segunda-feira, 16 de setembro de 2013

A Bíblia Católica e protestante

   Paz e Bem!

   Amados irmãos, neste blog já tenho tratado muito sobre o tema Bíblia mas, como estamos no mês de setembro e esse mês é dedicado a palavra de Deus, convém reforçar um pouco mais sobre esse assunto.
Quero então esclarecer algumas dúvidas que ainda possam aparecer com relação a palavra de Deus. 
Será que existe alguma diferença entre a Bíblia editada pelos evangélicos e a Bíblia editada pelos católicos? 
Sim. Existe uma diferença quanto ao número de livros. O Novo Testamento deles e o nosso são iguais: têm 27 livros. Mas o Antigo Testamento da Bíblia evangélica ou "protestante" não possui 7 livros que fazem parte da Bíblia Católica.
A Bíblia dos protestantes não possui estes 7 livros: Judite, Tobias, Sabedoria, Eclesiástico Baruc, I Macabeus e II Macabeus. Além disso o livro de Daniel, deles, não tem os capítulos 13 e 14 e os versículos 24 a 90 do capitulo 3. Não tem também os capítulos 11 a 16 de Ester.
Estes 7 livros são chamados "deuterocanônicos". A palavra canônico vem de "cânon". E cânon quer dizer "regra". Trata-se da "regra da fé". Esses livros constituem a norma da fé na vida da Igreja. Os livros canônicos ou inspirados não contem erro de doutrina. Por isso podemos cre. Eles trazem a Palavra de Deus, que não se engana e nem nos engana. 
Os "deuterocanônicos" são assim chamados porque sua autenticidade foi posta em dúvida pelos judeus, e depois pelos evangélicos A Igreja aceitou os deuterocanônicos como autênticos ou inspirados, do mesmo modo que os canônicos. E qual a razão, porque os judeus e os protestantes não incluem na Bíblia os Livros Deuterocanônicos?
A razão é a seguinte. Os judeus eram radicalmente nacionalistas. Por isso achavam que Deus só poderia inspirar livros escritos na língua dos judeus, que era o hebraico. Achavam também que a Palavra de Deus, só poderia ser escrita dentro do território de Israel e até o tempo de Esdras.
Ora, quando os judeus começaram a espalhar-se pelo mundo, logo após a destruição de Jerusalém (ano 587 aC) e o exílio Babilônico, eles mesmos viram a necessidade de traduzir a Bíblia Sagrada para o grego, que era a língua universal da época. E nesse tradução (chamada Septuaginta ou Alexandrina), foram incluídos esses 7 livros deuterocanônicos (que já estavam escritos em grego, pelos próprios judeus).
Apos a segunda queda de Jerusalém pelo Império Romano em 70 dC que surgiu esta divergência Os fariseus que zelavam pela pureza e conservação das Escrituras Sagradas, não quiseram aceitar estes sete livros como inspirados por Deus. E esta também foi a decisão de Lutero quando traduziu a Bíblia para o alemão. Mas a Igreja Católica, desde os tempos de Jesus e os Apóstolos sempre reconheceu estes livros como verdadeiros, ou seja, inspirados por Deus.
Já no Sínodo de Hipona, no ano de 393, a Igreja citava os 73 livros como pertencentes a Bíblia Sagrada. Esse total de 73 livros foram confirmados no Concilio de Cartago no ano de 419. Isso foi sempre uma questão pacifica na Igreja. Entretanto, no século 16, quando Lutero organizou a Bíblia da Reforma, ele não reconheceu os 7 livros deuterocanônicos como autênticos ou inspirados. Mas, até mesmo entre os protestante esse processo foi lento, varias igrejas protestantes ainda usavam esses livros da Bíblia. Só foram tirados a partir do século 19. A Bíblia Alexandrina ou dos Setenta foi usada por Jesus e os Apóstolos. Isto significa que aceitavam os deuterocanônicos como palavra de Deus revelada. Jesus e os discípulos citam o AT 350 vezes. Pois bem, destas citações, 300 são tiradas da Bíblia Alexandrina ou dos Setenta. Então para não deixar dúvidas, a Igreja definiu de maneira oficial que estes 7 livros são de inspiração divina e fazem parte da Bíblia Sagrada. Isto aconteceu no Concilio de Trento, realizado nos anos de 1545 a 1563.
Com isso, não queremos dizer que não se possa ler a Bíblia evangélica ou "protestante". Tudo o que está nela é verdadeiro. Ela não é "falsa". É apenas "incompleta". A maior diferença entre a Bíblia dos católicos e a bíblia dos protestantes não estão nos textos bíblicos. A mesma frase bíblica não significa a mesma coisa para os católicos e evangélicos. 
A interpretação dos católicos é uma só, no mundo inteiro, porque nós seguimos o Magistério, que é a Palavra Oficial da Igreja. Ao passo que os protestantes divergem entre si mesmos, porque adotaram o "livre exame".
OBS: Deuterocanônico refere-se a alguns livros, que estão presentes na Vulgata Latina, que era utilizada pelos primeiros cristãos, e que foram considerados como inspirados por Deus no ano de 397, pelo III Concílio de Cartago e oficializados no Concílio de Trento no ano de 1546, sendo, porém considerados apócrifos no Judaísmo, após o concílio de Jâmnia, e pelos Protestantes, sucessores de Lutero e Calvino no século XVI.
Durante algum tempo os deuterocanônicos não se restringiam apenas ao Antigo Testamento, alguns dos primeiros reformadores protestantes teria considerado apócrifos também livros (Hebreus, Tiago, Judas, 2 Pedro, 2 e 3 João e Apocalipse) e o trecho final do livro do Evangelho de Marcos, mas que logo veio o reconhecimento. No Brasil, na tradução de Almeida do ano de 1681, já constavam os livros de Hebreus, Tiago, Judas, 2 Pedro, 2 e 3 João e Apocalipse, o que evidencia que antes de 1681, as bíblias protestantes europeias já consideravam os livros supracitados como inspirados. Outra referencia dos livros citados acima nas bíblias protestantes é a bíblia King James do ano 1769.
  A mentira mais usada é dizer que esses 7 livros foram acrescentados pela igreja católica no concilio de Trento 1546 DC, assim antes dessa data a bíblia só continha 66 livros. Vou colocar aqui a ata do concilio de Hipona em 393 DC, isso foi definido séculos antes do concilio de Trento.
Ata do concilio de Hipona Cânon 36.
“Parece-nos bom que, fora das Escrituras canônicas, nada deva ser lido na Igreja sob o nome 'Divinas Escrituras'. E as Escrituras canônicas são as seguintes: Gênese, Êxodo, Levítico, Números, Deuteronômio, Josué, Juízes, Rute, quatro livros dos Reinos1, dois livros dos Paralipômenos2, Jó, Saltério de Davi, cinco livros de Salomão3, doze livros dos Profetas4, Isaías, Jeremias5, Daniel, Ezequiel, Tobias, Judite, Ester, dois livros de Esdras6 e dois [livros] dos Macabeus. E do Novo Testamento: quatro livros dos Evangelhos7, um [livro de] Atos dos Apóstolos, treze epístolas de Paulo8, uma do mesmo aos Hebreus9, duas de Pedro, três de João, uma de Tiago, uma de Judas e o Apocalipse de João.10 Sobre a confirmação deste cânon se consultará a Igreja do outro lado do mar11. É também permitida a leitura das Paixões dos mártires na celebração de seus respectivos aniversários12"
(Concílio de Hipona, 08.Out.393).  
Nota: livros paralipômenos;
 Nome dado pela Vulgata e pelos autores gregos e hebraicos a dois dos livros históricos da Bíblia (Crônicas I e II)

Para se aprofundar um pouco mais sobre esse assunto pesquise no blog o tema; "os livros deuterocanônicos fazem parte da Bíblia"?                               

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