terça-feira, 11 de novembro de 2014

O túmulo e os restos mortais de S. Pedro no Vaticano, Roma – conclusão



Πέτροσ ένι
Após o término das escavações, em 1950, o arqueólogo Antonio Ferrua examinava o interior da parte oca da parede azul, quando notou, no chão, perto da junção desta com a parede vermelha, um pequeno pedaço de argamassa que havia caído. Conseguiu pegá-lo dentro do buraco, e viu que havia algo gravado ali, a lâmina. Levado a especialistas, descobriu-se uma inscrição em grego com os dizeres: Πέτροσ ένι.

 O primeiro nome (Πέτροσ) obviamente é Pedro. Já o ἔνι é a contração do verbo grego antigo ἔνεοτι, que significa “estar dentro”. A inscrição significava, literalmente “Pedro está aqui dentro”...

Símbolo do Apóstolo Pedro
A essa altura, um dos maiores especialistas em inscrições antigas, Drª Margherita Guarducci, passou a estudar os grafites da parede azul. Como se sabe, os primeiros cristãos usavam uma linguagem codificada de símbolos e letras: o peixe, as letras gregas Chi-Rho (XP), o "M" para Maria, o "N" para vitória, etc. Após estudo, Drª Guarducci descobriu o código usado para São Pedro: um “P” com um discreto “E” em sua perna, ou o mesmo símbolo inserido no Chi-Rho de Jesus: tão expressivo e único, o símbolo é também mais uma evidência do Apóstolo Pedro como o primeiro Sumo Pontífice da Igreja, o Vigário de Cristo sobre a Terra.

A descoberta provava que a doutrina do papado já era clara nos primeiríssimos tempos da Igreja. Muitas outras inscrições com esse símbolo podiam ser observadas na parede dos grafites. Estudos posteriores revelaram que São Pedro era invocado com grande frequência mediante tal símbolo, pelos primeiros cristãos: era muito usado nas catacumbas, em cartas, em mosaicos, pinturas, etc. Estava assim explicada a aparente ausência do nome de São Pedro.

Grafitti com o Chi-rho (XP), símbolo de Cristo
Essa descoberta intrigou a Drª Guarducci quanto a inexplicável parede oca com os grafites e o Πέτροσ ένι. Mons. Kaas, administrador da Basílica, costumava ir à noite verificar os andamentos dos trabalhos. Acompanhava-o G. Segoni, o chefe dos “sampietrini” (operários do Vaticano, cujos ofícios passam de pai para filho). Mons. Kaas, nessas inspeções, preocupava-se em guardar de modo digno as numerosas ossadas que iam sendo encontradas. Colocava-as numa caixa, ajudado por Segoni, identificando com uma etiqueta o local de onde foram tiradas.

Uma noite, pouco depois de descoberta a parede oca dos grafites, Mons. Kaas pediu que Segoni verificasse bem se não se encontrariam ossos dentro da cavidade. Por baixo da poeira, Segoni encontrou numerosos ossos, restos de tecido e fios metálicos.Tudo foi guardado numa urna e identificado. Outro “sampietrini presenciou a remoção, mas os demais arqueólogos não souberam disso na época.
Muro dos grafitti
No ano de 1950 foi divulgada a grande notícia: o túmulo de São Pedro fora sem dúvida descoberto. O próprio Papa Pio XII fez o anúncio, associando-o ao Ano Santo. Explicava-se, porém, que, segundo o modo como os ossos foram encontrados, não se podia concluir se eles seriam ou não do Apóstolo. Houveram então muitos protestos dos meios científicos, que solicitavam um exame rigoroso de todos os ossos descobertos na pequena abertura em forma de Λ na parede do túmulo de São Pedro.

Afinal, em 1956, Pio XII concordou, e foi nomeado o Dr. Venerando Correnti, um dos maiores antropólogos da Europa na época. O trabalho foi lento e difícil, pois faltavam vários ossos importantes. A conclusão, em 1960, constituiu uma sensacional decepção: tratavam-se de ossos de três pessoas – dois homens de meia idade e uma mulher idosa. - Junto, encontravam-se também ossos de animais, todos antiquíssimos, possivelmente do século I.

Para os arqueólogos, a situação se explicava: como as leis romanas proibiam a remoção de ossos de uma sepultura, esses haviam sido encontrados e amontoados no pequeno buraco ao pé do nicho. Para completar os estudos, Dr. Correnti verificou rapidamente os demais ossos das tumbas próximas. Ao analisar os ossos encontrados na cavidade revestida de mármore, da parede dos grafites, chamou-lhe a atenção o estado de conservação, estando a maioria bem branca. Dada sua grande antiguidade, decidiu estudá-los melhor. Eram 135 ossos, sendo que poucos estavam inteiros. Constatou que provinham de um só indivíduo, do sexo masculino, de físico robusto e falecido entre os 60 e 70 anos.
Antes de estar na cavidade do mármore, eles haviam estado enterrados na terra nua, mas depois, durante muito tempo, permaneceram bem protegidos e envoltos por tecidos purpúreos, que mancharam um pouco alguns. 

Dra. Guarducci revelou então que a expressão grega Πέτροσ ένι vinha ecoando continuamente em sua cabeça. Seriam essas as relíquias de São Pedro? Não é a única explicação possível para o “Pedro está aqui dentro”? E para a misteriosa cavidade? Todos os dados confluíam para essa teoria. A razão do esconderijo seria evitar profanações. O Dr. Correnti apoiou a tese da dra. Guarducci, e ambos obtiveram de Paulo VI, que havia sido eleito recentemente, a permissão para reabrir as pesquisas.
O teste crucial foi o dos fragmentos de terra existentes nos ossos. Sua composição química revelaria se era a mesma terra que se encontra no piso do túmulo vazio de São Pedro. Uma circunstância tornava esse teste particularmente importante: a terra do túmulo é de tipo calcária argilosa, bem diferente da que se observa em toda a região vizinha, inclusive dos túmulos próximos. Só os membros da alta nobreza romana podiam usar a púrpura verdadeira, cuja fabricação era um rigoroso segredo de Estado. Os demais ricos usavam uma imitação. Hoje, a composição química de ambos os tipos é conhecida. Outra particularidade: a púrpura com fios de ouro era de uso exclusivo da família imperial, mesmo assim em raras ocasiões.

Resultado do exame: tratava-se de púrpura romana verdadeira, decorada com finíssimas placas de ouro. E os fios que estavam junto aos ossos eram fios de ouro. Essas comprovações foram essenciais a favor da teoria da Dra. Guarducci: como a cavidade marmórea foi considerada já existente na época constantiniana, ficava claro que o Imperador autorizara envolver as preciosas relíquias na púrpura imperial.

Antes de publicar novos estudos, cinco renomados especialistas independentes verificaram tudo o que havia sido feito e o ratificaram. Mas ao ser dada a público a nova teoria, levantou-se um murmúrio em certos meios científicos, pois, para preservar o bom nome dos arqueólogos e de Mons. Kaas, a Dra. Guarducci procurou cobrir o incrível episódio do eclesiástico ter recolhido os ossos sem avisar aos membros da equipe. Também impugnou-se o exame do tecido, exigindo-se outro mais rigoroso. E, sobretudo, argumentava-se que não havia nenhuma prova que demonstrasse não ter sido violado o repositório marmóreo.

Assim, nova série de pesquisas e procedimentos foi iniciada. O exame mais rigoroso dos tecidos, feito na Universidade de Roma, confirmou os resultados anteriores. Paulo VI autorizou a abertura do repositório, para confirmar se datava da época de Constantino e se não fora violado. A dúvida surgiu porque fora encontrada uma moeda do início da Idade Média no local.

Uma equipe desmontou a parte de baixo da parede azul dos grafites, a fim de penetrar no repositório sem tocar nas paredes e no teto. Tudo foi examinado minuciosamente. Conclusão: o compartimento fora fechado no século IV, e jamais fora aberto. Várias moedas foram ali encontradas, tendo penetrado através de fissuras da parede causadas por acomodação do terreno.
Para silenciar definitivamente as críticas, um novo trabalho foi publicado, relatando as circunstâncias exatas do episódio de Mons. Kaas, acompanhado de documento juramentado do “sampietrini” Segoni.


Vista de conjunto do Altar da Confissão
A Dra. Guarducci rebateu convincentemente a última crítica que ainda pairava: como explicar a remoção dos ossos da sepultura, mesmo por motivos de segurança, uma vez que os costumes romanos não o permitiam? Na realidade, os ossos não tinham sido removidos da sepultura, pois a parede azul é parte integrante dela.

Após algum tempo, certificando-se de que a crítica nada mais de ponderável podia apresentar, e confirmando-se que os novos exames reforçaram singularmente a teoria da Dra. Guarducci, Paulo VI, a 26 de junho de 1968, anunciou solenemente ao mundo que, após os longos e extensos estudos, “as relíquias de São Pedro foram identificadas de um modo que julgamos convincente”, e que, por isso, ele fazia “este feliz anúncio” aos fiéis de todo o mundo.

No dia seguinte, em cerimônia presidida por Paulo VI, as relíquias de São Pedro, guardadas em caixas com tampos transparentes, foram recolocadas no repositório onde haviam sido encontradas. Confirmando a tradição católica sobre as relíquias de São Pedro, fora edificada a grande Basílica de Constantino, considerada o centro da Cristandade. E sobre tal Basílica, mil anos depois, ergueu-se a atual Basílica de São Pedro. Cumpriu-se assim, até de modo físico, a promessa de Nosso Senhor Jesus Cristo a São Pedro: “Tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja”.
_____
1. WALSH, John E. The Bones of St. Peter. New York: Doubleday, 1982.
Bibliografia:
WALSH, John E. The Bones of St. Peter. New York: Doubleday, 1982.WILLIAM, O'Connor, Daniel. Peter in Rome: The literary, liturgical, and archeological evidence. New York: Columbia University Press, 1969.
Fonte: http://www.ofielcatolico.com.br/
Website Eternnaly Catholics
Website Ciência Confirma a Igreja

sexta-feira, 7 de novembro de 2014

Fenômeno: Pastores Protestantes Retornam à Igreja Católica

O que aconteceria se um protestante sério, sedento pela verdade fosse estudar as raízes da Igreja Católica e sua origem na era apostólica e nos primeiros séculos? Nos Estados Unidos, berço do protestantismo moderno, um fenômeno está acontecendo, segundo Janina Quintal, em artigo escrito ao Universo Católico, uma série de renomados pastores e estudiosos do mundo protestante retornaram ou vieram ao seio da Igreja Católica.
Pastor convertido à fé católica
Pastor convertido à fé católica
A vinda dos pastores à Igreja de Cristo arrebata considerável número de outros fieis evangélicos, outrora anti-católicos. Eles professam seu testemunho em revistas, livros e na internet. Segundo Janaina Quintal os convertidos foram “surpreendidos com a Verdade” ao estudarem os escritos dos Pais da Igreja e Cristianismo primitivo.
Com o pontificado de  Francisco a distância entre Igreja Católica e igrejas evangélicas tem diminuído. Durante a Jornada Mundial da Juventude o pontífice rezou com um pastor e fieis da Assembleia de Deus um Pai-Nosso quando visitava a comunidade de Manguinhos. Foi o líder protestante que quis esperar o papa em frente ao seu templo.
Foi da JMJ que uma história comovente despontou. A conversão de Eduardo da Silva à fé católica  aconteceu 135 dias após ter emocionado o mundo quando apareceu segurando um cartaz de acolhimento ao Papa Francisco durante a Missa de Envio da Jornada Mundial da Juventude no Rio de Janeiro, em julho. Dizia a peça : “SANTO PADRE, SOU EVANGÉLICO MÁS EU TE AMO!! ORE POR MIM E PELO BRASIL! TUS ÉS PEDRO…”
Jovem protestante exibe cartaz de acolhimento ao Papa Francisco durante a JMJ,
Jovem protestante exibe cartaz de acolhimento ao Papa Francisco durante a JMJ,
Recentemente o Papa Francisco gravou uma mensagem para lideranças protestantes que se reuniriam nos Estado Unidos.  Como fruto desta aproximação o pastor Ulf Ekmanda igreja protestante mais influente da Suécia anunciou durante uma conferência dominical em seu templo que se convertera à fé católica.
A articulista Janaina brinda  lista  o perfil de alguns pastores que abraçaram a comunhão com o papa. O ANCORADOURO reproduz o texto da articulista e acrescenta alguns grifos considerados importantes.
1. Scott Hann. ex-pastor presbiteriano e ex-professor de teologia protestante.
Era um anti-católico dos mais radicais de sua época. O seu excelente conhecimento como pastor e teólogo protestante e o testemunho de conversão para a Igreja católica faz deste servo de Deus um fascinante defensor da verdade. Milhares de protestantes e centenas de pastores voltaram ao Catolicismo vendo o testemunho deste ex-pastor.
2. Paul Thigpen. ex- editor e escritor de várias revistas protestantes.
Foi educado em uma Igreja presbiteriana do sul. Levou a sério, os estudos religiosos na Universidade de Yale. Foi Pastor e missionário na Europa, depois passou para a Igreja Batista, Metodista, Igreja Anglicana e depois para uma Igreja Pentecostal. Finalmente fez estudos para obter doutorado em História da Teologia que o facilitou ao caminho para a Igreja Católica.
3. Marcus Grodi ex-ministro protestante formado em Teologia e Bíblia 

Fez os estudos de teologia no seminário protestante Gordon-Conwell em Boston, Massachussetts.

Marcus afirma: “Eu só quis ser um bom pastor”, mas um dia perguntou-se a si mesmo: “Eu estou ensinando a verdade ou o erro? Como eu posso estar seguro se em outras igrejas a mesma leitura Bíblica tem várias interpretações diferentes?”.
Estudou história da Igreja e soube através da Bíblia que não poderia continuar a ser um protestante. Concluiu que a verdade absoluta só se encontrava na Igreja católica. “Sou mais completo na Igreja dos Apóstolos”, disse ele.
4. Steve Wood. ex-diretor de um Instituto Bíblico na Flórida.
Ex-pastor da Igreja evangélica “O Calvário”. Fazia os estudos em um Instituto das Igrejas Assembléias de Deus trabalhando em projetos de evangelismo juvenil; era líder de ministérios evangélicos na prisão; organizou um Instituto de estudos bíblicos para adultos e depois fez pós-graduação estudando no famoso seminário evangélico de teologia Gordon-Conwell em Massachusetts.
Um dia quando orava, Deus lhe falou: “Agora ou nunca”. Com a sua conversão ao Catolicismo ele perderia tudo. Perderia o trabalho como pastor e não poderia sustentar a família. “Eu tinha estudado 20 anos para ser um ministro protestante e Deus me falou: Faça, agora!… E eu fiz isto”.
5. Bop Sungenis. ex-professor de Bíblia em uma Rádio evangélica.
Escreveu um livro contra a Igreja católica: “Recompensas no Céu?” Onde criticou os Católicos por acreditar na importância das obras. Ele quis demonstrar que os ensinamentos Católicos eram falsos e que para salvar-se, bastaria somente a fé. Estudou no “Collegue Bíblico de Washington” e depois se especializou no “George Washington University”.
Bop diz: Agora como Católico eu tenho a paz. Isso vem como consolação de viver na verdade. Agora eu entrei no exército de Cristo nesta grande batalha para a salvação das almas. Ajudarei meus irmãos protestantes a aprender que a Igreja católica não só é a verdadeira Igreja, mas a casa onde todos nós pertencemos.
6. Duglas Bogart. Ex-missionário evangélico na Guatemala.
Meu sonho era ser missionário em minha Igreja evangélica de Phoenix. Porém com o tempo, sem perceber, Deus estava me guiando para sua Igreja. Com muita tranqüilidade afirma Douglas: “Eu li muitos livros de teologia, de história, e de testemunhos”. Estudei o Catecismo da Igreja Católica comparando-o com a Bíblia. Eu li os primeiros escritos dos Pais da Igreja e descobri que a igreja primitiva era Católica e não protestante. Terminei de aceitar a verdade e agora eu sou Católico.

7. David B. Currie. Ex-ministro evangélico do qual muitos o chamavam de “O Mestre em Divindade”.
Ele nasceu e cresceu como um protestante fundamentalista, seu pai era um pastor. David fez curso de teologia no “Trindade Universidade Internacional” em Deerfield, Illinois. Depois obteve seu “Mestrado em teologia Bíblica” no “Trindade Escola de Divindade Evangélica”.
O que o levou a ser Católico? Sua resposta se baseia em duas coisas: O estudo da Bíblia o fez descobrir que a Palavra de Deus o guiou para o Catolicismo e o segundo é que a mesma Bíblia mostrou para ele que a Igreja católica é a única Igreja fundada por Cristo.
8.  Alan Stephen Hopes. ex- Pastor e Bispo Anglicano nomeado por João Paulo II.
Pastor Anglicano convertido ao Catolicismo. Foi nomeado bispo auxiliar de Westminster por João Paulo II. Nasceu em Oxford, em 1944.  Foi recebido na Igreja Católica em 04 de Dezembro de 1995.

Depois de dois anos como vigário da paróquia de Nossa Senhora da Vitória, de Kensington, foi nomeado Padre da Paróquia de Nosso Redentor, em Chelsea, tornando-se depois, em 2001, vigário geral da arquidiocese.
Monsenhor Hopes é um dos pastores Anglicanos que abandonaram a Igreja da Inglaterra depois que a ordenação sacerdotal de mulheres foi aprovada naquela igreja.
Todos eles são agora verdadeiros Católicos e 100% Cristãos. Eles acharam a abundância da vida Cristã na única Igreja fundada por Cristo.
Mensagem do papa gravada em celular para lideranças protestantes

quarta-feira, 5 de novembro de 2014

Extremistas muçulmanos queimam um casal de cristãos: A esposa estava grávida


ROMA, 04 Nov. 14 / 02:34 pm (ACI).- Uma turba de aproximadamente 100 muçulmanos queimou vivo um casal de jovens cristãos acusando-os de terem, supostamente, queimado algumas páginas do Corão no estado de Lahore no Paquistão.

O homem se chamava Shahzad e tinha 26 anos, e a sua esposa, Shama, tinha 24 anos e estava grávida. Eles foram empurrados para um forno onde se fabrica tijolos e assim foram queimados vivos.

Este acontecimento trágico foi informado à agência Fides por parte do advogado cristão Sardar Mushtaq Gill, defensor dos direitos humanos, que foi chamado por outros cristãos e presenciou a cena, no povoado “Chak 59”, perto da cidade de Kot Radha Kishan, ao sul de Lahore.

O casal cristão foi sequestrado e mantido como refém durante dois dias dentro de uma fábrica. Na manhã de hoje foram assassinados.

Gill relata que o episódio que desencadeou a acusação da suposta blasfêmia, tem relação com a morte recente do pai de Shahzad. Faz dois dias, Shama, quando estava limpando a casa do homem, pegou alguns artigos pessoais, documentos e folhas que pensou que fossem inúteis e fez um pequeno fogo.

Segundo um homem muçulmano que foi testemunha da cena e sem nenhuma confirmação, nesse fogo havia páginas do Corão. O homem espalhou a notícia nos povoados vizinhos e uma turba de 100 pessoas fez os dois jovens de reféns.

Na manhã de hoje aconteceu o final trágico. A polícia, alertada por outros cristãos, interveio e prendeu 48 pessoas, conforme assinala o jornal Pakistan Today.

Gill afirma que isso “é uma tragédia, um ato bárbaro e desumano. O mundo inteiro deve condenar energicamente este episódio que demonstra que a insegurança aumentou entre os cristãos no Paquistão. Basta só uma acusação para serem vítimas de execuções extrajudiciais. Veremos se alguém será castigado por este assassinato”.

As autoridades já constituíram um comitê de três pessoas para acelerar as investigações dos fatos originados por uma acusação, não confirmada, de uma suposta violação à lei da blasfêmia.

Uma mãe católica no Paquistão, Asia Bibi, está na prisão desde novembro de 2010, acusada injustamente de ter violado a lei da blasfêmia, algo que ela sempre negou. Neste momento, o seu caso passou para a Corte Suprema onde os juízes decidirão se ela será ou não condenada à morte.

A organização pontifícia Ajuda à Igreja que Sofre (AIS) apresentou hoje um relatório sobre a liberdade religiosa no mundo, no qual se destaca que estas leis da blasfêmia “limitam, na prática, a liberdade de religião e expressão. Profanar o Corão ou insultar o profeta são delitos que se castigam com penas de prisão ou, inclusive, com a morte”.

“Na vida diária, entretanto, estas leis se utilizam com frequência como instrumento de perseguição contra as minorias religiosas. Apesar dos apelos realizados ao longo de muitos anos para que se derroguem estas leis, nenhum partido político, nem o Governo se atreveu tocar nelas”, indica o texto.

Ir à Missa pode significar a morte para os católicos na Síria


MADRI, 05 Nov. 14 / 02:03 pm (ACI/EWTN Noticias).- “A oração é a melhor arma que temos”, afirmou Mieiille Al Farah, uma  cristã de Damasco (Síria), durante a apresentação do Relatório sobre a Liberdade Religiosa da Ajuda à Igreja que Sofre (AIS), onde denunciou a perseguição sofrida pelos cristãos, para quem até “ir à Missa significa arriscar a que sejam mortos”.

“Meu primo, cristão, morreu faz alguns dias na Síria. É mártir pela fé”, acrescentou a jovem que agora mora em Barcelona (Espanha). Mieiille recordou que no passado os cristãos podiam andar com a cruz pendurada e ter as portas das igrejas abertas. Porém, tudo mudou durante a guerra e se agravou com a entrada do Estado Islâmico (ISIS) que busca instaurar um califado no Iraque e Síria.

Apesar disso, Mieiille afirmou que “a oração é a melhor arma que temos”, e os cristãos inclusive “devemos rezar pelos perseguidores”.

Por sua parte, o Patriarca da Igreja Grego-Católica Melquita, Gregorio III Laham, denunciou que na Síria há “uma perseguição não declarada”, com dois mil cristãos assassinados, entre eles dois bispos e quatro sacerdotes, assim como um número indeterminado de sequestrados. Além disso, dos dez milhões de deslocados, 450.000 são cristãos.

Do mesmo modo, o diretor da AIS na Espanha, Javier Menéndez Ros, denunciou que na Síria está sendo “consentido se não um genocídio, um autêntico drama humano”.

Não temos mais nada além da fé

Há alguns dias, em diálogo com a AIS, o Arcebispo maronita de Damasco (Síria), Dom Samir Nassar, assinalou que no país “se pode morrer de várias maneiras”, devido à violência cruel. “Todos vão empobrecendo pouco a pouco. As pessoas já gastaram as suas economias. Todos precisam de ajuda”, denunciou na entrevista difundida em 23 de outubro.

O Arcebispo disse que na adversidade está se manifestando “uma volta à fé. As pessoas rezam muito mais. As Igrejas estão muito tempo abertas; e para lá vão muitos fiéis, que frequentemente passam horas rezando em silêncio. Não têm mais nada além da fé. Estão em um beco sem saída esperando a morte”.

“No final da missa se despedem porque não sabem se voltarão a ver-se no dia seguinte. Há um ambiente de resignação. As pessoas se abandonam à própria sorte. Quer dizer, é uma situação muito difícil”.

O Arcebispo maronita disse que “como Igreja, fazemos agora nem tanto trabalho pastoral, mas sim social e tentamos mitigar as necessidades das pessoas. Isto é a única coisa que temos atualmente, pois não há nenhuma outra ajuda. A família é, na realidade, a única instituição intacta. A família é o que ajuda, compartilha e apoia. A identidade familiar está muito acentuada. Sem família, seria um desastre total”.

Dom Samir Nassar indicou que embora não tenha dados precisos, observou-se uma queda no número de batismos e casamentos. “Agora, o que aumenta é o número de enterros. Temos que ampliar o nosso cemitério. Antes, nossos projetos eram um jardim de infância ou uma escola; agora é ampliar o cemitério cristão”, expressou.