado o “Senhor da Misericórdia” e em sua homenagem, em setembro de 1875, abençoaram e consagraram um novo templo paroquial dedicado a Ele. 
Entre os fiéis que presenciaram o prodígio também estava o Pe. Julián Martín del Campo, pároco da comunidade, e Antonio Jiménez, o prefeito da cidade. Ambos enviaram cartas aos seus respectivos superiores contando acerca deste acontecimento.
Além disso, depois do prodígio foi elaborado um expediente com 30 relatos de testemunhas oculares por mandato do leigo Lic. Miguel Castellanos. Cinquenta anos depois, em 1897, sob a ordem do então Arcebispo de Guadalajara, Dom Pedro Loza e Pardavé, realizaram um novo expediente com outras 30 pessoas, entre elas 5 sacerdotes.
Em 29 de setembro de 1911, o Arcebispo de Guadalajara naquela época, Dom José de Jesus Ortiz e Rodríguez, assinou o documento que reconhece a aparição de Jesus Cristo em Ocotlán e o culto de veneração que realizam os fiéis dessa localidade à imagem do Senhor da Misericórdia, localizada no Santuário com o mesmo nome.
“Devemos reconhecer como acontecimento histórico, perfeitamente comprovado, a aparição da bendita imagem de Jesus Cristo Crucificado (…) e que não pôde ser obra de alucinação ou de fraude, pois pôde ser verificada em plena luz do dia, foi vista por mais de duas mil pessoas”, expressou o Cardeal.
Assinalou também que a fim de que nunca seja esquecida a Misericórdia do Senhor, os fiéis deviam “reunir-se na maneira que fosse possível, depois de purificadas suas consciências com os santos sacramentos da Penitência e Sagrada Comunhão, e jurar solenemente na presença de Deus, por si e seus descendentes, que ano por ano celebrarão o aniversário de dia 3 de outubro”.
Depois da aprovação e para dar cumprimento ao disposto pelo Arcebispo de Guadalajara, em 1912 começaram as festividades públicas em homenagem ao Senhor da Misericórdia, recordando o Prodígio de 1847. Atualmente, as festas são celebradas durante 13 dias, de 20 de setembro a 3 de outubro.
Tempos depois, em 1997 São João Paulo II enviou sua Bênção Apostólica ao povo de Ocotlán por ocasião dos 150 anos do prodígio e pediu celebrar suas festas santamente, recebendo os sacramentos.

terça-feira, 3 de maio de 2016

Por que maio é o Mês de Maria?

  Maio é o mês que a Igreja Universal dedica à Mãe de Deus, a Bem-aventurada Virgem Maria. Este tempo é uma oportunidade para renovar o amor de todos os batizados pela Mulher que Deus, da eternidade, escolheu para dar à luz cuidar Dele.
    A Santíssima Virgem Maria é para sempre a Rainha do Céu e da Terra, não há santidade sem Maria porque toda Ela leva a Cristo. 
    Maria, a mais humilde entre as mulheres, é precisamente o modelo de toda mulher, como assinalou o Papa Francisco em abril de 2014, em uma mensagem a mais de 20 mil jovens reunidos em Buenos Aires, Argentina.
“Para vós existe um único modelo: Maria, a mulher da fidelidade, aquela que não entendia o que acontecia, mas obedecia. Aquela que, quando soube do que a sua prima precisava, foi depressa ter com ela; a Virgem da Prontidão!”.
 O Papa assinalou ainda que Maria é “aquela que fugiu como refugiada para um país estrangeiro a fim de salvar a vida do seu Filho. Aquela que ajudou o seu Filho a crescer, que o acompanhou e, quando o seu Filho começou a pregar, seguiu-o. Aquela que padeceu tudo o que acontecia com o Menino, com o Jovem. Aquela que permaneceu ao lado do seu Filho, e lhe indicava os problemas que surgiam: «Olha, não têm vinho!». Aquela que, no momento da Cruz, estava com Ele”.
 Durante vários séculos a Igreja Católica dedicou todo o mês de maio para honrar a Virgem Maria, Mãe de Deus. A seguir, explicamos o porquê.
  A tradição surgiu na antiga Grécia. O mês de maio era dedicado a Artemisa, deusa da fecundidade. Algo semelhante ocorreu na antiga Roma, pois maio era dedicado a Flora, deusa da vegetação. Naquela época, celebravam os ‘ludi florals’ (jogos florais) no fim do mês de abril e pediam sua intercessão.
  Na época medieval abundaram costumes similares, tudo centrado na chegada do bom clima e o afastamento do inverno. O dia 1º de maio era considerado como o apogeu da primavera.
  Durante este período, antes do século XII, entrou em vigor a tradição de Tricesimum ou “A devoção de trinta dias à Maria”. Estas celebrações aconteciam do dia 15 de agosto ao 14 de setembro e ainda são comemoradas em alguns lugares. 
   A ideia de um mês dedicado especificamente a Maria remonta aos tempos barrocos – século XVII. Apesar de nem sempre ter sido celebrado em maio, o mês de Maria incluía trinta exercícios espirituais diários em homenagem à Mãe de Deus.
  Foi nesta época que o mês de maio e de Maria combinaram, fazendo com que esta celebração conte com devoções especiais organizadas cada dia durante todo o mês. Este costume durou sobretudo durante o século XIX e é praticado até hoje.
   As formas nas quais Maria é honrada em maio são tão variadas como as pessoas que a honram.
  As paróquias costumam rezar no mês de maio uma oração diária do Terço e muitas preparam um altar especial com um quadro ou uma imagem de Maria. Além disso, trata-se de uma grande tradição a coroação de Nossa Senhora, um costume conhecido como Coroação de Maio.
Normalmente a coroa é feita de lindas flores que representam a beleza e a virtude de Maria e também lembra que os fiéis devem se esforçar para imitar suas virtudes. Em algumas regiões, esta coroação acontece em uma grande celebração e, em geral, fora da Missa.
Entretanto, os altares e coroações neste mês não são apenas atividades “da paróquia”. Podemos e devemos fazer o mesmo em nossos lares com o objetivo de participar mais plenamente na vida da Igreja.
Devemos separar um lugar especial para Maria, não por ser uma tradição comemorada há muitos anos na Igreja ou pelas graças especiais que podemos alcançar, mas porque Maria é nossa Mãe, mãe de todo o mundo e porque se preocupa com todos nós, intercedendo inclusive nos assuntos menores.
Por isso, merece um mês inteiro para homenageá-la.