Paz e Bem!
"Necessário seria compreender quão sublime
é a grandeza de Deus, para também se compreender a altura a que Maria
foi elevada. Bastará, pois, somente dizer que Deus fez desta Virgem sua Mãe,
para entender com isso que não lhe era possível exaltá-la mais do que a
exaltou." (Santo Afonso Maria de Ligório, Doutor da Santa Igreja)
Amados irmãos, é
preciso conhecer para amar verdadeiramente. Como já escrevi sobre a consagração
Virgem Maria com o tema; “Ser de Maria para ser inteiramente de Jesus”. Hoje,
desejo mostrar a grande função e missão de Maria no Plano de Deus.
A Bíblia fala muito pouco de Maria a mãe de
Jesus, mas o pouco que dela se fala preenche, com intensidade, todo o silêncio
que os evangelhos fazem a respeito Dela. É impossível falar de Jesus e não
querer conhecer aquela que trouxe em seu ventre o salvador da humanidade. Isto
é tão verdadeiro que podemos ver no evangelho de Lucas quando uma mulher, no
meio da multidão, interrompe o discurso de Jesus e fala em alta voz; “Bem-aventurado o ventre que te trouxe, e os seios que
te amamentaram!” (Lc;11, 27). Para alguns,
Jesus parece desprezar a ação daquela mulher que, em alta voz, reconheceu a
grandeza de Maria perante a multidão. Se Ele assim o fizesse estaria contra a
própria ação do Espirito Santo que, em Maria “cheia de graça” diz; "Todas as gerações
me chamarão bem-aventurada” (Lc;1,48).
Onde também, no mesmo evangelho de Lucas Isabel cheia do Espirito Santo, com um
grande grito exclamou; “Bendita és tu entre todas as mulheres” (Lc 1, 48). Jesus,
nosso Divino mestre, aproveita todo o momento para ensinar e nessa ocasião fala
a todos que, primeiramente bem-aventurados são aqueles que ouvem a sua palavra
e a observa, ou seja, neste sentido Ele afirma, nas entrelinhas, que Maria é
antes de tudo bem-aventurada porque foi a primeira que acreditou (Lc; 1,45)
entregou a sua vida inteiramente a palavra de Deus (Lc; 1,38). Há outras
passagens que também podem causar estranheza à maneira quase
ríspida a que Jesus referiu-se à sua mãe, como na passagem narrada em Mateus
12, 46-50. Seria possível Jesus ter desprezado a sua própria mãe? Claro que
não! Jesus jamais iria contra o quarto mandamento; “honra pai e mãe”. Jesus era
obediente aos seus pais como nos mostra o evangelho de Lucas: “Em seguida,
Jesus desceu com os seus pais a Nazaré e lhes era submisso”. (Lc 2, 51)
As ações e atitudes de Jesus com sua mãe aos 12 anos no templo de Jerusalém, como é narrado em (Lc 2, 41-52), a “perda” de Jesus e seu reencontro após três dias, prefigura o momento crucial de sua morte e ressurreição ao terceiro dia. Jesus já preparava sua mãe - na aflição do desencontro no templo- para a grande dor da cruz. Jesus educava a sua mãe para a missão que definitivamente ela teria que assumir. Maria tinha que “quebrar” o cordão umbilical materno, protetor e cuidadoso que tinha com seu filho. Jesus já demonstrava claramente naquele momento que ele tinha que cuidar das coisas de Deus e Maria teria que estar pronta para o grande e glorioso momento da cruz. A anunciação do Anjo Gabriel e o sim incondicional de Maria, estava apenas começando. Este sim vinha inaugurar, na “plenitude dos tempos” (Gál 4,4), a promessa da libertação que já era tão esperada entre os judeus, a chegada do messias Salvador do Mundo, que pelo livre consentimento de uma mulher se faz carne e habita no meio de nós (Jo 1, 14). Mas, para “firmar-lhe um corpo” Deus quis a cooperação de uma criatura. Ao acolher a anuncio do Anjo a Virgem Maria é acumulada de inúmeras graças (Lc 1, 28-30) e pelo seu sim, ela é inserida no mistério da própria trindade, tornando-se assim; filha de Deus Pai, mãe de Deus filho e esposa fiel do Deus Espírito Santo.
Como entender a importância da virgem Maria nos plano de salvação e sua intercessão se a própria Bíblia não é direta nesta afirmação?
Devemos unicamente respeitar Maria, pois Deus poderia ter escolhido qualquer pessoa para ser a mãe de seu filho?
Muitos fazem essas e outras perguntas acreditando que a resposta virá pelo entendimento racional, ou que a Bíblia deveria nos fornecer de forma direta tal ensinamento. Se assim fosse, esse grande acontecimento não seria mistério. É bom entendermos que antes da própria Bíblia existir, em sua forma escrita, a igreja já existia. Os apóstolos logo depois de pentecostes no cenáculo de Jerusalém, cheios do espírito santo e movidos pelo mesmo espírito, tinham a missão primeira de anunciar Jesus Cristo vivo e ressuscitado conforme o mandato do Senhor: “ide pelo mundo inteiro e pregai o evangelho a toda criatura”. A urgência de tal anúncio e demostrado pelo apóstolo Paulo na carta aos Coríntios quando afirma: “Ai de mim, se eu não anunciar o evangelho” (ICor; 9, 16). Deus quis ocultar e preservar Maria, para que o seu divino filho fosse reconhecido, amado e adorado como único Senhor. Era tão profunda a humildade de Maria que ela poderia assim dizer; “Convém que Ele cresça e que eu diminua” (Jo 3, 30). Ela segue o exemplo de seu Divino filho, onde os humildes serão exaltados, Maria escolheu se esconder aos olhos do mundo para ser vista unicamente por Deus. “Ele olhou para humildade de sua serva”... (Lc 1, 48). A Escritura diz que “o Senhor é excelso, contudo atenta para o humilde; mas ao soberbo, conhece-o de longe” (Salmo 138, 6). Aconteceu em Maria o que diz o apóstolo Pedro; “Portanto, humilhem-se debaixo da poderosa mão de Deus, para que ele os exalte no tempo devido.” (1 Pd 5, 6). O próprio Jesus, “assumindo a forma humana, humilhou-se a si mesmo e foi obediente até à morte, e morte de cruz! Por isso Deus o exaltou a mais alta posição e lhe deu o nome que está acima de todo nome, para que ao nome de Jesus se dobre todo joelho, no céu, na terra e debaixo da terra, e toda língua confesse que Jesus Cristo é o Senhor, para a glória de Deus Pai”. (Fl 2, 8-11)
Obedecendo a vontade do Pai Jesus entrega-se inteiramente diante dos homens humilhando-se até a morte. “Mas ele foi ferido por causa das nossas transgressões, e moído por causa das nossas iniquidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e pelas suas chagas fomos sarados”.
(Isaías 53:5) E Deus o exaltou acima de todo o nome e não há outro nome e nem jamais existirá, esta é a fé que a Igreja professa claramente; “Não há salvação em nenhum outro, pois, debaixo do céu não há nenhum outro nome dado aos homens pelo qual devamos ser salvos" (Atos 4:12). Então, que importância tem Maria se a Bíblia deixar explícito que o único nome entre todos é Jesus e só ele basta para nossa salvação?
Sabemos que Jesus é o único Senhor e Salvador, em nenhum instante a Igreja católica disse o contrário sempre afirmou essa verdade. Temos que entender que em Maria Deus produziu a obra perfeita da salvação, pela graça da Cruz, ou seja, pelo mérito de Jesus Cristo Redentor e não por qualquer coisa que ela tenha feito ou por poder próprio dela. Maria de maneira nenhuma é uma Salvadora. Por não entender a palavra de Deus e o próprio ensinamento da santa madre Igreja, é que muitos caem no erro e levam outras tantas pessoas ao mesmo erro. Por isso que Pedro disse que nas Escrituras “há algumas passagens difíceis de entender, cujo sentido os espíritos ignorantes ou pouco fortalecidos deturpam, para a sua própria ruína, como o fazem também com as demais Escrituras” (2Pd 3, 16). O Concilio Vaticano II ensinou na Constituição “Dei Verbum”, que “o ofício de interpretar autenticamente a palavra de Deus escrita ou transmitida foi confiado unicamente ao Magistério vivo da Igreja” (n.10). “Antes de tudo, sabei que nenhuma profecia da Escritura é de interpretação pessoal” (II Pedro 1: 20).Por
tanto, era necessário que se cumprisse todas as coisas que o Senhor Deus tinha
anunciado pelos profetas antes de Jesus. A urgência da atividade missionária
dos Apóstolos era de anunciar a boa nova da salvação que é o próprio Jesus.
Para
entendermos a missão de Maria vamos primeiramente compreender; O que é uma
missão, o significado da missão na Bíblia e na vida dos profetas e apóstolos.
Podemos
definir missão como o propósito de existência,
ou melhor, a razão principal de uma comunidade de fé existir, pois tudo deve
ser feito em função da missão que foi confiada a pessoa ou a comunidade. Pois
bem, vamos começar com o primeiro livro da Bíblia em Gêneses. Qual foi a missão
de Abraão? Abraão recebe de Deus uma missão, aos 75 anos de idade, morando em
Ur dos Caldeus, sua cidade natal, onde Deus o chamou dizendo: "Saia da tua
terra e da tua parentela, e da casa de teu pai, para a terra que eu te
mostrarei. Farei de te uma grande nação, e te abençoarei, e engrandecerei o teu
nome, e tu serás uma bênção" (Gn 12, 1-3). Por acreditar nas
promessas de Deus ele é reconhecido como herói da fé e pai de uma grande nação.
Assim, Abraão com sua esposa Sara, começa a caminhar com o povo
para a terra prometida, conforme Deus havia lhe dito. Deus, por diversas
vezes testa a fé de Abraão, mas este se mostra fiel a Deus que escolheu para
ser seu guia. Primeiro, pela dificuldade que Abraão teve de ter seu
descendente; depois, Deus lhe pede, em sacrifício o seu primogênito. O caminho
de Abraão não foi fácil, ele precisou ter muita fé e confiança, para seguir sua
missão. Abraão chega com o povo até a terra prometida, Canaã na região da
Palestina (Israel). Lá, a descendência de Abraão vai crescendo e dando lugar a
novos povos. Abraão morreu aos cento e setenta e
cinco anos, tendo passado um século na terra de Canaã (Gn 25 7-8). A Bíblia deixa claro que depois
que Abraão cumpriu totalmente a missão que Deus o confiou ele morreu. No livro
do Êxodo temos a figura de Moisés que foi escolhido por Deus para uma missão
muito difícil; libertar o povo de Deus da escravidão do Egito. Os filhos de Israel gemiam
e lamentavam-se ao ponto de o próprio Moisés, que tinha sido adotado pela filha
do faraó, se revoltasse e agredisse um egípcio, tendo que fugir para o deserto.
No deserto, quando estava pastoreando as ovelhas de seu sogro, Moisés tem um
encontro com Deus que o revela a sua missão; “Eu sou o Deus de teu pai, o Deus
de Abraão, de Isaac e de Jacob”. “Eu vi muito bem a miséria do meu povo que
está no Egito. Ouvi o seu clamor contra seus opressores (Êx.3, 6-9). Moisés Libertou
o povo hebreu da escravidão no Antigo
Egito, instituiu a Páscoa
Judaica e depois guiou seu povo através do
deserto durante quarenta anos. Não pode entrar na terra prometida
contemplando-a de longe do alto monte Nebo, abençoou seu povo e após ter terminando
a sua missão morre, na terra de Moab com a idade de cento e vinte anos. No novo
testamento temos o último dos profetas João Batista que não fracassou em sua
missão. Conforme a profecia em Malaquias 3, 22; Deus enviaria o profeta Elias,
antes que viesse “o grande e terrível dia do Senhor”, para converter o
coração dos pais aos filhos e o coração dos filhos aos seus pais. Ele viria
anunciando o reino de Deus e o Messias, para que o Senhor não ferisse a terra
com maldição. Também no livro de Isaias 40,1-5; profetizava João como “a voz
que clama no deserto: preparai o caminho do Senhor, endireitai suas vereda ao
nosso Deus.” Após cumprir sua missão, como todos sabem, João Batista morreu
degolado.
José, o esposo de Maria que era considerado justo (Mt 1, 19)
tinha a missão de ser o defensor, protetor e guardião da família, tanto que
sempre quando a vida de Jesus era ameaçada o anjo do Senhor lhe aparecia em
sonhos dizendo o que ele deveria fazer(Mt 2, 19-20). A Bíblia não relata a
morte de José, a sua última aparição na Bíblia foi quando Jesus tinha seus 12
anos no templo de Jerusalém. Acredita-se que
ele já era um velho e morreu antes da Paixão de Cristo, pois Jesus ao assumir a
missão já não precisava de cuidados.
O profeta Simeão, que era justo e piedoso, esperava a consolação de
Israel e o Espírito Santo estava nele. A
missão de Simeão está bem clara, fora-lhe
revelado pelo Espírito Santo que não veria a morte antes de ver o Cristo do
Senhor (Lc 2, 26). Quando Simeão recebe o menino em seus braços ele diz: “Agora
Senhor, conforme a tua promessa, pode deixar teu servo ir em paz” (Lc 2,
28-29). Então, podemos concluir que, o cumprimento da missão na Bíblia era a
razão de existência dos profetas do antigo e novo testamento. O próprio Jesus
consciente de sua missão e da hora exata de realiza-la em Caná da Galiléia (Jo
2, 4) afirma que sua hora ainda não chegou. Já no horto das Oliveiras Ele
convida os discípulos a vigiar e orar, pois a hora de se glorificado tinha
chegado. (Mt 26, 45)
Vamos
agora entender qual é o papel e missão de Maria no plano de Salvação de seu
Divino filho Jesus Cristo. Maria foi preparada por Deus de forma pedagógica, ela
não sabia de tudo, o anjo não contou tudo o que iria acontecer, tanto que ela
pergunta ao anjo: “como vai acontecer isso, se não vivo com nenhum homem?”, mas
mesmo sem entender ela se lança nas mãos de Deus dizendo; “Eis a escrava do Senhor,
faça-se em mim segundo a tua palavra” (Lc 1,37). Ela é obediente diante do
mistério não entendido sabendo guardar tudo silenciosamente. (“conservava todos
esses fatos e meditava sobre eles em seu coração”, Lc 1, 18).
Em
gêneses, o primeiro livro da Bíblia, podemos encontrar nossos primeiro pais;
Adão e Eva. Por meio deles, surgir à criação e a origem da humanidade. Eva, a
mãe de todos os viventes, pela sua desobediência deixa entrar no mundo o pecado
destruindo toda harmonia com Deus e a criação, reduzindo a história ao caos. O
pecado veio ao mundo pela desobediência de Eva. Tudo perdido? Não. Deus promete
uma descendência que há de esmagar a cabeça da serpente infernal. (Gn 3, 15)
É importante salientar que a frase “descendência da mulher” é uma narração
muito incomum. Normalmente as pessoas falavam do descendente do homem ou o pai,
não se achava o uso do termo descendente da mulher, principalmente no antigo
Oriente onde a Bíblia foi escrita, sempre consideravam os descendentes como filhos
e filhas do pai. Podemos ver, por exemplo, que todas as genealogias na Bíblia
são alinhadas aos homens e não as mulheres. Porém,
em algumas genealogias bíblicas, vemos também mulheres citadas que,
normalmente, eram incluídas quando se destacavam de alguma forma na sociedade
ou na história narrada. É o caso da genealogia de Jesus Cristo em Mt 1. 1-17,
onde constam nomes de algumas mulheres. A
genealogia tem um sentido muito especial nas escrituras hebraicas, pois o povo
judeu tem a sua história ligada a uma origem familiar; são todos descendentes
de Abraão e Sara. Mais existe um mistério também, vamos revelar através da Torá
e da história do povo judaico. Muitas vezes nós encontramos na Torá genealogias
inteiras por quê? Estas genealogias traçam a linhagem das famílias do povo de
Israel, era importante para saber a origem das tribos, permite provar a
ascendência judaica.
Por que Deus quis utilizar a figura da mulher no primeiro livro da Bíblia? Assim nos ensina o Concilio do Vaticano II: “quis, porém, o Pai das misericórdias, que a Encarnação fosse precedida pela aceitação daquela que era predestinada a ser Mãe de Seu Filho, para que, assim como contribuiu para a morte, a mulher também contribuísse para a vida” (Lumen Gentiun, 56). Se toda árvore genealógica, como vimos, tem o homem como personagem principal e centro de todos os seus descendentes, por que em gêneses Deus colocar a mulher nesta “briga” com o mal? Esta inimizade foi profetizada desde o inicio da Salvação: “Porei inimizade entre ti e a mulher, entre a tua descendência e a dela” (Gn3, 15)
A mulher na Bíblia tem uma importância muita grande, ela tem a missão de perpetuar a espécie humana, ela e gerador e formadora de uma nova descendência. Maria contribui com o plano de Deus na qual esta inserida na missão salvadora de seu Divino filho. A cena da apresentação de Jesus no Templo de Jerusalém deixa claro, pela boca do profeta Simeão, que Jesus realizaria a salvação de Israel. A mãe de Jesus com certeza nunca se esquecerá do encontro com Simeão no Templo de Jerusalém, quando levou o Menino para circuncisão. Lembrava, sobretudo, de suas palavras proféticas: "Eis que este menino vai ser causa de queda e elevação de muitos em Israel. Ele será um sinal de contradição. Quanto a você, uma espada há de atravessar-lhe a alma. Assim serão revelados os pensamentos de muitos corações" (Lc 2, 34-35)
Ao profetizar a missão de Jesus, Simeão anuncia que a
dor transpassada pelo coração de Maria a faria participante do mistério da cruz
e que Ela assim contribuiria, unificando a sua dor ao de Seu divino Filho, para
que os corações e pensamento de muitos pudessem se abrir ao mistério salvador
de Jesus Cristo. Por tanto, é claro e certo afirmar que a missão da virgem não
se limitava em gera em seu puríssimo seio Jesus Cristo, mas que essa missão
teria continuidade na paixão, morte e ressurreição de Jesus. Sobre tudo no
cenáculo de Jerusalém, no dia de pentecostes. Quando o apóstolo Paulo
escreve: “Completo em minha carne o que falta às tribulações de Cristo, em
favor do seu corpo, que é a Igreja” (Col 1,24) não quis dizer que o santo sacrifício de Jesus na
cruz foi imperfeito. Jesus Cristo era Deus, a sua obra terá sido perfeita
e não pode carecer de complemento. No entanto Paulo, em seu corpo unifica a sua
dor ao sacrifício perfeito de Jesus. Maria, como nos narra o evangelho de João,
permaneciam de pé diante da cruz de seu filho (Jo 19, 25). Como uma mãe ainda
estaria de pé diante de tanta dor? Como ela estaria tão firme contemplando seu
filho morrendo injustamente em uma cruz? Naquele momento se cumpria a profecia
do velho Simeão.
Se você fosse Deus não teria poupado sua mãe
de tal sofrimento e dor? Porque então Jesus não poupou Maria dessa grande dor
que ela passaria? Porque mesmo depois de sua ressurreição Jesus ao subir ao céu
ainda deixou Maria junto dos apóstolos? Porque o profeta Simeão direciona a
profecia a Maria e não a José?
Então, podemos ver e entender que a Virgem
Maria está intimamente ligado ao mistério salvador de seu Divino filho. O
Espírito Santo, seu esposo divino, preparou nossa Senhora para a realização
perfeita do “Sim” que a tornou não só mãe de Jesus, mas mãe eterna da Igreja,
que é corpo místico de Cristo. Ela é a Mulher do
apocalipse, que aparece como sinal no céu, revestida
de sol, coberta pela Luz e força do Espírito Santo, Maria tornou-se, no dizer
de São Bernardo, “um abismo de luz, gestando o verdadeiro Deus, Deus e homem ao
mesmo tempo” e, diante desse fato, observa ainda São Bernardo, “até o olho
angélico fica ofuscado com a potência de tal fulgor”. Comenta o Catecismo: “A
missão do Espírito Santo está sempre conjugada e ordenada ao Filho. O Espírito
Santo é enviado para santificar o seio da Virgem Maria e fecundá-lo
divinamente, ele que é ‘o Senhor que dá a Vida’, fazendo com que ela conceba o
Filho Eterno do Pai em uma humanidade proveniente da sua” (484-485). Na
encíclica Redemptoris Mater – sobre o papel de Maria na história e na vida da
Igreja – escreveu o Papa João Paulo II: “Na economia redentora da graça, atuada
sob a ação do Espírito Santo, existe uma correspondência singular entre o
momento da Encarnação do Verbo e o momento do nascimento da Igreja. A pessoa
que une estes dois momentos é Maria: Maria em Nazaré e Maria no Cenáculo de
Jerusalém. Assim, aquela que está presente no mistério de Cristo como Mãe,
torna-se – por vontade do Filho e por obra do Espírito Santo – presente no
mistério da Igreja” (n. 24).
Da mesma forma
que Maria visitou sua prima Isabel e sua saudação, encheu Isabel do Espírito
Santo e ao mesmo tempo santificou a criança em seu seio, também a presença de
Maria no cenáculo de Jerusalém, no dia de pentecoste era indispensável para
que, de forma poderosa esse mesmo Espirito, atraído pela presença de sua fiel
esposa, gerasse ali a Igreja. Maria é a única criatura que pode se chamada mãe
e esposa de Deus. É por meio de Maria que chegamos a Cristo! Não tenhamos medo
ou receio de recorrer a ela em nossa necessidade, como em Caná da Galiléia Ela
esta sempre atenta as necessidades do povo e recorre ao seu filho, para que o
milagre aconteça em nossas vidas. A graça que recebemos tem como autor Jesus
Cristo e a virgem Maria como Medianeira. Cristo é a fonte, Maria é o canal.
BIOGRAFIAS:
Catecismo da
Igreja; Bíblia;
Encíclica
Redemptoris Mater – Papa João Paulo II
Documentos da
Igreja.
Redemptoris
Missio - Papa João Paulo II
Formador;
Jean Carlos