segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

A natureza sinal de Deus

"A natureza é uma bela obra de Deus; toda ela foi feita para nós num gesto do amor de Deus; sendo divina ela está repleta de beleza, harmonia, cores e lições que nos ensinam a viver. Jesus a usava sempre em Seus ensinamentos. "Olhai os lírios do campos...", veja a semente da mostarda, olhe os pastores e as ovelhas...Olhai para os campos, onde todas as coisas falam do amor: onde os ramos se abraçam, as flores dançam, os pássaros namoram; onde a natureza toda glorifica o espírito.

Galileu disse que a natureza é um documento escrito nas linguagens matemáticas. Tudo nela é preciso, ordenado e belo. Os elétrons giram em torno do núcleo do átomo com leis precisas; os planetas giram todos em torno do Sol, obedecendo às três leis precisas descobertas por Kepler. Todos os corpos caem em queda livre com a mesma aceleração da gravidade que Torricelli determinou fazendo experiências na Torre de Pisa.

Você pode não receber flores todos os dias em sua casa, mas Deus as manda pela natureza quando você vai para o trabalho.

A natureza é séria, calma, silenciosa, severa, sempre verdadeira. Os erros é que são nossos. Um provérbio diz que Deus perdoa sempre, o homem de vez em quando, a natureza nunca. Ela não tem raciocínio e não tem coração; mas vive dentro de sua perfeição mineral, vegetal e animal. Cabe a nós, homens, cuidar dela para podermos desfrutar bem das suas dádivas. Na natureza não há recompensas ou castigos. Há apenas consequências.

A primeira lição que a natureza nos dá é que Deus existe; ela não poderia existir com tanta beleza e perfeição se não tivesse um Criador poderoso e bondoso. Como disse o francês Voltaire: não pode haver um relógio sem um relojoeiro. Nunca acredite no acaso, por favor; acaso é apelido que dão a Deus aqueles que não têm coragem de pronunciar o Seu Nome. Esses são infelizes por natureza, porque renegam o próprio Criador; jamais experimentarão a verdadeira felicidade.

Olhe, por exemplo, para as vacas e lembre-se de que os maiores cientistas nunca descobriram como tirar leite do capim. Gratuitamente a natureza faz isso para nós. Nenhum prêmio Nobel até hoje jamais conseguiu compreender o que é a vida de uma simples formiga.

Padre Antonio Vieira afirmou: "Se queres ser mestre na fé, faze-te discípulo da natureza". De fato, a natureza é mestra. O pesquisador inglês Eddington dizia que "nenhum ateu é admirador da natureza".

A natureza é lenta, mas não para, e é segura. É um lema de vida; viver de maneira lenta, mas sem parar; a pressa é inimiga da perfeição. Quanto mais complexo é um trabalho, tanto mais devagar ele deve ser feito. O tempo destrói tudo que é construído sem a sua colaboração.

Em um mosteiro, um jovem discípulo questionou o seu mestre. - Mestre, como faço para não me aborrecer? Algumas pessoas falam demais, outras são ignorantes. Algumas são indiferentes. Sinto ódio das que são mentirosas. Sofro com as que caluniam. Insuportáveis são as falsas e invejosas.

- Pois, viva como as flores! Advertiu o mestre.

- Como é viver como as flores? Perguntou o discípulo.

- Repare nas flores, continuou o mestre, apontando os lírios que cresciam no jardim. Elas nascem no esterco, entretanto, são puras e perfumadas. Extraem do adubo malcheiroso tudo que lhes é útil e saudável, mas não permitem que o azedume da terra manche o frescor de suas pétalas.

É justo angustiar-se com as próprias culpas, mas não é sábio permitir que os vícios dos outros nos importunem. Os defeitos deles são deles e não nossos. Se não são nossos, não há razão para aborrecimento. Exercite, pois, a virtude de rejeitar todo o mal que vem de fora. Isso é viver como as flores.

Olhe para o mar; majestoso e belo. Ele é grande porque aceitou humildemente ficar alguns milímetros abaixo de todos os rios da terra; por isso é imenso. Todos podem vê-lo porque ele aceitou ficar lá embaixo; não nas alturas aonde poucos podem chegar.

O mar é rico exatamente porque ele permite que todos os rios, grandes e pequenos, neles deságuem e lhe tragam as suas riquezas. Muitos homens excluem com facilidade os outros e deixam de receber suas riquezas. O mar interliga as nações, une os povos, aceita a simples canoa do pescador e também o gigantesco transatlântico. Ele não discrimina nada e ninguém, é "pobre de espírito", por isso é muito rico. Ele está pronto a dar o seu peixe ao pobre pescador e à grande companhia de pesca que o desbrava. Ele está aberto dia e noite para todos; não cobra impostos para ser usado e respeita os limites que as montanhas lhe colocaram. Ele só faz mal a quem não conhece a sua natureza e desrespeita as suas leis.

Olhe para o céu, ele nos ensina muitas maravilhas; antes de tudo é imenso, maior do que a terra e o mar, não pode ser medido; os cientistas se angustiam procurando os seus limites insondáveis. Eles sabem que o universo se expande com uma velocidade fantástica! Ninguém sabe onde ele termina. Penso que Deus o fez assim incomensurável, para nos deixar uma pequena amostra de Sua infinitude e ninguém jamais duvidar da Sua grandeza e do Seu poder.

Olhe para os pássaros do céu, como disse Jesus, não ceifam nem recolhem os frutos nos celeiros, mas não lhes falta o alimento de cada dia. O Pai do céu cuida de cada um deles. Eles se reproduzem sem interrupção e não ficam preocupados se vão poder ou não alimentar os seus filhotes. Quando algum malvado destrói o seu ninho, eles não desanimam, voam em busca de outro lugar e recomeçam tudo de novo.

Toda a natureza nos dá belas lições. Que beleza a água! Mata a nossa sede e a de todos os seres vivos; limpa o que é sujo, refresca o calor, sustenta a vida na terra. Embora seja o elemento mais importante da natureza, é o mais simples: dois átomos de hidrogênio e um de oxigênio. Em sua simplicidade ela [água] nos ensina como devemos viver: não se nega a ninguém; mata a sede do rico e do pobre, desce do céu para os bons e para o maus, sem distinção, aceita ficar suja para limpar os outros; aceita ser fervida para amolecer a comida, aceita virar gelo para conservar o frio, aceita ser acumulada para gerar a força das hidrelétricas; aceita sumir na terra para saciar a planta... Depois de usada, aceita voltar para as nuvens e retornar para a terra a fim de começar tudo de novo, sem se cansar. Quanta lição!

Olhe para a minúscula semente. Nela há uma humildade enorme. Ela contém toda a vida de uma enorme árvore que ainda não existe, e aceita desaparecer e morrer na terra para dar a vida. Ela é extremamente pequena, mas sua força é descomunal. Ela não escolhe a terra para produzir; aceita qualquer solo em que a lancem; e faz de tudo para florescer, sem reclamar."

Felipe Aquino - Canção Nova

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Jesus Cristo, sacramento original da graça.

                 
“No princípio era o verbo, e o verbo estava junto de Deus e o verbo era Deus. E o verbo se fez carne e habitou entre nós, e vimos sua glória, a gloria que um filho único recebe do seu Pai, cheio de graça e de verdade”.(Jo. 1, 1. 14).
   Deus invisível torna-se visível na pessoa de Jesus, Deus e Homem. Ele é substancialmente o primeiro e grande sinal revelador do Pai e da união dos homens com Deus. Jesus e o sacramento substancial e frontal de Deus, como dizem os teólogos.
    O documento de Puebla nos lembra: “cristo é imagem do Deus invisível (Cl. 1. 15). Como tal, é sacramento-sinal sensível da realidade invisível primordial e radical do Pai: “Aquele que me viu, viu o Pai” (Jo. 14, 9). E foi desta humanidade santa de Jesus, de sua presença sinalizante, que se originou, em sua vida, curas, milagres e santificação para os homens. E era nessa humanidade que todo o povo procurava tocá-lo pois saía dele uma força que os curava a todos –(Lc. 6,19). Não se trata de eflúvios magnéticos ou de emanações parapsíquicas; trata-se da própria força de Deus, pois, Jesus Cristo era o próprio Deus. Por isso ele pode comunicar a seres materiais, que usou virtualidades divinas. Foi assim quando cuspiu no chão, fez lodo com a saliva e com o lodo ungiu os olhos do cego e o curou (Jo.9,6)
   Qual é, pois a origem da virtualidade dos sinais sacramentais? É Cristo-homem, Sacramento original da graça.    

SACRAMENTOS: ENCONTROS MARCADOS

   
   Deus nos criou homem e mulher para sermos felizes. Pensando nisto, amorosamente, traçou um plano onde a felicidade estivesse presente em nossas vidas, e cuidadosamente a planejou nas grandes linhas e nos pequenos detalhes.
   Nós, porém pelo pecado, desviamo-nos desse plano de amor e nos afastamos de sua presença. “O homem, tentado pelo Diabo, deixou morrer em seu coração a confiança em seu Criador e, abusando da sua liberdade, desobedeceu ao mandamento de Deus. Foi nisto que consistiu o primeiro pecado do homem”. (CIC; 112) O Criador, portanto, conhecendo a fragilidade humana após a queda, quis usar de misericórdia, trazendo assim o homem à união com Ele; pois sendo a sua imagem e semelhança, (Gen.1,27)- “o criou à sua semelhança: criou-o homem e mulher”; no seu amor infinito desejou que o homem voltasse à sua companhia, pois sabia que se não o amparasse, não o tomasse no colo como uma mãe faz com seu filhinho, este se perderia de vez. É com este desejo de reconciliação, que Deus enviou seu filho unigênito, (Jo .3, 16-17) Jesus,que se fez semelhante a nós, com exceção do pecado, pois nos doou a própria vida, sofrendo em sua humanidade as mais duras humilhações, os dolorosos suplícios da flagelação, o martírio da crucificação; e com a sua morte, resgatou-nos a vida, garantiu-nos a salvação, fêz-nos continuadores do seu plano de amor.
   Todavia, sabia Jesus que não poderia ficar mais humanamente conosco, que tinha vindo do Pai e ao pai voltaria (Jo. 16 28) e na sua sabedoria pensou em ter encontros conosco, encontros em que Ele continuasse presente durante toda a nossa vida, principalmente nos momentos mais difíceis e significativos tornando-se Sacramento; sinal de encontro marcados com Ele. Quando zelo, quando amor, Jesus demonstro ter conosco! Pois por mais que pudéssemos pedir de seu amor, certamente nunca teríamos pensado em ter tais encontros com Ele. E é dos sacramentos que nos ocuparemos, que falarei adiante para termos uma idéia correta sobre eles. E aos poucos iremos constatando como você é realmente muito importante! Você é a obra suprema do amor de Deus.